terça-feira, 5 de novembro de 2013

"Onde estão os jornalistas de verdade?"

Do leitor Jean Tosetto, que tem perfil no Facebook e deixou este texto na postagem em que se transcrevem trechos de artigo da jornalista Miriam Leitão, criticando a baixa qualidade do debate no Brasil:

O jornalismo tradicional está acabando por uma simples razão: sobram colunistas e faltam jornalistas. Quando um jornal de grande circulação contrata um colunista, e isso vira notícia, então há alguma coisa errada no ar.
As redes sociais da internet fabricam colunistas diariamente. Hoje em dia é muito fácil ter um canal para expressar sua opinião. O difícil é ter opinião.
A maioria das pessoas apenas reproduz o que alguns poucos formadores de opinião elaboram de maneira correta ou deturpada. Existem hordas de gente vomitando o que o partido determina, o que a revista publica, o que o blog republica, o que o YouTube não bloqueia.
No meio desse marasmo todo, me pergunto onde estão os jornalistas de verdade - não aqueles estagiários que tentam competir com internautas munidos de celulares com câmeras.
Atualmente são raros os repórteres que investigam uma história a fundo, farejam pistas, entrevistam as pessoas relevantes, escrevem com estilo próprio e evitam o maniqueísmo - como se toda situação tivesse um lado bom e um lado ruim, e que ambos precisassem ter espaço garantido no teor de uma matéria.
É irônico afirmar isso numa rede social, mas se você quiser se vacinar contra a estupidez alheia, não procure instrução apenas na internet. Esqueça os grandes jornais e revistas - eles já foram bons, mas agora estão tão perdidos quanto os internautas comuns, em busca da audiência pela audiência.
Leia bons livros. Clássicos consagrados. Existem coleções de livros de bolso especializadas nisso. São obras escritas por filósofos que muitas vezes também atuaram como jornalistas.
Por mais que a internet passe a impressão de que o mundo muda constantemente a uma velocidade crescente, são nos livros que podemos nos libertar das ervas daninhas que atacam a nossa mente.
Muita coisa que julgamos como novidade - ofertada por algum pseudo jornalista-colunista - já foi pensada e repensada antes.
E se encontrar com um jornalista de verdade por aí, mande um grande abraço para ele.

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