segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Puty é a primeira voz do PT dissonante à aliança com PMDB


Olhem só.
No dia 10 de junho passado, precisamente, o Espaço Aberto publico uma postagem intitulada Petistas engolem as ordens de Lula. Mas nem tanto.
Abordavam-se então o diktat de Lula, o presidente-adjunto - do Brasil, e não do PT, diga-se logo -, para que a cúpula petista do Pará abandonasse quaisquer, digamos, constrangimentos e embarcasse de mala e cuia no apoio à candidatura do peemedebista Helder Barbalho.
Dizia a postagem, lá pelas tantas.

O diktat de Lula, no entanto, teve um efeito nada agradável no PT.
A avaliação, entre alguns petistas que preferem manter-se meio mudos e meio quedos, é de que imposições de cúpula, mesmo quando provindas de Lula, podem levar a desastres como o ocorrido nas eleições para a Prefeitura de Recife (PE), no ano passado.
Lá, a maioria do partido, a predominância dos petistas queria João da Costa como candidato.
Veio a intervenção da cúpula, ou seja, de Lula: o candidato será Humberto Costa.
Peia em Humberto Costa.
O candidato vencedor acabou sendo Geraldo Júlio (PSB).
Haverá resistências ao nome de Helder?
Haverá.
Certamente que sim.
Mas isso será uma outra história.
Um pouco mais à frente.

Pois é.
As resistências, explícitas, começaram a ser tornadas públicas antes mesmo do que muitos previam.
No último sábado, 3 d agosto, O LIBERAL trouxe matéria com o deputado federal Cláudio Puty, liderança paraense da Democracia Socialista, uma das alas petistas que também tem como uma das suas expressões no Pará a ex-governadora Ana Júlia Carepa.
Eis o que disse o parlamentar, segundo a matéria.

“Não tem sentido o PT não apresentar candidatura própria. Somos o maior partido de esquerda na sustentação de Dilma, com características e propostas distintas de outros partidos da base aliada. Temos um projeto de desenvolvimento para o Pará, temos aproximação com os movimentos sociais, com a Academia.”

Disse-mais.

“Há dois aspectos a se considerar com a nossa candidatura própria. O eleitoral, com Dilma tendo oportunidade de contar com diversos palanques. O segundo, o programático. Temos um balanço a fazer do atual governo do Estado e compara-lo à nossa experiência à frente do governo. Temos um debate sobre o futuro do Pará a fazer e não podemos transformar a eleição numa  polarização artificial de projetos similares, onde a esquerda não terá lugar.”

Aguardem-se os próximos lances.
Aguardem-se.

3 comentários:

Anônimo disse...

Finalmente sinais de que ainda há vida inteligente no PT do Pará. Essa idéia de apoiar Helder Barbalho desde do primeiro turno é puro suicídio político. Aliás, é uma asneira típica do comando de derrotas que tem sido direção majoritária do PT no estado. Aqui o PT só foi vencedor, em cargos majoritários estaduais e na capital, quando a minoria esteve à frente, como foi com Edmilson e com Ana Júlia, fora isso é só derrota.

Anônimo disse...

Agora sim. O ex-ananin, não vai posar sozinho de oposição ao Jatene.

Anônimo disse...

Anônimo das 11:50,
Sua intervenção mereceria nota 10 com louvor, se você demonstrasse conhecimento histórico de certos fatos. Como a participação decisiva do PMDB na vitória da Ana Júlia em 2006, já que influiu junto ao PT nacional pra substituir o Professor Mário Cardoso (da corrente dominante petista) pela então senadora Ana Júlia.
Ou seja, corresse tudo como estava a correr, o então deputado estadual Mário Cardoso seria facilmente derrotado nas urnas pelo Almir Gabriel.
Tudo isso pra lhe dizer que essa tal minoria petista é tão irrelevante politicamente a ponto de: precisar de apoio das demais tendências petistas e até de outros partidos para vencer uma eleição, manter coalizão durante o governo e para a reeleição (e se pensar de modo diverso, a história já viu o que acontece - vide 2010).