segunda-feira, 11 de março de 2013

Senador tucano é processado por dar calote

Da Folha de S.Paulo
AGUIRRE TALENTODE BELÉM

O líder da oposição no Senado, Mário Couto (PSDB-PA), está sendo processado na Justiça do Pará por ter passado três cheques sem fundo para adquirir uma lancha usada, no valor de R$ 80 mil.
Segundo o vendedor -um médico de Belém que diz ter comprado a embarcação em junho de 2011 no Rio-, a transação foi acertada com o senador no fim do mesmo ano.
Ambos gostam de pescar e se conheceram em Salinópolis (PA) por meio de amigos em comum. Segundo Albedy Bastos, vendedor da lancha, em meados de 2011 o senador lhe pediu a embarcação emprestada sob o argumento de que gostaria de comprá-la.
Couto continuou a usá-la outras vezes antes de efetuar a transação: "Até que liguei para o caseiro dele e mandei perguntar se ele ia comprar a lancha. Respondeu que sim".
Os cheques de Couto foram datados para março, abril e maio de 2012. "Chegou a data e fui checar meu extrato de conta. Nada. O cheque foi devolvido por insuficiência de saldo", declarou Bastos.
De acordo com outro processo a que Couto responde na Justiça, a conta do cheque é a mesma na qual ele recebe seu salário de parlamentar.
Bastos afirma que tentou contato com o senador e somente conseguiu falar com a esposa dele, que teria lhe garantido que o filho de Couto faria o pagamento em dinheiro do valor do primeiro cheque recusado. "Estou esperando até hoje", disse Bastos. Os outros dois cheques também estavam sem fundos.
A ação pedindo a cobrança dos R$ 80 mil foi ajuizada em julho de 2012. Segundo a tramitação processual, a Justiça não localizou Couto.
Além desse caso, Couto é réu em duas ações na Justiça do Pará sob a acusação de envolvimento em supostos esquemas de desvios de recursos quando presidia a Assembleia Legislativa do Estado (2003-2007). O senador diz que não sabia dos problemas. Na década de 1980, como já revelou a Folha, Couto atuava no jogo do bicho.


Senador diz que a lancha virou e que planeja devolvê-la

DE BELÉM
O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse via assessoria que a compra da lancha envolveu um "acordo verbal" pelo qual a transação só seria efetuada se a embarcação estivesse em perfeito estado.
"Nós combinamos amigavelmente que em caso de a lancha ter problemas os cheques seriam devolvidos. E tive sérios problemas com a lancha, que virou em três ocasiões", diz Couto. Ele alega que correu risco de morte.
Couto diz ter avisado o médico do problema e dito que devolveria a lancha. "Meu grande erro foi não ter feito isso logo. Mas como eu faria? Colocaria a lancha na minha cabeça e levaria até ele?"
Ele diz que comprou "gato por lebre" e acusa o vendedor de agir com "má-fé". O médico nega ter sido procurado por Couto para relatar problemas ou devolver a lancha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem acredita nesse político que o compre.
Arauto, de araque, da ética e da probidade.
Então tá.