terça-feira, 14 de agosto de 2012

Um tsunami de palavrões. É Toffoli contra Noblat.

Dias Toffoli: se ele disse a metade do que é acusado de ter dito, isso já será um espanto. E nauseante.
Ricardo Noblat, um dos mais respeitados jornalistas do país, editor de blog que se inclui entre os que estão no topo da audiência, relata o tsunami de palavrões, xingamentos e baixarias que lhe teria sido dirigido no último final de semana, ao sair de acontecimento social em Brasília.
Os dejetos verbais teriam sido expelidos contra o jornalista por ninguém menos que Sua Excelência o ministro Dias Toffoli, do augusto Supremo Tribunal Federal.
O motivo das exasperações do ministro, segundo especula o próprio Noblat, seria um comentário seu, favorável a que Toffoli se declarasse impedido de participar do julgamento do mensalão, em decorrência de ligações - nem tão remotas assim, muito pelo contrário - com petistas de alto coturno, a começar por José Dirceu, um dos 38 réus denunciados pela Procuraoria Geral da República.
As redes sociais estão cheias de comentários com referência ao relato de Noblat. Há uma miríade de opiniões - contra, a favor e muito pelo contrário. Muitas tendem a considerar que o jornalista, digamos assim, aumentou.
Olhem: vamos supor que o ministro tenha dito a metade - simplesmente a metade - do que Noblat contou.
Mesmo assim, já terá sido um espanto, já terá sido repugnante confirmar que ele disse apenas a metade das coisas repulsivas de que está sendo acusado de ter proferido.
Num dos comentários da postagem de Noblat, leitor que se identifica como Eduardo Pertence e se diz filho do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence diz o seguinte:

Caro Noblat,
Aprendi a lhe respeitar e admirar desde criança, por consequência do meu pai, Sepúlveda Pertence, seu amigo e admirador.
Contudo, não posso deixar de demonstrar meu espanto com essa leviana notícia. Estava eu, junto ao meu pai, nessa mesma festa. Você foi recebido na mesa dela, com todas as loas e elogios.
Fiquei na festa até o final, chegando a acompanhar o Min. Toffoli até o seu carro, quando ele foi embora. Afirmo não ter presenciado nada parecido com o que você noticiou aqui.
Não vi, nem ouvi dele, nada assemelhado as loucuras aqui publicadas. De minha parte, testemunho que isso não houve. De sua parte, espero que o Mensalão não esteja alterando sua noção de realidade.
Continue, fora isso, sendo o grande e admirável jornalista que sempre foi. Com respeito, mas espanto.
Eduardo Pertence.


Tomara que Pertence esteja certo.
Completamente certo.
Mas custa acreditar que a sua seja a última palavra.
Custa acreditar.

2 comentários:

Anônimo disse...

O pai desse Pertence, ex-ministro do STF (saiu tem uns quatro anos), é hoje empregado do Executivo Federal (cargo em comissão), exercendo a presidência da comissão de ética. (não me perguntem que ética!).
Fico com a verdade do jornalista.

Anônimo disse...

O sr. Pertence já reconheceu que, de onde estava, não dava pra escutar os gritos.