O novo Código de Ética Médica já está em vigor.
Pretende, sobretudo, melhorar a relação entre médico e paciente.
Ótimo.
Mas as regras codificadas trazem coisas interessantes.
Por exemplo.
A questão do garrancho do médico, na hora de prescrever receitas.
A orientação de escrever de forma legível já constava do código anterior, de 1988.
É preciso, agora como antes, que o médico escreva de forma legível.
Mas é o código que vai estabelecer isso?
Garranchos médicos vão se tornar legíveis só porque o código está obrigando?
Por que, então, o código não determina que as receitas sejam impressas num computador ou então numa máquina de escrever daquelas manuais (será que ainda tem)?
Ou então o médico chama a secretária e dita a receita pra ela, que a escreverá com uma letra de forma.
Essa seria a solução adequada.
Mas não será por imposição de uma regra que a letra de um médico vai melhorar.
Não será.
Médicos não têm a letra feia porque são médicos.
Têm a letra feia porque têm a letra feita.
Pronto.
Ninguém tem a letra determinada pela profissão que exerce.
Se o código exigir mesmo isso, a exigência cairá no vazio.
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