Todo mundo anda preocupado com o discurso – autoritário
e irresponsável – contra a liberdade deImprensa proclamado por Donald Trump, este ser que veio ao mundo da política
para provar que os ditos outsiders
podem ser piores, muito piores, do que os chamados políticos profissas, aqueles passados na casca do alho.
Pois é.
Mas a questão é que aqui, na nossa cara, no
nosso quintal, temos jornalistas ameaçados, agredidos, assediados moralmente.
Como se isso, vejam só, fizesse parte da democracia.
Aqui mesmo, neste blog, frequentemente o
repórter é ofendido com toda espécie de vitupérios, que se originam sobretudo
de fanáticos partidários.
Ignoro-os – tanto os fanáticos como seus
arreganhos verbais.
Mas, de qualquer forma, sentimos nós,
jornalistas, uma sensação de desproteção, mesmo num ambiente democrático como o
que, imagina-se, vigora no Brasil e que deveria, portanto, assegurar a mais
ampla proteção não apenas a jornalistas, mas a qualquer pessoa faça uso do
direito constitucional de expressar suas opiniões por qualquer meio.
Mostra-se oportuna, por assim, a iniciativa da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), de lançar a publicação Como
lidar com assédio contra jornalistas nas redes.
Com a cartilha, a Abraj pretende sensibilizar
veículos, jornalistas, empresas de tecnologia, entidades ligadas ao jornalismo
e à liberdade de expressão e autoridades policiais e da Justiça para a
gravidade do assédio online, bem como enfatizar a necessidade de jornalistas e
redações elaborar protocolos de defesa a esse problema. Além disso, o documento
foi pensado para ajudar os jornalistas no período eleitoral, em que a Abraji
acredita que haverá um recrudescimento do assédio virtual aos profissionais da
imprensa, de acordo com o diretor Marcelo Träsel. "Criamos esse material
para que nossos associados e todos os jornalistas tenham um guia de referência
rápida sobre como lidar com o assédio", afirma.
No material
disponível online e para download, há orientações práticas para
lidar com ataques nas redes, além de recomendações que prezam pela privacidade
dos jornalistas e por um uso consciente das redes sociais. A Abraji entende que
registrar na polícia comportamentos abusivos e eventualmente buscar seus
direitos na Justiça são meios de mostrar aos agressores que há consequências
para a violência praticada na internet.
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