Lembro-me como se fosse ontem.
E não é mais ontem.
Faz muito tempo.
Era o dia 21 de junho de 1070.
Com 10 anos de idade, este repórter ainda era, como se diz, criança pequena em Santarém.
Naquele dia, assistíamos,
ou seja, ouvíamos pelo rádio, a Rádio Globo, a final entre Brasil x México na
Copa do Mundo.
Estávamos na casa de Geraldo Braga Dias, então
gerente do Basa na cidade, que morava numa casa que ficava ao lado do famoso Hotel Uirapuru, na rua Adriano Pimentel, orla de Santarém.
Rolava o jogo. Um jogaço, ressalte-se.
Já estava 3 a 1 para o Brasil, gols
de Pelé, Gerson e Jairzinho.
Mas ainda faltava mais um.
O gol de Carlos Alberto, marcado aos 41 minutos
do segundo tempo, num chutaço da entrada da grande área após receber passe de bandeja de Pelé.
Em meio às comemorações, ficávamos nos
perguntando como um lateral-direito poderia fazer um gol daquele, que o narrador Jorge Curi (vejam e ouçam na imagem) descrevera como um golaço.
É que, naquela época, defensores fazerem gol era
muito raro.
Mas Carlos Alberto não era um qualquer.
Há 46 anos, já se impunha por um estilo que
antecipava o de hoje, em que laterais apoiam o ataque efetivamente.
Há 46 anos, este nome, Carlos Alberto Torres,
não saiu mais da minha cabeça e de milhões que, naquele dia, tiveram a
felicidade de acompanhar a conquista do tri no México.
Somente depois, por jornais e revistas - já que
TV, em Santarém, era apenas uma miragem distante e impalpável -, é que fomos
ver aquilo a que já assistíramos pelo rádio: a abertura do compasso de Carlos Alberto para receber a bola e
chutá-la de primeira, sua corrida por trás da meta do goleiro Albertosi e
posteriormente, ele, o Capitão, carregando a Taça Jules Rimet e beijando-a,
gesto que depois viria a ser repetido nas grandes conquistas no mundo do
futebol.
A morte de Carlos Alberto, aos 72 anos, vítima
de um infarto fulminante, nos evoca essas lembranças que sempre permanecerão
vivas.
Como o Capita
está vivo.
Na Eternidade!
Um comentário:
E era oriundo das divisões de base do tricolor.
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