sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Os advogados e o ministro. Façam seus papéis.


Com todo o respeito - mas todo mesmo.
A questão, todavia, é que vários leitores aqui do blog - dentre eles gente que exibe um estilo de escrever bem parecido com advogados - confundiram completamente o sentido da postagem intitulada Cardozo e seus encontros "nada republicanos", em que o Espaço Aberto censura, por ser incompatível com a ética, as conversas que o ministro da Justiça travou, às escondidas, com representantes de empreiteiras enroladas até o último fio de cabelo no escândalo do petrolão.
Olhem, meus caros, a confusão é sem sentido. Não tem pé nem cabeça.
O blog não censurou os advogados, não. Censurou o ministro.
Advogados advogam.
Juízes julgam.
Jornalistas fazem jornalismo.
Médicos medicam.
Promotores e procuradores promovem as ações pertinentes.
E ministros de Estado? Eles ministram. Eles operam em áreas específicas do Executivo.
Em resumo: cada um no seu cada qual.
Cada macaca no seu galho, para usar aquele chavão velho como o mundo.
Os advogados das empreiteiras, portanto, fizeram direitinho o papel deles quando foram ao ministro da Justiça para tratar do petrolão.
O advogados das empreiteiras fizeram direitinho o papel deles quando se movimentaram para buscar alguma forma de compensação, digamos assim, diante do grau de comprometimento que poderia - e pode - abalar as estruturas da República inteirinha, caso executivos de empreiteiras contem tudo o que sabem, sem tirar nem pôr uma vírgula sequer nas histórias escabrosas que certamente vivenciaram e testemunhas em décadas de falcatruas com o dinheiro da Petrobras.
O que se discute é até onde vão as amarras éticas do ministro da Justiça, que por coincidência - só por coincidência, claro - também chefia a Polícia Federal, coincidentemente (vish!) uma das responsáveis pelas investigações do petrolão.
O que se discute é por que, se os encontros era assim tão transparentes e carregados do mais límpido e cristalino sentido republicano, não constavam da agenda do doutor José Eduardo Cardozo.
O que se discute é por que o doutor Cardozo, tão desenvolvo, tão loquaz, eloquente e, muitas vezes, até mesmo convincente em suas alocuções, enrolou-se todo, num primeiro momento, para justificar a natureza do encontro, negando-se inclusive a revelar o teor das conversas que manteve.
É isso que se discute.
Será que não está claro, hein?

7 comentários:

Anônimo disse...

Melhor desenhar, seu Espaço, é melhor.
A paixonite cumpanhera produz cegueira de conveniência,eles simplesmente nada admitem, não erram, afinal, são guiados pelo grande pai-de-todos.

O resto, continua sendo culpa do FHC, mesmo 12 anos depois...rs

Anônimo disse...

É preciso ter coerência : se é lícito aos advogados procurarem o Ministro da Justiça, é lícito ao Ministro da Justiça receber os advogados. Afinal de contas, de que serviria o direito dos advogados, previsto em lei, de serem recebidos por autoridades públicas, se as autoridades públicas não os recebessem ?
Na verdade todo esse episódio revela duas faces : uma, a da "Patrulha do Barbosa", os demagogos, que bem no estilo da velha UDN rasgam os mais elementares direitos da cidadania com brados de pseudo-moralidade; a outra, da incompetência política do Ministro, que ao invés de rodeios deveria ter esclarecido logo todo o conteúdo das reuniões, mais ainda, deveria ter convocado todos os advogados da operação lava-jato, que quisessem tratar algum assunto no Ministério da Justiça, para comparecerem ao Ministério com dia e hora marcados, avisando toda a imprensa, pedindo ainda que levassem seus requerimentos por escrito, para serem divulgados após as reuniões.

Anônimo disse...

Esse comentário do brilhante jornalista faz um apanhado das desculpas e motivos criados pelo ministro.http://noticias.band.uol.com.br/cafe-com-jornal/video/15382061/boechat-ministro-da-justica-deve-prestar-esclarecimentos.html?mobile=true

Anônimo disse...

http://www.ocafezinho.com/2015/02/20/carta-aberta-ao-povo-brasileiro-liberdade-de-expressao-em-risco/

Anônimo disse...

Ei anônimo das 14:31,

Por que será que ele não fez o que vc sugeriu?

"... mais ainda, deveria ter convocado todos os advogados da operação lava-jato, que quisessem tratar algum assunto no Ministério da Justiça, para comparecerem ao Ministério com dia e hora marcados, avisando toda a imprensa, pedindo ainda que levassem seus requerimentos por escrito, para serem divulgados após as reuniões."

É porque advocacia administrativa é crime. Está lá no CP desde 1940.

Anônimo disse...

Ontem sexta a presidenta "esclareceu" tudo: petrolão é culpa de......FHC!
Ele "mermu", ad eternum culpado!
Não investigou o tal Baruso, o solitário que pegava propina de empresa holandesa.
Ohhh.
É o mesmo que afirmou na PF que o petróleo tornou-se SISTEMÁTICO no gobierno Lula, o mais-que-perfeito.
E cadê a Dilma ministra do Lula?
E cadê a Dilma presidente do conselho da Petrobrás?
E cadê a Dilma presidenta eleita e reeleita?
E cadê a Xerifona?
Nada sabia e nem sabe, tal e qual seu mestre Lula.

Tôma-te Brasil!

Anônimo disse...

Eita, ninguém segura a "Patrulha do Barbosa", receber advogado virou "advocacia administrativa", mais uma dessa e outro Barbosa, o Ruy, levanta do túmulo!