quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Cabeças vão rolar no governo do Estado, como efeito da repercussão negativa de projeto que extingue secretarias

Paes Loureiro lê o seu "bilhete ao governador", com críticas ao PL 701/2024: episódio
do envio do projeto à Alepa deve resultar em punições no âmbito do próprio governo

Cabeças vão rolar - se é que já não rolaram - no primeiro escalão do governo Helder Barbalho, como rescaldo da grande e negativa repercussão política gerada pelo envio à Assembleia Legislativa do Estado, na semana passada, do projeto de lei 701/2024, que prevê a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).

Titular de uma das mais importantes e estratégicas secretarias de Estado já ouviu do próprio governador Helder Barbalho que não mais integrará seu secretariado quando voltar das férias, que já estão se iniciando, segundo apurou o Espaço Aberto

A exasperação do governador cresceu à medida que aumentaram as manifestações contrariadas de amplos segmentos - sobretudo da área cultural - ao projeto, encaminhado ao Legislativo, segundo o blog conseguiu apurar, sem que tenha sido "finalizado" por Helder, ou seja, sem que ele tenha dado a última palavra, antes de a matéria ser submetida aos deputados.

"O governador, de fato, autorizou que fosse elaborado um projeto de reestruturação administrativa, mas é evidente que, para o encaminhamento à Assembleia, era necessária a sua palavra final. Com isso, ele sentiu-se praticamente surpreendido quando soube que a matéria já estava lá [na Alepa] e mandou retirá-la no mesmo dia", contou ao blog uma fonte com larga circulação entre parlamentares governistas e secretários estaduais.

Repercussão relâmpago

Mesmo com a agilidade com que o governo agiu, foi em velocidade relâmpago que circulou, além dos muros da Alepa, a informação sobre o teor da proposição e o alcance da reforma prevista. Isso foi suficiente para desencader uma forte reação popular, incluindo entidades sindicais, como os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT), e vozes infuentes da área cultural, como o poeta João de Jesus Paes Loureiro, que gravou um vídeo, postado nas redes sociais, fazendo duras críticas ao PL 701/2024 e comparando-o a medidas inspiradas pela "ideologia do Estado mínimo".

De acordo com a versão ouvida pelo Espaço Aberto, o projeto foi devolvido ao Executivo não em decorrência da pressão popular, até porque a devolução ocorreu no mesmo dia em que chegou ao Legislativo, mas à contrariedade do governador, que não havia dado o seu aval para o envio da matéria ao parlamento.

"Esse caso foi bem diferente de outro projeto, o PL 729/2024, que resultou em manifestação de professores nas imediações da Alepa, reprimida com spray de pimenta atirado pela Polícia Militar. Nesse caso, mesmo com toda essa manifestação, o governo manteve o projeto em pauta, tanto que foi aprovado por ampla maioria, porque foi uma decisão política aprová-lo. Já o 701/2024, não. Neste, o governador foi surpreendido", explicou a fonte.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Vini Jr. é "a cara do futebol brasileiro"? Não o desmereçam.

Vini Jr.: ele merece elogio muito melhor - e mais verdadeiro - do que considerá-lo
"a cara do futebol brasileiro", que há muito deixou de ser referência de qualidade

Como esperado, o Real Madrid acaba de vencer o Pachuca do México com facilidade, por 3 a 0, e assim fatura seu 9º título mundial.
Bem interessantes são os narradores brasileiros, que não conseguem superar certos chavões absolutamente despropositados - como todo chavão que se preze.
O narrador da Globo, por exempo, esgoelou-se dizendo que o primeiro gol do Real, marcado por Mbappé, teve "a cara do futebol brasileiro".
Por quê?
Por que Vini Jr., merecidamente escolhido pela Fifa, nesta terça-feria (17), o melhor do mundo, fez uma assistência magistral para o francês.
E muito mais esgoelou-se o narrador, no mesmo sentido, quando Rodrygo fez um golaço, o segundo dos merengues.
"Cara do futebol brasileiro"?
A "cara do futebol brasileiro" é o futebol praticado por Vini Jr. e Rodrygo?
Não os desmereçam.
Vini Jr. tem a cara, isso sim, do futebol espanhol (pra mim, com todo o respeito, o melhor do mundo), do futebol inglês, do futebol alemão... E por aí vai.
Rodrygo também.
Dizer que Vini Jr. tem a "cara do futebol brasileiro" não o eleva; ao contrário, o atira na zona da mediocridade.
Para confirmar que o futebol brasileiro já perdeu a aura de ser referência de qualidade no mundo é que, nos últimos 17 anos, nem um jogador brasileiro havia sido eleito o melhor do planeta.
Enfim, o futebol brasileiro, a rigor, parece estar conformado de que não se inclui mais, há muito tempo, entre as melhores referências mundiais.
Mas é preciso que os narradores se convençam disso.
Do contrário, continuarão enchendo os nossos ouvidos de chavões despropositados.

A lição dos sul-coreanos democratas aos fascitas brasileiros

Yoon Suk Yeol: ele até pode ser como Bolsonaro. Mas os sul-coreanos
não são como os bolsonaristas

As ruas de Seul, a capital da Coréia do Sul, amanheceram no último sábado (14) lotadas de manifestantes saudando a decisão do Parlamento, que decretou o impeachment do presidente conservador Yoon Suk Yeol.

Mas o que, afinal de contas, as efusões dos sul-coreanas têm a ver com os bolsonaristas fascistas daqui do Brasil?

Têm tudo a ver. Mas tudo mesmo!

Aqui, bolsonaristas fascistas já aprenderam, como papagaios, a repetir o que repete o mito deles, o corrupto e golpista Jair Bolsonaro: que as discusões travadas no final de 2022, sobre a implantação de um estado de sítio ou de defesa no País, não podem ser consideradas um crime, porque ambas as medidas estão previstas na Constituição.

O próprio energúmeno já disse isso várias vezes.

“Você vê até os depoimentos dos comandantes de Força, eles falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de 142, de estado de sítio, estado de defesa. E eu discuti, sim, conversei. Não fui nenhuma discussão acalorada”, afirmou o gopista no final de novembro.

Então, tá!

Só acredita nesse argumento idiota quem é idiota, como Bolsonaro é.

Yoon Suk Yeol está provisoriamente afastado porque decretou - e logo em em seguida revogou - a lei marcial no país, que consiste, entre outras coisas, em severas restrições às liberdades civis e à liberdade de Imprensa.

A lei marcial, medida excepcionalíssima, também está prevista no ordenamente jurídico sul-coreano. Mas o contexto, a fundamentação, a oportunidade e conveniência se utilizá-la precisam ser amplamente sopesados.

O presidente decretou a lei marcial em um contexto de crescente instabilidade política e protestos em massa contra seu governo. A medida visava reprimir movimentos de oposição, mas os sul-coreanos, em defesa da democracia, foram às ruas em enormes manifestações e acabaram pressionando o Parlamento a derrubar a medida.

A crise gerou gerou um forte debate sobre os limites do poder presidencial no país, considerando-se, como já dito, que medidas excepcionais só podem ser adotadas em situações excepcionalíssimas. E os sul-coreanos acharam que aquela não era uma situação excepcinalíssima que justifasse a adoção da medida excepcional.

Assim deveria ter sido por aqui.

Bolsonaro, seguramente, não sabe distinguir graus de excepcionalidades. E àquela altura - no final de 2018, após ter perdido as eleições -, continuava, como continua até agora, convencido de uma maluquice que só um malucão como ele é capaz de acreditar: que as urnas eletrônicas foram fraudadas em favor de Lula, o eleito.

Eis aí a motivação impossível de ser acolhida, caso uma das duas medidas excepcionais em cogitação viesse a ser tomada, e ainda que esteja prevista na Constituição.

Bolsonaristas fascistas, se forem capazes de aprender alguma coisa, têm muito que aprender com os sul-coreanos democratas.

domingo, 15 de dezembro de 2024

Poeta Paes Loureiro critica projeto de Helder que extingue mais de 10 secretarias: "ideologia do Estado mínimo"

O poeta João de Jesus Paes Loureiro, em vídeo divulgado nas redes sociais, junta-se às vozes que, nos últimos dias, têm feito duras críticas ao projeto de lei 701/2024, encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado pelo governador Helder Barbalho, prevendo a extinção de mais de dez secretarias estaduais e fundações, incluindo a Secretaria da Mulher (Semu) e a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sirdh).

Uma das vozes mais respeitadas da intelectualidade paraense, Paes Loureiro, também professor e escritor, que já exerceu cargos públicos na área cultural, avalia na mensagem, por ele chamada de "bilhete ao governador", que a proposição "tem a ideologia do Estado mínimo".

Na mensagem, Paes Loureiro relembra que conheceu Helder "ainda garoto, de calças curtas", quando ocupava a função de superintendente da Fundação Cultural do Pará no governo do pai do governador, o senador Jader Barbalho.

Ressalta que, ainda quando exercia o cargo de secretário municipal de Educação e Cultura, na gestão do prefeito Coutinho Jorge (1986-1989), foi convidado pelo próprio Jader, então governador, para formular o projeto de uma fundação cultural que tivesse amplitude funcional do prédio a ser inaugurado, então chamado de Centur.

"Fiz o projeto da Fundação Cultural do Pará. No dia da instalação e inauguração, [Jader] me nomeou o seu primeiro superintendente. O governador Jader Barbalho construiu o mais importante espaço cultural do Estado desde o Theatro da Paz da época da borracha, e a Fundação fortaleceu e dimensionou nacionalmente arte e cultura do Pará", afirma o poeta.

Paes Loureiro acrescenta que "toda vez que há desejo de diminuir custos do Estado no país, a primeira coisa que se pensa é economizar na arte cultura,  educação e comunicação. Porém, educação, arte cultura e educação exigem tempo para o seu amadurecimento, continuidade, atualização e recursos apropriados à execução e sua essencial atividade, principalmente na Amazônia, para que se afirme na evolução continuada do mundo. E saiamos do complexo colonial e da sensação de inferioridade que disfarçadamente ou explicitamente nos agridem".

O poeta termina com um apelo: "Prezado governador Helder Barbalho, o senhor vem fazendo um governo marcante. Tornou-se uma liderança amazônica nacional, passou a ser reconhecido internacionalmente, está preparando uma COP30 que colocará o Pará na agenda mundial. Não queira ser o governador que enfraqueceu ou permitiu o desaparecimento histórico do que mais nos orgulhamos e nos distingue no campo da arte, cultura e comunicação e educação: a nossa identidade paraense amazônica, única única no mundo".

"Ataque à comunicação pública"

Os Sindicatos dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) e dos Trabalhadores das Empresas de Radiodifusão (STERT) também já se manifestarem publicamente contra o projeto encaminhado à Assembleia. Em nota, as duas entidades consideram que a proposta não foi submetida à audiência da sociedade e "ataca diretamente a comunicação pública, a cultura e os direitos humanos".

Se for aprovado, acrescentam os dois sindicados, a projeto exintuirá a Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), vinculando a instituição à Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) "e mostrando o descompromisso com a qualidade informacional prestada à população paraense, ao subordinar uma emissora educativa aos interesses ideológicos, familiares e eleitoreiros do governo de plantão, confundindo comunicação pública com assessoramento governamental".

Os sindicatos ressaltam que a Funtelpa existe há quase 50 anos e tornou um patrimônio público do povo paraense, essencial para a defesa da democracia, da liberdade de expressão e da ampliação do conhecimento. "É um ataque também a dezenas de servidores públicos (concursados, estatutários e celetistas), que dedicam sua vida e seu conhecimento para difundir informação educativa de qualidade e que, agora, vêem sua carreira e até seus empregos em risco, justamente em um período em que avançava o debate e as articulações para implantação do PCCR da Funtelpa", afirmam os dois sindicatos.

sábado, 14 de dezembro de 2024

Braga Netto na cadeia. Mas só agora? E Bolsonaro, por que continua solto?

Bolsonaro e Braga Netto, dois deliquentes incomuns: alguém acha que,
com essa intimidade toda, um não sabia o que o outro fazia?

Em 19 de novembro, precisamente nesse dia, o Espaço Aberto perguntou: Por que Braga Netto não foi preso?

Na ocasião, comentavam-se as prisões naquele dia, durante a Operação Contragolpe, de cinco meliantes golpistas, sendo quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal, suspeitos não apenas da tentativa de dar um golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito, mas também porque teriam articulado o assassinato de autoridades. E essa camarilha reuniu-se - adivinhem só! - na casa de Braga Netto, que, então, permaneceu livre, leve e solto.

Agora, enfim, o general está na cadeia. Ou sob custódia do Exército, termo técnico que outra coisa não significa senão que o delinquente está no xilindró.

Sim, Braga Netto é um delinquente. Mas um deliquente incomum, um delinquente, digamos assim, especial.

Delinquente comum é o que bate a sua carteira ou furta o seu celular. Ou mesmo o bolsonarista idiota que canta o Hino Nacional batendo continência para um pneu.

Delinquente incomum, no caso de Braga Netto, é quem, como ele, foi nada menos do que ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, como também companheiro de chapa do energúmeno - e também corrupto -, em 2022.

À época das cinco prisões ordenadas pelo Supremo, era ilógica, incompreensível e inacreditável que a mesma medida não tivesse sido tomada contra Braga Netto, em cuja residência foram tramados vários crimes.

Agora, enfim, ele está preso. Ainda que tardiamente, mas está.

E o cabeça da quadrilha?

A prisão de Braga Netto, todavia, conduz a uma outra e insistente pergunta que todos se fazem - inclusive o Espaço Aberto - há meses: e Bolsonaro, o deliquente-chefe, o cabeça da quadrilha, por que ainda não foi preso?

Também não há lógica, não há racionalidade e nem razoabilidade que Bolsonaro continue livre, sobretudo agora, com Braga Netto sob custódia do Exército.

Alguém acredita que Braga Netto agiria - como a Polícia Federal afirma que agiu - sem o conhecimento de Bolsonaro?

Alguém acredita que Braga Netto agiria sem a anuência de Bolsonaro?

Alguém, em sã consciência, acredita nisso?

À exceção de bolsonaristas - idiotas e delinquentes comuns -, ninguém, é claro, acredita! 

Nem Bolsonaro acredita, tanto é assim que já até admitiu pedir refúgio em alguma embaixada para escapar da prisão, fazendo jus, assim, à sua mítica - aí, sim, mítica - fama de covarde.

Se nem Bolsonaro, que é um deliquente fascista - ou um fascista delinquente, se quiserem -, acredita nisso, por que adiar-se a prisão de Bolsonaro?

Por quê?

sábado, 23 de novembro de 2024

Incêndio consome em meia hora imóvel residencial no bairro de São Brás

 


Um imóvel residencial situado na Rua Boaventura da Silva, quase na esquina com a Travessa Três de Maio, no bairro de São Brás, foi totalmente consumido pelo fogo, na manhã deste sábado (23). Quando o Corpo de Bombeiros chegou ao local do incêndio, por volta das 11h, a casa já estava com seus compartimentos totalmente destruídos.

Não houve vítimas. Suspeita-se que o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito, mas a perícia ainda vai apurar com mais precisão o que aconteceu.

Vizinhos contaram ao Espaço Aberto que a única moradora da residência foi retirada do local tão logo as chamas foram vistas do lado de fora. Segundo relatos, a moradora acabara de chegar do supermercado e estava num dos quartos, quando o fogo começou rapidamente, sem que ela percebesse.

Do início do incêndio, por volta das 10h30, até os Bombeiros chegarem, transcorreram pouco mais de 30 minutos, o suficiente para que a casa não apenas fosse destruída como o fogo começasse a ameaçar um imóvel ao lado, situado bem na esquina, e que no momento está desabitado.

Com a interdição de todo o quarteirão pela polícia, um enorme congestionamento se formou em boa parte da Boaventura, com reflexo nas vias transversais. Até o final da manhã, os Bombeiros ainda trabalhavam para avaliar os danos causados pelo incêndio.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Bolsonaristas criminosos tramam golpe e assassinatos na casa de Braga Netto. Por que Braga Netto não foi preso?

Braga Netto: os comparsas estão presos. E ele, por que ainda não?

Ver o Brasil espantado, como de fato encontra-se espantado, com a revelação, nesta terça-feira (19), de que bolsonaristas criminosos e golpistas tramaram matar, logo depois das eleições de 2022, o então presidente eleito Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes é constatar, mais uma vez, que o Brasil não conhece o Brasil.

Para um Brasil que já conheceu as trevas durante o desgoverno fascista de Bolsonaro, para um Brasil que já viveu a tentativa de golpe no 8 de Janeiro de 2023, para um Brasil que já assistiu, há poucos dias, um bolsonarista explodir-se, literalmente, a poucos metros do Supremo, esse Brasil, sinceramente, esse Brasil nem deveria mais espantar-se diante de insanidades que dia sim, outro também, são reveladas. Insanidades que, claro, têm o envolvimento direto de bolsonaristas fascistas.

Neste episódio de agora, o que de fato é espantoso é a Polícia Federal não ter metido na cadeia, juntamente com os cinco outros criminosos golpistas - quatro militares do Exército e um agente da PF -, o general Walter Braga Netto, que foi vice na chapa do corrupto, e agora inelegível, Jair Bolsonaro.

"As atividades anteriores ao evento do dia 15 de dezembro de 2022 indicam que esse monitoramento teve início, temporalmente, logo após a reunião realizada na residência de Walter Braga Netto, no dia 12 de novembro de 2022", diz a PF no documento.

Reunião na casa de Braga Netto?

Articulações de golpe na casa de Braga Netto?

E Braga Netto não saberia de nada disso? Por isso não terá sido preso (ainda)?

Bolsonaro considera até hoje que a Covid-19 era só uma gripezinha. Mas morreram pelo menos 700 mil pessoas, e o energúmeno chegou a regalar-se debochando de infectados que agonizavam.

Bolsonaro diz até hoje que não sabia de nada, absolutamente nada, da tentativa de golpe do 8 de Janeiro.

Já disse que o 8 de Janeiro não passou, no máximo, de uma exaltação de ânimos de tiazinhas tresloucadas e tiozinhos vagabundos, mas patriotas, que apenas exerciam o seu direito de se manifestar.

Bolsonaro surrupiou, escancarada e escandalosamente, joias que deveriam ser juntadas ao acervo do patrimônio da União, mas justificou que não sabia ser ilegal apropriar-se de bens públicos.

Pelo visto, Braga Netto vai imitar o chefe, dizendo que não viu e não ouviu nada do que ocorreu em reuniões realizadas em sua casa.

Não terá a PF coletado um indício sequer, capaz de justificar a prisão temporária de Braga Netto?

Isso é que é espantoso.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Malafaia chama Bolsonaro de "covarde" e "omisso". Nesta briga, apoiemos a briga. Com todo o amor.

Malafaia e Bolsonaro: o pastor solta o verbo contra o golpista "covarde" e mito do mimimi.
Quem diz que Bolsonaro é "covarde", prestem atenção, é Malafaia.

Quando você vir bolsonaristas se estapeando no meio da rua, apoie a briga. Pegue copos d'água, distribua-os entre os brigões e deixe que continuem a se estapear.
Apoie uma briga de bolsonaristas com todo o seu amor, com todo o seu vigor e com seu pleno senso de patriotismo.
É um regalo, é um êxtase, sem dúvida, vermos bolsonaristas se estapeando a céu aberto, antes, durante e depois das eleições municipais do último domingo.
É graticante assistirmos ao direitista Silas Malafaia - a voz de direita mais barulhenta entre o segmento evangélico - dizendo as, digamos assim, suas verdades (que também podem, eventualmente, coincidir com as nossas, por que não?) sobre o "covarde" e "omisso" Jair Bolsonaro.
A Folha de S.Paulo subiu (subir é expressão que eu acho ótima) no início da manhã desta terça (08), em seu site, uma longa entrevista da jornalista Mônica Bergamo com o pastor Silas Malafaia sobre as eleições de domingo.
Ele cai de pau, senta a pua, muquia - com gosto e estilo - o mito Jair Bolsonaro, esse covarde de carteirinha que mostra sua covardia não é de agora. Um das maiores demonstrações de covardia é ter articulado e alimentado ações golpistas, mas jamais assumido; ao contrário, fugiu para Miami no ocaso de seu desgoverno e ficou assistindo a tudo de lá, de camarote.

"Em cima do muro"
"Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores [de redes sociais]", diz o pastor, reprovando a postura do ex-presidente sobretudo em relação ao bandido Pablo Marçal e à disputa entre os candidatos do PL e do Podemos, em Curitiba.
Malafaia diz mais.
Revela que bombardeou Bolsonaro com dezenas de zaps - duríssimos, segundo o pastor -, nos últimos dias, questionando-o sobre várias questões eleitorais. Covarde, Bolsonaro não respondeu a nem um, e ainda reclamou a outro pastor que estava sendo ofendido por Malafaia.
Veja, a seguir, três momentos impagáveis da entrevista:

Um político é reconhecido por seus posicionamentos. Qual foi a sinalização que o Bolsonaro passou? "Eu não sou confiável em meus apoios políticos".
Quem vai fazer aliança com um cara que não é confiável? O que ele fez em São Paulo e no Paraná [onde se comprometeu anteriormente com alianças] foi uma vergonha.
Em São Paulo ele ficou em cima do muro. No Paraná, tendo candidato [indicado pelo PL] a vice [de Eduardo Pimentel, que concorre a prefeito], declarou para a mulher lá [Cristina Graeml, que concorria contra Pimentel] "pode usar meu nome".
Sinalizou duplamente. Gente! Isso não é papel da direita de nível maior.
Eu apoio Bolsonaro. Mas eu já disse: sou aliado, e não alienado.

****

Ontem [domingo, 6], eu mandei um "zap" [mensagem de WhatsApp] para ele: "Como você apoia um canalha que falsificou documento, que quer dividir a direita e o voto evangélico, que ora fala bem de você, ora fala mal?".
Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez [na eleição de SP]? Jogou para os dois lados.
Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse.
Que porcaria de líder é esse?

****

Eu não posso mostrar conversas minhas com ele, porque faz parte da intimidade, eu seria leviano. Mas vou dizer para você: nesses últimos 15 dias eu bati em Bolsonaro com tanta força no "zap"!
E sabe por que ele não me bloqueou? E por que não me xingou? Porque ele reconhece que eu sou um cara honesto, que eu sou um apoiador de primeira hora, que defendi ele nos momentos mais cruciais e críticos.
Ele estava chorando depressivo [na casa de praia que tem] em Mambucaba [em Angra dos Reis, no Rio], perto de ser preso. Liguei pra ele e falei: "Vai ficar chorando aí? Vamos para a rua, cara!".
Ele chorou por cinco minutos comigo no telefone antes de abrir a boca, no visor [chamada de vídeo] como estou agora com você.

****

Ele não responde (aos zaps). Ele encontrou um deputado da minha igreja e disse: "O seu pastor está me ofendendo".
E o deputado perguntou: "O senhor conhece alguém que o defenda mais que o Malafaia?". Ele respondeu: "Não. E eu tenho que me dobrar. Por isso que não respondo a ele".

Não há dúvida: em meio a essa briga, eu estou do lado da briga.
Estapeiem-se!

sábado, 5 de outubro de 2024

Jurista avalia que Marçal será cassado e, se for eleito, São Paulo terá novas eleições

Pablo Marçal levando cadeirada de Datena, durante debate na TV Cultura: agora, após
conduta criminosa, candidato fica sob o risco de ser cassado antes do primeiro turno


Pablo Marçal ultrapassou todos os limites do que se espera de um candidato e a legislação eleitoral é clara em prever a cassação de registro, diploma ou mandato, além da inelegibilidade por oito anos, para quem faz uso indevido dos meios de comunicação.

Nesta sexta (4), o candidato do PRTB divulgou um laudo médico falso apontando que Guilherme Boulos (PSOL) teve surto psicótico grave após usar cocaína.

A difusão de notícia falsa contra adversário, atingindo milhões de pessoas às vésperas da eleição, é uma conduta inaceitável, especialmente porque praticada de forma dolosa, sabendo ser falsificado o suposto documento apresentado.

Configura-se como abuso de poder e incorre em diversos crimes eleitorais. Injúria e difamação eleitorais, divulgação de fato sabidamente inverídico, falsificação de documento com fins eleitorais e associação criminosa são apenas alguns dos delitos praticados.

A Justiça Eleitoral é rápida em apurar esse tipo de comportamento. Apresentada a ação de investigação judicial eleitoral, é de se esperar uma sentença de cassação ainda antes do segundo turno, caso Pablo Marçal avance neste domingo (6).

O TSE, quando julgou o caso do ex-deputado Delegado Franceschini, firmou a jurisprudência que seria aplicada ao caso: fake news na internet com ampla repercussão leva à cassação. Uma decisão de primeira instância não o afastaria das urnas imediatamente, mas sem dúvida repercutirá na decisão de eleitoras e eleitores

Para que os votos dados a ele sejam invalidados, será necessário que a sentença seja confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, o que pode acontecer ainda antes de dezembro. Se Marçal tiver sido vencedor no segundo turno, isso impediria que fosse diplomado e tomasse posse.

Com isso, em janeiro teríamos a posse de vereadores e vereadoras e a eleição da presidência da Câmara dos Vereadores, pessoa que assumiria interinamente a prefeitura. Quando confirmada a cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), haveria convocação de novas eleições em São Paulo.

É difícil que Marçal seja preso neste momento, antes de uma ação criminal que correrá em separado. Mas parece fora de dúvida, diante da gravidade do que cometeu, que, mesmo se for vencedor, ele assuma o cargo. A condenação também o afastará da política por, ao menos, oito anos. O que incluiria duas eleições presidenciais.

É triste que a eleição da maior cidade do Brasil passe por uma situação como essa, decorrente exclusivamente do comportamento de uma pessoa irresponsável, que prefere lacrar às custas de milhões que precisam do poder público para garantia de serviços públicos e dignidade.

Leia também:

Dois bandidos num ato de banditismo. Mas bolsonaristas, entre eles jornalistas, acham que é só liberdade de expressão.


Quando dois bandidos, ambos condenados, juntam-se no mesmo covil, vocês acham que disso pode resultar o quê?
Por óbvio, só pode resultar num ato explícito de banditismo.
Esse dois bandidos que aparecem acima são Pablo Marçal (PRTB), aspirante à prefeitura paulistana, e o biomédico Luiz Teixeira da Silva Júnior.
Unidos, eles tramaram um ato de banditismo: a divulgação, nas redes sociais, de um laudo falso.
O laudo provaria que Guilherme Boulos (PSOL), candidato a prefeito de São Paulo, teria sido internado, em 19 de janeiro de 2021, para se tratar de um surto psicótico em decorrência do consumo de cocaína.
O laudo tem fortes, fortíssimos, robustos e clamorosos indícios de que é forjado. E tanto é assim que a Justiça Eleitoral já até ordenou sua retirada dos meios virtuais.
O documento foi assinado por biomédico que já morreu.
O RG de Boulos é incorreto.
No dia do alegado surto psicótico e da internação, Boulos encontrava-se desenvolvendo normalmente suas atividades. Na véspera, também. No dia seguinte, participou de um podcast.
E a clínica que emitiu o laudo é do comparsa de Marçal.
Ambos, sabe-se, já foram autores de explícitos atos de bandidos que resultaram em sentenças condenatórias.
Marçal foi sentenciado por formação de quadrilha.
Seu comparsa foi sentenciado porque forjou um diploma de curso de medicina e, acreditem, uma ata de colação de grau. Coisa de ladrão de galinha.
Mas é o seguinte: não estamos numa democracia?
Não podemos nos manifestar livremente?
Esse ato de banditismo explícito não está amparado nos direitos dos dois bandidos de se expressar livremente?
Pois é.
Essa é, digamos assim, a essência da filosofia bolsonarista, acolhida com paixão, inclusive, por muitos colegas jornalistas que amam e defendem, se for preciso até com armas nas mãos, a liberdade de expressão.
Que horror, gente!
E pensar que um desses bandidos ainda pode se eleger prefeito da maior cidades do País e uma das 10 maiores cidades do mundo!
É isso que dá uma certa meda!
Mas, repetindo, é a democracia, né?

Prisão de coronel lotado na Alepa expõe oficiais da PM do Pará em ativa militância político-eleitoral



Tem nome, sobrenome e patente um dos três homens que a Polícia Federal flagrou, no início da tarde desta sexta-feira (04), sacando R$ 4.980.000,00 em uma agência bancária no município de Castanhal, na região nordeste do Pará. O trio foi preso em flagrante e responderá por crime de associação criminosa. Um carro também foi apreendido na operação.

Trata-se do coronel Francisco de Assis Galhardo do Vale, lotado no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Pará do Pará. Em setembro deste ano, ele embolsou, limpos, exatos R$ 12.804,13 (na imagem do alto), conforme se pode comprovar no portal da transparência da Alepa, disponível para acesso público.

Na informação divulgada à Imprensa, a Polícia Federal destacou que "a investigação preliminar aponta que o dinheiro seria usado para compra de votos em favor de um político que se candidata a cargo nas eleições, no Pará."

No dia 23 de setembro passado, o Diário Oficial do Estado publicou decreto assinado pelo governador Helder Barbalho que inclui Galhardo entre os oficiais da Polícia Militar do Pará promovidos pelos critérios de merecimento e antiguidade (imagem acima).

PMs em ostensiva militância eleitoral - A prisão de Galhardo ocorre num contexto que expõe policiais militares, a maioria deles oficiais, em ativa e ostensiva militância em favor de candidatos que concorrem a cargos eletivos no pleito marcado para amanhã.

Oficiais do BPA em apoio à candidatura de Sue Mourão.
O corregedor da PM, coronel Tabaranã (o segundo,
da direita para a esquerda, ao lado da pessoa de camisa clara), também integra
o grupo: todos juntos e misturados na militância eleitoral.
O tenente-coronel Galhardo está preso no Batalhão de Polícia Ambiental. Em fotos que circulam em grupos de WhatsApp e em redes sociais, oficiais lotados no BPA aparecem envergando camisas em apoio a Sue Mourão, candidata a vereadora em Belém.

Numa das fotos, também aparece, sorridente, ninguém menos que o corregedor-geral da Polícia Militar, coronel Cássio Tabaranã Silva. Todos juntos, e misturados, parecem apoiar a candidatura de Antônio Doido.


Sue Mourão, aliás, tem outro cabo eleitoral de alta patente. Ninguém menos que o comandante-geral da Polícia Militar do Pará, Dilson Júnior, seu esposo. Num vídeo (veja acima) que viraliza alguns dias nas redes sociais, Dilson Jr. pede votos para a mulher, "uma pessoa correta, preparada, enfermeira, [que) cuida de todos nós".

Pode isso, Arnaldo?

Pode isso, comandante-geral?

Pode isso, corregedor?

Eles dirão que pode. Muito provavelmente, dirão que, momentaneamente despidos da farda, encarnam o papel de cidadãos. Nessa condição, estariam plenamente eximidos de quaisquer regulações corporativas, podendo, portanto, externar livremente suas preferências, inclusive e sobretudo as eleitorais, sob o abrigo da liberdade de manifestação, prevista constitucionalmente.

Mas há divergências.

Advogados ouvidos pelo Espaço Aberto alegam militares, mesmo sem a farda e ainda que não estejam claramente se valendo do cargo e da estrutura da corporação a que pertencem, não perdem a condição de agentes públicos sobre os quais recaem vedações para determinadas atividades, entre elas as de natureza política.

O artigo 46 do Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Pará dispõe, por exemplo, que "são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos superiores, quanto as de caráter reivindicatório ou político".

No mais, é aguarda que as poderes competentes, entre eles o Ministério Público Eleitoral, para que apreciem detidamente essas condutas, com fins de avaliar se estão albergadas pelas leis, sejam lá quais forem.

Tem outro poder, ou melhor, outra instância que também seria competente para abrir apurações. No caso, seria a Corregedoria da Polícia Militar. Mas a questão é que o coronel-corregedor também aparece numa das fotos.

E aí, quem vai apurar?

O cabo?

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Ar-condicionado nos ônibus: Justiça manda Edmilson retirar propaganda que menciona Igor Normando

Igor Normando e Edmilson Rodrigues: embate também na
Justiça Eleitoral sobre a questão do ar-condicionado nos ônibus de Belém

A Justiça Eleitoral determinou, através de liminar concedida nesta segunda-feira (30), que a campanha do prefeito Edmilson Rodrigues, candidato do PSOL à reeleição, se abstenha de veicular propaganda no horário eleitoral gratuito, acusando o candidato Igor Normando, do MDB, de ter passado sete anos sem propor melhoria nos ônibus e de ter "inventado" agora que votou contra o ar-condicionado nos coletivo para não aumentar a tarifa. A desobediência à determinação judicial implicará o pagamento de multa de R$ 5 mil por inserção, multiplicado pelo número de dias de disponibilização.

"No presente caso, conforme demonstrado, o programa eleitoral dos Representados veiculou notícia sabidamente inverídica e descontextualizada a fim de aviltar a imagem do candidato Representante, incutindo no eleitorado uma falsa ideia de que promoveria aumento das passagens de ônibus, elevando o custo do transporte de R$ 4,00 para R$ 8,00 ", escrevem os advogados Mauro César Santos e Kassiana Renê Gomes na representação por propaganda irregular proposta contra a campanha de Edmilson.

A juíza Reijjane Ferreira de Oliveira. que expediu a liminar, também determina às emissoras de rádio que suspendam a veiculação da peça de propaganda, sob pena de suspensão da programação normal da emissora por 24 horas, podendo ser duplicado em caso de reiteração da conduta.

A magistrada diz que, em análise superficial, os fatos expostos pelos advogados de Normando "desaguam em cabal e irrefutável irregularidade. No caso dos autos, a discussão encontra-se em propaganda com '[...] notícia sabidamente falsa, descontextualizada da realidade dos fatos e claramente ofensiva à sua honra.'

sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Rejeição e debandada fazem bater o desânimo no entorno da campanha de Edmilson


Bateu mesmo uma clima, digamos assim, de quase desistência no entorno da campanha do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), que disputa a reeleição.
É que a debandada de militantes, sobretudo os petistas, tem se acentuado a cada dia, principalmente a partir do momento em que as últimas pesquisas eleitorais de pelo menos três institutos detectaram o aumento assombroso dos índices de rejeição de Edmilson, hoje por volta dos 74%.
Os dissidentes correm, todos juntos e misturados, para o aprisco do candidato barbalhista Igor Normando (MDB), que, de acordo com a pesquisa Quaest, divulgada no último final de semana, aparece com 42% das intenções de votos, um salto estratosférico de 21 pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
Os números da Quaest, aliás, foram uma espécie de balde de água fria nas esperanças de um pequeno núcleo da esquerda que ainda apostava na capacidade de reação da candidatura Edmilson. Mas o desânimo se disseminou, sobretudo, diante dos números relacionados ao potencial de votos e da rejeição, conforme se vê na imagem acima, capturada de matéria divulgada pela TV Liberal.
De qualquer forma, e para não dizerem depois que jogaram a toalha antes do jogo terminar, os psolistas mais fiéis a Edmilson ainda acham possível suplantar o candidato bolsonarista, Delegado Éder Mauro, segundo colocado, mas que vem dando sinais esquisitos nesta reta final de campanha.

Ausência em entrevista
Ele não foi, por exemplo, à sabatina da TV Liberal, que aconteceria nesta quinta-feira (26), e só avisou que não compareceria já em cima da hora, na quarta à noite, por e-mail. Até agora, não se sabe se Éder Mauro estará na TV Liberal no dia 3 de outubro, data em que as afiliadas da Globo, como tradicionalmente acontece, promoverão debates com os candidatos em todas as capitais.
Edmilson, conforme especulam alguns bolsonaristas, poderia estar, com essa conduta, apenas tentando marcar posição, ao externar sua insatisfação diante da Globo, execrada - também e sobretudo - pela direita extremada.
A se confirmar essa versão, no entanto, seria uma atitude no mínimo errática e arriscada para um candidato que, aparecendo em primeiro nas aferições pré-eleitorais, começou a derreter durante a campanha.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

A overdose das bets é a cara do Brasil, um país de malucos


"O Brasil não é para amadores."
Foi Tom Jobim quem disse isso? Dizem que foi.
Independentemente de quem o disse, a máxima é inquestionavelmente verdadeira.
Mas também há autor anônimo que também definiu o Brasil como "um país de malucos".
Esse anônimo também está certo.
Porque o Brasil, não tenhamos dúvidas, é um país de malucos.
Vejam a maluquice que está rolando sobre essas bets e os chamados cassinos on-line.
Está tudo regulamentado, meus caros.
Tudo preto no branco.
trocentas portarias e outros atos administrativos regulando essa jogatina, além, é claro, da chamada Lei das Bets, em vigor desde dezembro do ano passado, mas ainda não inteiramente regulamentada, além de ser alvo de uma ação de declaração de inconstitucionalidade proposta pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

R$ 20,8 bi só em agosto
E aí, qual a maluquice que cerca esse, digamos, arsenal regulatório.
É que as partes responsáveis pela regulação - especificamente o Executivo e o Legislativo - já estão arrependidos, mal difarçando a intenção de voltar atrás e desfazer tudo o que fizeram.
Por quê?
Porque já se constatou que, conforme era amplamente esperado, que a jogatina está enchendo as burras das bets e dos cassinos on-line com bilhões. Isto mesmo: bilhões de reais.
O volume mensal de transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas on-line variou entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões neste ano, conforme estimativas do Banco Central (BC).
Apenas em agosto, em agosto, o volume mensal das apostas on-line é de R$ 20,8 bilhões, contra R$ 1,9 bilhão de arrecadação de todos os sorteios de loterias da Caixa Econômica Federal.
Resultado: as próprias bets estão propondo antecipar para próxima terça-feira (1º de outubro) a proibição do uso do cartão de crédito para apostas on-line, o que deveria ocorrer apenas a partir de janeiro de 2025.

Bet, bet, bet, bet... Só dá bet!
Era inevitável esse cenário aterrador com o qual nos deparamos agora.
Porque é bet pra todo lado.
É anúncio de bet no celular.
É anúncio de bet na redes sociais.
Nas TVs, abertas e fechadas, só dá bet.
Nas emissoras de rádio, também.
Jornais impressos, a mesma coisa.
Nos portais, idem.
Nas inserções monetizadas dos influencers, idem, idem.
É uma overdose de bets.
Essas crianças inocentes que regulamentaram os jogos e apostas virtuais queriam mesmo o quê?
Que uma overdose dessa amplitue não fosse capaz de estimular a jogatina ao ponto de chegar-se ao enorme risco de elevar incontrolavelmente o endividamento das famílias num nível inédito e intolerável?
Era isso que esperavam?
Só mesmo no Brasil, um país de malucos.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

A arte jornalística de fazer com que criminosos sejam chamados de "torcedores"


Todos viram isso daí, nesta segunda (23), no início da tarde.
Na Almirante Barroso, na região entre as Travessas das Mercês e da Curuzu, em São Brás, grupos se enfrentavam no meio da rua.
A céu aberto.
Em plena luz do dia.
Portais jornalísticos de um modo geral, esmerando-se na linguagem técnica e imparcial, digamos assim, nominaram os envolvidos na briga como integrantes de organizadas, assim conhecidos grupos de torcedores de Remo e Paysandu.
Eis a arte jornalística de fazer com que criminosos sejam tratados de outra forma.
Porque as ditas organizadas, desculpem aí, nunca foram e nem serão grupos de torcedores.
Sempre foram e sempre serão gangues de criminosos.
De criminosos travestidos, isso sim, de torcedores. Ou vice-versa.
Nesta terra de ninguém, nesta terra sem lei como às vezes Belém se parece, até sentença transitado em julgado (ou seja, que não admite mais recursos), determinando a extinção pura e simples dessas gangues, já foi solenemente desrespeitada.
E as gangues continuam por aí, lépidas e fagueiras, aterrorizando todo mundo.
Por que continuam?
Porque se regalam com muitas complacências, como a da linguagem técnica e imparcial e, sobretudo e principalmente, com a complacência dos próprios dirigentes de clubes, que admitem, ora vejam só, ouvi-los atenta e educadamente nos momentos em que os times não vão muito bem nas competições que disputam.
Com tantas complacências, é impossível que a impunidade não triunfe.
E tanto é assim que, num dos textos publicados em jornal desta terça (24), o repórter registra que um dos 239 criminosos detidos nas arruaças de ontem deixou-se fotografar sorrindo ironicamente, expressando a certeza de que logo, logo estará na rua - ou no campo de batalha -, soltinho e livre para fazer novamente tudo o que fez e não poderia ser feito.
É assim, exatamente assim, que a impunidade alimenta essas ações criminosas.

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Debate em São Paulo tem Edmilson Rodrigues como referência e condenado se exibindo como lorde



A gestão do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, único do PSOL a governar uma capital do Brasil, acabou não propriamente no Irajá, mas como uma referência - nada edificante, convenhamos - no debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo, que o SBT promoveu nesta sexta-feira (20).
A bolsonarista Marina Helena (Novo) perguntou a Ricardo Nunes (MDB) sobre o fato de o governo Edmilson Rodrigues ser o pior avaliado em todo o País e de ter inchado seu gabinete, segundo ela, com mais de 660 contratações. A intenção - nada oculta - do questionamento era fustigar Guilherme Boulos, o psolista que também concorre ao cargo de prefeito paulistano.
Com isso, Marina Helena pretendeu ressaltar seu posicionamento de que os gestores devem se empenhar na correta aplicação do dinheiro público, evitando privilegiar o que ela classificou de "parasitas", para investir em áreas essenciais, como saúde e educação.
Veja, no vídeo, o momento da pergunta da candidata do Novo.

De bandido a lorde
No mais, o debate revelou Pablo Marçal - o bandido condenado em primeira instância por sentença judicial, que se apresenta como o candidato "antissistema" - como um lorde, um estadista, um personagem disposto a, como ele mesmo disse, exibir uma postura de governante e expressar ao público apenas e tão somente suas propostas.
Esse Pablo Marçal, o lorde, é muito, mas muito diferente daquele que se excedeu a tal ponto nos deboches, nas molecagens, nas mentiras e nas indiscrições que acabou levando uma cadeirada do tucano José Luiz Datena no debate da TV Cultura, no último domingo (15).
Esse novo Pablo Marçal, o lorde, foi parido a partir de um fato evidente: a estagnação de seu nome entre as intenções de voto, segundo as pesquisas, e o crescimento estratosférico de sua rejeição, hoje no patamar de 47%, conforme a aferição do Datafolha publicada nesta quinta (19). Inclusive, a rejeição subiu três pontos depois da cadeirada que levou.
Não duvidemos se, nos próximo debates, que ainda serão dois ou três, Marçal aparecer com suco de maracujá para servir a todos os concorrentes, inclusive a Datena, que, também ele, virou um príncipe, um exemplo de educação no debate do SBT.
Vão vendo!

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Marçal queria levar só um tapa. Levou uma cadeirada!

José Luiz Datena, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, é um cavalo de duas patas.

Seu histórico de grosseria, machismo, descontrole e cavalice explícitos é notória e amplamente conhecido. Já foi protagonista de truculências, inclusive, contra colegas de trabalho.

Pablo Marçal (PRTB) é um energúmeno de marca maior. É um debochado e mentiroso, qualidades que o tipificam como bandido condenado por sentença judicial. É o protótipo do bolsonarista excrementoso e idiota, daí tratar seus pretensos eleitores como idiotas.

Quando se confrontam, no mesmo picadeiro, um cavalo de duas patas e um bolsonarista excrementoso, vocês acham que vai terminar como? Um apertando civilizadamente a mão do outro? Ambos trocando flores? Ambos fazendo reverências ao talento um do outro?

Claro que não.

De um confronto com atores como esses dois personagens, só pode resultar o que todos vimos na noite deste domingo (15): agressões verbais e provocações explícitas e intoleráveis de um, no caso Marçal, e a reação do outro, Datena, golpeando o opositor com uma cadeirada.

Assisti ao debate do início ao fim.

Para quem assistiu, era visível a intenção de Marçal de provocar os adversários, sobretudo Datena, que ele, Marçal, sabe ter pavio curto.

Mas é muito provável que o candidato do PRTB tenha calculado que, no máximo, poderia levar apenas um tapa de três dedos do tucano. Como também é muito provável que ansiasse por isso para, depois, fazer o que está fazendo: posar de vítima que se sacrificou pela democracia e pela liberdade de expressão.

Mas o bolsonarista excrementoso calculou mal: acabou levando uma cadeirada que o atingiu numa da costelas.

Sem dúvida, foi assustadora e deplorável, sob todos os aspectos, a cena que marcará para sempre não apenas o debate promovido pela TV Cultura, mas todos os debates já ocorridos neste período democrático no Brasil.

Mas, como já se disse, a cena era mais do que previsível, considerando-se os espécimes envolvidos.

Perdeu a civilidade democrática.

Ganhou o mundo dos memes, área em que os brasileiros, aqui pra nós, são imbatíveis.

Sigamos!