sábado, 8 de outubro de 2022

Um colosso nas ruas de Belém. Quase um Círio fazendo o percurso contrário?

A Trasladação deste sábado (08) à noite foi simplesmente colossal.
E não sei se estaria cometendo uma heresia, mas, se estiver, já me penitencio: parece até que, ano após ano, a Trasladação cresce tanto que já está parecendo praticamente um Círio fazendo o percurso inverso, ou seja, da Basílica à Sé.
Isso tudo, porém, são apenas impressões.
Mas não é impressão dizer-se que o Círio, a romaria em si e no conjunto das 13 procissões, é algo incomparável.
É algo como descrito na música "Eu Sou de Lá", do Padre Fábio de Melo:

Pois há de ser mistério agora e sempre / Nenhuma explicação sabe explicar. / É muito mais que ver um mar de gente / Nas ruas de Belém a festejar
É fato que a palavra não alcança / Não cabe perguntar o que ele é / O Círio ao coração do paraense / É coisa que não sei dizer... / Deixa pra lá

As fotos abaixo são do Espaço Aberto.










Bolsonaro, o embusteiro, usa o Círio para fazer proselitismo político. O que isso tem a ver com Janja?

Como faço há trocentos anos, acompanhei na manhã deste sábado (08) - ensolarada e calorenta, típica de uma Belém no mês de outubro - a Romaria Fluvial.

Uma experiência sempre comovente. Idescritivelmente emocionante.

Eu me encontrava no navio Rondônia.

Até que, já por volta das 11h, todos nos deparamos ao nosso lado, bem perto, com a corveta H37 - Garnier Sampaio, que conduzia a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.

Até então, reinava no barco o espírito de paz, concórdia e amor transbordante, que, aliás, estão em sintonia com o Círio.

Pois a emoção de ver a Santinha assim tão de perto foi repetinamente quebrada por brados, urros, aplausos e impropérios. Tudo ao mesmo tempo.

É que, na mesma corveta H37, acenando para os passageiros do Rondônia, estava Jair Bolsonaro.

Ao mesmo tempo em que muitos de seus simpatizantes o aplaudiam, outros tomaram-se de fúria. Uma moça, ao meu lado, esbraveja xingamentos em altos debibéis, condenando os que, segundo ela, se aproveitavam do Círio para fazer proselitismo político.

Resultado: todos os que tinham pedido perdão dos seus pecados até 1 minuto antes voltaram a pecar de novo - e muito -, dominados pelo ódio.

Resumo da ópera: Bolsonaro, esteja onde estiver, é o caos.

Esteja onde estiver, Bolsonaro é a confusão, o ódio, a empulhação, o embuste, a ignorância,  a insensatez, a ousadia criminosa.

É isso que esse cidadão desperta.

O elemento foi parar a bordo da corveta H37, onde se encontrava, evidentemente, toda a alta hierarquia da Igreja Católica no Pará, poucas horas depois de a Arquidiocese de Belém ter divulgado a nota acima, afirmando explicitamente não ter convidado nenhuma autoridade, inclusive em nível federal, para ingressar na Corveta Garnier Sampaio, mas ressalvando que a responsabilidade pelo controle do acesso de qualquer pessoa à embarcação é da Marinha.

Daí se conclui facilmente que Bolsonaro, espertamente, mandou a Marinha admiti-lo como convidado na própria corveta que conduz a Imagem Peregrina e, com isso, exibiu-se fazendo seu proselitismo político-eleitoral, em franca afronta à própria Igreja Católica e aos católicos do Pará.

Bolsonaro, mesmo como presidente e como candidato, estaria proibido de acompanhar o Círio? Claro que não. Mas que o fizesse em ambiente ou através de meios que, de nenhuma forma, o vinculassem à Igreja Católica.

Por exemplo: não haveria o menor problema em Bolsonaro alugar, à expensa de sua campanha, uma canoa, um jet ski, uma lancha para 550 pessoas, uma jangada, seja lá o que fosse. Bolsonaro, se quisesse, poderia até fazer um Círio só pra ele e para os bolsonaristas que o seguem. Mas nada o autorizaria constranger - espertamente, audaciosamente, irresponsavelmente - a Igreja Católica, embarcando na mesma embarcação em que estava a alta hierarquia da própria Arquidiocese, que já rejeitara, antecipadamente, qualquer tentativa de usar a maior festa dos católicos paraenses para fazer proselitismo poítico-eleitoral.

Agora, o mais deplorável, inacreditável e risível, para não dizer ridículo, é bolsonarista alegando ser contraditório os mesmos que condenam Bolsonaro a se portar assim durante o Círio não adotarem o mesmo juízo em relação a Janja da Silva, mulher de Lula, que estará em Belém - se é que já não está - para participar da romaria.

Parem com isso. Essa é uma comparação completamente estapafúrdia, idiota e imbecil (não sei se fui claro o suficiente).

Por quê?

Pelo simples fato de que, a menos que o mar vire sertão e um bolsonarista fanático seja capaz de articular lé com cré, a mulher de Lula não estará em corveta da Marinha, não vai dentro da corda, não estará no interior de veículo da diretoria da Festa - nada, enfim. Ao que se sabe, ela participará como cidadã - ou no meio da procissão ou assistindo de algum apartamento que fica no percurso da romaria ou na Varanda da Fáfá, sabe-se lá.

Agora, convém esperarmos para ver como será a conduta de Janja na procissão.

Isso é fazer proselitismo político? Claro que não. Porque nem Janja, nem ninguém, pode ser interditado de participar do Círio, da mesma forma como Bolsonaro não estaria proibido de fazê-lo na condição de cidadão.

Mas vocês sabe como é: para sustentar o mito que cerca a figura nefasta e debochada de Bolsonaro, o bolsonarismo é capaz de dizer até que o mar, em verdade, é um sertão.

Por isso, o bolsonarismo não se assusta com o caos, a confusão, o ódio, a bagunça e a irresponsabilidade.

Porque Bolsonaro é o caos, a confusão, o ódio, a bagunça e a irresponsabilidade.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

"Se o presidente ganhar a eleição, cada um vai ter 200 contos no bolso", promete bolsonarista a empregados de sua empresa, em São Miguel do Guamá

A Polícia Federal indiciou um empresário dono de três cerâmicas sediadas no município de São Miguel do Guamá, na região nordeste do Pará. Ele aparece num vídeo propondo comprar votos de colaboradores de suas empresas. É a Operação “Duzentão”, que cumpriu mandado de busca e apreensão nesta quinta e sexta-feira (06 e 07/10), para prevenção e o combate aos crimes eleitorais, com apoio do Ministério Público do Trabalho e auditores fiscais do trabalho.

Num vídeo (veja acima, do qual o blog extraiu a imagem ao lado) distribuído pela PF, o homem, identificado como Maurício Lopes Fernandes Júnior, o “Da Lua”, dono da cerâmica Modelo, aparece prometendo a empregados de sua empresa pagar R$ 200 (daí o nome da operação) a qualquer um deles, no dia seguinte ao segundo turno, desde que votassem no presidente Jair Bolsonaro, candidato do PL à reeleição.

O empresário já assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), proposto pelo Ministério Público do Trabalho PA-AP (MPT) e terá de pagar R$ 150 mil. Desse total, R$ 50 mil serão destinados ao custeio de campanha de conscientização política direcionada aos empregadores, por meio das principais emissoras de rádio do Estado do Pará; e R$ 100 mil direcionados a projetos sociais a serem indicados.

"Em nem sei aqui nem todo mundo é Lula, não sei está dividido, metade com metade. Eu só sei o seguinte: nós tem que se unir (sic) pra que o Lula não ganhe", afirma Fernandes. Ele considera que a vitória de Lula representaria um risco para a sobrevivência das empresas e avisa que "eu sou um que tenho três cerâmicas aqui e já vou fechar as três se ele [o candidato do PT] ganhar."

Por fim, "Da Lua" faz uma proposta explícita a todos os colaboradores, diretos ou indiretos, de suas empresas, com carteira assinada ou não: "Se o presidente ganhar a eleição, cada um vai ter 200 contos no bolso e é só vir aqui na cerâmica receber, no outro dia de manhã".

O investigado foi ouvido pelo delegado chefe da operação, admitindo que era ele no vídeo. Por haver indícios de autoria e materialidade, foi feito o indiciamento por condutas relacionadas a crimes eleitorais. O empresário responderá em liberdade. Também foram ouvidos trabalhadores, que confirmaram a hipótese criminal de compra de votos, mas não a ameaça de demissão em caso de insucesso do candidato apoiado no pleito.

A Operação “Duzentão” obteve mandado de busca e apreensão, além de quebra de sigilo de dados. Foi feita análise de documentos no local, não sendo necessária a apreensão.

Mesmo após o primeiro turno das eleições, a Polícia Federal continua a prevenção e o combate aos crimes eleitorais que possam vir a interferir na livre manifestação dos votos para o segundo turno das eleições de 2022. Na última terça-feira (04/10), a Polícia Federal já havia realizado a Operação Feira Livre, para apurar a suposta compra de votos por cestas básicas no município de Vigia, nordeste do Estado.

Ressalta-se a importância da participação da sociedade ao denunciar situações que possam interferir na livre manifestação do voto, dentre outros crimes eleitorais. O telefone do plantão da Polícia Federal funciona 24 horas por dia no número 3214-8014.

Com informações da Comunicação Social da SR/PF/PA

Procissão do Traslado nas ruas de Belém. É Círio mesmo - nas veias e na alma!

Vejam aí.

A Procissão do Traslado, a mais longa das 13 romarias do Círio, que saiu pouco depois da 8h da Basílica Santuário e percorrerá, nesta sexta (07), 50 quilômetros até chegar, no início da noite, à Igreja de Nossa Senhora das Graças, em Ananindeua, onde a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré pernoitará.

As imagens abaixo do Espaço Aberto, foram colhidas na Magalhães Barata, entre 14 de Março e Alcindo Cacela.

Em apenas um quarteirão, um resumo do Círio: a Santinha emoldurando bikes, manifestação contra o trabalho infantil, a fachada do Gentil pronta para a Missa da Trasladação, amanhã, e milhares (mas milhares, mesmo) de ciclistas.

Aliás, neste ano, a Ciclo Romaria está marcada para o dia 15, mas acho que, a rigor, temos praticamente uma Ciclo Romaria dentro do Translado. Ou seja, uma procissão dentro da outra.

É Círio, gente!

É Círio, nas veias e na alma!










quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Bolsonaro anuncia que estará na Romaria Fluvial. Preparemo-nos, portanto, para um (possível) embuste.

Jair Bolsonaro em motociata. A Moto Romaria, que ele saiba desde logo, não
terá apenas seus simpatizantes. Registre-se logo esse fato!

Bolsonaro, segundo se anuncia, virá a Belém para participar, neste sábado (08), da Romaria Fluvial.

Não há detalhamento sobre sua agenda na cidade, enquanto estiver aqui.

Mas, sendo quem é, um elemento sem o menor bom senso, sem o menor pudor e sem a menor compostura, não se descarta que Bolsonaro, tão logo se encerre a romaria fluvial, enfie suas fuças na Moto Romaria, a homenagem tradicional que os romeiros prestam a Nossa Senhora de Nazaré, logo depois que a Imagem Peregrina chega à escadinha.

E também sendo quem é, um embusteiro de primeira categoria e um mentiroso compulsivo, não se descarta que Bolsonaro, logo depois, divulgue sua imagem em meio à Moto Romaria e diga que os milhares de motoqueiros estão na sua (dele, Bolsonaro) motociata.

É certo que o cidadão aventurar-se nesse embuste é um enorme risco para a sua própria segurança, eventualidade que, espera-se, esteja nos radares do esquema de segurança presidencial.

Isso porque, nas motociatas de Bolsonaro, os seguidores são apenas e tão somente seus simpatizantes.

Mas, se o elemento intrometer-se na Moto Romaria, deve saber que ali estarão apoiadores de outros candidatos.

Mas isso é apenas uma ponderação racional, daí precisarmos esperar para conferirmos como é que esse elemento vai se portar numa festa cujos participantes, aos milhares e milhares, costumam rejeitar tentativas de protagonismo político com fins eleitorais, qualquer que seja o candidato - de PT, de PL, de MDB, de qualquer partido ou ideologia.

Mas, em se tratando desse exemplar de prudência, de compostura, de pureza d'alma, de incorruptibilidade e patriotismo, devemos aguardar.

Aguardemos, pois.

A Doca sob os esplendores do Círio do reencontro

A decoração da Doca, inaugurada na noite desta quarta-feira (05), está, reconheçamos, digna deste Círio do reencontro, o primeiro depois da pandemia.

E, neste ano, tem uma novidade: a réplica da fachada da Basílica, diante de um toldo iluminado, bem parecido com o que é instalado no CAN duranque a quadra nazarena.

As fotos são do Espaço Aberto.









quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Produtor rural e defensor do agronegócio, ex-deputado anuncia que votará em Lula no segundo turno


Político dos mais experientes, com base eleitoral no sul do Pará e voz historicamente ativa e altiva em defesa do agronegócio, o ex-deputado federal Giovanni Queiroz, que nestas eleições obteve 38.478 votos e não conseguiu se eleger, gravou um áudio em que declara, sem meias-palavras, que acompanhará seu partido, o PDT, e votará em Lula no segundo turno.
Queiroz, que também já foi deputado estadual e exerceu cargos no Executivo, gravou o áudio após ser provocado - de forma civilizada, mas incisiva - por um produtor rural. Muito embora dizendo-se admirador da "carreira política ilibada" do ex-deputado, o homem gravou um vídeo em que aparece, ao fundo, uma fazenda do pedetista.
"O senhor é produtor rural, fazendeiro, gera um bocado de emprego, o senhor vai apoiar Lula? Não acredito, não. Só depois que eu ver (sic), doutor Giovanni. Se manifesta aí, bebê. Somos Bolsonaro, viu? Hum!", encerra o produtor rural, exibindo um dos punhos fechado.
Pois o bebê se manifestou. Reconheceu que é, sim, produtor rural. Mas alinhou, brevemente, uma série de razões que justificam sua opção por Lula no segundo turno. Entre os motivos para apoiar o petista, Giovanni Queiroz lembra a questão das rachadinhas - que destrói o mito sobre a incorruptibilidade de Bolsonaro e dos filhos -, menciona aliados do presidente, vários respondendo a denúncia por corrupção, e encerra afirmando acusando o presidente de nada ter feito pelo setor produtivo rural.
Assista, no vídeo, às interpelações do produtor rural e à resposta de Giovanni Queiroz.

Primeira romaria oficial do Círio deve reunir cerca de 10 mil pessoas, nesta quarta à noite

O Traslado dos Carros, em 2019, antes da pandemia, última vez em que a romaria saiu às ruas.
(Foto Salim Wariss - Ascom Guarda de Nazaré)

Cerca de 10 mil pessoas estão sendo esperadas, nesta quarta-feira (05) à noite, na primeira romaria oficial do Círio 2022, o Traslado dos Carros. A procissão começa às 20h, com concentração em frente à Basílica Santuário. Em 2019, último ano da realização do Traslado dos Carros, o público participante foi estimado em 3 mil pessoas.

A procissão terá a participação da Imagem Peregrina no carro berlinda pela primeira vez, com decoração de Djan Slaviero. Saindo da Basílica Santuário, seguirá pela avenida Nazaré, travessa 14 de Março, travessa Antônio Barreto, avenida Visconde de Souza Franco (Doca), rua Marechal Hermes, praça Pedro Teixeira e galpão da CDP, percorrendo cerca de 5 km, em duas horas de procissão.

Em dezembro de 2019, a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e a Arquidiocese de Belém anunciaram o Traslado dos Carros como a 13ª Romaria Oficial do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. A ideia da nova procissão foi sugerida pelo arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, juntamente com a Diretoria. Segundo o coordenador do Círio 2022, Antônio Salame, “a escolha foi por já atrair um grande número de devotos em oração e preparação para o Círio e pelo que os carros representam dentro de todos os símbolos da festa”.

Os carros estão em exposição em frente à Basílica Santuário desde às 7h.  “Esperamos um número maior de pessoas este ano, principalmente por ser a primeira procissão nas ruas após dois anos”, conta Antônio Sousa, diretor de procissões. Nesta procissão são transportados o Carro de Plácido, Barca dos Escoteiros, Barca Nova, quatro Carros dos Anjos, Cesto de Promessas, Barca com Velas, Barca Portuguesa, Barca com Remos, Carro Dom Fuas, Carro da Saúde e Carro da Sagrada Família.

Com informações do portal do Círio de Nazaré

Prefeitura gasta R$ 430 mil para recuperar calçamento da Praça Batista Campos. Em sete meses, já são novos 280 buracos.

A Praça Batista Campos, um dos locais mais aprazíveis de Belém, apesar de incluir-se entre os tantos e abandonados logradouros da cidade, transformou-se numa exposição, a céu aberto, sobre o nível de eficiência dos gastos públicos.

Em dezembro de 2021, o governo Edmilson Rodrigues informou, em notícia estampada na Agência Belém, sob o título Prefeitura de Belém realiza manutenção das calçadas da praça Batista Campos (clique aqui para ler), que estava recuperando o calçamento da praça a um custo superior a R$ 400 mil.

Diz o lead (abertura) da matéria (confiram na imagem ao lado): Os frequentadores e permissionários da praça Batista Campos acompanham o início dos serviços para corrigir os pontos danificados da calçada. O serviço realizado pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), consiste na retiradas das pedras onde o piso está danificado e recolocação de novas pedras ou reaproveitamento, além de novo rejuntamento. A previsão de conclusão da obra, que tem o custo de R$ 434.405,70, é até o dia 15 de janeiro.

Os trabalhos não foram concluídos em janeiro, como previa a matéria, mas em fevereiro passado. Há menos de duas semanas, portanto cerca de sete meses após a conclusão das obras, leitor do blog que costuma caminhar na Batista Campos deu-se ao trabalho de contar o paliteiro em que voltou a se transformar a praça. Contou, bem contados, 287 buracos. E não só contou, como fotografou quase todos. Algumas fotos estão aí em cima - numa espécie de mosaico -, e só algumas, porque não haveria sentido em publicar todas.

Na mesma matéria disponível na Agência Belém, lemos um parágrafo dizendo assim: De acordo com a arquiteta da Seurb, Márcia Miranda, fiscal da obra, o trabalho é minucioso e artesanal, com a reposição de novas pedras, uma a uma, onde há falhas no calçamento do local. Depois de assentadas, as pedras recebem a aplicação de um tipo de argamassa para evitar que elas se soltem novamente.

Como se lê, o trabalho de recuperação foi feito de forma minuciosa e artesanal.

Vocês imaginem, então, como estaria a praça se o trabalho não tivesse sido feito assim.

terça-feira, 4 de outubro de 2022

Janja deve participar do Círio, no próximo domingo

A menos que o mar vire sertão, ou que Bolsonaro consiga passar um dia sem mentir, Janja Silva, mulher de Lula, será presença garantida na Trasladação e no Círio de Nazaré, no próximo final de semana.

O próprio ex-presidente já revelou que foi convidado por Helder para vir ao Círio, mas não poderá. Garantiu, no entanto, que Janja estará presente.

Aliás, nesta terça-feira (04), Lula fez essa postagem aí no Twitter, em que confessa sua vontade, ainda não satisfeita, de participar da maior romaria dos paraenses.

Ex-senador paraense disputa em São Paulo e obtém votação equivalente à de vereador de Afuá


As eleições de 2022 estão, literalmente, pulverizando de vez a carreira política de vários personagens.
Luiz Otávio Campos, por exemplo.
Campos, que o Pará inteiro sempre conheceu como Pepeca, já foi deputado estadual, chegou a presidir a Assembleia Legislativa, foi eleito senador e ocupou cargos executivos em diversos governos, inclusive no de Dilma, que lhe nomeou, em 2015, secretário-executivo da Secretaria de Portos.
Pois agora ele tentou uma vaga para deputado federal em São Paulo, disputando pelo MDB.
Obteve irrisórios 512 votos. É um pouco mais do que a votação obtida, em 2020, pelo vereador eleito com a menor votação (310 votos) em Afuá, município do Marajó.
À Justiça Eleitoral, Pepeca declarou um patrimônio de apenas R$ 268.518,64, integrado por um 
Toyota Corolla 2016, 554 ações da Tele Norte Leste Participações S/A e um apartamento em Salinópolis.
Mas tem um detalhe - nada desprezível, para quem declarou um patrimônio dessa dimensão: o ex-senador, justiça se faça, tocou sua campanha a custo zero, zeríssimo. Não recebeu um centavo sequer de ninguem, nem dele mesmo. E, obviamente, não teve nenhuma despesa. Tudo zerado.
Em janeiro de 2020, Pepeca chegou a ser preso pela Polícia Federal durante a Operação Fora do Caixa, referência ao recebimento de recursos eleitorais não contabilizados.
Durante a investigação foram encontrados indícios que pelo menos um dos pagamentos foi realizado em endereço ligado a parentes do ex-senador citado por executivos da Odebrecht. Os crimes sob investigação foram de falsidade ideológica eleitoral (Caixa 2), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A investigação começou no Supremo Tribunal Federal, mas houve declínio de competência para Justiça Eleitoral em Belém, que o STF entendeu como a competente para processar e julgar crimes comuns em conexão com crimes eleitorais.

Ciro anuncia apoio ao "chefe de quadrilha". E agora, o que vai fazer?

Então pronto!

Aí está.

Ciro acaba de anunciar que vai apoiar o chefe de quadrilha, qualificação que ele colou na cara de Lula durante debates que precederam o primeiro turno.

Ciro não é propriamente uma bomba prestes a detonar. Ele é, em verdade, uma bomba atômica em permanete detonação.

Mas é inteligente, loquaz e muito virulento no linguajar.

Ao anunciar o apoio, observem no vídeo, ele sequer cita o nome de Lula.

Falou mais dele mesmo e nada do candidato que supostamente vai apoiar.

Por que digo supostamente?

Porque gostaria de saber o seguinte.

Qual a substância do apoio de Ciro a Lula?

Vai limitar-se a esse pronunciamento aí, de pouco mais de 2 minutos?

Ciro vai para as ruas?

Será que vai mesmo arregaçar as mangas para ajudar a derrotar Bolsonaro?

Sabe-se lá.

Mas uma coisa eu sei: se Ciro limitar-se a isso aí, é melhor que vá logo embora pra Paris novamente.

Porque, se ficar nisso aí, é como se nada tivesse feito.

Já Zema, que também garantiu apoio a Bolsonaro, com certeza estará nos palanques ao lado do novo aliado.

E Ciro, vai fazer o mesmo em favor de Lula?

Eu aposto que não.

Mas se vocês apostam que sim, parabéns!

E façam bom proveito de Ciro.

Só para identificar grupos de 100 votantes, seções eleitorais podem ter levado quase 1 hora

Especialista em filas, que foi votar no último domingo num colégio no bairro de Fátima, entreteve-se, enquanto esperava interminavelmente para ingressar na dita cabina indevassável onde fica a urna, em cronometrar o tempo em que os votantes eram habilitados pelos mesários do TRE.

Por habilitar entenda-se o processo, sabidamente simples, de o mesário colher a identificação digital, após o votante apresentar seus documentos e ter o nome checado na lista.

Pois esse procedimento todo, mediu o fileiro, levou em média 30 segundos.

E daí?

E daí que, na seção do informante do blog, os mesários chamavam os votantes de forma que, durante os 30 segundos que levavam para se identificar, a urna encontrava-se sem ninguém.

"Resolver esse problema seria muito simples, bastando apenas que os mesários imprimissem um ritmo em que, no momento em que uma pessoa estivesse votando, mais duas ou três já estivessem sendo identificadas pelos mesários", sugere o leitor do blog.

Como ele acrescenta, "não é nada, não é nada, se para cada eleitor foram consumidos 30 segundos antes de votar, num grupo de 100 isso resulta em quase 50 minutos", um tempo considerável que pode ter contribuído para o atraso no encerramento dos trabalhos em muitas seções, obrigando-as a estender a votação além das 17h, fato que ocorreu não apenas no Pará, mas em vários estados do País.

E como todas as seções deve ter mais de 100 eleitores, o tempo gasto para esse procedimento simples foi além de 1 hora, certamente.

Haja demora pra votar!

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Bolsonaro continua o mesmo. Mas o bolsonarismo foi o grande vencedor destas eleições.

Bolsonaro durante a pandemia: sua conduta sempre excrementosa não pode
esconder o fato de que o bolsonarismo foi o vencedor das eleições deste domingo

É fato: Bolsonaro continua a ser aquele que sempre foi - fascista, debochado, misógino, apologista de torturas, excrementoso e incompetente. Em resumo: o pior presidente em cinco séculos de história do Brasil.
Mas também é fato: o bolsonarismo - não Bolsonaro, mas, repita-se, o bolsonarismo - foi o grande vencedor das eleições deste domingo (02).
A escolha de cerca de 100 deputados federais, de 14 novos senadores e da maioria dos novos governadores que abraçam o bolsonarismo representam uma demonstração avassaladora e eloquente de que a direita, mesmo com a derrota de Bolsonaro para Lula no primeiro turno, por um diferença de 6 milhões de votos, começa a deixar de ser uma horda que se alimentava puramente do antipetismo para assumir uma feição de campo político um pouco mais orgânico, disposto a mobilizar-se com unidade e coerência para disseminar valores ora conservadores, ora reacionários, ora fascistas - mas todos, inegavelmente, de direita.
Nesse contexto, ainda que Lula seja o próximo presidente, seu desafio para governar será imenso.
Muito maior do que nos seus dois primeiros governos.

E Ciro? Vai apoiar o "chefe de quadrilha" ou o "nazista filho da p..."?

Ciro Gomes: ele sempre paga o alto preço de suas exasperações

É mais quem quer saber, e com muita razão, o que Ciro Gomes vai fazer no segundo turno.

Vai de novo pra Paris?

Vai apoiar, ainda que criticamente, Lula?

Vai apoiar Bolsonaro, com quem, muitas vezes, fez tabelinhas nos debates eleitorais para escrachar o candidato do PT?

Vai ficar em silêncio?

Ainda neste domingo (02), logo depois da apuração que apontou Lula e Bolsonaro como os dois contendores do segundo turno, Ciro apareceu para dizer que estava "profundamente preocupado com o que eu estou assistindo acontecer no Brasil".

Disse ainda que vai conversar com o PDT antes de fazer maiores pronunciamentos. "Por isso, eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com os meus amigos, com o meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho para bem servir à nação brasileira", complementou Ciro.

Perfeito. Estamos aguardando.

Mas é o seguinte: Ciro será capaz de anunciar apoio - muito embora aquele chamado apoio crítico, que ninguém sabe exatamente o que é - a Lula, depois de chamá-lo de "chefe de quadrilha"?

Ciro será capaz de anunciar apoio a Bolsonaro, após tê-lo chamado de "nazista filho da p...", de "vagabundo", de "preguiçoso" e de outras coisas?

Sabe-se lá.

Não me lembrou quem foi  - provavelmente Tancredo Neves - que ensinava que políticos devem tratar até mesmo seus mais figadais adversários sempre com a cautela de deixar, por minimamente que seja, um fresta aberta para futuras reconciliações.

Não é, infelizmente, o caso de Ciro, que paga o preço de sua exasperações.

Pesquisas podem, sim errar. Mas os erros, desta vez, foram escandalosos.

Até agora, início da noite, momento em que o Espaço Aberto publica este comentário, nem Ipec, nem Datafolha, tidos como entre os mais reputados institutos de pesquisa eleitoral do País, dignaram-se vir a público para explicar o vexame que foram as projeções do pleito deste domingo.

Como já se disse aqui, em comentário publicado ontem mesmo, dia das eleições, pesquisas eleitorais devem ser tomadas, sempre e sempre, como instrumentos que indicam, que projetam cenários, portanto sujeitas a imprevisibilidades e incorreções em relação à realidade que pretende retratar.

Mas, convenhamos, há erros e erros, há imprecisões e imprecisões.

Esse infográfico acima, que o blog pinçou da edição de O Globo desta segunda, resume o escândalo que foram os erros dos dois institutos.

E agora?

Agora, o discurso, a narrativa bolsonarista ganham corpo e tração, quando propagam que tanto o Datafolha e o Ipec, como seus contratantes, estariam por trás de uma conspiração bem urdida para induzir eleitores a votar em Lula, que aparecia como favoritíssimo em todas as aferições, e não em Bolsonaro e nos demais candidatos a presidente.

Por isso é que a manifestação do Ipec e do Datalha é indispensável e exigível. Pelo bem da credibilidade dos próprios institutos.

domingo, 2 de outubro de 2022

Alta, loura, branca e rica, com calças de seda e bolsa de grife. E com um bonezinho!


Fui votar, como faço há 500 anos, na Faculdade Uninassau, no prédio do antigo Colégio Moderno.
Vi uma senhora saindo de uma seção.
Levava pela mão um garoto, provavelmente filho.
Era branca, alta e loura. Estava elegantissimamente trajada.
De sandália nos pés, bermuda e camisa faltando um - apenas um, vejam bem - botão, senti-me humilhado. Confesso que cheguei até a me esconder no vão de uma escada, para minimizar o impacto do contraste quando a mulher passou próxima a mim.
Não sei descrever trajes, mas tento: a eleitora usava um sapato de cor creme, com um bico fino de 4 metros de comprimento e saltão de 40 metros de altura. Não sei como chamam a esse tipo de sapato.
Usava calças pantolonas brancas, de seda, e uma blusa rósea.
Sua bolsa era de grife, mas lamento não ter identificado qual.
Pelo que vi, a senhora tinha aparência de ser, como diríamos antigamente, de posses, ou seja, aparentava ser financeiramente bem aquinhoada.
Rica, loura, alta, branca.
Seria conservadora?
Seria dessas que ainda acredita que comunistas comem criancinhas?
Teria um perfil mais afeito de ser eleitora de Bolsonaro?
Seria proprietária de algum latifúndio por aí, convenientemente guardado por capangas armados para prevenir qualquer invasão de entidades sem-terra?
Sóquinão.
Porque a mulher exibia-se também com um acessório nada desprezível e até mesmo implausível, nas circunstâncias: um bonezinho vermelho, com o símbolo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), igualzinho a esse aí, que Lula aparece usando na foto.
Depois disso, parei de julgar, apenas pela aparência, os trocentos eleitores que circulavam pelas dependências do antigo Moderno.

Eleição e futebol: tudo a ver. Mas tudo mesmo!


Como Raul, eu nasci há dez mil anos atrás.
E há 20 mil anos acompanho futebol - com paixão e ardor.
Eleições, pra mim, sempre foram muito, mas muito parecidas com futebol.
No futebol, ganha que fizer mais gols.
Na eleição, quem tiver mais votos.
No futebol, projeções sobre resultados de um jogo qualquer - clássicos, principalmente - não passam de projeções. Mas o resultado que vale é aquele registrado até o árbitro encerrar a partida.
Na eleição, pesquisas são apenas a revelação de cenários, de retratos de momentos, de projeções sobre resultados. Mas o placar que vale é aquele apontado ao final da apuração.
Dito isso, reforço que não tenho o menor problema com pesquisas: não acredito e nem desacredito absolutamente em nenhuma, porque as tomo como meros balizamentos sobre o que poderá acontecer.
Pesquisas, portanto, jamais me orientaram a votar neste ou naquele candidato, porque uma ou outra aferição apontou um ou outro concorrente como favorito.
Mas é evidente que pesquisas sempre haverão de ensejar intermináveis e apaixonados debates, como os que buscam definir qual o impacto de qualquer aferição na vontade soberana do eleitor.
Num pleito polarizadíssimo como o deste domingo, aí mesmo é que as pesquisas devem ser relativizadas, eis que nem sempre conseguem alcançar o fortíssimo componente emocional que respalda a decisão do eleitor, quando posto, solitariamente, diante da urna eletrônica.
No mais, que venham cada vez mais pesquisas.
Sem elas, as eleições, convenhamos, ficariam bem menos divertidas e emocionantes.

O erro crasso do PT

Já se disse aqui no blog, mas vale a pena repetir: o PT pode estar cometendo um erro dos mais crassos ao trombetear, como estão trombeteando alguns segmentos do partido, que a eleição vai ser decidida hoje, em primeiro turno, com a vitória de Lula, é claro.

Por que esse pode ser um erro crasso?

Porque, se tal previsão não se confirmar e, portanto, a disputa se estender para um segundo turno, bolsonaristas vão se apropriar desse fato para explorá-lo como se fosse uma vitória de Bolsonaro.

E o mais grave: na avaliação dos núcleos das campanhas, tanto de Lula como de Bolsonaro, se no caso de um segundo turno o petista largar com diferença de no mínimo 10 pontos, será muito difícil tirar sua vitória; em outro cenário, se Bolsonaro passar ao segundo turno com menos de 10 pontos de desvantagem em relação a Lula, a virada passa a ser uma possibilidade bem concreta.

Confiramos.

Então, teremos ou não segundo turno?

Por e-mail e zap, leitores do blog fazem a pergunta que não quer calar: haverá segundo turno ou não?

Se institutos de pesquisa, que se valem de metodologias e ferramentas que oferecem projeções com índice de confiança de até supostos 95%, confessam não saber se haverá ou não segundo turno, nenhum analista será capaz de responder a essa pergunta com absoluta convicção.

Mesmo assim, a leitura das pesquisas, sobretudo os recortes de cada uma - por idade, por faixa de renda, por grau de instrução etc. -, oferece elementos que proporcionam, pelo menos na avaliação aqui do Espaço Aberto, a construção de cenários que dificilmente dão lugar a uma vitória de Lula no primeiro turno.

Ou por outra: uma vitória do ex-presidente em primeiro turno é possível, mas é muito, muito improvável que isso aconteça.

Primeiro: porque na média de todas as aferições, inclusive das divulgadas pelos dois principais institutos, Ipec e Datafolha, Lula e Bolsonaro estão a 10 pontos um do outro, no limite da margem de erro.

Segundo: não vi, sinceramente, as pesquisas desta semana indicarem, de forma mais segura, que a pregação do voto útil esteja vingando.

Terceiro: precisamos ver como se comporta a abstenção, que na média nacional, em 2018, chegou à casa dos 20%. Se ficar nesse nível, Lula será o maior prejudicado, porque os eleitores de menor faixa de renda, segmento esmagadoramente simpático ao petista, encontram muitas dificuldades para votar, sobretudo nos grotões mais distantes do país.

Então, resumamos mais ou menos assim: o blog não acredita em decisão já no primeiro turno.

Mas, como vocês sabem, o jogo só acaba quando termina.

E ainda faltam umas três horas para o jogo terminar.

Aguardemos.

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Um palhaço a serviço de um pernicioso marca o último debate. Mas o que vale mesmo é garantir a estabilidade democrática.

Os candidatos reunidos no debate da Globo: conteúdo aquém do esperado pelos eleitores

Nas últimas três semanas, fiz uma pausa aqui no blog pra recarregar as baterias.

Ontem à noite, eu me encontrava a bordo de um voo com duração de 11 horas, daí não ter sido possível assistir ao debate na Globo, o último que antecedeu as eleições de domingo.

Apenas hoje, lendo jornais e análises em vários sites, além de ter visto os, digamos assim, melhores momentos é que pude formar um juízo sobre o que se passou.

E por tudo o que vi e ouvi, o que se passou foi o mais do mesmo, em relação ao primeiro debate na Band - aquele, vale dizer, que não chegou a contar com a participação desse histriônico, caricato e ridículo Padre Kelmon.

Mas é inegável que Lula foi muito mais assertivo e incisivo em relação ao Bolsonaro do que no debate anterior.

O presidente, de seu lado, exibiu-se na plenitude de suas baixezas - verbais, inclusive.

Ciro, com a faca na ponta da língua - e da alma - acabou apagado.

Felipe D'Avila exibiu-se com aquele ar professoral, fazendo alguns discursos ao gosto do bolsonarismo.

As duas candidatas, Simone Tebet e Soraya Thronicke, a meu ver, voltaram a se destacar, como também aconteceu na Band.

E por último, mas não menos importante, Kelmon foi aquele palhaço do qual todos podemos rir em algum momento, mas no final nos damos conta de que as palhaçadas não eram brincadeiras, não. E não podem ser tomadas como brincadeiras as histrionices de um impostor que está, desbragadamente e escandalosamente, a serviço de um sujeito pernicioso como Bolsonaro.

A questão que se coloca é: o debate tem potencial para alterar as projeções eleitorais que vários institutos de pesquisa têm feito até aqui?

Não tem. Evidentemente que não.

Nem as palhaçadas de Kelmon, nem o descontrole de Lula ao dirigir-se a ele, através de um direito de resposta, nem as vilanias e mentiras de Bolsonaro, nada disso haverá de alterar o quadro eleitoral.

Mas um debate como o de ontem, na emissora de maior audiência do País, deixa a certeza de que as eleições de domingo serão vitais para garantir a estabilidade democrática, como nunca dantes, desde a redemocratização do Brasil.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Movimento "subterrâneo" desarticula audiências públicas que discutiriam a paridade de gênero na lista sêxtupla de advogados e advogadas candidatos ao quinto no Pará

A menos que evidências contrárias sejam devidamente demonstradas, vai se consolidando a certeza, em vários segmentos da advocacia paraense, de que está em curso uma movimentação sombria para desarticular audiências públicas que deveriam discutir a paridade de gênero no processo de escolha da lista sêxtupla de candidatos da OAB do Pará à vaga aberta no desembargo, após a aposentadoria do desembargador Milton Nobre, em outubro do ano passado.

Cronologicamente, os fatos demonstram essa, digamos assim, articulação para desarticular esse movimento. Senão, vejamos.

No final de abril, a advogada Kelly Garcia protocolou requerimento pedindo que a OAB-PA adote o critério da paridade na lista sêxtupla a ser imediatamente aplicada à vaga aberta no Tribunal de Justiça do estado do Pará pertencente ao quinto constitucional. Até agora, essa demanda foi completamente ignorada.

No dia 14 de junho passado, a Câmara Municipal de Belém aprovou, por unanimidade, uma moção questionando a OAB do Pará sobre a paridade no quinto. O questionamento permanece sem resposta até hoje.

Na Assembleia Legislativa, a deputada Nilse Pinheiro (PDT) propôs uma audiência pública para o dia 24 de junho passado, às 9h, convidando os dirigentes da OAB-PA, do TJPA, TRE e TRT, dentre outras autoridades, que confirmaram participação. Estranhamente, às 8h30, o evento foi cancelado sob justificativa de que houvera um problema no auditório - depois confirmado inexistente.

A vereadora Bia Caminha, a mais jovem mulher e negra a assumir um mandato na Câmara Municipal de Belém, convocou uma sessão especial na Câmara Municipal para o dia 5 de setembro. Três dias antes, a sessão foi cancelada sob justificativa de que a Casa não mais permitiu o uso do auditório, que ja estava previamente liberado.

A única vez em que não se conseguiu evitar o debate sobre o tema foi na audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 1º de junho, convocada pela deputada federal Vivi Reis, que integra a Comissão da Mulher da Câmara. Nessa audiência, aliás, o Conselho Federal da OAB foi representado não por seu presidente, nem pela presidente da Comissão Nacional da Mulher, mas por uma integrante da Comissão Nacional de Direiro de Família, por presença virtual.

Enquanto isso, a OAB do Pará silencia sobre o edital do quinto, e também sobre o pedido de paridade e cotas raciais. Todas as audiências, sessões e moção acima ocorreram por pedido da mesma ONG, representada por um grupo de advogadas do Pará, dentre as quais Brenda Araújo, Kelly Garcia, Tatiane Alves, Daniele Sereni e Rafaela Yokoyama.

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Brochável ou Imbrochável, Bolsonaro é o dejeto moral travestido de patriota


Foi a isso, apenas a isso que está nesse vídeo, que se resumiu o 7 de Setembro do Imbrochável.
O 7 de Setembro dele resumiu-se ao deboche, à falta de compostura, à palanquice eleitoreira e à imbecilidade.
O 7 de Setembro da Patriota Imbrochável fez o Brasil soçobrar ainda mais fundo na lama da vergonha.
O 7 de Setembro que levou boa parte do rebanho às ruas, sob estímulo do Domador Imbrochável, foi mais um momento em que fascistas - enrustidos ou não, fanáticos ou moderados, mas de qualquer forma fascistas - expeliram o fel de seus pendores antidemocráticos, pregando descaradamente a convocação das Forças Armadas para um golpe e proclamando outras pregações flagrantemente inconstitucionais.
Bolsonaro e seu rebanho - apenas o seu rebanho - envileceram o Brasil sob a capa hipócrita de um patriotismo de fachada, um escudo com que tentam esconder - mas nem tanto - todos os seus anseios de transformar o País numa odiosa ditadura de direita.
Com o seu deboche, proclamando-se imbrochável, o Imbrochável oferece sob medida, a todos os brasileiros, a contradição entre a pureza dos valores morais que ele proclama e suas atitudes, flagrantemente afrontosas a tudo, inclusive aos sensos morais mais, digamos assim, recomendáveis.
Bolsonaro, Brochável ou Imbrochável, é a vergonha nacional.
Brochável ou Imbrochável, Bolsonaro é o dejeto moral travestido de patriota; ou vice-versa.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O rebanho está solto nas ruas. E não é por descuido do seu Domador.

O Domador, esse patriota de excelência: o que o rebanho fizer será debitado na conta dele

Hoje, acordei me lembrando daquela música, singela e bonitinha, que o Roberto gravou lá pelos anos 1970.
Os dois primeiros versos são assim: Um leão está solto nas ruas / foi descuido do seu domador. E blá-blá-blá...
Era por aí.
Emissoras de rádio tocavam bastante essa cantiga nos dias de jogos do Remo, em Belém, e do São Francisco, em Santarém, ambos meus times e ambos tendo o leão como mascote.
Pois hoje não é o leão que está solto nas ruas.
É o rebanho.
E o rebanho não está solto por descuido de Jair Bolsonaro, seu Domador.
Ao contrário, o Domador está incentivando o rebanho a tomar as ruas, sob a justificativa de que é preciso entupi-las para festejar o Dia da Pátria.
A Pátria, sim, aquela nossa Pátria, que dizemos amada e adorada, mas que se encontra, em verdade, devastada, degradada e vilipendiada pelo pelo mesmo Domador que proclama adorá-la.
A questão é que o Domador, como tem um déficit de inteligência fora do comum, não atina para aquilo que seus próprios assessores e estrategistas de campanha estão avisando há várias semanas: que colocar o rebanho nas ruas é um risco.
Por que é um risco?
Porque o rebanho, solto e sujeito a viver um surto bolsonarista, pode quebrar e arrebentar. Pode fazer exatamente aquilo que o Domador tem vontade de fazer, mas, por ser covarde, refuga sempre na hora agá.
Então, se acontecer mesmo de o rebanho quebrar e arrebentar, as repercussões político-eleitorais disso serão inevitavelmente devastadoras, em desfavor, evidentemente, do próprio Domador.
Por isso mesmo é que ele tem usado suas inserções no horário eleitoral gratuito para transmitir aquele discurso de que o dia de hoje é para ser comemorado em paz e ordem.
Então, tá!
Acompanhemos, pois, a performance do rebanho.
Mas anotemos: rebanho solto nas ruas é sempre um risco.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Braga Netto, a aparição


Braga Netto, o general que é candidato a vice na chapa de Bolsonaro, teve hoje uma, digamos assim, performance-solo no programa eleitoral gratuito.
Estava tão à vontade como o redator aqui do blog estaria se estivesse fazendo o papel de Braga Netto (argh!).
O general estava meio duro, teso.
O sorriso era aquele naturalíssimo, mais parecido com um esgar, ou seja, uma careta.
E as duas mãos espalmadas, com os braços meio estendidos, naquela posição como se estivesse pronto pra receber um bebê de colo.
Horrível, enfim.
Mas haverá quem goste, é claro.
Para estes, boa digestão!

sábado, 3 de setembro de 2022

Arquidiocese de Belém rebate declarações de Edmilson Rodrigues: "Círio foi e sempre será da Igreja Católica Apostólica Romana"

Dom Alberto: apesar de reconhecido como Patrimônio Cultura Imaterial pelo Iphan e declarado
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, Círio é "expressão plenamente católica"

A Arquidiocese de Belém divulgou no início da manhã deste sábado (3), em seu portal, uma nota assinada pelo arcebispo da Capital, Dom Alberto Taveira Corrêa, rebatendo declarações do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL), que na última quinta-feira (1º) declarou ser o Círio de Nazaré uma manifestação que não pertence à Igreja Católica.
"As palavras pronunciadas pelo prefeito feriram completamente não só a comunidade católica, mas a veracidade dos fatos históricos, uma vez que em sua edição de número 230, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré sempre foi e sempre será da Igreja Católica Apostólica Romana", afirma o o arcebispo.
A nota reforça que, muito embora o Círio tenha sido reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, ainda assim não deixa de ser uma "expressão plenamente católica".
Veja, a seguir, a íntegra da nota, que também pode ser lida aqui.

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A Arquidiocese de Belém lamenta profunda e publicamente as afirmações proferidas no dia 1º de setembro, em Belém, em que sua excelência o Prefeito Municipal declarou o Círio de Nazaré como não pertencente à Igreja Católica.

As palavras pronunciadas pelo prefeito feriram completamente não só a comunidade católica, mas a veracidade dos fatos históricos, uma vez que em sua edição de número 230, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré sempre foi e sempre será da Igreja Católica Apostólica Romana.

Sabemos que o Círio é tido como a maior festa religiosa do mundo, uma grandiosa manifestação de fé e devoção a Nossa Senhora de Nazaré, inclusive reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo IPHAN e declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO e, como tal, tem significativa influência na cultura paraense, sem deixar de ser expressão plenamente católica.

Assim sendo, toda e qualquer pessoa se sinta bem-vinda para viver e participar desta manifestação mariana, independentemente de sua devoção. Porém, jamais será permitida pela Arquidiocese de Belém qualquer manifestação que pretenda se apossar e muito menos ultrajar nossa fé católica, independente das intenções ou pretensões de qualquer ordem.

Convidamos a todo povo de Deus a manifestar a ação de graças por mais um Círio a ser realizado com toda a dignidade, e conclamamos, mais do que nunca, que preservemos em nossos corações a maior devoção mariana de nosso povo, o Círio de Nazaré. Sintam-se todos convidados, ninguém se sinta excluído e todos respeitem nossa fé católica, como procuramos respeitar o direito de liberdade religiosa em nossa sociedade.

Desejamos manter o relacionamento atencioso e dialogal com todas as autoridades legitimamente constituídas, como já fizemos nesta ocasião, ao manifestar nossa estranheza e solicitar manifestação pública esclarecedora, em vista da superação do impasse e do escândalo indesejado por todos, certos de que as instâncias civis e religiosas continuarão a exercer sua própria missão, mantendo a necessária autonomia correspondente à liberdade religiosa garantida pela Constituição Brasileira.

Belém do Pará, 3 de setembro de 2022, Festa de São Gregório Magno, que foi Prefeito de Roma e Papa!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém

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A seguir, a resposta de Edmilson:

Dirijo-me à comunidade católica e especialmente ao arcebispo metropolitano Dom Alberto Taveira para, de forma pública, prestar esclarecimentos a respeito de minha fala que ora tendenciosamente está sendo divulgada e interpretada com objetivo de manipulação política, e pode ser assimilada de forma negativa pela comunidade católica.
Ao me referir à grandiosidade e importância do Círio de Nossa Senhora de Nazaré - maior manifestação católica do mundo - ressaltei que ela era uma festa de todo o nosso povo, que, portanto, contava com a participação de pessoas das mais diversas religiões. 

Se me expressei de modo a permitir interpretações mal intencionadas e fora do contexto de minhas colocações, venho aqui ratificar o meu mais profundo respeito à Igreja Católica e à comunidade que tem mantido essa singular e grandiosa demonstração de fé à Padroeira de todo o povo paraense, e na oportunidade presenteei a senhora Janja, esposa do ex-presidente Lula com uma réplica da imagem da Virgem de Nazaré vestida de lindo manto, além de convidar o casal a vir à Belém testemunhar a grandiosidade de nosso Círio. 

Respeitosamente, peço desculpas às pessoas de boa fé que, porventura, tenham se sentido ofendidas com a interpretação maldosa de minha declaração. 

Edmilson Rodrigues
Prefeito de Belém

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Apenas dois candidatos ao Senado já receberam mais de R$ 2 milhões neste início de campanha

Beto Faro (PT) e Pioneiro (PSDB), candidatos ao Senado: os únicos, até agora, que já
informaram valores recebidos para iniciar a campanha

Dos quatro candidatos com chances mais concretas de se eleger senador pelo Pará, nas eleições de outubro, dois deles, o petista Beto Faro e o tucano Manoel Pioneiro, já informaram, em suas prestações de cotas, os primeiros valores recebidos.

Quanto aos outros dois que também aparecem no páreo - Mário Couto (PL), o candidato bolsonarista, e Flexa, do Progressistas -, nem um deles prestou qualquer informação até agora.

Beto Faro está começando a campanha com R$ 1.263.000 em caixa, dos quais R$ 1.250.000 transferidos pelo Diretório Nacional do PT e R$ 13.000,00 depositados pelo próprio petista.

A campanha de Manoel Pioneiro recebeu até agora R$ 1.250.000, integralmente transferidos pela direção de seu partido.

Além de Mário Couto e Flexa, os demais candidatos ao Senado - Delegado Jardel (Podemos), Elielton Lira (Avante), Gideon (Agir), Paulo Castelo Branco (PROS), Prado Sá (PV), Professor Joel Santiago (PSTU), Renata Fonseca (PRTB) e Sabbá (PMB) - ainda não prestaram contas neste início de campanha.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Lobistas, madeireiros, grileiros e garimpeiros com algum problema? Chamem o Zequinha, ora bolas.

Senador e atual candidato apoiado por Jair Bolsonaro a governador do Pará pelo PL, Zequinha Marinho é o personagem principal de reportagem que a Agência Pública pôs no ar nesta quarta-feira (30).

Intitulada 'Chama o Zequinha': como uma senador abriu as portas do governo a grileiros da Amazônia, a matéria assinada pela jornalista Amanda Audi reuniu reuniu relatos e documentos comprobatórios de que o parlamentar é um dos responsáveis por abrir as portas do governo federal para lobistas, madeireiros, grileiros e garimpeiros que atuam na região. E a frase - “Chama o Zequinha” - virou uma espécie de senha para todos aqueles que buscam ajuda do candidato bolsonarista que mais defende atividades ilegais e predatórias.

A reportagem informa que Ituna Itatá, a terra indígena mais desmatada em 2020, é o principal alvo das ações de Marinho. E não por acaso: é que terrenos nessa área custam “milhões e milhões de reais”, como chegou a dizer em sua última entrevista o indigenista Bruno Pereira, assassinado barbaramente em junho junto deste ano com o jornalista britânico Dom Phillips.

"Os passos que Zequinha deu para remover a restrição de uso da terra são evidenciados em ofícios que seu gabinete enviou para órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e em reuniões que obteve para defender a causa (por vezes ao lado de pessoas investigadas por enriquecer destruindo a floresta)", diz a matéria.

Vale a pena conferir!

E outra coisa: avante, Pátria amada!

terça-feira, 30 de agosto de 2022

O que Lula, que busca a pacificação, teria a dizer de seu "general" tresloucado que arregimenta a tropa e revela suas estratégias publicamente?

Ricardo Salles, um fanático devastador bolsonarista, e André Janones, um neopetista
tresloucado e inconsequente, em momento de edificante e civilizado contraditório.

Estou à procura, ansiosamente, de alguém escolado em campanhas eleitorais que possa me explicar, de forma convincente, como é que alguém pode escolher um tresloucado e inconsequente para funcionar como influenciador digital.

Também gostaria muitíssimo de saber quem foi o iluminado ou quem foram os iluminados da campanha de Lula que alçaram, à condição de expoente máximo das redes digitais, um tresloucado e inconsequente.

No caso, o tresloucado e inconsequente é André Janones, deputado federal do Avante, que desistiu de ser candidato a presidente e ingressou de cabeça, tronco e membros na campanha de Lula.

Foi recebido por companheiros e companheiras como um popstar do mundo digital, área em que os petistas, de fato, mostram-se carentes de bons quadros para confrontar a artilharia digital dos minions.

Janones, realmente, tem um bom número de seguidores. Só no Instragram são 2,1 milhões, além de quase 300 mil no Twitter.

O problema está no próprio.

Janones posa como uma espécie de general comandando uma tropa digital com armas na mão, no caso, computadores e celulares.

Mas ele é o único general da face da Terra, ou melhor, é o único general da história da humanidade que revela publicamente, portanto para os adversários e inimigos, quais são as suas estratégias.

Janones diz mais ou menos assim: Olha, galera, eu vou dizer agora que o Bolsonaro é um vagabundo. Então, eles (no caso os bolsonaristas) vão me atacar. Enquanto isso, vão se esquecer de Lulinha, que seguirá tranquilamente fazendo sua campanha.

É mais ou menos como se um general com sua tropa fosse invadir Belém e desse a ordem pelo Twitter: Soldados, agora eu vou dizer pra todo mundo que nós vamos invadir de barco, pelo Guamá. Então, quando todos os inimigos estiverem vigiando os portos, a gente entra pela BR. Preparem-se!

Entenderam?

Janones é a vergonha alheia.

É ridículo.

Mais ridículo ainda é vê-lo difundindo um de seus principais basilares como autoproclamado influenciado digital: contra o inimigo, você joga com as mesmíssas armas que ele joga contra você.

Sendo assim, Janones responde ao ódio com ódio, às fake news com fake news, a um palavrão com outro palavrão, a uma ameaça com outra ameça e a um processo com outro processo.

Sua última performance foi no debate de domingo passado, quando enfrentou e quase foi aos tapas com três ou quatro bolsonaristas, entre eles o ex-ministro Ricardo Passar a Boiada Salles.

Sabem o que acontece? Muita gente está passando a identificar Janones como alguém chancelado pelo núcleo de campanha próximo a Lula, num estágio em que o candidato do PT procura mostrar-se como moderado, sóbrio, sereno, conciliador e agregador.

Ao contrário de Janones, que começa o dia convidando a tropa para quebrar o pau e termina o dia dizendo assim: grande dia!

Ontem, a jornalista Mônica Bergamo, da Folha, publicou matéria informando que "Janones nega afastamento, ciúme ou racha com PT depois de confusão no debate e diz que é preciso usar 'os mesmos métodos que eles', os bolsonaristas".

Escreve a jornalista: "Janones, que apoia a candidatura do ex-presidente Lula (PT), não acredita que o embate [com bolsonaristas] vá prejudicar a imagem da campanha. E desmentiu que o partido queira afastá-lo. 'Nunca houve afastamento ou qualquer tipo de ciúme ou de racha interno.'"

Então, pronto!

Aos petistas, bom proveito com Janones.

Mas, depois, não se arrependam das loucuras que ele está cometendo em nome de vocês.