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José Ronaldo Dias Campos, sobre a lista dos 12: "Costura de bastidores, acordos de campanha, conchavos velados - tudo como manda o figurino político, inclusive dentro da OAB" |
JOSÉ RONALDO DIAS CAMPOS - Advogado
Sem santareno no páreo, o caminho ficou livre para a cooptação dos votos do interior - estratégia de quem domina, com naturalidade, os meandros da política tradicional
Amigo leitor, confesso que já esperava. Sabia que o rol masculino dos seis primeiros nomes à lista duodécima para o TJPA, via Quinto Constitucional, estava quase fechado antes mesmo da votação. Costura de bastidores, acordos de campanha, conchavos velados - tudo como manda o figurino político, inclusive dentro da OAB.
Sabia também que meu destino era ser o sétimo - e, ainda assim, insisti, mesmo com chance mínima de angariar votos das demais correntes, já comprometidas com seus apadrinhados.
Pensei, sim, em desistir ali mesmo, no púlpito. Mas sou teimoso. Raciocinei: quem sabe alguém não resolve levantar a bandeira do interior? Afinal, Santarém é a maior e mais antiga subseção da Amazônia. Não mereceria, ao menos, respeito?
Ledo engano. Silêncio sepulcral.
Tudo permaneceu como dantes no quartel de Abrantes.
Como na política convencional, repetiu-se a velha lógica da exclusão: nenhum nome do oeste do Pará passou.
O interior, apesar de sua força e história, seguirá apenas votando - sem representação legítima - como figurante de um enredo escrito e encenado pela metrópole, que não admite nossa emancipação, tampouco facilita nossa integração.
Sem santareno no páreo, o caminho ficou livre para a cooptação dos votos do interior - estratégia de quem domina, com naturalidade, os meandros da política tradicional.
Seguimos sendo coadjuvantes.
Eleitores, apenas e tão somente.
Triste sina!
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