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Mauro Cid revela aflição em audiência durante a qual foi informado de que seria preso: delação devastadora é tão ou mais forte do que a oferecida pela PGR ao Supremo |
A Procuradoria-Geral da República tem o seu Paulo Gonet, que denunciou ao STF uma corja encabeçada pelo golpista Jair Bolsonaro e mais 33 comparsas, que responderão pelos crimes de de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União.
A escumalha bolsonarista, de seu lado, também tem o PGR, tem o seu acusador: o tenente-coronel Mauro Cid.
Se o bolsonarismo negacionista não admite como veraz um linha sequer da denúncia de Gonet, então que se vire nos 30 para desmentir uma outra denúncia, desta vez filmada em todos os seus detalhes, em que Cid destroça, de fio a pavio, o mito de pureza dos fascitas que tramaram um golpe que só não teve êxito porque os golpistas são burros mesmo. Muito burros.
A denúncia de Cid é a sua própria delação, consistente em áudios e vídeos cujos sigilos foram quebrados por determinação do ministro Alexandre de Moraes, que assim permitiu a exposição minuciosa, minudente, circunstanciada e fundamentada de atos dos mais excrementosos praticados por Bolsonaro e sua quadrilha - Cid incluído.
Cid cita nomes.
Cid cita valores.
Cita datas.
Cita horas.
Cita expressões literais que ouviu ou leu.
Cita reações.
Cita tipos de recipientes (como a sacola de vinho em que estava dinheiro para financiar o golpe).
Se o bolsonarismo negacionista quiser uma concessão, concordemos em fazer uma: se dois terços do que Mauro Cid disse em juízo forem uma rematada mentira, ainda assim o terço restante é suficiente, por si só, para meter na cadeia Bolsonar et caterva.
Mas, quanto a mentiras, lembremo-nos, e lembrem-se mais os bolsonaristas, que a delação não obriga o delator apenas a contar tudo o que sabe; também o obriga a dizer e comprovar a verdade, sempre a verdade e somente a verdade. Porque, se mentir, e a mentira for corroborada pela lupa do Judiciário, a delação é anulada e, em consequência, o delator não terá direito a quaisquer benefícios, inclusive, é claro, a redução da pena a que almeja.
Talvez seja pela delação devastadora de Cid que até mesmo muitos bolsonaristas já digam, entredentes, que Bolsonaro pode mesmo esperar, porque a hora dele vai chegar.
A hora de ir para a cadeia, é evidente. Ele e os 33 comparsas, Cid inclusive, mas com pena menor se sua delação for confirmada.
Acompanhemos.
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