E então?
Como é que fica a cara do governo brasileiro diante das últimas sobre o tal golpe no Paraguai.
As últimas sobre o golpe no Paraguai confirmam que, para o governo brasileiro, há soberanias e soberanias.
A soberania de uma ditadura como a Hugo Chávez, que manda espancar jornalistas, que sufoca a oposição e que molda a Constituição ao seu feitio e às suas ambições ditatoriais, é uma.
A soberania de um país como a do Paraguai, que afastou um presidente, Fernando Lugo, por meio de processo de impeachment previsto na Constituição do país, é outra.
O governo brasileiro, cultor do respeito a algumas soberanias, respeita, acolhe, acalanta e brinda com rapapés uma ditadura como a de Hugo Chávez, sob a justificativa de que não deve se imiscuir (toma-te!) não deve se intrometer em questões internas da Venezuela.
O governo brasileiro, cultor do respeito a algumas soberanias, desrespeita, desacolhe e execra decisões internas como a do Paraguai, muito embora o Paraguai tenha afastado um presidente no exercício pleno de sua soberania.
Aliás, como é que o governo brasileiro, cultor do respeito a algumas soberanias, em detrimento de outras, se posiciona sobre a confirmação de que o governo Hugo Chávez tramou um golpe militar no Paraguai?
O novo governo paraguaio apresentou vídeos comprovando que o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, se reuniu com o alto comando militar do Paraguai antes da deposição de Fernando Lugo da Presidência.
A ministra da Defesa do Paraguai, María Liz García, e o presidente Federico Franco acusaram na semana passada os governos da Venezuela e do Equador de tentar promover levante dos militares paraguaios para que Lugo permanecesse no poder.
Como é que o governo brasileiro se posiciona sobre coisas como essa?
Sem brincadeira, mas o Paraguai é aqui.
Um comentário:
Chávez é um ditador e tem que ser banido do Mercosul. O governo brasileiro pode rever os seus atos, expulsar a Venezuela do Mercosul (já que o Uruguai levantou a bola) e pedir desculpas ao Paraguai (por que não?).
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