Sabem aquela história do agora me deu medo?
Pois é, agora me deu medo saber que, vejam só, não foi uma balsa que abalroou um pilar da Ponte de Outeiro e, logo depois, o pior desabou.
O DOL acaba de informar que não houve colisão alguma. E que o pilar simplesmente desmoronou logo após a passagem um ônibus pela ponte. A informação se respalda no depoimento de um marítimo de 40 anos de idade que teria sido ouvido pela equipe da Delegacia de Polícia Fluvial.
Agora me deu medo, repito.
É que a informação do marítimo confirma depoimentos anteriores, dos tripulantes de uma balsa apreendida cerca de 48 horas após o desabamento do pilar. Eles disseram à polícia que não houve qualquer colisão, acrescentando que tal fato poderá ser corroborado por imagens de uma câmara disponível na embarcação.
Por que essa versão, se confirmada, é de dar medo?
Porque sinalizará que, muito mais do que a avaria num dos pilares, o desmoronamento ocorrido é indício de que toda a estrutura da ponte poderá estar seriamente comprometida. Com isso, será necessária uma prospecção 40 vezes mais apurada, para se avaliar se, em vez de apenas repor um pilar, não será necessário reforçar a estrutura da ponte inteira, que tem 360 metros e exerce uma inegável importância social, eis que liga a Ilha de Outeiro a Belém, no continente.
Diante das discrepâncias entre a suposição inicialmente apontada - de que o pilar veio abaixo porque fora atingido por uma balsa - e o estágio atual da apuração - indicando não ter havido o abalroamento e que o pilar caiu após a passagem de um ônibus -, é fundamental que seja dada ampla, para não dizer amplíssima divulgação no resultado de perícia feita na estrutura da ponte, cujo laudo tem previsão de sair em até dez dias.
Pelo sim, pelo não, e para que nas próximas eleições os caçadores de votos não venham, na caradura, tentar salvar suas aparências com demagogias barata, convém que a Prefeitura de Belém, em parceria ou não com o governo do estado, trate de implementar com urgência uma alternativa que poupe de maiores sacrifícios e atropelos milhares de pessoas que diariamente precisam se deslocar naquela área.
Enquanto isso, acompanhemos as investigações.
E não nos surpreendamos se o próximo lance apontar que nem uma balsa, nem um ônibus, mas uma bicicleta - ou o carro do pipoqueiro - é que derrubou o pilar da ponte.
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