segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Mudança na presidência do Banpará apanhou muitos de surpresa, menos o presidente. Primeira mulher a comandar o banco tem conhecimento de excelência do sistema financeiro.

Braselino Assunção: primeiros "recados" de que seria substituído começaram no ano passado

A substituição do presidente do Banpará, Braselino Assunção, que deve ser consumada na reunião do Conselho de Administração marcada para esta quarta-feira (12), pegou de surpresa muita gente, menos o próprio Braselino, a cúpula do banco estadual e segmentos políticos com acesso mais amplo aos bastidores do governo Helder Barbalho.
O Espaço Aberto apurou que desde o início do segundo semestre do ano passado, por volta de julho/agosto, Braselino começou a ser destinatário de indicações - informais, evidentemente - de que Helder estaria propenso a mudar o presidente. Os sinais chegaram aos ouvidos de Braselino por meio, inclusive, de deputados da base aliada. As motivações, todavia, nunca foram explicitadas.
Como estava se aproximando o final do ano de 2021 e as supostas mudanças não se confirmavam, Braselino, segundo fontes ouvidas pelo blog, achou que continuaria no cargo, uma vez que, intimamente, estava convicto de que estava fazendo uma boa gestão, pautada em conceitos técnicos.
Governo bem atendido - Além disso, estava convencido de que, politicamente, jamais fora empecilho a Helder ou a membros de sua entourage. "Ele [Braselino] sempre empenhou-se em atender tudo o que o governo queria. Nunca foi obstáculo para nada. Ao contrário, todas as vezes em que foi demandado, moveu céus e terras para atender o governo da melhor forma possível", conta um interlocutor ao Espaço Aberto.
Mas as percepções políticas do presidente do Banpará, ao que parece, colidiram com a realidade quando ele foi chamado há poucos dias à Casa Civil e comunicado de que seria substituído pela atual diretora Financeira, Ruth Pimentel Méllo. Tão ou mais impactante do que o fato de ser substituído por motivações ainda não propriamente claras, a forma como lhe foi comunicada a mudança deixou Braselino bastante abalado, considerando-se que, como foi convidado pessoalmente por Helder para assumir a direção do Banpará, ele esperava ser informado também pelo próprio governador sobre sua substituição.
Outras fontes ouvidas pelo blog admitem que motivações políticas tenham custado a presidência a Braselino, mas não acreditam que, nesse contexto, o peso maior tenha sido exercido por eventuais excessos de interferência de grupos ligados ao ex-vice-governador Lúcio Vale, que renunciou ao cargo para ocupar um cargo de conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), onde foi empossado em abril do ano passado.
"O Braselino assumiu a presidência do Banpará sem ter sido o responsável pela indicação de nenhum dos cinco diretores. E, na diretoria, o único realmente indicado pelo Lúcio Vale é o atual diretor de Administração. Sem dúvida, a Diretoria de Administração é muito importante, eis que é responsável por 2.500 empregados do banco e cuida dos contratos. Mesmo assim, não acredito que esse fato, por si só, demonstraria tanta influência da família Vale, a ponto de justificar a mudança do presidente", avalia interlocutor do Espaço Espaço.
Escolha oportuna - Independentemente, todavia, das razões que levaram Helder a mudar a presidência do Banpará, a escolha de Ruth Méllo para sucedê-lo tem sido apontada como das mais oportunas. Ela entra para a história da instituição como a primeira mulher a dirigi-la e, além disso, sua performance como funcionária de carreira, exercendo funções no escalão médio, e posteriormente na Diretoria Financeira e de Produtos e Serviços Comerciais, que ocupa até agora, confere a Ruth condições propícias para ocupar a presidência.
Fontes garantem ao Espaço Aberto que a futura presidente é uma grande conhecedora do sistema financeiro do Banpará, dispõe de um conhecimento minucioso sobre as oportunidades de negócios que interessam ao banco nos 144 municípios paraenses e sempre demonstrou uma notável energia para exercer suas funções. "Ela sempre foi um trator pra trabalhar", garantiu outra fonte que conhece Ruth Méllo não é de hoje.
Quanto a Braselino, sua nova trajetória terá seguimento na área de auditoria do banco, onde sempre atuou. Em mais de 40 anos, ele já foi chefe de Auditoria, superintendente de Controles e Gerenciamento de Riscos e diretor de Controladoria, Planejamento e Relações com Investidores.

Um comentário:

Alan Wantuir disse...

É um grande profissional é uma excelente pessoa, com certeza desempenhará sua nova função com denodo e afinco sua marca pessoal de gestão, boa sorte a nova Presidente que irá assumir!