quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Em uma semana, "sistemas de saúde deverão entrar em colapso no Brasil"

Pelo ritmo que estamos vendo, em uma semana os sistemas de saúde deverão entrar em colapso no Brasil. O número de infecções aumentará mais ainda nos ambulatórios e provavelmente faltarão mais profissionais da saúde no combate. A maioria dos médicos e enfermeiros foi imunizada com duas doses da CoronaVac e reforço da Pfizer. A CoronaVac foi importantíssima no início, frente à inexistência de outras. Mas ela não protege como as outras em relação a novas variantes. Muitos de nós seremos infectados. De uma forma mais branda em relação ao que se viu há um ano, quando não havia imunizantes no Brasil. Mesmo assim, seremos afastados. Só na minha área do Hospital das Clínicas, de São Paulo, por exemplo, temos 56 profissionais afastados.

Essa aí, ipsis literis, é uma opinião pavorosa, tenebrosa, amedrontadora.

Sua autora não é qualquer uma. Não é uma qualquer.

Trata-se da intensivista e cardiologista Ludhmila Hajjar uma das médicas mais experientes no tratamento da doença no país.

Intensivista e professora de cardiologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, e médica da Rede D'Or, atendeu mais de mil infectados em todos os estágios da doença, entre eles nomes como Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, Dias Toffoli, ministro do STF e Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, cargo para o qual foi chamada por Jair Bolsonaro em março de 2021 e recusou.

As projeções - tenebrosas, vale repetir - da dra. Ludhimila estão em entrevista publicada na edição de O Globo desta quarta-feira (12).

Como ela, outros profissionais, sobretudo infectologistas e virologistas, vêm alertando há mais de duas semanas que as medidas adotadas até agora no Brasil, para pelo menos minimizar os efeitos da altamente transmissível cepa ômicron, ainda são muito tímidas.

E são tímidas porque o número de infectados, a cada dia, bate recorde sobre recorde. A questão central é que, como a eficácia da vacinação tem se mostrado decisiva - uma vez que reduz substancialmente a ocorrência de casos graves e tem evitado o avanço das mortes -, poucos estão encarando a nova fase da pandemia como perigosa.

Mas é perigosa, sim. E muito perigosa.

Projeções como a de Ludhimila Hajjar que o digam.

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