quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Eventual indiciamento de Helder deixa peemedebistas ansiosos

Alguns peemedebistas que orbitam não muito próximo, mas no entorno, digamos assim, do ministro da Integração, Helder Barbalho (PMDB-PA), não conseguem, mesmo que tentem, disfarçar a ansiedade em relação ao resultado do inquérito que apura a participação dele no esquema da Lava Jato.
A ansiedade tem um motivo: se Helder for indiciado e, pior ainda, vier a ser posteriormente denunciado pelo Ministério Público Federal, acham esses peemedebistas que o ministro vai enfrentar uma pedreira nas eleições de outubro, quando estará disputando o governo do Estado pelo PMDB. Porque será difícil, nessas circunstâncias, livrar-se da suspeita de que embolsou propina.
E se não for indiciado? Aí os peemedebistas já acham que Helder aumentar consideravelmente seu cacife para chegar ao governo.
A ansiedade entre alguns peemedebistas cresceu depois que o ministro foi à Polícia Federal para prestar depoimento sobre a acusação de que se reuniu com um executivo da Odebrecht em um hotel em São Paulo, durante a eleição de 2014, para pedir "doação eleitoral oficial" à campanha dele ao governo do Pará.
O ministro disse que recebeu R$ 2,2 milhões declarados à Justiça Eleitoral e negou ter recebido valores em caixa dois, o que contraria o depoimento de dois delatores da Odebrecht, segundo os quais foram pagos em espécie, não declarados, R$ 1,5 milhão em hotéis de São Paulo.
Matéria publicada pela Folha diz que ao ser ouvido na PF, em 14 de dezembro do ano passado, Helder confirmou trechos dos depoimentos de Fernando Reis e Mário Amaro de Oliveira, executivos da Odebrecht que fecharam acordo de delação com a PGR (Procuradoria-Geral da República).
Eles haviam relatado que em 2014 Barbalho viajara de Belém para o encontro em São Paulo ao lado de mais duas pessoas, o senador Paulo Rocha (PT-PA), aliado político na campanha, e o então prefeito de Marabá (PA), João Salame Neto (MDB), atual diretor de um departamento do Ministério da Saúde.
Segundo Amaro, o candidato mencionou que precisava de R$ 30 milhões para a campanha e indicou um nome "para que recebesse os valores", o do ex-senador e atual secretário nacional de Portos, vinculado ao Ministério dos Transportes, Luiz Otávio Oliveira Campos.
Segundo Amaro, Paulo Rocha não pediu recursos para sua campanha. Amaro disse que dias depois foi a Brasília para se encontrar com Campos em sua casa, no Lago Sul, e informou que a Odebrecht iria pagar R$ 1,5 milhão em caixa dois.
Os delatores entregaram à PGR uma planilha com o registro de três pagamentos à campanha do ministro, sob o codinome "Cavanhaque".
Barbalho negou ter indicado o nome de Campos para Amaro. Mas o próprio Campos, em depoimento à PF, confirmou ter recebido Amaro em sua casa e disse ter ouvido do executivo que a empresa iria contribuir com R$ 1,5 milhão para a campanha em doação oficial.

Agora, é aguardar se o ministro vai ser indiciado ou não.

3 comentários:

Anônimo disse...

Estamos fritos neste País!
Só se perder o foro privilegiado é que ocorrerá algo.
Se ficar no STF... aí é filé.

Anônimo disse...

Enquanto isso o honestíssimo governador, bicassado, fiador de campanha do Ducionmar, se vangloria de ser "onesto". E os processos dele se arrastam e nenhuma decisão é dada.

Anônimo disse...

E o Jatene que está cassado desde o ano passado , Márcio que se cuide .