terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Projeto anticorrupção já era. A menos que Gilmar Mendes esteja errado.


Hehe.
Sabem o projeto anticorrupção, aquele do MPF, que a Câmara desfigurou completamente, foi para o Senado e agora voltou à Câmara, em obediência a uma decisão provisória do ministro Luiz Fux, do Supremo?
Pois é.
Já era.
O projeto anticorrupção, aquele do MPF, que teve a adesão de mais de 2 milhões de pessoas, já era.
A jornalista Andréia Sadi informou em seu blog que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu simplesmente enviar o pacote anticorrupção à Secretaria-Geral da Mesa para checar as assinaturas de apoio ao projeto. Em seguida, o texto será remetido à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável pela validação das assinaturas.
Mamããããããããeeeeeeeeee!
Isso nunca vai acabar.
Aliás, lembrem-se que em outubro do ano passado, em entrevista à "Folha", Gilmar Mendes respondeu assim, quando perguntado se achava que as 2,2 milhões de pessoas que assinaram a proposta das dez medidas contra a corrupção realmente leram e entenderam cada uma delas:

Claro que não. E vocês em São Paulo já nos ensinaram que não é tão difícil obter uma massa de assinaturas, desde que se conte com um sindicato competente como o dos camelôs.

Depois, no início de dezembro, Mendes esteve num debate no Senado, presente o juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Lato. Lá pelas tantas, Gilmar Mendes disse assim (confiram na imagem, à altura de 8m20s):

Hoje eu frequento muito São Paulo e aprendi que quem contrata o sindicato dos camelôs em uma semana consegue 300 mil assinaturas. Portanto, não vamos canonizar projeto de iniciativa popular.

E disse também isso (confiram na imagem, à altura do tempo 20m20s):

Será que as pessoas que lá no Viaduto do Chá assinaram esses documentos tinham consciência disso [conhecimento sobre o projeto]?Claro que não. Portanto, não venham com o argumento de chancela de 2 milhões de pessoas, porque eu duvido que esses 2 milhões de pessoas tivessem consciência disso.

Resumo da ópera: se Gilmar Mendes estiver certo - tomara que não esteja -, aí mesmo que já era o projeto anticorrupção.
Pior para o Brasil.
Melhor para a corrupção (toc, toc, toc).

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