segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Trump, o "pacificador", praticamente declara guerra na cerimônia de posse. Devemos rir ou ter medo?

Trump na cerimônia de posse: belicismo, deselegância, insensatez e ameaças

Acabo de assistir ao discurso de posse de Trump.

Chamou-me atenção a reação de Hillary Clinton, sentada ao lado do marido, o ex-presidente Bill Clinton, quando Trump anunciou que mudará o nome do Goldo do México para Golfo da América.

Hillary riu abertamente, meio cabisbaixa, ao ouvir essa maluquice. Acho que só não gargalhou porque o momento não recomendava.

Devemos rir todos de trumpices como essa?

Em condições normais, sim. Mas não quando as maluquices têm como autor o governante do país mais poderoso do mundo. E menos ainda quando o governante é um desequilibrado completamente previsível nas suas imprevisibilidades.

Essa condição, particularíssima, é que justifica temermos um desequilibrado na presidência dos Estados Unidos.

Mudar o nome do Golfo do México para Golfo da América foi a menor das trumpices.

Depois de dizer que será um "pacificador e unificador", Trump praticamente declarou guerra ao Panamá, ao dizer, em alto e bom som, que vai "pegar de volta" o Canal do Panamá.

Além disso, não teve o menor pudor, a mínima educação, a menor polidez e sensatez de fazer críticas ácidas ao governo Biden, com Biden ouvindo tudo de corpo presente, a apenas cinco metros de distância, e portanto impedido, pelos rituais solenes, de contestar as críticas.

Mais pavoroso do que tudo isso é ouvirmos, na GloboNews, coleguinhas considerando que Trump estava, digamos assim, "calmo e muito à vontade", tendo feito um discurso até certo ponto contido, ainda que duro.

Vocês imaginem, então, quando ele estiver aborrecido e fora de si.

Trump é uma esperança de grandeza para a maioria dos americanos?

Sim.

Mas, para o mundo, Trump é uma ameaça.

Só é.

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