terça-feira, 21 de maio de 2019

Zero Um é um fenômeno nos negócios imobiliários. Por que papai se acha perseguido?


Eu durmo, acordo, durmo, acordo e vivo me perguntando.
Mas por que, afinal de contas, o Capitão dorme, acorda, dorme e acorda achando que as investigações do MP sobre seu filho, o senador Flávio Zero 01 Bolsonaro, não passam de perseguição política a ele próprio, o Capitão, e a seu governo?
Mas o Capitão, esse puro, esse imaculado, esse primus inter pares da incorruptibilidade ética, esse defensor incorruptível das investigações da Lava Jato que levaram seu arqui-inimigo Lula para a cadeia, enfim, esse Capitão não deveria encontrar-se em estado de êxtase com essa demonstração de transparência e ótimo funcionamento das instituições incumbidas de apurar suspeitas de transgressões éticas, sejam lá quem forem seus autores?
O Capitão, esse puro, não deveria estar inclusive estimulando essas investigações, para demonstrar que, muito embora tenha convicção de que seu filho é também um imaculado, deseja que a verdade venha à tona?
Então, por que essa vitimização que Bolsonaro encena? Por que achar que essas investigações fazem parte da tal teoria da conspiração, que vislumbra conspiração até quando passarinhos pipilam nos lugares mais bucólicos do Brasil?
Aliás, e por falar no Zero 01, ele é mesmo um fenômeno.
Num passar d’olhos, o Ministério Público já descobriu que o rapaz fez pelo menos 19 grandes negócios imobiliários em Copacabana, Barra da Tijuca, Botafogo e Laranjeiras, bairros do Rio, entre 2010 e 2017.
Num dos grandes negócios, por exemplo, o Zero 01 pagou no ano de 2016 R$ 1,7 milhão por um imóvel em Laranjeiras. Vendeu em oito meses, por R$ 2,4 milhões. Em 2017, a desvalorização média de imóveis nesse bairro chegou a 3,34%. Mas o senador lucrou 36,89%. Levou para casa abolada de R $700 mil.
Isso é perseguição a papai Bolsonaro, gente?

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