Do Amazônia
A tradicional peregrinação de fiéis de Castanhal a Belém para o Círio de Nazaré começou oficialmente ontem, quando cerca de 500 devotos participaram de uma procissão pelas ruas da cidade, na região nordeste do Estado. O momento de fé marca o início da caminhada de 79 quilômetros até a Basílica Santuário, feita por fiéis em grupos. A previsão de chegada à Basílica é entre 7 e 8 horas da manhã de hoje.
Ontem, às seis horas, uma alvorada com queima de fogos chamou para a concentração dos fiéis. Uma missa campal foi celebrada pelo monsenhor Gabriel, no altar montado na praça matriz de São José, padroeiro de Castanhal. Depois da celebração, a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi colocada em uma berlinda atrelada a uma caminhonete.
Hélio Barradas mora em Belém e vai todos os anos a Castanhal para fazer a caminhada até Basílica de Nazaré, tradição que ele repete há 20 anos. Segundo o aposentado, tudo começou quando ele sofria de diabetes aguda e pediu para que Nossa Senhora de Nazaré o curasse. A promessa era fazer a caminhada apenas uma vez, mas mesmo tendo cumprido, ele diz que não conseguiu parar de agradecer. “Hoje, faço esse sacrifício para agradecer por tudo que Nossa Senhora de Nazaré tem feito na minha vida”.
A romaria pelas ruas do comércio de Castanhal foi festejada por vendedores, ambulantes, lojistas, consumidores e o público em geral.
Três viaturas da Polícia Rodoviária Federal fizeram a escolta do carro que levava a Berlinda. A PRF também prestará apoio aos romeiros que fazem a caminhada até Belém. Casos de assalto foram registrados em outros anos. Para evitar esse tipo de problema os fiéis são orientados a não levar nenhum objeto de valor. Carros de apoio acompanham os romeiros até Belém para dar suporte a qualquer emergência que possa ocorrer na viagem.
Tradição - A peregrinação de Nossa Senhora de Nazaré de Castanhal a Belém ocorre há 35 anos sob a coordenação do professor José Nazareno Abraçado Henrique, que é presidente da Associação Comunitária dos Devotos e Romeiros de Nossa Senhora De Nazaré Castanhal/Belém (Aderca). Mas a história começou há 40 anos, quando dois moradores de Castanhal começaram a caminhada da fé, que, à época, parecia exagero para muita gente.
Raimundo Nonato Correa, conhecido na cidade como “Zé Bode”, foi pioneiro no percurso de 79 quilômetros de Castanhal até a Basílica de Nazaré. O pedreiro carregava uma cruz durante a viagem e a cada ano a cruz ficava maior e dois quilos mais pesada. Ele cumpria duas promessas, de conseguir a casa própria e pela saúde de filho, que esteve muito doente na infância. O propósito dele era fazer o sacrifício por toda a vida. “Zé Bode” morreu no ano passado vítima de complicações de diabetes e pressão alta. Esta é o primeiro ano da romaria sem o seu principal personagem. Se estivesse vivo esta seria a 40º caminhada dele. Para homenagear o Zé Bode, uma foto dele foi estampada nas camisas dos devotos.
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