quinta-feira, 30 de junho de 2022
Pedro Maluco, uma excelência num governo de malucos
sexta-feira, 24 de junho de 2022
"Ele acha que vão fazer uma busca e apreensão em casa". Essa pode ter sido a senha para o início do fim de um dos governos mais corruptos da história do Brasil.
quinta-feira, 23 de junho de 2022
Dona Onete, chamegosa como nunca, entra no clima do "fora, Bolsonaro" em seu show: "Já é automático!" Viva ela!
quarta-feira, 22 de junho de 2022
Não corra não, Bolsonaro. Queremos ver sua cara no fogo! A cara toda!
Bolsonaro e Ribeiro: até março deste ano, risos, risos e risos. Agora, investigações sobre suspeitas de corrupção num governo, vocês sabem, integrado por incorruptíveis. |
terça-feira, 21 de junho de 2022
Dona Onete, nossa diva, não merece isso! E muito menos nós, seus admiradores.
Veja na cercadura: aí se diz que são aceitas várias formas de pagamento. Sóquinão. Não aceitam nem Pix, nem Pax, nem Pex. Só dinheiro. E olhe lá! |
Fui há pouco garantir meu ingresso - o meu e de mais duas acompanhantes -, porque não poderia perder a oportunidade de ver essa diva da música popular paraense brilhar numa apresentação especial, ao lado de vários outros artistas de renome.
Quando digo fui há pouco, é que tive de me deslocar pessoalmente até a bilheteria do teatro, porque adquirir os bilhetes pela internet está simplesmente proibitivo. Só o valor da taxa de conveniência cobrada pela Ticket Fácil não está fácil. Quem compra uma inteira na plateia precisa desembolsar R$ 37,50 apenas como taxa de conveniência.
Mas ir ao Theatro da Paz, debaixo de um solão, para garantir o direito de ver Dona Onete cantar, é o de menos.
O de mais, o inadmissível é que a bilheteria não aceita, como meio de pagamento, nem cartão de crédito, nem cartão de débito, nem meio quilo de açaí, nem 1 quilo de arroz integral... Enfim, não é aceito nem Pix, que hoje é utilizado por qualquer trabalhador ambulante que a vida ganha honestamente.
E o que aceitam? Para surpresa geral - aceitam dinheiro, meus caros. Dinheiro em espécie. Somente e apenas dinheiro vivo. E olhe lá!
Mas tem um detalhe. O fato de aceitaram apenas dinheiro também é o de menos.
O de mais é que isso não está informado pelo Theatro da Paz. No site, não existe nenhuma informação de que só é aceito dinheiro. Ao contrário, ali está está dito que aceitam várias forma de pagamento (vejam na imagem acima, destacada na cercadura em vermelho)
Quer dizer: você aí, que mora em Icoaraci, vai até o Theatro da Paz para comprar seu ingresso. Chega à bilheteria como 350 cartões, com Pix, com Pax e com Pex, mas é avisado que, se não tiver 500 contos no bolso, em espécie, terá de voltar pra casa de mãos vazias.
Quem é o responsável por esse desrespeito ao consumidor de uma programação cultural que deve ser prestigiada?
É do Theatro da Paz?
É da produção do show?
É de ambos?
De quem é, afinal?
Uma coisa é certa: seja lá de quem for, Dona Onete, nossa diva, não merece isso. E muito menos nós, seus fãs e admiradores, que prezamos tanto seu talento.
Não mesmo!
segunda-feira, 20 de junho de 2022
"Respeito o resultado", proclama lucidamente um direitista derrotado. Bolsonaro diria o mesmo?
Petro e Hernández: respeito, antes e acima de tudo, à alternância democrática no poder |
Há direitistas e direitistas.
Há aqueles raivosos, odientos e odiosos, que flertam sempre com o golpismo e estimulam a violência, muito embora arrotem todos os dias que são democratas e amantes das liberdades.
Mas também há os direitistas que, muito embora o sejam, conservam um pingo de lucidez que os estimula a respeitar as rotinas e os princípios democráticos, sem tugir nem mugir.
Vejam o caso da Colômbia.
Lá, num dos pleitos mais polarizados, senão o mais polarizado da história do País, um ex-guerrilheiro, Gustavo Petro, ganhou as eleições e levou a esquerda, pela primeira vez, ao topo do poder no País.
Petro venceu por 700 mil votos de diferença, ou 50,44% dos votos válidos, contra 47,31% de seu adversário, o direitista Rodolfo Hernández, um populista e machista.
Mas o fato de ser direitista, populista e machista não impediu Hernández de observar a elogiável postura de reconhecer a derrota - democraticamente.
“Respeito o resultado. Espero que essa decisão seja a melhor para todos. Desejo que Gustavo Petro saiba dirigir o país e seja fiel ao seu discurso de combate à corrupção”, disse ele.
Hernández não foi como o odioso e odiento Donald Trump, por exemplo, que incentivou a invasão do Capitólio porque alegou que teria havido fraudes na vitória de Joe Biden.
E também não fez como o odioso e odiento Jair Bolsonaro está fazendo desde logo, ao tentar desacreditar o sistema eletrônico de votação, ao mesmo tempo em que açula os fanáticos que o seguem contra a Justiça Eleitoral e o Supremo.
Aliás, a colunista da Folha Mônica Bergamo informa que Bolsonaro encaminhou por mensagem a um grupo restrito reportagem da BBC News Brasil que tinha o título "Ex-guerrilheiro vence eleição na Colômbia e será primeiro presidente de esquerda do país".
Abaixo da foto, Bolsonaro escreveu: "Cuba... Venezuela... Argentina... Chile ... Colômbia... Brasil???", numa referência ao fato de a esquerda, com Lula, ter chance de voltar ao poder no país.
Pois é.
E se Lula ganhar, Bolsonaro terá a lucidez de agir como Hernández agiu?
Sabe-se lá.
Nada indica que sim.
Mas convém acompanharmos os fatos.
Acompanhemos, pois.
domingo, 19 de junho de 2022
Na Colômbia quase em chamas, um esquerdista desconfia de sistema eletrônico de contagem de votos. E um direitista covarde se credencia como consultor de Bolsonaro.
Gustavo Petro e Rodolfo Hernández: tons apocalípticos na reta final da disputa |
Na Colômbia, que neste domingo (19) está votando em segundo turno para eleger seu presidente, os humores estão em chamas. Ou quase chegando a isso.
Os eleitores têm que escolher entre um ex-guerrilheiro, Gustavo Petro, que desconfia de um sistema eletrônico de contagem de votos, e um direitista milionário, Rodolfo Hernández, que também é, sem constrangimentos, um covardão machista.
Os discursos, mais do que polarizados, assumiram um tom apocalíptico.
A esquerda avisa que, se Petro não vencer, o país imergirá numa convulsão social.
A direita alerta que, vencendo os esquerdistas, a Colômbia se tornará uma nova Venezuela.
Em cinco pesquisas divulgadas nos últimos dias, três apontam a vitória apertada de Hernández e duas, a do ex-guerrilheiro, também por margem apertadíssima.
Tudo será decidido no voto, diriam os otimistas.
Sóquinão!
Gustavo Petro já declarou o seguinte: "Tenho muita apreensão, desconfiança sobre o software que se usa para a contagem dos votos... Eles querem que eu diga que vou aceitar [o resultado]. Não, eu vou observar."
Não é à toa a desconfiança do candidato. Nas eleições legislativas de março, a Colômbia teve 15 mil mesários investigados por fraude, num pleito em que o campo progressista cresceu e a direita encolheu. Das 110 mil urnas utilizadas para colher votos em todo o país, em 35 mil não havia um voto sequer atribuído a candidatos do campo progressista.
Quanto a Hernández, ele defende, conforme já disse, que "o ideal seria que as mulheres se dedicassem à criação dos filhos em casa". Também acha que "as pessoas não gostam de mulheres metidas no governo".
Na reta final de campanha, esse campeão da covardia fugiu covardemente de debates, mesmo que Gustavo Petro tenha aceitado praticamente todas as condições de Hernández, inclusive a de escolher, ele próprio, os mediadores dos debates, pinçados dos veículos de comunicação alinhados com os direitistas.
Ganhando ou não o pleito de hoje, Hernández já poderá se credenciar como consultor de Bolsonaro, um fujão em potencial, conforme se prenuncia.
Nesse clima, aguardemos que as eleições colombianas tenham um desfecho, digamos assim, democrático.
A conjuntura não nos oferece muita certeza de que tal aconteça.
Mas torçamos, mesmo assim, para que isso aconteça.
sábado, 18 de junho de 2022
Delegado da PF volta a desafiar bolsonaristas. E, desta vez, também cita dois órgãos do governo do Pará e acusa um deles.
Depois de acusar na GloboNews, terça-feira (14), Sua Excelência o senador Zequinha Marinho (PL-PA) - essa figura cândida, representativa dos mais nobres valores que elevam e dignificam a nossa Pátria Amada - de integrar o que classificou de bancada do crime, Saraiva voltou à carga neste sábado (18).
Vejam esses tuítes aí - acima e ao lado.
Dirigindo-se especificamente à deputada bolsonarista Carla Zambelli (que ele também incluiu entre os "financiados" por organizações criminosas), o delegado volta a desafiá-la para que o processe, mas desta vez acrescenta uma informação: a de que vai arrolar como testemunhas todos os "amiguinhos" dela que teriam grilado terras no Pará. Além deles, também deverá arrolar "o pessoal da Sema/PA e do Iterpa (que faz contrato de permuta sem assinatura do dono do imóvel)".
O Iterpa, sabemos, é o Instituto de Terras do Pará. E a "Sema" a que se refere Saraiva deve ser, em verdade, a Semas (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade).
O delegado não adiciona maiores detalhes sobre os tais contratos de "permuta sem assinatura do dono do imóvel". Mas isso tudo, espera-se, será mostrado no âmbito das ações contra Saraiva, que Zambelli, Marinho e outros que sentiram atingidos pelo delegado prometem ajuizar.
Mas vão mesmo ajuizar?
Ajuíza, Zambelli, ajuíza!
Ajuíza, Zequinha, ajuíza!
Queremos conhecer tudo o que o delegado diz ter para mostrar.
Absolutamente tudo.
"Eu te dou um tiro, filho da p..." Mas faltou o tiro. Porque, felizmente, não tinha arma.
sexta-feira, 17 de junho de 2022
Cocô e xixi são aspergidos por drone sobre petistas. É a campanha, estúpidos!
Lula e Kalil no mesmo palanque, em Minas: um pouco antes, um drone perfumou os ares |
Anotem, vão começando a anotar aí, com muita calma, essas pequenas ocorrências.
Na última quarta-feira (15), em Uberlândia, Lula e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil subiram no mesmo palco - ou palanque, se quiserem - para celebrar oficialmente a formação de uma aliança para as eleições, em que o mineiro concorrerá ao governo do estado.
Aí, um pouco antes de o evento começar, eis que um drone de pulverização agrícola foi avistado borrifando urina e fezes sobre os presentes.
A Polícia apreendeu o equipamento, que não tinha autorização para operar, e três homens foram detidos.
Um deles, singelamente, disse que a substância aspergida era para atrair moscas (atrair, vejam bem, e não dispersar).
O que terá sido isso? É a pré-campanha?
Não. É a campanha mesmo, que já começou ser ter começado.
Se quiserem, podem parodiar James Carville, o estrategista da campanha eleitoral de Bill Clinton, em 1992: é a campanha, estúpidos!
quinta-feira, 16 de junho de 2022
Bruno e André, dois brasileiros mortos em guerras diferentes
Dom Phillips não era e nunca foi malvisto. Malvisto, ele sim, é Jair Bolsonaro.
Justiça.
Isso é o mínimo que se quer, é o mínimo que se pede após a confirmação de que o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips foram assassinados - brutalmente, selvagemente cruelmente, barbaramente - na região do Vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas.
Eles foram mortos e esquartejados, conforme confessou um dos dois homens que estão presos. Tanto é assim que a PF informou que "remanescentes de corpos" foram encontrados e já estão em Brasília, onde serão periciados.
Essa barbárie é o retrato do Brasil.
Como também é o retrato da Amazônia - vilipendiada, agredida, saqueada e devastada em escala crescente há décadas, mas, sobretudo, nos últimos quatro anos, com o desmonte criminoso dos órgãos de fiscalização, entre eles o Ibama.
Que horror!
Mas tão horrível quanto essas mortes é assistirmos a outras mortes. Como a morte da empatia, da tolerância, da sensatez e do mais remoto resquício de humanidade.
Essas outras mortes estão aí, na vitrine do ódio destilado em dimensões tsunâmicas nas redes sociais, inundadas por milhares de assassinos de reputações, que não hesitam, por um segundo sequer, de escabujar seus recalques e a insanidade que os domina, a ponto - vejam só! - de culparem as próprias vítimas por terem sido assassinadas.
Tão escabroso e inaceitável como são essas mortes é o país, ou melhor, o mundo assistir a um elemento como Jair Bolsonaro dizer que Dom Phillips era um jornalista "malvisto" na região, porque fazia "muita matéria contra garimpeiro".
Esperem aí: malvisto, isso sim, é Jair Bolsonaro.
Malvisto é o governo Bolsonaro.
Malvisto é o saque que o governo Bolsonaro acabou por estimular na Amazônia, quando desmontou criminosamente os órgãos de fiscalização e escancarou-a a hordas de predadores.
Malvista é a política escancarada do governo Bolsonaro, favorável a devassar áreas indígenas a garimpeiros predadores e, no caso do Vale do Javari, também a pescadores que exerciam suas atividades ilegalmente em reservas indígenas, como é o caso dos dois assassinos confessos do indigenista e do jornalista.
Malvisto é um desgoverno que está relegando o Brasil à condição de pária no concerto das Nações.
Malvisto é um cidadão sem qualquer empatia como Bolsonaro, que filtra suas simpatias conforme pendores ideológicos alimentados por preconceitos odiosos.
Servidores públicos como Bruno Pereira e jornalistas como Dom Phillips engrandecem o Brasil.
Personagens como Jair Bolsonaro o degradam.
Dom e Bruno serão outros mártires à toa?
"Devemos mostrar aos nossos filhos os propósitos pelos quais Dom e Bruno deram a vida, e fazer com que não sejam mártires à toa"
quarta-feira, 15 de junho de 2022
Uma tragédia desenhada com as tintas do desgoverno e da crueldade, ambição e omissão
O desaparecimento, até aqui completando 11 dias, do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na região do Vale do Javari, no extremo-oeste do Amazonas, é uma tragédia que, a cada dia que passa e os dois não são encontrados, vai sendo desenhada com as tintas da crueldade, da ambição e da omissão criminosa do estado brasileiro.
A crueldade é operada pelos protagonistas da devastação da Amazônia - invasores de terras indígenas, madeireiros, garimpeiros e, no caso específico do Vale do Javari, de pescadores -, todos decididos a usar uma arma qualquer (mas arma letal, não se enganem) para tirar a vida de quem ouse antepor-se à sanha predatória que os domina.
A ambição - desmedida, desenfreada, incontrolável - é alimentada por esses mesmos personagens nefastos.
A omissão estatal se configura há décadas, mas nunca foi tão descarada, escandalosa, escancarada, criminosa e, por último mas não menos importante, planejada como a omissão que se inaugurou em 1º de janeiro de 2019, quando o desgoverno (também ele predatório e devastador) de Jair Bolsonaro passou a destruir o Brasil.
Os traços dessa tragédia vão ficando mais nítidos, terrivelmente nítidos, a cada dia que passa.
Primeiro, encontraram objetos que, conforme já se constatou, pertenciam ao jornalista e ao indigenista.
Depois, marcas de sangue em local por onde eles possivelmente passaram.
Em seguida, a informação de ninguém menos que a esposa de Dom Phillips, dando conta de que os corpos de ambos teriam sido encontrados. A Polícia Federal já desmentiu essa informação - e tomara que seja mesmo mentira. Mas é difícil acreditar que familiar de um dos desparecidos incorreria numa iresponsabilidade tamanha, se não tivesse absoluta certeza na credibilidade da informação que recebeu.
Agora, revela-se que num áudio, provavelmente gravado no mês de maio, Bruno Perereira cita uma reunião que ocorreria em 3 de junho na Comunidade São Rafael, local onde ele e o jornalista britânico estiveram no dia em que desapareceram. O encontro tinha o objetivo de barrar o avanço da pesca ilegal de pirarucu na terra indígena.
"A gente está preparando uma reunião, uma articulação para a Câmara de Vereadores e a Prefeitura [de Atalaia do Norte] na Comunidade São Rafael. [...] Os maiores e grandes invasores da terra indígena aí. Eles vão perder o manejo do pirarucu que demorou dez anos para eles tirarem", disse Bruno, no áudio.
De acordo com o indigenista, os pescadores que atuam ilegalmente atiraram contra equipes de fiscalização. "São esses caras que estão atirando na equipe, esses caras que atiraram na base. Não só do São Rafael, [do] São Gabriel, os carinhas de Benjamin [Constant] e outros de Atalaia [do Norte]".
Continuamos torcendo para que Dom Phillips e Bruno Pereira sejam encontrados com vida.
Mas, ainda que sejam, eles já terão entrado no rol das ocorrências que revelam, nua e cruamente, o abandono a que a Amazônia - sua diversidade, seus povos e suas gentes - está relegada principalmente nos últimos quatros anos, por um (des)governo que usa o discurso hipócrita e patriótico de que "a Amazônia é nossa", ao mesmo tempo em que deixa passar a boiada e vai escancarando a região para os criminosos que agem à vontade - individualmente ou em bandos organizados.
Câmara de Belém apoia paridade na formação da lista sêxtupla da OAB para o quinto constitucional
A Câmara Municipal de Belém aprovou, na sessão de terça-feira (14), moção de apoio ao movimento nacional pela paridade no quinto constitucional no âmbito da OAB, ou seja, que as listas sêxtuplas para o desembargo sejam compostas, paritariamente, por três homens e três mulheres.
A moção de apoio, proposta pela vereadora Bia Caminha, inclui ainda um pedido para que a OAB-PA deflagre o processo de escolha da lista sêxtupla, até aqui travada porque, transcorridos mais de seis meses da aposentadora do desembargador Milton Nobre, o edital contendo as regras da escolha ainda não foi publicado. Essa omissão já resultou em representação protocolada por dois advogados no Conselho Federal da OAB, para que assuma o processo à revelia do Conselho Seccional.
Desigualdades - Em sua proposição, a vereadora justifica que, "historicamente, as listas sêxtuplas para as vagas do quinto constitucional revelam desigualdades nas proporções de gênero, com um baixo percentual de mulheres indicadas e a ausência da diversidade racial, com baixo percentual de pessoas negras indicadas."
Caminha cita ainda dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018, mostrando que 56% da população brasileira se autodeclaram negra, mas, na magistratura, a participação de negros e negras é apenas de 18,1% de todos os cargos. E desse total, somente 6% são mulheres.
"Somos maioria da população, mas não estamos nos espaços de deliberação e poder. A pesquisa sobre Negros e Negras no Poder Judiciário, elaborada pelo Departamento de Pesquisa do CNJ escancara a projeção alarmante de que no cenário atual levaria mais de 30 anos para que negros consigam ocupar 20% dos cargos no judiciario brasileiro", acrescenta a vereadora.
Requerimento - No final de abril, a advogada Kelly Garcia, que é pré-candidata à vaga aberta no TJPA, protocolou um requerimento pedindo que a OAB-PA adote o critério da paridade na lista sêxtupla a ser imediatamente aplicada à vaga aberta no Tribunal de Justiça do estado do Pará pertencente ao quinto constitucional.
Com a medida, a advogada pretende ver garantida a participação de três mulheres na lista, o que ela considera a "maneira justa e democrática, para que o Judiciário de fato se torne um espaço mais plural e representativo", bem como que as advogadas paraenses sejam, finalmente, contempladas em suas pretensões de concorrer à vaga do quinto constitucional pela OAB do Pará.
Assista, no vídeos acima, à intervenção dos vereadores Allan Pombo e Bia Caminha sobre a moção de apoio à paridade no quinto constitucional.
terça-feira, 14 de junho de 2022
Grupo Líder tem até 15 dias para adotar medidas que garantam segurança na comercialização de produtos
Liminar concedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública e Tutelas Coletivas determina que as lojas do Grupo de Supermercados Líder, situadas em Belém e na Região Metropolitana, adotem várias medidas relacionadas à higenização de produtos que comercializa, além da limpeza de ambientes e equipamentos. Para o caso de descumprimento, foi fixada a pena de multa de R$ 5 mil por dia, limitada a R$ 100 mil para cada item.
Em 15 dias, o Grupo Líder deverá providenciar: Carteira de saúde ou ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) de todos os colaboradores; Certificado de Controle de Pragas Urbanas e Ordem de Serviço; empresa Licenciada junto à Devisa/Sesma/PMB); PMOC – Plano de Manutenção Operação e Controle, e Análise de Qualidade do Ar + A.R.T.; Certificado de limpeza e higienização do (s) aparelho (s) de ar condicionado (credenciada pela DEVISA); Laudo de Análise físico-química e bacteriológica da água utilizada no local (coleta da torneira local); Certificado de Limpeza e higienização do (s) reservatório(s) de água (empresa com L. F. do Devisa); Manual de Boas Práticas e Fabricação e os POP'S; Certificado de Treinamento para manipulador de alimentos de todos os colaboradores.
Ação pede que sejam anuladas as eleições realizadas pela OAB-PA em novembro do ano passado
Uma ação protocolada nesta segunda-feira (13), na Justiça Federal, pede a anulação das eleições realizadas em 19 de novembro do ano passado, que apontaram a chapa situacionista OAB Sempre à Frente como vencedora para dirigir a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará de 2022 a 2024.
O autor da ação, autuada sob o número 1021438-68.2022.4.01.3900, é o advogado Sávio Barreto Lacerda Lima, que encabeçou a chapa Vamos Mudar a OAB, de oposição, e perdeu o pleito para o atual presidente, Eduardo Imbiriba, por 4.355 a 4.091 votos. Brenda Braga foi a vice na chapa oposicionista.
Na petição inicial, assinada pelo próprio Barreto, além de Brenda Braga e Leonardo Nascimento Rodrigues, é solicitada a concessão de liminar determinando o indeferimento do registro da chapa ré e a posse da chapa autora (já que não havia outra chapa concorrendo, além das duas). Caso a liminar não seja acolhida, pedem a a anulação das eleições e a realização de novo pleito, a ser conduzido por Comissão Eleitoral nomeada pelo próprio Juízo.
Várias irregularidades - Na ação, o autor junta documentos para sustentar o que considera uma série de irregularidades que teriam ocorrido durante todo o processo eleitoral, fatos que violariam dispositivos legais e regimentais e, portanto, retirariam a legalidade e legitimidade do pleito.
"A prova mais contundente de que as eleições da OAB/PA caminharam sem transparência, de forma irregular e tortuosa veio no dia 30/11/2021, com a publicação da Ata de Proclamação dos Eleitos no Diário Oficial. Isso mesmo, passados quase duas semanas das eleições, o resultado definitivo, que deveria ter sido objeto de nova sessão de apuração em continuidade à sessão do dia 18/11/2021, foi publicado com data retroativa ao dia 18/11/2021, sendo que, repita-se, na referida sessão, a apuração não foi finalizada, fato que pode ser confirmado por mais de 10 testemunhas presentes e que conversaram diretamente com os membros da comissão eleitoral a respeito do assunto", diz um dos trechos da ação.
Relata o autor que a Comissão Eleitoral "foi designada pela própria gestão na época, da OAB/PA, cujos membros, repita-se, estavam concorrendo pela chapa ré. Os integrantes da Comissão Eleitoral são, portanto, pessoas que possuem relação de confiança com os membros da chapa ré". Acrescentam que a chapa situacionista "abusou do 'privilégio' de disputar uma eleição com a Comissão Eleitoral atuando a seu favor, ou seja, de forma parcial", fato que deu ensejo a várias representações eleitorais.
Lista na véspera - O proponente da ação diz ainda que a Comissão Eleitoral, no dia 17 de novembro, véspera do dia da eleição, encaminhou por e-mail para a chapa autora uma nova lista, contendo o telefone e o e-mail de mais 187 advogados aptos a votar. Esses advogados receberem carteira da OAB quando o pleito eleitoral já estava em andamento.
"Obviamente, tendo sido informada somente na véspera das eleições que existiam quase duas centenas de novos eleitores, a chapa autora não teve como fazer nenhum contato com os mesmos, conferindo manifesta vantagem eleitoral para a chapa ré, que teve contato presencial com todos eles na entrega de suas carteiras. Esse número de pessoas é decisivo diante da diferença de apenas 260 votos anunciada no resultado que está em vigor até o momento", destaca a ação.
Às 22h do dia das eleições, conforme relatado pelo autor, algumas das subseccionais do interior "que atrasaram misteriosamente o envio das informações começaram a dar retorno. Nesse momento, os representantes da chapa autora começam a perceber graves irregularidades na documentação."
Entre as irregularidades, foram constatadas o que a ação classifica de "algumas situações suspeitas por serem bastante inusitadas, como por exemplo, o resultado das eleições em Canãa dos Carajás. Nessa Subseção, havia 37 advogados aptos a votar e votaram todos - isso mesmo, todos - os advogados aptos. Justamente em uma Subseção do interior, onde a abstenção tende a ser bem maior que na capital, o comparecimento foi de 100%. Observe-se, agora, o resultado da votação nessa Subseção: 3 votos para a chapa autora, 32 votos para a chapa ré e 2 votos em branco", reforça a inicial.
Conexão - Sávio Barreto pede ainda que seja reconhecida a conexão entre a ação que propuseram e uma outra, que tramita na 5ª Vara, sob o nº 1043649-35.2021.4.01.3900. Nesse feito, a Justiça Federal já determinou à OAB-Pará que apresente vários documentos referentes ao processo eleitoral ocorrido na Subseção de Marabá, em novembro do ano passado, que apontou a vitória do advogado Rodrigo Botelho da Costa para dirigir a Ordem no município. Ele ganhou por 222 votos contra 219 atribuídos a seu adversário, o advogado Ismael Gaia, que então concorria à reeleição.
A determinação teve o objetivo de julgar pedido apresentado em ação ajuizada (Processo 1043649-35.2021.4.01.3900) pelos advogados Ismael Gaia, Haroldo Gaia e Sávio Barreto Lacerda de Lima, para que as eleições na Subseção de Marabá sejam anuladas em decorrência de supostas fraudes.
"Extrema gravidade" - "Percebe-se que são relatos de extrema gravidade e que podem culminar com a alteração do processo eleitoral na própria Ordem dos Advogados do Brasil - Seção do Pará", diz a decisão. A 5ª Vara, no entanto, avaliou que não é razoável, liminarmente, anular o processo eleitoral, determinar a realização de novas eleições ou a totalização de votos, sem que as partes adversas sejam ouvidas e sem a produção de provas.
domingo, 12 de junho de 2022
De volta às ruas após dois anos, Pavulagem arrasta multidão (toda pávula e cantante)
quarta-feira, 8 de junho de 2022
Moro tinha tudo. E pode ficar sem nada.
Sergio Moro: de herói nacional a quase nada. Mas ainda tem a vaga de síndico de prédio |
Bolsonaro é esperado mais uma vez em Belém
Bolsonaro, mais uma vez, virá a Belém.
Está sendo esperado no dia 18 de junho, para participar das comemorações do 111º aniversário de fundação da Assembleia de Deus no Pará. Delegações de evangélicos de todo o Brasil também devem participar do evento.
Na manhã do dia 18, será reconstituída a chegada dos fundadores da igreja em Belém, os missionários suecos Gunnar Vingren e Daniel Berg, com expectativa de 40 mil pessoas na Escadinha do Cais do Porto.
As comemorações dos 111 anos tiveram início no dia 5 de maio e vão até 20 de junho. A programação inclui casamento comunitário com 511 casais, uma visita ao município de Melgaço, na ilha do Marajó e realizações de ações sociais para a comunidade.
domingo, 5 de junho de 2022
O Brasil começou com Bolsonaro. E Bolsonaro acabou com o Brasil.
sexta-feira, 3 de junho de 2022
Associação dos Advogados Evangélicos vai lançar nome para concorrer à vaga do quinto no TJ do Pará
Mário Freitas, presidente da Aaepa: entidade pretende apoiar nome para vaga ao quinto |
O presidente da Associação, Mário Freitas, confirmou há pouco, ao Espaço Aberto, que a intenção é "lançar, apoiar e trabalhar" o nome de Almir Favacho, advogado militante que é professor da UFPA e tem especialização em Direito Eleitoral, Direito Processual Civil e Políticas Sociais e Movimentos Sociais.
Favacho também foi membro da Comissão Especial de Estudo do Anteprojeto do Novo Código de Processo Civil da OAB Conselho Federal, ex-presidente da Comissão de Ensino Jurídico da OAB/PA e conselheiro da Ordem nos mandatos: 2001 a 2006; 2007 a 2009 e 2010 a 2013.
Além de Favacho, a advogada Kelly Garcia também já lançou publicamente sua pré-candidatura à lista sêxtupla. A expectativa é de que outros advogados, como César Ramos, Diogo Conduru e Alex Centeno - este último primo do governador Helder Barbalho -, venham a se habilitar para concorrer ao quinto.
No momento, o processo de escolha dos seis nomes ainda nem foi deflagrado, uma vez que a OAB-PA, decorridos mais de seis meses da aposentadoria de Milton Nobre, ainda não divulgou o edital e nem dá demonstrações de que venha a fazê-la em breve.
Par sanar essa omissão, dois advogados, Sávio Barreto e Edilson Santiago, ingressaram com representação junto ao Conselho Federal da OAB, pedindo providências contra o atraso na publicação do edital, uma vez que o Tribunal de Justiça do Estado informou sobre a vacância do cargo em novembro do ano passado, em ofício enviado ao então presidente Alberto Campos.
A representação foi protocolada com amparo no Provimento nº 102/2004, que em seu parágrafo 2º diz o seguinte: "§ 2º Sendo competente para a escolha o Conselho Seccional, se este, por qualquer motivo, não publicar o edital referido até 30 (trinta) dias após a expressa comunicação da abertura da vaga, qualquer dos inscritos na OAB poderá representar ao Conselho Federal, que, por intermédio da sua Diretoria, adotará as providências necessárias para sanar a omissão, podendo assumir a execução do processo seletivo."
quinta-feira, 2 de junho de 2022
O espanto, o horror: o autor de um crime, sancionado por tribunal superior, fica de novo livre para cometer outros crimes
Fernando Francischini: mentiroso uma vez, mentiroso mil vezes. Agora, com a chancela de um ministro do Supremo Tribunal Federal |
É um espanto, para dizer o mínimo, a liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao suspender nesta quinta-feira (2) a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o deputado estadual do Paraná Fernando Francischini, do União Brasil, por ter propagado "fake news" contra o sistema eleitoral.
Em outubro, o TSE decidiu, por 6 votos a 1, cassar o mandato de Francischini por propagação de informações falsas sobre o sistema de votação. Esta foi a primeira vez que o tribunal tomou decisão relacionada a político que fez ataque às urnas eletrônicas.
Há pouco, Francischini, esse mentiroso, exibiu-se na emissora bolsonarista Jovem Pan News para dizer que a liberdade de expressão foi restaurada e que o TSE jamais poderia ter cassado o seu mandato, porque, dizendo ele, não é crime emitir opinião.
Sim. Não é crime emitir opinião.
O crime é divulgar - afrontosamente, ousadamente, escandalosamente - mentiras como as que ele propagou, tentando desacreditar o sistema eleitoral, no caso as urnas eletrônicas.
As mesmas eletrônicas que já registraram votos para Francischini renovar mandatos políticos.
E assim caminhamos.
Caminhamos no atoleiro em que transitam, serenos e altaneiros, fanáticos bolsonaristas de todos os matizes, divulgando mentiras e desacreditando a democracia que eles dizem defender.
Pra frente, Pátria amada, Brasil!