sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pausa

Caros leitores.
Julho é sinônimo de Salinas e Mosqueiro.
Para trilhões.
É mesmo?
Não.
Não para todos.
Julho e início de agosto compõem um período de afazeres profissionais redobrados para o poster.
Se o tempo disponível para atualizar o blog tem sido escasso, será praticamente nenhum nas próximas quatro semanas.
Uma pausa se faz necessária, pois.
O blog agradece a compreensão de todos.
Boas férias a quem sai de férias!

O vale-tudo do poder no "Jogo Aberto"

Uma corrida desigual pelo apoio de quem tem dinheiro e negócios com o poder tomou conta da eleição deste ano no Pará. E tudo isso em um Estado com um dos piores índices de desenvolvimento humano do País. A desigualdade eleitoral está no fato de que candidatos em desvantagem financeira para bancar suas campanhas dificilmente conseguirão algum resultado positivo. Como sempre irá aparecer um "fenômeno eleitoral"- candidato sem dinheiro, mas com votos- para legitimar a eleição milionária.
Este é o tema principal do programa "Jogo Aberto" deste sábado, de 2 às 4 da tarde, na Tabajara FM 106.1. Os acordos, as tramas dos bastidores e outras armações que virão por aí são passados a limpo pelo crivo dos jornalistas Carlos Mendes e Francisco Sidou. O programa também apresenta o 9º capítulo da radionovela "A Roda do Poder", que focaliza as traições e maracutaias da política e dos políticos do fictício estado de Pangará, num país chamado Pindorama.
Nesse inédito capítulo, as cartas marcadas apontam milhões de pangaretas no balcão das negociações, bate-boca, comemorações e choro dos candidatos. A candidata Vanderléria Íris Branco revela seu desapontamento por ter sido recusada por todos os principais partidos de Pangará, que rejeitaram sua candidatura ao Senado. Ela ganha a solidariedade do marido, Rick, também fora da disputa.
O programa, além do rádio e do celular, pode também ser sintonizado pelo computador, no endereço www.radiotabajara.com.br.

Fonte: Rádio Tabajara

Um olhar pela lente

Movido a energia solar, o avião "Solar Impulse" conseguiu realizar o primeiro voo noturno da história impulsionado unicamente por energia solar e conseguiu manter-se no ar mais de 24 horas seguidas. O avião aterrissou na Suíça na manhã desta quinta-feira (8). Na imagem, o "Solar Impulse" se prepara para o pouso e a conclusão do feito histórico.
A foto é da Reuters.

As árvores e o papel. O papel e as árvores.

Dois Anônimos contestam o leitor Osório Pacheco, que em comentário sobre a postagem Eleição rima com devastação. Fora de brincadeira., diz que “as árvores que são utilizadas para a celulose do papel não são da floresta”.
A seguir, a manifestação dos dois Anônimos:

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Baseado em quê o sr. afirma que a madeira destinada à papelada do Judiciário vem de reflorestamento?
Mesmo que haja, de fato, o reflorestamento, a quantidade de energia gasta na manufatura do papel, no transporte, e no processo de utilização é muito superior à quantidade de energia que seria gasta se todo o processo fosse digitalizado. O consumo/desperdício de energia também implica devastação.

Boa noite. Quero falar ao seu Pacheco que as árvores que ele diz que são usadas para papel não são da floresta. É verdade, sim. Só que ele esqueceu que, para plantar essas árvores, antes foi derrubada uma floresta nativa.

Entidades criticam situação da liberdade de expressão

Do Comunique-se

A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) enviaram à Sociedade Interamericana de Imprensa um relatório criticando os obstáculos que a liberdade de expressão enfrenta no País.
O documento critica a tentativa de restabelecer a obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão e a norma da Anvisa que limita a publicidade de alimentos e bebidas.
No relatório, as entidades citam a censura aos jornais O Estado de S. Paulo, no caso envolvendo o empresário Fernando Sarney, e Diário do Grande ABC, causada por ação movida pelo prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
O texto lembra ainda de quatro atentados à liberdade de expressão entre março e junho deste ano. Em abril, o apresentador de TV Handson Laércio foi baleado em Bacabal, no Maranhão. Em maio, Gilvan Luiz, dono do jornal Sem Nome, foi sequestrado e agredido em Juazeiro do Norte, no Ceará. No mesmo mês, policiais tentaram intimidar profissionais do Diário Catarinense, em Florianópolis, e um grupo tentou impedir a circulação de O Globo que trazia acusações contra um ex-prefeito de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, comprando todas as edições do diário.

Político "ficha suja" deve conseguir disputar eleição

Da Folha Online

Brechas na legislação eleitoral devem permitir que políticos "fichas-sujas" disputem a eleição deste ano e sejam votados normalmente, avaliam procuradores eleitorais e entidades que apoiam a Lei da Ficha Limpa.
Para especialistas, a tendência é que as punições aos "fichas-sujas" só ocorram após a votação ou mesmo depois da posse dos eleitos.
Segundo o calendário eleitoral, o Ministério Público e os partidos políticos já podem pedir a impugnação dos registros de políticos "fichas-sujas" à Justiça Eleitoral.
Após o início dos processos, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) terá até 19 de agosto para decidir sobre as impugnações, segundo a lei.
Porém mesmo os "fichas-sujas" impugnados pela Justiça Eleitoral poderão recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para conseguir liminares que os autorizem a participar do pleito.
O procurador-regional eleitoral de São Paulo, Pedro Barbosa, afirma que essa possibilidade ficou assegurada com a entrada em vigor do artigo 16-A da lei 9.504, criado pela minirreforma eleitoral do ano passado.
A regra prevê que "o candidato cujo registro esteja sub judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição".
Barbosa diz que a permissão "vai exigir do Judiciário e do Ministério Público muita rapidez no tratamento da matéria" e "vai promover uma guerra jurídica sobre a questão". Segundo a assessoria do TSE, o artigo 16-A tornou regra uma interpretação recorrente em julgamentos do tribunal.
Integrantes do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), um dos promotores da "Campanha Ficha Limpa", também admitem que dificilmente os "fichas-sujas" deixarão de participar das eleições.
Segundo um dos membros do comitê do MCCE, o juiz eleitoral Márlon Reis, o artigo 16-A até pode ter sua validade questionada nos tribunais, mas a legislação relativa aos recursos judiciais no país permite aos "fichas-sujas" buscarem liminares e serem votados em outubro.
Reis diz esperar que decisões finais do STF sobre o tema ocorram pelo menos antes da posse dos eleitos, uma vez que a Lei da Ficha Limpa estabelece prioridade no julgamento dessas causas.
Para o juiz, candidatos "fichas-sujas" amparados por liminares carregarão "um peso extra" nas campanhas e essa condição poderá causar prejuízos eleitorais a eles.

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O infográfico também é da Folha Online

Crime sem castigo?

No blog Página Crítica, sob o título acima:

Aldo Rebelo, deputado do PCdoB (SP) que resolveu passar de mala e cuia para a bancada ruralista, agregou mais um registro em seu já bem recheado currículo de trânsfuga.
Ontem [quarta-feira], sob aplausos dos integrantes da tropa de choque do latifúndio e do agronegócio, o relatório de Rebelo que mutila o Código Florestal foi aprovado numa comissão da Câmara de Deputados. Agora, a batalha se desloca para o plenário.
Ainda há tempo para evitar o pior. Tudo dependerá da capacidade de denúncia e de pressão sobre um parlamento cuja principal tendência é agir como gendarme dos interesses privados, mas que pode, em determinados situações, ser forçado a recuar.
Para saber mais, clique aqui.

O que esperar do Fisco e dos políticos?

CHARLES ALCANTARA

Não há enigmas ou armadilhas semânticas a confundir tão cristalina reza constitucional. Lá na Carta Magna, com todas as letras, no artigo 37, inciso XXII, está escrito que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios são atividades essenciais ao funcionamento do Estado, serão exercidas por servidores de carreiras específicas e terão recursos prioritários para a realização de suas atividades.
Ao adjetivar a administração tributária como essencial ao funcionamento do Estado, o legislador constituinte não quis deixar margem para quaisquer desvios interpretativos: a administração tributária é indispensável à sobrevivência do Estado, ou seja, não há este sem aquela.
E para cumprir o fim a que destina e que lhe confere sentido, que é o de promover o bem comum e a plena cidadania, o Estado precisa de recursos.
Pra quê – e a quem - serve o Fisco, afinal?
O Fisco tem a nobilíssima missão de fazer com que os tributos (impostos, taxas e contribuições) pagos pela coletividade cheguem aos cofres públicos na exata medida e forma previstas em lei. Em contrapartida, o Estado tem o dever de investir cada centavo desses recursos, que são públicos, em políticas sociais que assegurem dignidade e bem-estar à coletividade.
É correto então afirmar-se que o Fisco serve ao Estado e à sociedade. E, partindo desse pressuposto, urge indagar: o que esperar do Fisco?
A sociedade, titular e destinatária do recurso público, espera e deve exigir que o Fisco e seus agentes atuem no estrito e escorreito cumprimento do dever legal; que tratem os contribuintes com urbanidade, respeito e isenção; que não submetam o interesse público ao interesse privado; que não se subordinem a ordens ilegais; que ajam com decoro, justiça e equilíbrio; que orientem suas condutas por princípios éticos.
E o que esperar dos governantes e políticos em relação ao Fisco?
Os bons políticos referendam a tese de que o fortalecimento do Fisco e a valorização dos seus agentes reforçam o ideal ético de justiça tributária e favorecem, simultaneamente: a sociedade, que tem mais garantias de que os tributos que pagam chegarão aos cofres públicos; os bons contribuintes, que passam a ser tratados com mais respeito e equidade; e os governos sérios e democráticos, que terão mais recursos para financiar as políticas públicas.
Os maus políticos, por outro lado – que fazem da atividade política um meio para satisfação de seus interesses privados ilegítimos – apostam no enfraquecimento e na desmoralização do Fisco e no favorecimento simultâneo: dos sonegadores contumazes, que financiam suas campanhas eleitorais em troca de favores públicos; e dos governantes que governam para perpetuar riqueza e poder para poucos e miséria para a maioria.
Dos bons políticos, a sociedade espera atitudes efetivas em favor da autonomia administrativa e financeira do Fisco e da independência funcional dos seus agentes. Dos maus políticos, nada a esperar além da persistência na deletéria interferência política no Fisco.
O que a sociedade ganha com a autonomia do Fisco e a independência funcional dos seus agentes?
A baixa independência financeira, técnica e funcional do Fisco deixa este a mercê das pressões e dos interesses de grupos econômicos financiadores de campanhas eleitorais.
A troca de “favores” entre os sucessivos governos e os financiadores de campanhas eleitorais fez surgir, no Pará, uma casta de grandes e notórios contribuintes que, sistematicamente, deixam de ter a sua escrituração e recolhimentos submetidos à auditoria fiscal anual, em razão de “ordens superiores” transmitidas oralmente por agentes políticos no exercício de funções que deveriam ser exclusivas de servidores de carreira.
O efeito mais perverso desses “favores” é a decadência dos créditos tributários que porventura deixaram de ser recolhidos (sonegados) aos cofres públicos, embora pagos pelo consumidor.
Uma pequena parte do dinheiro sonegado retorna para o financiamento de campanhas eleitorais diversas, em valores também diversos, a depender dos prognósticos eleitorais e do nível de cumplicidade e afinidade entre doador e donatário, isto quando o doador de outrora não se torna, ele próprio, o candidato. A maior parte, é claro, incorpora-se ao patrimônio pessoal do sonegador e, eventualmente, do próprio agente político que patrocina a “proteção”.
Quanto maior a ingerência política no Fisco maior a injustiça tributária; maior o arbítrio; maior o clientelismo; maior o patrimonialismo; maior a corrupção e a sonegação. Isto é incontroverso.
Por outro lado, quanto mais protegido o Fisco estiver da ingerência política e mais prestigiada a índole estatal de suas atividades mais próximo estar-se-á da plena cidadania; da justiça tributária e da possibilidade de redução da carga tributária pela via da eficiência na fiscalização e arrecadação.
Qual a importância da Lei Orgânica do Fisco?
Afirmar o princípio de que o Fisco serve ao Estado e à sociedade - e não aos governos - e fundar o marco legal da autonomia do Fisco e da independência funcional dos seus agentes são os mais lídimos propósitos da Lei Orgânica do Fisco Estadual do Pará, cuja elaboração está a cargo de uma comissão representativa da Secretaria de Estado da Fazenda e dos servidores de carreira do Fisco Estadual.
A aprovação da Lei Orgânica, portanto, fortalece o Fisco, valoriza o servidor e protege o cidadão.
Dada a largada para a acirrada disputa eleitoral de 2010, os servidores de carreira do Fisco Estadual do Pará lançam-se em aberta e franca campanha pela aprovação da lei e os candidatos a cargos eletivos podem, com ela, qualificar a agenda política neste ano eleitoral sabendo que a Lei Orgânica do Fisco é boa para o Estado, mas é melhor, mesmo, para a sociedade.

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CHARLES ALCANTARA é presidente do Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sindifisco-PA).

“A máquina é igual cobra, mesmo morta mete medo”

De um Anônimo, sobre a postagem PSL confirma desistência de Tremonte, que ficará neutro:

Não é fácil fazer política em um Estado continental como o Pará.
Ou você conta com o apoio da máquina ou terá muitas dificuldades.
Por isso é que os governadores do momento recebem "apoios" de quase a totalidade dos partidos. Mesmo que não realizem uma administração eficiente.
Muitos desses apoios não se transformam em votos, como foi o caso de Almir Gabriel em 2006 e que pode se repetir em 2010.
Como dizia Vic em seu saudoso blog: a máquina é igual cobra, mesmo morta mete medo.

Duciomar vai roer osso. A partir de agosto.

Duciomar Huno Costa encontrará, sem dúvida, muita dificuldade para aprovar em agosto, na volta do recesso, o projeto das parcerias público-privados (PPPs), que, se aprovado, será o primeiro passo para a privatização de vários serviços públicos em Belém, inclusive o de água.
A bancada do PT já deu demonstrações evidentes de que vai rejeitar o projeto.
Outra coisa: a pressão dos urbanitários será cada vez maior.
E mais outra coisa ainda: estaremos, aí sim, em plena campanha eleitoral. E nesse clima, vereador que votar a favor do projeto e estiver concorrendo a algum mandato este ano será fatalmente execrado por aí.
Será atirado à sanha da exploração eleitoral como um privatista de serviço essencial como o de fornecimento de água, de fortíssimo viés social, tanto que parte da tarifa é subsidiada para atender à população mais pobre.
De qualquer forma, é esperar.
É esperar e conferir.
Mas que Duciomar vai roer um osso, sem dúvida que vai.

E agora, como ficam os coleguinhas?

E agora, coleguinhas?
E agora, como ficam Vossas Senhorias?
Coleguinhas – vários de renome, inclusive – passaram esta Copa inteirinha repetindo esta brincadeira fenomenal de que camisa pesa, de que tradição tem peso, de que camisa ganha jogo.
E citavam como exemplo a Espanha.
A Espanha, diziam eles, dificilmente chegaria à final porque tem um ótimo time, mas não tem camisa, sempre foi um time perdedor em Copas.
É?
Pois a Espanha está na final.
Com todos os méritos.
Pode até não ganhar a Copa, mas é o melhor time da Copa.
Melhor, inclusive, que a Holanda.
Muito melhor.
Hehehe.

Canais por assinatura perdem para a Voz do Brasil

De um Anônimo, sobre a postagem Só 21% dos ouvintes acompanham a Voz do Brasil:

Pode ter certeza que se for feita uma pesquisa a respeito dos canais por assinatura, a audiência é infinitamente abaixo da Voz do Brasil.
E ninguém ousa propor o desaparecimento desse tipo de mídia. Os 21% que ouvem a Voz do Brasil, com certeza são cidadãos, sobretudo das áreas rurais que ainda não dispõem do acesso a outros meios mais atraentes de comunicação.
Contudo, é bom não esquecer que mesmo os que vivem nas áreas urbanas, muita gente faz opção por assistir a TV Senado, TV Câmara, TV Justiça e outra mídias segmentadas.
Essa tentativa de querer acabar com as emissoras públicas é velha.
Mas não cola.

Um candidato com cheiro de povo

E o candidato a senador Fernando Yamada (PTB), hein?
Começou bem.
Começou sua trajetória político-eleitoral a mil.
Dentro do esquadro.
Se o povo é que vota, Fernando Yamada não esperou o povo ir a ele.
Ele foi ao povo.
Foi à Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e apresentou suas propostas ao povo, ou melhor, ao seleto – seletíssimo, se quiserem – grupo de empresários ali reunidos.
É assim que se faz.
É assim que se começa.
Yamada, como os bons políticos, como os políticos tarimbados, saiu da asséptica sede da Fiepa cheirando a povo.
Saiu cheirando a, digamos, Burberry Brit. Hummm! É uma dilícia, fora de brincadeira.
Afinal, cada candidato escolhe o seu povo.
É ou não é?
Hehehe.

Um jornalista mentiroso. E assumido.

Olhem só.
Que coisa mais impressionante.
Mentirosos existem em qualquer profissão.
Inclusive entre jornalistas – por que não?
Mas mentirosos assumidos são raros.
E jornalistas mentirosos assumidos são raríssimos.
Tommaso Debenedetti é um deles.
É um dos raros exemplos de jornalistas mentirosos assumidos.
Aliás, assumidíssimos.
Mas ele é mesmo jornalista?
Sabe-se lá.
Mesmo que não o seja, é mentiroso.
Leia a entrevista abaixo, publicada na Folha de S.Paulo:
O título da matéria é “Gosto de ser o campeão da mentira”.
O autor da reportagem é Miguel Mora, do jornal “El País”, da Espanha.

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Não eram apenas Prêmios Nobel de Literatura e escritores ilustres. Também o Dalai Lama, Mikhail Gorbatchov, Elie Wiesel, Noam Chomsky e Joseph Ratzinger -este, pouco antes do início do conclave que o elegeu papa, em 2005- foram entrevistados pela imaginação de Tommaso Debenedetti.
A lista de falsas entrevistas do freelancer italiano continua a crescer. O escritório que faz o resumo de imprensa do parlamento postou o arquivo na internet, e já constam dele 79 matérias, embora nem todas sejam entrevistas, porque Debenedetti foi, durante alguns meses, vaticanista do desaparecido "L'Independente".
Uma de suas últimas vítimas foi o dramaturgo Derek Walcott. Debenedetti o descreveu aterrorizado do outro lado do telefone no dia do terremoto no Haiti. Pouco depois, Philip Roth descobriu a grande impostura.
A jornalista do "La Repubblica" Paola Zanuttini perguntou a ele sobre seu suposto desencanto com Obama, e Roth negou ter dito isso, negou ter falado com o "Libero" e conhecer Debenedetti. Agora o inventor de entrevistas decidiu conceder uma entrevista ao "El País".
Debenedetti confessa que tudo foi falso. Ou, mais precisamente, que foi um jogo. "Minha ideia era ser um jornalista cultural sério e honrado, mas isso é impossível na Itália", afirma.
Nascido em Roma em 1969, casado e pai de dois filhos, professor de italiano e de história em um instituto público de Roma, Debenedetti se declara "satisfeito" com o trabalho realizado.
"Gosto de ser o campeão italiano da mentira. Creio que inventei um gênero novo e espero poder publicar novas falsidades e a coleção toda em um livro. Com prólogo de Philip Roth, é claro."
Depois de marcar um encontro comigo na barulhenta praça De Barberini, Debenedetti chega pontual (embora seu relógio marque uma hora a menos) com seu bebê de três meses de idade.
Demonstra uma compostura inteligente, usa um quipá na cabeça e se parece um pouco com o ator Roberto Benigni. Durante uma hora, o impostor relata sua verdade.

O sr. é jornalista ou não?
Tommaso Debenedetti Estudei literatura e história italiana e depois comecei a trabalhar como jornalista freelancer. Não pude tirar a carteirinha de jornalista, porque para isso, na Itália, é preciso ter passado dois anos seguidos contratado por um jornal. Em 1994 comecei a escrever críticas e entrevistas com escritores italianos.

Reais?
Absolutamente. Eu as fazia ao telefone e também pessoalmente. Então aconteceu uma coisa: entendi que havia algo que não cheirava bem na imprensa italiana.

Como assim?
Eu queria trabalhar honestamente como redator cultural, mas não havia espaço. Eu ia às entrevistas coletivas de imprensa, mas ninguém me dava entrevistas. Oferecia críticas, mas sempre me diziam: "Já cobrimos isso com nossos redatores". Então mudei o método.

E começou com as entrevistas falsas?
A técnica consistia em procurar os jornais pequenos. Não pagavam muito, mas compravam tudo.

Quando você escreveu a primeira?
No ano 2000. Acho que foi Gore Vidal. Ele era acessível, estava divulgando seu livro "Palimpsesto", fala italiano e vivia em Ravello, perto de Nápoles... Fiz, e saiu no "La Nazione" (Florença), "Il Giorno" (Milão) e "Il Resto del Carlino" (várias províncias).

Mas fez de verdade?
Não, Gore Vidal não recebia qualquer um. Mas a entrevista agradou, e o diretor de cultura do "La Nazione" me disse: "Agora não podemos baixar o nível". Percebi que o que interessava não era a cultura, mas os grandes nomes. A verdade é que me diverti horrores nestes dez anos.

Vivendo a vida de impostura.
Sim, era apaixonante. De manhã eu era professor, e à tarde falava com gente como Arthur Miller, Philip Roth, Gorbatchov ou o papa. Embora só me pagassem 30 euros, ou nada, e jamais tenham me agradecido por minhas entrevistas exclusivas. Isso mostra que era tudo um jogo.

Então os jornais sabiam que eram entrevistas falsas?
Claro, mas convinha a eles. Todo o mundo sabe que os escritores dão entrevistas para promover seus livros. Minhas entrevistas iam além disso -quase sempre eram políticas. Eu lhes atribuía um viés de direita. Isso me divertia, e eu sabia que aqueles jornais pediam isso. "Seria bom que ele falasse mal de Obama", "faça com que ele fale bem de Berlusconi". Eu obedecia.

Você fez nove entrevistas com o escritor israelense Abraham Yeoshua e cinco com Roth. Por que eles eram seus favoritos?
Yeoshua, porque Israel e Oriente Médio é um assunto que vende muito bem na Itália. E Roth porque inventei seu apoio a Obama antes mesmo que ele o tenha dado. Assim, pensei que não pareceria estranho se, algum tempo depois, ele se mostrasse desiludido com Obama. Na verdade, não pareceu estranho a ninguém, exceto a ele mesmo e à jornalista do "La Repubblica" que foi perguntar a ele.

Você não temia ser descoberto e processado?
Eu me limitava a levar adiante esse jogo ao mesmo tempo cômico e trágico. A falsificação e o sectarismo são os elementos básicos da informação italiana. Tudo é construído sobre a base de Berlusconi. Ou você é amigo ou é inimigo. As notícias, as entrevistas, as declarações e a censura são decididas com base nesse critério.

Que técnica você usava para imitar a linguagem? Lia livros, copiava de outras entrevistas?
Eu lia os livros (dos autores) e procurava captar sua forma de expressão e seu mundo. Às vezes incluía detalhes sobre o ambiente.

Você fica triste pelo fato de alguns autores terem dito que não se reconheciam em suas entrevistas?
Foi isso o que mais me incomodou. E o fato de Roth ter dito que minha carreira acabou; sei disso, mas também não era preciso que o dissesse ele. Minha carreira nos jornais talvez tenha terminado, mas não meu trabalho. Talvez eu escreva novas entrevistas, assinando com um pseudônimo, em algum jornal de grande tiragem. E vou criar uma página na internet onde postarei novas entrevistas falsas. Acho que esse é um gênero novo, e eu gostaria de publicar a coleção em um livro. Com um prólogo de Roth, é claro -veremos se falso ou verdadeiro.

Quer aproveitar a oportunidade para pedir perdão a seus entrevistados?
Eu gostaria de me encontrar com eles. Em alguns casos, seja por pressa ou por incapacidade, errei no reflexo que apresentei de seus pensamentos. Peço desculpas. Vi que Roth disse que não se surpreenderia se me convertessem em herói na Itália. Aqui só vira herói quem rema com a maré, nunca quem critica o sistema ou se diverte dizendo a verdade. Jamais serei um herói, mas vou continuar dizendo a verdade. E sei bem que isso soa estranho, vindo de mim.

Movimento de combate à corrupção lança disque-denúncia

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) vai lançar nesta sexta-feira, 9 de julho, o serviço de atendimento telefônico para comunicação de denúncias sobre irregularidades nas eleições deste ano. O evento de lançamento do disque-denúncia eleitoral está programado para as 9h na sede de Belém da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (travessa Barão do Triunfo, 3151, bairro do Marco).
Com o serviço o cidadão terá a possibilidade de denunciar todo tipo de irregularidades, como propaganda ilegal, tentativas de compra de votos, participação de candidatos em inaugurações de obras públicas e arrecadação irregular de recursos para a campanha.
Além da CNBB, estão à frente da iniciativa o Ministério Público Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil. Essas três entidades fazem parte das 46 instituições que compõem o MCCE todo o país. Com sede em Brasília, o MCCE acompanha de perto a atuação do Tribunal Superior Eleitoral e mantém contato com os responsáveis pela adoção de medidas que favoreçam a lisura do processo eleitoral no Brasil.
Nas últimas eleições gerais, em 2006, o disque-denúncia eleitoral atingiu 7.426 ligações atendidas, das quais 2.480 foram registradas como denúncias e deram origem a investigações para ajuizamento de ações. Na média, no primeiro turno foram recebidas 100 ligações por dia. No segundo turno, a média de ligações diárias foi de 91.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF

Sábia decisão de Duciomar

No Blog do Bordalo, do deputado petista Carlos Bordalo, sob o título acima:

Foi sábia a decisão do prefeito Duciomar Costa de retirar de pauta da Câmara de Vereadores o PL que abre caminho para Parcerias Público-privadas. É fato, posições diversas à parte, que o assunto é polêmico. O chefe da Casa Civil, Everaldo Martins, já havia sugerido a mesma coisa ao presidente do PTB/PA, aliado da reeleição da governadora Ana Júlia: vamos discutir depois.
Com a decisão, o prefeito ganha tempo para discutir uma proposta consensual com os aliados, que seja em prol do conjunto envolvido no debate, possibilitando a participação da sociedade para opinar sobre o assunto, e se propõe a trabalhar no principal desafio: derrotar a aliança demotucana em outubro próximo.
Aos "jardineiros do inferno" de plantão, cabe registrar que nunca houve divergência de mérito no PT sobre a questão da "privatização da Cosanpa", pauta artificial alimentada pela oposição. A decisão do PT Estadual era votar a favor das PPPs. A da governadora, manifestada hoje, não é contrária às PPPs, mas contra que se privatize o serviço de abastecimento de Belém. E, por fim, quem decidiu terminar por hora a polêmica foi o prefeito, não o PT nem a companheira Ana Júlia.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um olhar pela lente

Nova Déli: "índice de desconforto" = 99.
Uma pesquisa mediu os prejuízos emocionais e econômicos provocados pelo tráfego ruim em 20 grandes centros urbanos do mundo e divulgou um ranking com o "índice de desconforto" de cada cidade; a escala vai de 0 a 100: quando mais perto de 100, maior o prejuízo.
A foto é da AP.

A opção de Vic Pires Franco

De um Anônimo, sobre a postagem De tudo ficaram...:

A atitude do Vic foi correta.
O Jatene colocou para a Valéria escolher aos 47 min do segundo tempo, entre ela candidata ou a coligação dos proporcionais. É brincadeira!
O Vic apenas deixou o seu partido através dos deputados, que escolherem o que era melhor, e ele ficou ao lado da sua esposa que não foi candidata, ponto.

Palanques mostrarão quem é quem

Do leitor Professor Juvenal, sobre a postagem “Essa aliança, o eleitor do Almir não vai digerir”:

O palanque nesta eleição vai servir, mais do que nunca, para mostrar quem é quem.
Muitos que hoje estão lá no pico nas pesquisas vão despencar quando se começar a tocar no passado de cada um, relembrando coisas "feias" que cometerem e que o povão tá esquecido.

Por que Teixeira não começa a renovação pela CBF?

Esse Ricardo Teixeira, fora de brincadeira, é uma parada.
Essa Teixeira é brincadeira – com o perdão da rima pobre.
Numa raríssima entrevista, falou em reformulação do futebol brasileiro.
Reformular, renovar.
Eis a palavra de ordem, segundo Teixeira.
Putz!
Isso é mais velho do que Teixeira como presidente da CBF, cargo que ele ocupa há 21 anos.
Isto mesmo: 21 anos.
Depois da cada Copa perdida, o que se ouve é isto: vamos renovar, vamos reformular.
Alguém acredita a renovação e a reformulação saiam agora, apenas porque Teixeira disse?
Olhem só: a primeira renovação, a primeira reformulação que a CBF poderia promover era nos seus estatutos.
Deveria reunir os presidentes de todas as federações de futebol e alterar pelo menos a parte dos estatutos que permite a um presidente da CBF ficar indefinidamente no cargo.
Por extensão, Suas Senhorias aproveitariam para mudar também os estatutos das federações, que permite ao nosso Ricardo Teixeira, no caso Antonio Carlos Nunes, aboletar-se por mais trocentos anos no cargo presidente da Federação Paraense de Futebol.
Mas Teixeira não vai fazer isso, não é?
Renovação, reformulação é só para os outros.
Para a CBF dele, Teixeira, nada.
Nadica de nada.

PSL confirma desistência de Tremonte, que ficará neutro

A Executiva Regional do PSL remeteu ao blog nota em que confirma a sua desistência de concorrer a qualquer eletivo este ano.
Explica que a legenda não tem estrutura para concorrer e revela, inclusive que a antiga comissão provisória não repassou a documentação necessária para o registro dos candidatos.
Luiz Carlos Tremonte, que era o candidato ao governo do Estado pelo partido, não vai apoiar ninguém. Ficará, portanto, neutro na disputa, informa o PSL.
A seguir, a íntegra da nota:

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NOTA À SOCIEDADE

A Comissão Executiva Regional do Partido Social Liberal (PSL) no Pará informa que, em reunião realizada no dia 05 de junho, decidiu não concorrer as eleições deste ano no Pará, retirando assim a candidatura de Luiz Carlos Tremonte ao governo do Estado e não concorrendo também aos cargos de senador, deputado federal e estadual.
A decisão foi tomada após uma análise criteriosa do cenário político no Pará, onde são gastas quantias vultosas nas eleições e muitos partidos preferem se comportar como legendas de aluguel a participar de um projeto político sério e inovador.
O PSL considerou também a falta de estrutura do partido para concorrer com uma chapa majoritária. Falta de estrutura provocada pelo descaso da antiga comissão provisória do partido no Estado, que mesmo após ter sido destituída pela executiva nacional, continuou com toda a documentação do partido, não repassando a mesma em momento algum à nova direção. Este boicote voluntário impediu, por exemplo, que o PSL conseguisse lançar candidatos a deputados federais e estaduais e senadores.
A reunião na qual foi decidida a retirada da candidatura majoritária do PSL teve a participação de Luiz Carlos Tremonte, que concordou com a retirada, ponderando que, na reta final de sua pré-campanha, também encontrou dificuldade de apoio em alguns segmentos do setor produtivo que vinham incentivando a sua candidatura.
Tremonte decidiu não apoiar nenhum dos candidatos a governador, nem qualquer candidato ao senado ou a deputado federal e estadual, mantendo-se neutro nesta campanha, mesmo direcionamento adotado pelo PSL.
O PSL não jogou a toalha, muito pelo contrário, somos feitos para desafios e neste momento nos tornamos gigantes, vamos reestruturar o partido, criar comissões provisórias em todos os municípios do Pará, com pessoas sérias e capacitadas e estaremos muito mais preparados para as próximas eleições.

Tremonte jogou a toalha

No Blog da Repórter, sob o título acima:

Agora é oficial. Escolhido na convenção do PSL como candidato ao governo do Pará, o empresário Luiz Carlos Tremonte desistiu da disputa.
Em conversa com blog, disse estar “frustrado e decepcionado”. Alegou ter desistido por falta de estrutura no partido e de apoios para a candidatura.
Nos últimos seis meses, Tremonte vinha tentando compor com outras legendas, mas não conseguiu angariar apoios.
Era apontado como o candidato do setor madeireiro, mas disse que apenas cinco empresários foram à convenção do PSL onde foi sagrado candidato. Eram esperados 150.
As promessas para doações de campanha juntavam a soma de R$ 5 milhões, mas Tremonte disse ter percebido que elas não se concretizariam.
“Comecei a me perguntar até que ponto as doações iriam mesmo se concretizar. Embora seja empresário, não tenho dinheiro sobrando. Não tenho como fazer uma campanha com recursos próprios. Esperava contar com doações”.
O PSL não vai coligar ou apoiar qualquer dos candidatos ao governo.

“Parcela crítica” é comprável

De um Anônimo, sobre a postagem O preço de cada um:

Discordo, em parte, do Aldenor.
Muitos dos que fazem parte dessa "parcela crítica" têm opiniões e valores que podem ser facilmente comprados.
Infelizmente, os brasileiros não possuem o senso de coletivo. É cada um por si, e Deus por todos.
Esse sentimento está ganhando forças entre os que "pensam".

Critérios pouco objetivos marcaram licitação para hospital

Uma curiosidade – mera curiosidade, que por isso merece um registro – cerca o processo licitatório instaurado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública para selecionar Organização Social (OS) que vai explorar o Hospital Regional Metropolitano.
A licitação apontou como vencedora a OS Instituto de Saúde Santa Maria (Idesma), que tem ligações com o ex-deputado e candidato do PP à Assembleia Legislativa Luiz Afonso Sefer, recentemente condenado a 21 anos por crime de pedofilia. O Idesma obteve, no julgamento final, 65 pontos. Deu de goleada, portanto, nos dois outros concorrentes, a Associação Beneficente de Assistência Social (Pro-Saúde), que alcançou 18 pontos, e a Associação Paraense da Divina Providência, que obteve 15 pontos.
A curiosidade fica por conta dos critérios de julgamento.
Acompanhem só.
O Edital de Convocação Convocação Pública nº 01, referente à seleção da OS, é de 5 de abril passado.
Foi publicado no Diário Oficial do Estado - DOE Nº 31.640, de 7 de abril de 2010.
O edital é de uma superficialidade espantosa sobre os critérios de julgamento.
O item 9 diz apenas e tão somente o seguinte:

9- A Análise e julgamento dos Projetos obedecerão aos seguintes critérios:
Ajustamento da proposta às especificações técnicas;
Adequação entre os meios de gerência sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados.


Vocês acham que esses “critérios” podem mesmo ser considerados critérios objetivos para avaliar propostas técnicas?
Pois é.
O certo é que os licitantes passaram, portanto, praticamente um mês sem ter conhecimento objetivo, direto, definido e claro sobre os critérios de julgamento que orientariam a seleção.
Muito bem.
Chega o mês de maio.
No dia 12, o Diário Oficial publico a Portaria nº 558, da Sespa.
Essa portaria é que designou os membros da comissão julgadora.
Foram eles: Dalton Rodrigues, Consultor Jurídico do Estado; Danielle Cavalcante, Coordenadora do Núcleo Estadual de Economia em Saúde; Luiz Roberto de Vasconcelos Carepa, Coordenador do Grupo de Trabalho de Controle e Avaliação da Gestão dos Hospitais Regionais e Metropolitano; Liette Santos, Assessora de Gabinete; e Rosangela Pinheiro, Chefe da Divisão de Controle de Cargos.
A mesma portaria faz o seguinte acréscimo:

II – Conforme definido no item 09 do Edital de Convocação Pública Nº 01 de 05 de abril de 2010, com relação ao sub-item “Adequação entre os meios de gerência sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados”, deverão ser detalhados os seguintes quesitos:
Estrutura organo-funcional;
Quantitativo proposto, discriminando os níveis de escolaridade; as distribuições entre setores e atividades; regime de trabalho e proposta salarial dos recursos humanos.


Pronto.
O curioso está no fato de um edital sobre certame dessa complexidade indicar critérios de julgamento não tão precisos como se esperaria nas circunstâncias.
O anúncio do resultado da licitação não encerra todo o processo.
Ainda cabe a eventual interposição de recursos.
Mas pelo menos um dos licitantes que não ganharam a parada já desistiu de recorrer.
“Será inútil”, disse ele ao poster, por telefone, ontem à noite, num tom inequivocamente resignado.
Assim é.
É assim.
Fica registrada a curiosidade.
É apenas um registro, vale repetir.
Abaixo, leia a íntegra da portaria que, um mês depois da divulgação do edital, definiu os critérios de julgamento do certame e indicou os membros da comissão julgadora:

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DIÁRIO OFICIAL Nº. 31664 de 12/05/2010

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA
Portaria nº 558
Número de Publicação: 102129

PORTARIA Nº 558, DE 10 DE MAIO DE 2010

A SECRETÁRIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA, no uso de suas atribuições legais, e

CONSIDERANDO a publicação do Edital de Convocação Pública Nº 01 de 05 de abril de 2010, publicado no Diário Oficial do Estado - DOE Nº 31.640, de 07 de abril de 2010, e as Erratas publicadas no DOE Nº 31.651 de 23 de abril de 2010 e DOE Nº 31.661 de 07 de maio de 2010;

CONSIDERANDO a necessidade de especificar os critérios de análise e julgamento dos Projetos constantes do item 09 do Edital acima referido.

RESOLVE:

I – DESIGNAR os servidores abaixo relacionados para, sob a coordenação do primeiro, constituírem comissão para análise e julgamento das propostas e posterior publicização do vencedor do certame:

DALTON EMMANUEL LEAL RODRIGUES, Consultor Jurídico do Estado;
DANIELLE YASMINE DE ALMEIDA CAVALCANTE, Coordenadora do Nucleo Estadual de Economia em Saúde – NES
LUIZ ROBERTO DE VASCONCELOS CAREPA, Coordenador do Grupo de Trabalho de Controle e Avaliação da Gestão dos Hospitais Regionais e Metropolitano;
LIETTE BENEDITA CAVALCANTE DOS SANTOS, Assessora de Gabinete;
ROSANGELA DO SOCORRO SAMPAIO PINHEIRO, Chefe da Divisão de Controle de Cargos;

II – Conforme definido no item 09 do Edital de Convocação Pública Nº 01 de 05 de abril de 2010, com relação ao sub-item “Adequação entre os meios de gerência sugeridos, seus custos, cronogramas e resultados”, deverão ser detalhados os seguintes quesitos:
Estrutura organo-funcional;
Quantitativo proposto, discriminando os níveis de escolaridade; as distribuições entre setores e atividades; regime de trabalho e proposta salarial dos recursos humanos.

III – O prazo para conclusão dos trabalhos obedecerá ao definido no Edital e Erratas.

IV – Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

PUBLIQUE-SE, REGISTRE-SE E CUMPRA-SE.

MARIA SILVIA MARTINS COMARÚ LEAL
Secretária de Estado de Saúde Pública

Deputado diz com todas as letras: houve “cartas marcadas”

O deputado Parsifal Pontes, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, disse com todas as letras ontem à noite, numa entrevista ao Jornal da RBA, que a licitação aberta pela Secretaria de Estadual de Saúde Pública (Sespa), para selecionar a Organização Social (OS) que vai gerir o Hospital Regional Metropolitano, foi um processo de “cartas marcadas”.
Em seu blog, sob o título Cartas marcadas, Parsifal escreveu o seguinte:

Como eu postei aqui no blog, em 24.06, antes de se abrirem os envelopes com as propostas, o Idesma "venceu" a concorrência pública para administrar o Hospital Metropolitano de Belém.
Como eu não tenho o dom da premonição, é sinal que as providências para que dentro do envelope do Idesma estivesse a “melhor” proposta foram devidamente tomadas.
Uma rigorosa auditoria do SUS, ou de qualquer outro órgão encarregado de fiscalizar a aplicação das verbas públicas de saúde em hospitais administrados por Organizações Sociais, liquidaria com tais organizações e seus respectivos "sócios".

Olhos voltados para a Funtelpa

Um bate-papo pelo Twitter, tipo vapt-vupt, indica que a governadora vai voltar seus olhos para a Funtelpa.
Isso, é claro, se ela cumprir o prometido.
Acompanhe aí a troca de mensagens entre Sua Excelência e um tuiteiro:

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BobDuvalle:
@anajuliapt13 Boa tarde Governadora! Talvez a sr ñ esteja sabendo, mas a Funtelpa contratou várias pessoas, demitiu e não pagou! Nos ajude!

Ana Júlia:
@BobDuvalle Vou checar qual é a situação da Funtelpa. Obrigada.

Os profissionais na política

De um Anônimo, sobre a postagem Advogados estão aprisionados à fidelidade partidária?:

Eu me esforço para concordar contigo, mas não dá, pelo menos completamente.
Se considerares um advogado como um médico que, com razão, não deve fazer distinção entre os pacientes que precisam de um tratamento, tudo bem.
Mas política - em tese - é carregada de questões ideológicas, políticas e jurídicas. Um advogado quando defende um partido, defende tudo isso.
Portanto, deveria, sim, ter um mínimo de identificação política. O que não pode é defender uma questão aqui e, depois, se posicionar contrário a esse mesmo fato. E os "coleguinhas" jornalistas fazem a mesma coisa, agem como os médicos e advogados.
Viva os profissionais robotizados.

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Do Espaço Aberto:

Caro Anônimo.
Em tese, você tem razão.
Em tese, repita-se.
Na prática, não.
Até porque advogados que trabalham para partidos e candidatos não defendem programas partidários, não defendem ideologias.
Defendem condutas: se o cara desviou dinheiro, se o cara fez propaganda extemporânea, se o caro captou votos ilicitamente, se o cara cometeu abuso de poder econômico etc.
E condutas como essas, meu caro, todos cometem.
Todos, sem qualquer exceção: PSDB, PT, PMDB, enfim, todos os pês que você imaginar e, além desses, aqueles que você nem imagina.
Quanto aos demais profissionais, Anônimo, há os que trabalham profissionalmente e os que, além disso, vestem camisa do candidato e do partido que estão defendendo.
Como também pode acontecer com advogados e até com médicos.
Mas é perfeitamente distinguível quando esses profissionais agem como profissionais e quando, mais do que profissionais, atuam como correligionários de partidos e candidatos.

MPF e Imprensa debatem regras para cobertura da campanha

O Ministério Público Federal (MPF) realizou hoje, 7 de julho, debate com jornalistas de Belém sobre regras para cobertura da campanha eleitoral. No evento, realizado na sede do MPF na capital, também foi divulgado balanço das representações por propaganda eleitoral antecipada encaminhadas este ano pelo MPF ao Tribunal Regional Eleitoral (veja nos links abaixo essa relação e outros documentos citados no evento).
Participaram do debate o Procurador Regional Eleitoral Daniel César Azeredo Avelino e os procuradores eleitorais auxiliares André Sampaio Viana, Fernando Aguiar e Igor Nery Figueiredo.
O Procurador Regional Eleitoral anunciou que o MPF firmou parceria com o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) para implementação no Pará do disque-denúncia eleitoral. O lançamento do serviço será realizado nesta próxima sexta-feira, dia 9, às 9 horas, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Belém (Travessa Barão do Triunfo, 3151 Marco).
Está programada para publicação amanhã da versão impressa da relação de pedidos de registros de candidaturas (veja no último link abaixo a versão digital, publicada hoje). O MPF terá prazo até terça-feira para dar parecer sobre os 704 pedidos de registros, avaliando as condições de elegibilidade de cada candidato.

Resumo da atuação do MPF e principais regras para as eleições:
http://bit.ly/MPF_e_regras_eleitorais

Instruções do TSE para as eleições:
http://bit.ly/Instrucoes_TSE

Orientações do TSE à Abert sobre aprovação de regras para debates:
http://bit.ly/regras_debates

Relação das representações por propaganda antecipada ajuizadas pelo MPF no Pará:
http://bit.ly/representacoes_propaganda_antecipada

Edição digital do Diário da Justiça eleitoral com a relação dos pedidos de registro de candidaturas:
http://bit.ly/Pedidos_de_registro_candidaturas

E-mail para denúncias eleitorais:
denunciaeleitoral@prpa.mpf.gov.br

Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF

Não invente a roda


Perdemos muito tempo com o nosso empirismo. Embora seja bom para nossa autoestima, muitas vezes desperdiçamos tempo precioso com invenções e descobertas já alcançadas por outrem.
Particularmente, fui vítima desse mal. Sempre gostei de descobrir minhas próprias coisas. Cheguei ao extremo de recusar a pedir qualquer tipo de informação. Queria achar endereços e descobrir por dedução o significado de palavras novas. Nada por orgulho. Talvez por um pouco de autodidatismo. E mais para fugir da dependência que governou toda minha vida, na qualidade de menino crescido fora do lar.
Hoje, vejo quanto perdi. Além do tempo, muitas das coisas que eu procurava ansiosamente saber, desfrutar ou possuir nunca foram alcançadas. Outras, obtidas tardiamente, perderam o sentido. Inquirir e pesquisar deve ser uma regra para todos.
Imagine: bem antes de existirmos como embrião, o mundo já respirava. Décadas. Séculos. Milênios. Um mundo de gente antecedeu à nossa chegada por aqui. Milhares de anos, e o mesmo Sol brilhava forte. Ele assistiu à construção das colossais pirâmides, viu cada império nascer e tombar. Acompanha a saga humana como testemunha imparcial.
Você pode comparar a vida na Terra com uma grande reta. Uma reta dividida em dias, meses e anos. E cada um de nós temos um instante para surgir e outro para sair de cena. Cada geração ocupa um segmento dessa reta. Uns mais, outros menos: todos ocupamos uma porção.
Antes de nós, gerações inteiras. Na verdade, a história com toda sua grandeza coloca-se à nossa disposição. Ela quer nos ensinar a viver melhor e evitar erros, alguns fatais.
Se, por exemplo, você está pensando na profissão que vai ocupar na vida, e ainda tem dúvidas, melhor fará se investigar esse acervo. Informe-se sobre isso. Busque saber sobre o campo de trabalho, a remuneração, o tipo de vida que levam aqueles que escolheram esse caminho. Não arrisque estudar, comprar livros, gastar horas de estudo e talvez um estágio, para só depois descobrir sua inaptidão.
Hoje, com a facilidade da comunicação virtual, o conhecimento é uma "opção" única. Quem não se enquadrar, estará fora do páreo. Por mais que alguém tenha cursado grandes faculdades, a renovação do saber é tão grande que nossos diplomas correm o risco de serem convertidos em peças de museu em pouco tempo. Em algumas áreas do direito, por exemplo, pode ser uma questão de dias ou meses. Muda um código, muda tudo.
Aí você há de concluir que não dá mais para perder tempo tentando descobrir o que já está acessível. A internet é apenas um bom exemplo. Com simples palavras num site, você transpõe o tempo. Viaja sem sair de casa. Pode conhecer elementos que pessoalmente jamais teria tempo para encontrar. Numa página de busca, você bate à porta com uma expressão, e centenas de caminhos surgem à sua frente.
O ser humano aprende mesmo com seus erros e acertos. Mas essa é apenas uma forma de aprendizagem. Ninguém precisa quebrar a cara para se dar conta de que há alternativas. E a melhor saída é olhar o rastro da humanidade. Pegadas longínquas e outras que acabamos de marcar. Melhor mesmo é colher nas experiências passadas a lição de que precisamos hoje.
É assim que age a ciência. Imagine se cada cientista tentasse começar do zero. Seria um caos. O saber científico seria banido, pois o mundo vai girando de mão em mão. É a sabedoria acumulada pelas gerações que o move, neste sentido.
Portanto, não despreze o conhecimento. Você poupará tempo para aproveitar a vida. Não tente inventar a roda.

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RUI RAIOL é pastor e escritor (www.ruiraiol.com.br)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Vale a pena ver



Vale a pena ver de novo.
Aliás, vale a pena ver muitas vezes.
A Espanha mereceu ganhar.
Se ganhasse por meio a zero, já seria um placar, digamos, avantajado.
Como foi por 1 a 0, isso tem o sabor de uma goleada.
Fora de toda a brincadeira.

SporTV pede desculpas ao Paraguai por reportagem ofensiva

Do Comunique-se

O canal SporTV pediu desculpas no ar por uma reportagem veiculada na última semana, considerada ofensiva pelos paraguaios. A matéria foi criticada pelo jornal La Nación, que disse que a emissora zombou da cultura paraguaia. O jornal também pediu que o canal tivesse humildade para reconhecer os problemas brasileiros.
O SporTV reconheceu o erro e pediu desculpas aos paraguaios. “A gente aproveita para fazer um pedido de desculpas pela péssima maneira como o povo paraguaio foi abordado numa reportagem exibida essa semana. Não foi nossa intenção ofender ninguém, e nem é essa a linha de trabalho do SporTV que preza pelo respeito a todos os povos”, disse o apresentador antes de mostrar uma reportagem exaltando a participação do Paraguai nesta Copa.
O canal também divulgou outra nota com esclarecimentos. “O SporTV informa que a matéria veiculada na semana passada não teve a intenção de ofender os paraguaios. O canal pede desculpas à população do país pelo desconforto causado e esclarece que não quis desmerecer nem o futebol nem a cultura paraguaia”.

Só 21% dos ouvintes acompanham a Voz do Brasil

Do Contas Abertas

Enquanto os parlamentares decidem no Congresso se flexibilizam o horário obrigatório da Voz do Brasil, transmitida de segunda a sexta-feira às 19 horas em todas as rádios do país, pesquisa divulgada em junho pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República mostra que a audiência do programa não é das maiores. Dos 12 mil entrevistados em 539 municípios espalhados pelas cinco regiões, 80% são ouvintes de rádio. Destes, apenas 32% costumam acompanhar notícias sobre o governo federal pelo rádio, sendo que 21% deles ouvem o programa Voz do Brasil.
O percentual de quem acompanha o programa, no entanto, é maior do que o verificado nos programas Café com o Presidente (6,5%) e Bom Dia Ministro (3,4%). Pior é a situação das governamentais TV Brasil e TV NBR. A pesquisa quantitativa “hábitos de informação e formação de opinião da população brasileira” revela que apenas 37% dos entrevistados já ouviram falar na TV Brasil – dos quais 18% dizem assistir – e somente 17% já ouviram falar em TV NBR, sendo que 10% costumam assistir a alguma programação desse canal.
Os pesquisadores entrevistaram pessoas com mais de 16 anos residentes em domicílios particulares em todo o território brasileiro, entre homens e mulheres de diferentes renda familiar mensal e escolaridade.
Nesta quarta-feira, a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado pode votar projeto de lei que flexibiliza o horário de transmissão da Voz do Brasil. O senador Antônio Carlos Júnior (DEM-BA), relator da proposta, afirma que o programa continuará sendo apresentado em todo o país, mas que as rádios devem ter a opção de escolher um horário entre as 19 horas e meia-noite para divulgação. “O rádio é um prestador de serviços que não pode ter a programação engessada. A flexibilização se torna necessária porque não se pode engessar a programação em horário nobre de divulgação, simplesmente esquecendo outras notícias importantes do Brasil e do mundo”, afirma.
Outros parlamentares da base aliada e da oposição consideram a obrigação do horário antidemocrática. O coro é de que não se pode impor ao ouvinte como única alternativa o programa. “É uma violência ao próprio princípio da liberdade de informação”, afirma Sérgio Zambiasi (PTB-RS). No entanto, há parlamentares que consideram o horário adequado para determinadas regiões e que é fundamental se transmitir a Voz do Brasil às 19 horas a áreas longínquas.
Para o presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert), Daniel Slaviero, na época em que a Voz do Brasil foi criada não existiam canais de órgãos dos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) para se comunicar com a população. “Isso era feito apenas por meio de rádios comercias. Atualmente, existem mais de 450 emissoras como a TV Justiça, TV Senado, Rádio Nacional, entre outras, que mostram as diversas formas que esses poderes podem se comunicar com a população, sem ser exclusivamente pela Voz do Brasil”, lembra.
Slaviero afirma que o setor não é contrário à veiculação do programa, pois se entende que ele contribui. “Mas o horário fixo das 19 horas está totalmente inadequado para a realidade da sociedade brasileira”, diz.

Árvores para o papel não provocam devastação

Do leitor Osório Pacheco, sobre a postagem Eleição rima com devastação. Fora de brincadeira.:

Caro poster, sua comparação é um tanto primária.
As árvores que são utilizadas para a celulose do papel não são da floresta, seu corte não provoca devastação, essa madeira é na verdade plantada para esse fim e no tempo certo é feita a colheita em um processo que árvores se renovam.
O título eleição comparada à devastação impressiona os leitores menos avisados, mas não acrescenta nada de positivo a nossa democracia, muito pelo contrário.

Duciomar, o rei das calçadas, começa mais uma

A administração de Duciomar, o Costa, Duciomar Costa, o huno que nos governa, começou a reformar a calçada do cemitério da Soledade, aquela que fica pela Serzedelo Corrêa.
Os trabalhos começaram na última terça-feira.
São uns 200 metros de calçada.
Comecem a contar.
Ponham a ampulheta para funcionar.
Se mantido o ritmo da gestão ISO 9000 de Duciomar, os trabalhos terminarão às vésperas da eleição de 2012.
Podem apostar.
Foi assim mesmo na Braz de Aguiar.
Já transcorreram mais de dois anos, e nada das obras estruturantes de Duciomar terminarem por lá.
A rua tem cerca de 900 metros.
Construíram uma nova calçada durante mais de dois anos.
Ficou uma porcaria.
Aí, para não perder o seu certificado ISO 9000, Duciomar mandou refazer boa parte do serviço.
E assim vai.
A Braz de Aguiar, de apenas 900 metros, tem tudo para bater um recorde: atravessar de uma eleição para outra com calçadas inconclusas.
É isso.
Quem votou em Duciomar que aguente Duciomar.
E quem não votou também.
Hehehe.

Projeto da privatização sai de pauta. A pedido de Duciomar.

Então é assim mesmo, não é?
A bancada do PT na Câmara, sobretudo seu líder, Otávio Pinheiro, ganhou a parada.
Os urbanitários também ganharam a parada.
E não vai ter votação, pelo menos por enquanto, do projeto enviado pelo prefeito Duciomar Costa à Câmara, regulamentando as parcerias público-privadas que poderiam resultar na privatização de vários serviços públicos, inclusive o do fornecimento de água para Belém.
Há pouco, o projeto, por solicitação do próprio Duciomar, foi retirado de pauta.
Resta saber se isso vai ter repercussão na aliança entre o PTB de Duciomar e o PT de Ana Júlia.
Tudo indica que não.
Mas vale a pena esperar.
Esperar e acompanhar.

Dez árvores “eleitorais” abaixo. Só no Pará.

A jornalista Ana Diniz botou o olho na postagem Eleição rima com devastação. Fora de brincadeira. e fez um cálculo sobre quantas árvores, apenas e tão somente levando em conta a eleição no Pará, terão sido derrubadas para que os candidatos apresentem a papelada exigida pela Justiça Eleitoral.
Abaixo, o comentário:

São dez árvores - considerando só o Pará. Eu fiz a conta, ajudada por um site de meio ambiente. Cada árvore produz 50 kg de papel. Isso, só o que os candidatos apresentam - fora o que a Justiça Eleitoral consome. Você tem razão: vai abaixo uma floresta inteira. E sem necessidade, nestes tempos eletrônicos, em que a ficha de um candidato pode ser levantada por mera consulta Tribunal-Tribunal. Mas aí os cartórios sobram, não é mesmo? E para onde vai a República Cartorial Brasileira?

“DEM sairá fortalecido do pleito”

De um Anônimo, sobre a postagem Valéria e Vic Pires Franco estão fora da eleição deste ano:

Decisão acertada!
O DEM sairá fortalecido do pleito.
O mais importante, no desfecho dessa novela, foi o consenso de que PSDB e DEM são irmãos siameses, totalmente ligados um ao outro seja a nível regional seja em nível nacional.
Outra opção seria um desastre político-partidário para o DEM.
Parabéns ao discernimento e à consciência da Valéria e do Vic em favor do DEM.

Eleição rima com devastação. Fora de brincadeira.

Ninguém se apercebe disso.
Mas uma floresta inteira é derrubada a cada eleição.
Façam uns cálculos.
O Pará – somente e apenasmente o Pará – tem cerca de 700 candidatos às eleições de outubro, segundo dados fornecidos ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Cada um, em média, tem que apresentar cerca de 30 documentos.
Trinta.

Mas há os que precisam protocolar na Justiça Eleitoral até 60 documentos.
Mas fiquemos na média de 30.
Multipliquem aí.
Setecentos x 30.
O resultado, a bico de lápis – ou a bico de calculadora – é de 21 mil.
Exatamente: por baixo, por baixo, a Justiça Eleitoral do Pará recebe 21 mil folhas de papel.
Ah, sim.
Essa papelada toda é digitalizada.
E daí?
Se é digitalizada, é porque antes da digitalização tinha papel.
Pois é.
E haja árvore sendo derrubada para atender à Justiça Eleitoral, não é?
O empresário do setor madeireiro Luiz Carlos Tremonte, candidato do PSL ao governo do Estado, pode estimar melhor quantas árvores são derrubadas para que se fabriquem 21 mil folhas de papel.
Isso tudo, repita-se, é somente e apenasmente no Estado do Pará.
Agora, pensem num Estado como São Paulo, por exemplo.
E pensem em todo o País.
Pensaram?
Se pensaram, vocês facilmente devem ter concluído que eleição, em verdade, rima é com devastação.
Queremos eleição.
Queremos democracia.
Queremos votar.
Mas que eleição rima com devastação, não há dúvida.

MPF orienta imprensa sobre cobertura da campanha eleitoral

O Ministério Público Federal agendou para esta quarta-feira, a partir das 14h30, um encontro com jornalistas para esclarecer dúvidas e dar orientações sobre a cobertura das eleições.
No evento, que será realizado na sede do MPF em Belém (rua Domingos Marreiros nº 690 – entre Generalíssimo e 14 de Março, no bairro do Umarizal), o procurador regional eleitoral, Daniel César Azeredo Avelino, também vai apresentar balanço sobre as ações ajuizadas pela instituição este ano por propaganda irregular.
Outras informações que serão apresentadas são as relativas aos procedimentos que o MPF irá adotar para avaliação dos casos de inelegibilidade (Lei da Ficha Limpa).
A nova legislação, como se sabe, ampliou os casos de inelegibilidade, prevendo inclusive que não poderá concorrer um candidato que, no exercício do mandato, renunciaram para escapar a um processo de cassação por quebra de decoro.

Tanto um quanto outro

No Blog do Parsifal, pilotado pelo deputado Parsifal Pontes (PMDB), sob o título acima:

A desculpa preparada por defensores do governo a respeito do péssimo desempenho do Pará no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Ideb, é manca.
Alegam que a educação básica é responsabilidade dos municípios: é verdade. Os prefeitos devem ser chamados às falas a respeito da parte que lhes cabe deste latifúndio.
O passo manco do governo, todavia, se faz no outro lado da calçada: o MEC declara também que o ensino médio do Pará não atingiu a meta nacional.
O ensino médio é responsabilidade do governo estadual, portanto, querer colocar o problema somente no colo dos prefeitos não é de boa educação, até mesmo porque, o governo, em muitas cidades, usa os próprios escolares do município para ministrar o seu sofrível ensino.

Pós-Copa

No blog Na Rede, da jornalista Ana Diniz, sob o título acima:

De repente, o Brasil perdeu, e não havia revolta.
Alguma tristeza, sim, mas nem de longe comparada às outras vezes. A torcida recolheu suas bandeiras, fantasias, e no dia seguinte se consolou com a goleada alemã. Rápido, fácil, como se tivesse consciência de... de que?
Algo mudou.
Talvez porque essa seleção que foi para a África seja de brasileiros, mas não seja brasileira. São jogadores reconhecidos; triunfaram no primeiro mundo; alguns já têm dupla nacionalidade. São jogadores até amados e admirados pelas torcidas. Mas estão longe demais, tanto no quotidiano dos jogos, como no nível de renda, do comum dos jogadores brasileiros, para serem identificados com o país. Ou com a torcida, que só muito raramente os vê jogar, e pela televisão, e defendendo outras cores que não as do Flamengo, Coríntians, Vasco, Palmeiras...
O clamor para a convocação de Ganso tem a ver com essa proximidade, assim como a torcida pelo Uruguai – na verdade, pelo bem próximo Loco Abreu. Jogam aqui, conhecemos seus altos e baixos, do que é capaz e do que não é.
Mas há algo mais.
Federações, confederações, técnicos, cartolas e jogadores mostraram-se perfeitamente conformados com duas aberrações: uma bola torta, defeituosa, inadequada para o futebol, e um péssimo nível de arbitragem. Todas as seleções foram prejudicadas, em algum momento, por essa bola. Pelo menos três seleções foram diretamente prejudicadas pela arbitragem ruim. Mas a Adidas anuncia recorde de vendas da Jabulani, no melhor estilo “reclamem, mas me comprem, lixe-se o mundo todo”, e a FIFA explica, com o maior cinismo, que os árbritros trazidos de locais onde o futebol ainda é uma promessa são parte de um plano para disseminar o esporte...
Que, no Brasil, é cada vez menos esporte para ser exporte.
Por mera curiosidade, fui xeretar o que é direito federativo e direito econômico nos contratos de jogadores. Concluí que jogador é quase um servo moderno: da feita que assina um contrato, passa a ser uma pessoa a ser explorada. Como um barranco de garimpo: se der ouro, ganha o garimpeiro, o dono do barranco e todas as pessoas que participam dos direitos. Se não der, fica o vínculo até o final do prazo – encostado ali.
Garotos do sub-sub-sub, apenas apresentam algum talento, já são comprometidos, pelos clubes, com grupos econômicos. Então não é de se espantar quando aparece numa grande seleção um Cacau, um Túlio Tanaka, que passou por clubes brasileiros e de quem nunca se ouviu falar. Eles não puderam nem se apresentar ao torcedor...
Talvez que isso seja a forma moderna de gerenciar o esporte, talvez.
Mas o resultado é uma seleção de brasileiros, em vez de uma seleção brasileira.
Eu acredito sinceramente que esses jogadores, ao vestir a camisa amarela, se emocionem em pensar no Brasil. Mas esse sentimento é misturado com toda a expectativa financeira que vem junto com a camisa vitoriosa. É mau, isso? Creio que não, mas seria melhor que essa expectativa não estivesse em final de carreira, ou estivesse em pessoas que estão em vias de se projetar para o mundo.
Isso não aconteceu desta vez. Possivelmente é uma das razões para o rápido conformismo da torcida, o resfriamento rápido de um entusiasmo que sequer chegou a encher o espaço frente ao telão do Copacabana.
Pressinto que o torcedor gostaria mais de uma seleção cheia de altos e baixos, mas com a maioria dos jogadores saídos do Campeonato Brasileiro do que uma cheia de vitoriosos da Liga Européia.
E, com certeza, jogando com a bola adequada e árbitros competentes.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Filas extensas na porta do TRE

A fila agora, neste exato momento, no TRE é grande.

Aliás, grande não.

É enorme.

Estão até distribuindo senhas.

É a documentação.

São documentos de toda ordem.

É papelada que não acaba mais.

E pensar que, apesar de tanto papel, tanta gente ficará inelegível.

Podem esperar.

Um olhar pela lente

Defensores dos direitos dos animais participam de protesto pelo fim das corridas de touros e das touradas, um dia antes do início da famosa corrida de touros em Pamplona, Espanha.
Nota dez para os espanhóis.
Nota dez porque confirma que tradições e hábitos culturais podem e devem ser evitados, podem e devem acabar, podem e devem ser excluídos dos hábitos e práticas de um povo, quando se mostram violentos, perniciosos, desagregados, nocivos e tudo o mais.
Nota dez para os espanhóis.

Tecnologia ajudaria a evitar injustiças no futebol

De um Anônimo, sobre a postagem Regras diversas para um mesmo esporte:

É como diz o Espaço Aberto, prezado Anônimo.
Vale ainda acrescentar que no futebol, como em qualquer outro esporte, o uso da tecnologia de ponta não afetaria a regra. A tecnologia tão somente funcionaria como um reforço às limitações da capacidade sensitiva do homem à serviço da arbitragem dentro do campo.
Na realidade, não só "chipar" a bola e a trave é o que se pode esperar da tecnologia de ponta como sensor de justiça nos lances capitais de uma partida.
"Chipar" cada jogador para monitorar o impedimento é outro recurso que acabaria com injustiças capitais que muitas vezes o árbitro comete, decidindo partidas, sem a intenção do dolo ou da má fé, mas simplesmente pelas limitações que o descompasso entre o sentido da visão e a velocidade do raciocínio humano impõe ao comportamento de um trio de arbitragem.
Quanto à viabilidade econômico-financeira de se adotarem esses avanços, é como diz o Espaço Aberto. Afinal, “quem pode pode, quem não pode se sacode”.
Só para arrematar.
No campinho do "Onze Amigos", lá de Pobrelândia, não há rede guarnecendo a meta do gol, como, nababescamente, há no pomposo estádio “Leônidas Castro”. Mesmo assim, lá, como aqui, se joga futebol e se leva o torcedor ao delírio.
Afinal de contas, “quem não tem cão, caça com gato”, pois não?

O preço de cada um

No Página Crítica, de Aldenor Jr., sob o título acima:

Correndo atrás do prejuízo, o governo Ana Júlia e o PT esforçam-se para mitigar os impactos negativos - bem maiores do que supunham - da atropelada e polêmica aliança com o PTB de Duciomar Costa.
Na lista de exigências de Duciomar e seus comparsas - como num sequestro, sem tirar nem por - havia de tudo, numa das exibições de maior fisiologismo e desapego com a coisa pública que se tem notícia na história recente do Pará.
Porém, foi na questão do apoio do governo e do PT ao projeto de privatização do serviço de água da capital, que se expôs, sem retoques, uma política que jogou às favas qualquer escrúpulo de consciência programática.
Não custa lembrar: existe uma parcela crítica do eleitorado e ela pode até não ser fabulosamente grande, mas é ativa e pode agir como uma vertente de formação de opinião.
Desconhecer esse fato, crendo apenas na força da máquina, não chega a ser uma ideia muito luminosa.
A propósito, quem sabe essa negociata que se desenrola aos olhos da multidão não serve para acordar - se é que estão mesmo adormecidos - os diligentes fiscais da lei eleitoral.

O Jagger da redação já tem candidatas. Duas.

Hehehe.
O Jagger da redação – de uma certa redação - já decretou.
Votará em Ana Júlia e Dilma Rousseff na eleição de outubro.
Vejam só.
Cabe à coordenação da campanha de Suas Excelências tudo fazerem e fazerem de tudo para demover o dito cujo desse, digamos, anseio.
Será a primeira vez, na história de uma campanha eleitoral, que candidatos deveriam implorar a um eleitor para não votar neles.
Ainda há tempo.
De hoje até outubro são quatro meses.
Ainda há tempo suficiente para que as coordenações de Ana Júlia e Dilma tentem convencer o Jagger da redação de que ele não deve votar nas duas candidatas.
E devem fazer isso urgentemente.
Até porque o Jagger da redação resolveu que vai se acolher com o outro Jagger, o Almir.
Almir Jagger Gabriel, aquele que também atende pela qualificação de crítico arrependido.

“Presunção de inocência” é certeza de culpa

De um Anônimo, sobre a postagem Lei não alcança os que renunciaram, acha advogado:

Obrigado, Mary Cohen, pela elucidação deste imbróglio da ficha limpa.
A alegação calhorda de "presunção de inocência" virou cláusula pétrea na boca dos sujíssimos.
Quanto mais sujo, mais brande a "presunção de inocência" que, no caso, é certeza de culpa.

Advogados estão aprisionados à fidelidade partidária?

Há muita gente considerando estranho o fato de advogados, que no passado já trabalharam para o partido A, B, C ou D, agora estarem disponibilizando seus serviços para o partido E.
Mas qual o problema disso?
Olhem só.
Advogado é um profissional.
Exige-se fidelidade partidária de profissionais?
Exige-se, portanto, fidelidade partidária do profissional – seja ela de que ramo de atividades for - que presta este ou aquele tipo de serviço a um partido e é legalmente remunerado por isso?
Claro que não.
Está bem.
Muitos haverão de alegar que certos advogados, como sabem todos, realmente atuam menos na condição de advogados e mais na condição de filiados a um determinado partido.
Ou atuam porque, mesmo não sendo filiados a um determinado partido, simpatizam com a legenda.
Mas isso é a exceção, claro.
A regra é que os advogados são profissionais.
Nessa condição, não configura nenhum deslize ético que hoje atuem como contratado deste partido e amanhã, de um outro qualquer.
É evidente, todavia, que o advogado deve guardar, por imposição ética, os segredos profissionais inerentes à sua profissão.
Mas, até onde o bom senso aponta, o profissional da advocacia não está obrigado a observar a fidelidade partidária.
Está?
Vocês acham que está?

Instabilidade

Comentários feitos por leitores, Anônimos ou não, estão demorando a entrar nas caixinhas das postagens.
Há comentários que o poster, é claro, recusa sumariamente, de acordo com critérios aqui estabelecidos.
Mas os comentários que são acolhidos, que são autorizados, nem estes estão indo logo para as caixinhas.
Sabe-se lá por que motivo.
Vamos aguardar que o próprio blogspot.com supere essa instabilidade.

Agora é que vai começar. Vem a fase das impugnações.

Bem.
Negociações concluídas.
Convenções feitas.
Registros apresentados ao TRE.
E agora?
Basta cair na campanha?
Vocês é que pensam.
Há candidato que não vai sossegar.
Ainda tem a fase das impugnações de registros.
E o Ministério Público Eleitoral, podem apostar, não vai deixar barato.
É só vocês esperarem.
Espere e acompanhem.

De tudo ficaram...

Do deputado federal Vic Pires Franco, em seu blog, sob o título acima, após ter renunciado a ser candidato à reeleição:

De tudo ficaram três coisas...
A certeza de que estamos começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...
Façamos da interrupção um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro.

PMDB nega quórum na Câmara

A oposição já estava fazendo as contas.
Apostava que derrubaria o projeto de privatização de água para 14 a 12.
Mas na hora agá, eis que falta quórum.
O PMDB se escafedeu do plenário.
De qualquer forma, a sessão serviu para vereadores externarem sua solidariedade ao presidente da Casa, Walter Arbage (PTB).
Disseram em alto e bom som que Duciomar, o huno, passou a perna, passou a rasteira em Arbage.
Até as 18h59 de ontem, Arbage, ao que se diz, estava certo para ser o suplente de Paulo Rocha, candidato ao Senado pelo PT.
Pois bastou um minuto para Duciomar escantear o presidente da Câmara e indicar seu irmão – dele, Duciomar – Valdete Costa, ex-prefeito de Tracuteua, que assim acabou emplacando a suplência.
É assim.
Quem se mete com Duciomar é porque conhece Duciomar.
Ora bolas!

ATUALIZAÇÃO ÀS 11H41:

Do Diário do Pará On-Line:

Diante da pressão na Câmara Municipal de Belém, o prefeito Duciomar Costa decidiu recuar de sua decisão de privatizar o serviço de abastecimento de água da capital e acaba de enviar aos vereadores um documento que permitia ao presidente da casa, vereador Walter Arbage, retirar o projeto da pauta da CMB. Os vereadores estavam votando o projeto proposto pela própria prefeitura, que inclusive solicitou sessão extraordinária para realizar a votação.
Apesar da decisão, que agradou quem acompanhava a votação, a base aliada de Duciomar Costa pretendia manter a votação, para ainda hoje, do projeto que institui parcerias entre empresas públicas e privadas, o que pode garantir, por exemplo, a privatização de serviços como de estacionamento (Zona Azul) e cemitérios.
O ofício enviado pelo prefeito revoga a lei nº 8.628/2008, que faz concessão do serviço da Saebe para a Cosanpa. Após a leitura do documento, a sessão teve intervalo de dez minutos, mas logo que reiniciou, a bancada governista se retirou do plenário e o projeto não pôde ser votado por falta de quórum.

Leia mais aqui.

Fernando Yamada, o candidato “stand by”

Além da desistência de Valéria e Vic Pires Franco de disputar a eleição deste ano, a outra grande surpresa de ontem foi o lançamento da candidatura do empresário Fernando Yamada para disputar o cargo de senador pelo PTB.
Há leituras várias para o lançamento dessa candidatura.
Uma delas é, digamos, no mínimo interessante.
E também é uma das mais correntes.
Fernando Yamada seria uma espécie de candidato, digamos, stand by.
Explica-se.
Pela ordem natural das coisas, Fernando ficará em terceiro ou quarto lugar na disputa pelo Senado.
Em primeiro ou segundo ficariam Jader Barbalho (PMDB) e Paulo Rocha (PT).
E aí?
E aí que muita gente – muitíssima – aposta que logo, logo boiarão na Justiça Eleitoral representações para impugnar as candidaturas de Jader e Rocha, sob a alegação de que seriam inelegíveis porque renunciaram a seus mandatos.
Casos como este, como se sabe, deverão ir além do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Vão parar no Supremo.
Muito bem.
Se o Supremo considerar que renunciantes como Jader e Paulo Rocha são mesmo inelegíveis, o terceiro e o quarto automaticamente assumiriam suas vagas no Senado.
E aí entraria Fernando Yamada.
Entenderam?
Simples.
Tudo muito simples.
Esse é a expectativa.
Mas, para que tal expectativa seja consumada, ainda falta combinar com os russos.
No caso, os russos são os magistrados da Justiça Eleitoral.
Os daqui do Pará.
E os de Brasília.
Além de magistrados do Supremo.
É claro!

E se a ata contivesse os nomes de Vic e Valéria?

Tão logo o blog informou, no final da tarde ontem, que a ex-vice-governadora Valéria Pires Franco e o deputado federal Vic Pires Franco, ambos do DEM, tinham desistido de concorrer a qualquer eletivo em outubro, o telefone aqui da redação não parou mais.
Entre os trocentos que ligaram, alguns se mostravam céticos em relação à desistência anunciada.
E apresentavam como argumento consistente o fato de que a ata apresentada pelo DEM à Justiça Eleitoral relacionaria ambos os democratas como candidatos – candidatíssimos – às eleições de outubro.
Olhem só.
Isso e nada são a mesma coisa.
Ou melhor: são a mesmíssima coisa.
Vamos fazer um exercício.
Vamos formular uma hipótese.
Suponham que Vic, Valéria, o João, o Manoel, a Maria e o seu Bidu - aquele que vende badulaques numa esquina qualquer do Afeganistão, mas tem domicílio eleitoral no Brasil – tenham seus nomes apresentados à Justiça Eleitoral como candidatos, seja a senador, deputado federal, deputado estadual, governador e até de presidente da República.
Aí, daqui a três dias, quatro dias, um mês ou dois meses, Vic, Valéria, o João, o Manoel, a Maria e o seu Bidu resolvem apresentar à Justiça Eleitoral uma declaração formal indicando que desistiram de ser candidatos.
Pronto.
Está resolvida a parada.
Eles renunciaram a suas candidaturas.
A renúncia é um ato unilateral de vontade.
Ninguém, absolutamente ninguém pode impedir uma pessoa de renunciar.
É isso que pode ter acontecido.
Vic e Valéria poderiam aparecer como candidatos perante a Justiça Eleitoral.
E mesmo que aparecessem, poderiam a qualquer momento desistir.
Nada os impediria de fazer isso.
Bem.
Mas é quase certo que, ao contrário do que muitos chegaram a imaginar ontem, a ata e o registro de candidaturas protocolados no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não contêm os nomes de Valéria e Vic.
Um e outro, portanto, estão fora da eleição de outubro.

Se bobearem, voa caco pra todo lado. Na Câmara.

Vai ter onda – muita onda – na sessão de logo mais, na Câmara Municipal de Belém.
Estará em pauta, vocês sabem, o projeto de Sua Excelência o des(prefeito) – copyright Guilherme Augusto – Duciomar Costa, o huno que nos governa com esmero, denodo e espírito público.
Pois é.
O projeto é aquele das parcerias público-privadas, que pode resultar na privatização de vários serviços públicos, inclusive o da água.
Se não reforçarem ainda mais - em relação às sessões anteriores - a segurança da Câmara, podem voar cacos pra todos os lados.
E a questão não é apenas essa.
A questão é que a rejeição do projeto ou mesmo a inviabilidade de sua votação pelo plenário da Augusta (toma-te!) Casa pode levar a aliança PTB-PT a fazer água.
Aliás, a rigor, a rigor mesmo, essa aliança já começou a apresentar algumas fendas.
Que podem se alargar.
Alargando-se, provocarão um rombo.
Com o rombo, a água – seja ela da privatização ou não – levará o barco a pique.
Ah, sim.
E os urbanitários já decidiram.
Se o projeto passar na Câmara, eles entram em greve a partir de hoje mesmo.
Por tempo indeterminado.
No mínimo, ficarão em greve até 2014.
Hehehe.

Que inteligência!


Depois que o Ibope registrou a vantagem de Dilma Rousseff, a campanha tucana entrou num momento delicado. A frase mais ouvida no Q.G. do PSDB lembra o abraço de jogador quando a partida fica difícil: “Dá para ganhar”. A subida de Dilma nas pesquisas era antecipada por levantamentos internos tucanos e coloca em questão a estratégia de campanha, que previa uma liderança moderada, mais firme, de José Serra pelo menos até o horário político.
Dois fatores foram decisivos para as dificuldades de Serra. Primeiro, que de nada adiantou ao ex-governador de São Paulo retardar o lançamento de sua candidatura. Depois, a esperança de convencer Aécio Neves mostrou-se vã. Tudo indica que as verdadeiras dificuldades enfrentadas por Serra estão apenas começando. Serra está na descendente. O tucano assiste a adversária petista abrir vantagem na CNI-Ibope.
Que inteligência... O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, disse desconfiar da última pesquisa do Ibope, feita sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria, que apontou a candidata do PT, Dilma Rousseff, à frente do tucano Serra: 40% a 35% ou 38,2% a 32,3%, a depender se a simulação inclui ou não os presidenciáveis nanicos. Como o partido armou uma “invasão” no Instituto Sensus, o primeiro a captar a ascensão da ex-ministra, e costuma desqualificar o Vox Populi como, digamos assim, chapa-branca, resta apenas a esperança no Datafolha. O que dirá Guerra se a empresa, ligada ao jornal “Folha de S.Paulo”, colher, em seu próprio levantamento, números semelhantes?
Que inteligência... Sim, pois tudo indica tratar-se de uma tendência, resiliente nas atuais circunstâncias, que só uma parte da oposição e da mídia disposta a viver em um mundo semelhante ao criado pelas maquinas de Matrix se recusa a enxergar.
Que inteligência... Do embate dos conformismos, o da minoria e o da maioria, surge uma zona de desencontro muito mais vasta do que parece, a qual se alastra e se torna cada dia mais evidente. A adesão da minoria aos preconceitos, equívocos, vícios pueris, sem desprezar a ignorância e a vocação para o exibicionismo, continua mais ou menos intacta. Já a maioria mostra-se muito menos aturdida, muito menos desarmada, muito menos confusa e incerta.
Sim, que inteligência... Os donos do poder não percebem que o próprio lhes escapa entre os dedos como areia. Na história do País, há um divisor de águas: a eleição de 2002. De certa maneira, a fronteira vincada entre o passado e o futuro independe do ex-metalúrgico e de sua esperta "Carta aos Brasileiros" e dos seus dois mandatos, cujos êxitos mais nítidos a minoria, aliás, não reconhece.
Um operário na Presidência da República é um peso insuportável no plexo de quem se pretende aristocrata e de quem jamais será o individuo de classe média da Revolução Francesa. E além do mais, um operário de muitos pontos de vista mais talentoso, nas áreas mais variadas, do que seus predecessores, conquanto engravatados. Só não vê quem não quer. O povo identificou-se com o Nosso Guia e se viu representado, finalmente. Consciente de sua escolha.
A campainha do alarme soou. Não é preciso combater à sombra. Que alívio para os persas nas Termópilas. A história começa a ser escrita de forma oposta. Permito-me comentar o crescente fracasso dos persas, digo, da mídia nativa. Ficou claro em 2002, e mais em 2006, que ela atira fora do alvo. A maioria a ignora, e este é sinal peremptório de tempos diferentes.

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SERGIO BARRA é médico e professor
sergiobarra9@gmail.com