segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A genialidade está a um passo da imbecilidade. Neymar é o exemplo.

A genialidade está a um passo da imbecilidade.

Sempre estive convencido disso.

Como também sempre estive convencido de que a genialidade sempre pode ser uma fonte de grandes - grandíssimas - imbecilidades.

Se vocês não estão convencidos dessas verdades, vejam a última do Neymar.

Ele é um gênio com a bola.

Mas, quando pisa um - apenas um - centímetro fora dos gramados, pode fazer imbecilidades sem tamanho. Imbecilidades de um gênio como ele, que produz maravilhas dentro daquilo que alguns coleguinhas da área esportiva chamam de as quatro linhas, ou seja, um gramado onde se bate uma bolinha.

Neymar voltou às manchetes nos último dias, desde que o jornalista Ancelmo Gois, de O Globo, revelou a festança de final de ano que o gênio da bola do Paris Saint-Germain programou para Mangaratiba.

Sabem quantos parças estão convidados?

Quinhentos.

Quinhenhos parças estarão fungando um no cangote do outro, neste momento em que mais de 190 mil pessoas já morreram de Covid-19 no Brasil.

Até boate com proteção acústica vai ter. Porque Neymar, esse gênio, tem um notável senso de risco e sabe que isso não é proveitoso para a saúde auditiva de seus vizinhos.

Quanto aos riscos representados pela Covid-19 que esse ajuntamento criminoso vai causar, disso Neymar não quer nem saber.

O que ele quer é festa.

Viva Neymar, esse gênio da bola.

Viva Neymar, esse exemplo vivo, saltitante e festivo da tese de que a genialidade sempre está a um passo da imbecilidade.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Na camisa de um feminicida cruel, a inscrição estampada: "Belém - Cidade das Mangueiras". Por quê?

Paulo José, o feminicida, é preso em flagrante logo após ter trucidado a facadas a ex-mulher

Nesta foto (em data provavelmente anterior à do dia do crime), a inscrição "Belém - Cidade
das Mangueiras" aparece visivelmente na camisa do assassino

Feminicida preso em flagrante, após ter matado a ex-mulher com várias facadas na frente das três filhas crianças, o engenheiro civil Paulo José Arronenzi tinha em seu guarda-roupa uma camisa com a inscrição "Belém - Cidade das Mangueiras".
Essa inscrição é visível em uma das imagens do assassino veiculadas pela TV Globo, mostrando Paulo José, em foto provavelmente anterior ao dia do crime, ocorrido na quinta-feira (24) à noite, véspera de Natal, quando ele trucidou sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi.
Ao que se sabe, ainda não foi divulgada a naturalidade do assassino.
Por que ele tinha essa camisa?
Porque era paraense?
Porque conheceu Belém e gostou da cidade?
Porque a ganhou de um amigo?
Sabe-se lá.
Talvez essa informação, no contexto da ocorrência criminosa, seja até mesmo desprezível para elucidá-la por completo - até porque, a rigor, tudo já esteja elucidado, eis que o assassino foi preso em flagrante por guardas municipais e sua ficha corrida aponta várias ocorrências de violências contra mulheres, inclusive Viviane.
Registra-se o fato apenas para deplorar que a associação com Belém encontre-se estampada numa das peças do vestuário de um facínora que agiu por motivos fúteis e de maneira torpe, cruel, apavorante e animalesca.
Agora, e independentemente da naturalidade e das preferências do feminicida por esta ou aquela cidade, espera-se que ele pague a justa pena pelo crime que cometeu.
E espera-se, além disso, que o País abra os olhos para uma estatística igualmente cruel: em 2020, segundo o Atlas da Violência, uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas, totalizando 4.519 casos, dos quais 30% teriam sido de feminicídio.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Senadores da bancada paraense exibem baixo nível de transparência no exercício do mandato

Zequinha Marinho, Jader Barbalho e Paulo Rocha: no Nível 1 de transparência,
segundo levantamento atualizado do Radar do Congresso

Os senadores Jader Barbalho (MDB), Zequinha Marinho (PSC) e Paulo Rocha (PT), que compõem a bancada paraense no Senado, apresentam baixo nível de transparência no exercício do mandato, segundo levantamento mais recente do Radar do Congresso.

De acordo com a base de dados atualizada em 21 de dezembro (clique aqui), o senador Oriovisto Guimarães (PODE/PR) é o único que ostenta a marca máxima de transparência (Nível 5). Ele é seguido por cinco parlamentares, entre os quais apenas um da Região Norte, Randolfe Rodrigues (Rede), do Amapá. No nível 3 estão quatro senadores, enquanto dois foram classificados no Nível 2. A esmagadora maioria dos senadores, entre eles Jader, Marinho e Paulo Rocha, está na lista do Nível 1. No Nível Zero incluem-se três parlamentares. 

O nível de transparência de deputados federais e senadores é um levantamento exclusivo do Congresso em Foco. O trabalho leva em conta 11 indicadores de transparência digital e a primeira rodada de coleta de informações foi feita entre os meses de julho e agosto de 2020.

Os indicadores de transparência levam em conta, entre outros, as respostas a um questionário enviado pelo Congresso em Focoa publicação de justificativas para os gastos cobertos pela cota parlamentar com consultorias, a publicação das justificativas para os gastos cobertos pela cota parlamentar com divulgação do mandato e a publicação dos nomes dos servidores lotados no gabinete e a remuneração de cada um deles.

MPF ajuíza ação contra dois radialistas por veiculação de discurso de ódio

O Ministério Público Federal (MPF) entrou com ação civil pública contra a emissora de rádio Marajoara, responsável pela rádio Mix FM, em Belém (PA), e contra os radialistas Raimundo Nonato da Silva Pereira e Hailton Pantoja Ferreira pela veiculação de discurso de ódio, preconceito, discriminação e xenofobia contra os indígenas da etnia Warao, originários de onde hoje é a Venezuela.

O programa citado na ação foi ao ar em agosto de 2018. Em alguns minutos de conversa entre o locutor Nonato Pereira e o repórter Hailton Ferreira, o Jimmy Night, diversas vezes os indígenas foram chamados de "vagabundos", entre outros preconceitos e ofensas.

O MPF pediu à Justiça que seja determinada a veiculação pela rádio, por pelo menos um ano, de conteúdos propostos pelos próprios Warao, além do pagamento, pela empresa e pelos radialistas, de R$ 300 mil em indenização por danos morais coletivos aos indígenas.

O procurador da República Felipe de Moura Palha pede, na ação, que os comunicados de rádio – os chamados spots – sejam financiados pelos acusados, e que sejam exibidos no mesmo programa em que o discurso de ódio foi proferido e em todos os horários de maior audiência da emissora.

spots devem contar material que apresente e valorize a cultura e a história do povo indígena Warao, e informações verdadeiras sobre sua condição migratória e de vida no Brasil e na Venezuela.

A indenização por danos morais coletivos aos Warao, de acordo com o pedido do MPF, deverá ser revertida em projetos de acolhimento humanitário na capital paraense, elaborados com a participação direta dos próprios indígenas, mediante consulta prévia livre e informada.

Violência que gera violência – Para o MPF, o discurso dos radialistas extrapolou o direito à liberdade de expressão e recaiu no discurso de ódio, discriminatório e xenofóbico, sendo uma verdadeira incitação ao ódio e à violência contra o grupo indígena, com o agravante de ter sido proferido por meio de uma emissora de rádio, concessão pública que deveria ser um instrumento de disseminação e respeito às especificidades da cultura indígena.

“Esse tipo de discurso não se restringe apenas nas palavras proferidas contra os indígenas, mas avança para o plano concreto podendo produzir efeitos nas atitudes da própria população quando tem contato com os indígenas nas ruas”, alerta o MPF. “Se a pessoa (que absorveu tal discurso) já vai com o pensamento de que aquele migrante/refugiado é ‘vagabundo’ (como afirmado pelo radialista Nonato Pereira), isso se torna um potencial vetor para a prática de violência física e moral contra o referido povo”, exemplifica o procurador da República na ação.

O conteúdo da mensagem veiculada pela rádio Mix FM violou uma série de normas internacionais das quais o Brasil é signatário, e Constituição, e normas internas de defesa de direitos dos migrantes e dos povos indígenas, aponta o MPF, que citou o artigo 5º da Constituição, o Estatuto da Igualdade Racial, a Convenção Internacional para a Erradicação de Todas as Formas de Discriminação Racial, entre outras normas, e jurisprudência sobre o tema.

“A discriminação racial viola o princípio da dignidade da pessoa humana, bem como os direitos à vida, à liberdade e à igualdade”, frisou o procurador da República Felipe de Moura Palha. “A naturalização de ideias preconceituosas ou atos discriminatórios constitui terreno fértil para sua reprodução simbólica, levando à disseminação e/ou perpetuação destes mesmos atos e ideias em nosso meio social”, voltou a alertar.

Processo nº 1033257-70.2020.4.01.3900 – 1ª Vara da Justiça Federal em Belém (PA)

Íntegra da ação   

Consulta processual

Fonte: Ascom do MPF do Pará

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Contra o Covid-19, Bolsonaro pode ser a nossa única salvação

Crivella (agora preso) com Bolsonaro, que o apoiou. Você quer ter sorte na sua vida?
Então peça para Bolsonaro ser contra você. Ele é o nosso Midas às avessas.

Bolsonaro, como já dito e redito aqui no blog, é o nosso Midas às avessas.

Ele esfarela qualquer coisa.

Bolsonaro apoiou Celso Russomano para prefeito do Rio.

Russomano levou o farelo.

Apoio Eguchi em Belém.

Eguchi levou o farelo.

Em Macapá, apoiou Josiel Alcolumbre, irmão de ninguém menos que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Quem ganhou foi Dr. Furlan.

No Rio, fez campanha em favor de Marcelo Crivella.

Quem ganhou foi Eduardo Paes. E Crivella acaba de ser preso.

Apoiou trocentos candidatos país afora.

Os trocentos perderam - com desonrosas exceções que confirmam a regra.

Vamos torcer para que Bolsonaro continue em sua cruzada maluca que favorece a proliferação do Covid-19.

Se for assim, logo, logo o Covid-19 vai levar o farelo. Tomara!

Vamos torcer para que continue disseminando por aí a maluquice de que tomar vacina pode fazer com que viremos jacaré.

Se for assim, vamos continuar lindos e maravilhosos depois de vacinados.

Ah, sim.

Você quer ter sorte na vida?

Fale com Bolsonaro e peça para ele ser contra você.

"Eduardo, você vai ser preso", Crivella repetiu à exaustão em novembro. Agora, é Crivella quem está preso.


Nos debates que antecederam a última campanha eleitoral do Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que concorria à reeleição, repetiu à exaustão que Eduardo Paes, seu adversário que viria a ser eleito, seria preso.
"Eduardo, você vai ser preso", dizia Crivella, dedo em riste, com aquela voz melíflua, típica dos espertalhões.
Pois é.
Se Eduardo Paes, como predisse Crivella, ainda vai ser preso, Crivella já está preso.
Ele foi preso na manhã desta terça-feira (22), no Rio, acusado de envolvimento no QG da Propina.
Vocês querem saber sobre previsões?
Consultem Marcelo Crivella.
Batam na porta da cadeia, peçam pra entrar e conversem com ele lá dentro.

Crivella, o combatente da pureza ética, está preso. É preciso que alguém acredite em Crivella.

Marcelo Crivella chega preso à Polícia do Rio: ele diz que não é corrupto.
Também acho que não. Acreditemos em Marcello Crivella, gente!

Todo corrupto carrega no seu DNA uma fortíssima dose, um fortíssimo componente de cinismo.
Mas há corruptos que são mais cínicos que outros.
Marcelo Crivella não é corrupto, claro.
Ele é o prefeito mais honesto do Rio de Janeiro.
Mas é cínico.
Muito cínico.
Cínico acima da média.
Crivella foi preso na manhã desta terça (22), acusado de envolvimento em corrupção das grossas.
Pois é.
Eis uma declaração que está em sintonia com o cinismo de Crivella.
Que não é um corrupto, como vocês sabem.
Ele mesmo o disse.
Eu acredito em Marcella Crivella.
Você também precisa acreditar.

domingo, 20 de dezembro de 2020

Habeas corpus revoga restrições impostas a ex-secretário adjunto da Sespa, inclusive o uso de tornozeleira eletrônica



A desembargadora Nazaré Gouveia, do Tribunal de Justiça do Pará, expediu no início da tarde deste domingo (20), na condição de plantonista, um habeas corpus revogando as medidas cautelares impostas ao ex-secretário adjunto da Sespa, Peter Cassol Silveira. Ele foi um dos alvos da terceira fase da Operação Transparência, deflagrada na última sexta-feira (18), para investigar indícios de fraude na compra de álcool em gel pelo governo do estado.

"O paciente não exerce mais o cargo de Secretário Adjunto de Gestão Administrativa da Secretária de Saúde, já que após a busca e apreensão realizada em sua residência, no dia 10/06/2020, foi exonerado, não tendo demonstrado a autoridade coatora, na decisão vergastada, a existência de fatos novos que denotassem a contemporaneidade das medidas restritivas impostas somente em 14/12/2020 ou ocorrida qualquer situação nova ou fundamento idôneo, amparado em dados concretos e recentes, que evidenciassem a necessidade da aplicação das referidas medidas cautelares", escreve a magistrada na decisão (veja outros trechos nas imagens acima).

Entre outras medidas cautelas diversas da prisão, ele estava proibido de ausentar-se da Comarca onde reside, era obrigado a ficar em casa no período noturno, entre 20h, e 6h do dia seguinte nos dias de folga, como sábado, domingo e feriados, e deveria ser monitorado por tornozeleira eletrônica.

Denominada de "Álcool 70%”", nesta fase o Ministério Público investiga fraude na dispensa de licitação nº 2020/229598, especificamente quanto à aquisição de 159.400 frascos de 500ml de álcool gel, pela absurda quantia de R$ 2.869.200,00 (dois milhões, oitocentos e sessenta e nove mil e duzentos reais), da empresa Dispará Hospitalar Comercial E Serviços Ltda, que jamais produziu ou comercializou a substância.

Segundo as provas já colhidas na investigação, uma organização criminosa chefiada pelo ex-Secretário de Saúde Alberto Beltrame e formada ainda por Peter Cassol Silveira, Cíntia de Santana Andrade Teixeira, Daniel Jackson Pinheiro Costa, Luiz Felipe Fernandes, Francisco Leandro Rodrigues Rocha, Débora Pinheiro Mesquita, Carlos Eduardo de Sousa Lima e Cláudia Cristina Silva Machado transformou a Sespa em um balcão de negócios, deixando a população paraense à mercê do vírus covid-19.

A investigação foi reforçada pela colaboração premiada dos proprietários da Dispará Hospitalar Comercial e Serviços Ltda, que confirmaram que a empresa foi contratada, por intermediação de Daniel Jackson, apenas apara emitir nota fiscal, enquanto a mercadoria foi adquirida de terceiros, por valores muito inferiores.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão, prisão preventiva expedidos pela Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado para serem executados em endereços localizados em Belém, São Paulo e Porto Alegre, que foram cumpridos com apoio dos Gaecos dos Ministério Públicos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, e também das polícias civis e militares dos referidos Estados.

O empresário e Presidente do Conselho Regional de Farmácia, Daniel Jackson Pinheiro Costa, foi preso preventivamente em sua residência.

sábado, 19 de dezembro de 2020

Deputada vítima de importunação sexual em São Paulo tem raízes familiares em Santarém

 

São chocantes - porque abjetas e criminosas, para dizer o mínimo - as cenas que repercutem em todo o País, de um crime de importunação sexual praticado às claras, de forma acintosa, num espaço público, diante de olhos públicos e sob as lentes de várias câmeras instaladas no recinto.
Aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na última quarta-feira (16).
As cenas, que você pode conferir no vídeo, não ocorreram num corredor pouco frequentado da Casa. Ou num banheiro. Ou no recesso de um gabinete. Ou em outro ambiente qualquer, mais reservado.
Não.
A importunação sexual ocorreu durante sessão ordinária, no plenário da Alesp, à vista de dezenas de parlamentares e de outras tantas pessoas que na ocasião encontravam-se no local.
A vítima foi a deputada Isa Penna (PSOL).
O autor foi o deputado Fernando Cury (Cidadania).
O que se passou na cabeça desse cidadão, para fazer isso contra uma colega, às escâncaras, à vista de todos, num espaço público como o Poder Legislativo?
Talvez não tenha se passado nada demais pela cabeça dele. Muito provavelmente, sua conduta deve ter sido o resultado da banalização que esse tipo de  crime ainda representa para muita gente.
Cury - e certamente vários de seus pares - deve achar que não fez nada demais. Ou que nunca foi seu propósito apalpar uma mulher com segundas, terceiras e quartas intenções. Aliás, é isso que ele anda dizendo e provavelmente vai alegar em fóruns mais qualificados.
Mas ele cometeu um crime. E o cometeu de forma das mais acintosas.
Acredita-se que, em fevereiro, será instaurado um processo por quebra de decoro.
Se Fernando Cury não for condenado à perda do mandato, a própria Alesp estará condenada. Definitivamente condenada.
Porque será intolerável ver o Poder Legislativo tolerar que um de seus parlamentares, investido do múnus público de representar legitimamente os eleitores que o escolheram, tenha a audácia de cometer um crime desse - e ainda mais, à vista de trocentas pessoas.
O que se extrai de positivo dessa história tenebrosa é a acolhida que a deputada Isa Penna tem recebido, sobretudo, nas redes sociais.
Sua disposição para enfrentar essa situação, estimulando a discussão - e condenação - sobre esse tipo de tratamento que tantas mulheres recebem tem sido notável, reafirmando sua disposição de quebrar a ideia da banalização com que tais maus-tratos são encarados em largos segmentos.
Raízes santarenas -
Aliás, a deputada Isa Penna tem raízes familiares que remontam a Santarém, na região oeste do Pará.
Ela é paulista, mas seu pai é um médico santareno e seu avô paterno, Waldemar Penna, adotou Santarém como sua terra e lá foi sepultado, quando faleceu em 2005, com mais de 85 anos.
Waldemar Penna era o Doutor Penna, como todos conheciam em Santarém aquele médico que nasceu na Bahia, onde se formou, depois passou pela Ceará, por Breves, já no Pará, e foi aportar em Santarém, às margens do esplendoroso Tapajós, nos idos de 1954, tornando-se um dos médicos mais estimados na cidade.
Em Santarém, Doutor Penna abriu a Casa de Saúde, primeiro unidade de atendimento privado da cidade na área de saúde. Foi lá, aliás, que nasceu este repórter, pelas mãos do saudoso obstetra Aloysio Melo, que dividia com Doutor Penna os atendimentos no pequenos hospital.
Em 2010, no governo Ana Júlia Carepa (PT), o Hospital Regional do Baixo Amazonas, inaugurado em 2006, no governo tucano de Simão Jatene, recebeu o nome de Dr. Waldemar Penna. E lá está um busto dele, que se vê na imagem.


sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Justiça põe ex-secretário de Saúde do Pará sob monitoramento através de tornozeleira eletrônica

A sede da Dispará: empresa é acusada pelo Ministério Público do Estado
de jamais ter produzido ou comercializado álcool em gel

O Ministério Público do Estado do Pará, através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Grupo de Atuação Especial de Inteligência e Segurança Institucional (GSI) e o Núcleo de Combate à Improbidade e à Corrupção (NCIC), em conjunção de esforços institucionais com a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Belém, deflagrou nesta sexta-feira (18) a terceira fase da operação “Transparência” que investiga a atuação de uma organização criminosa que estaria atuando dentro da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).

Denominada de "Álcool 70%”", nesta fase o Ministério Público investiga fraude na dispensa de licitação nº 2020/229598, especificamente quanto à aquisição de 159.400 frascos de 500ml de álcool gel, pela absurda quantia de R$ 2.869.200,00 (dois milhões, oitocentos e sessenta e nove mil e duzentos reais), da empresa Dispará Hospitalar Comercial E Serviços Ltda, que jamais produziu ou comercializou a substância.

Segundo as provas já colhidas na investigação, uma organização criminosa chefiada pelo ex-Secretário de Saúde Alberto Beltrame e formada ainda por Peter Cassol Silveira, Cíntia de Santana Andrade Teixeira, Daniel Jackson Pinheiro Costa, Luiz Felipe Fernandes, Francisco Leandro Rodrigues Rocha, Débora Pinheiro Mesquita, Carlos Eduardo de Sousa Lima e Cláudia Cristina Silva Machado transformou a Sespa em um balcão de negócios, deixando a população paraense à mercê do vírus covid-19.

A investigação foi reforçada pela colaboração premiada dos proprietários da Dispará Hospitalar Comercial e Serviços Ltda, que confirmaram que a empresa foi contratada, por intermediação de Daniel Jackson, apenas apara emitir nota fiscal, enquanto a mercadoria foi adquirida de terceiros, por valores muito inferiores.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão, prisão preventiva expedidos pela Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado para serem executados em endereços localizados em Belém, São Paulo e Porto Alegre, que foram cumpridos com apoio dos Gaecos dos Ministério Públicos de São Paulo e do Rio Grande do Sul, e também das polícias civis e militares dos referidos Estados.

O empresário e Presidente do Conselho Regional de Farmácia, Daniel Jackson Pinheiro Costa, foi preso preventivamente em sua residência.

O ex-Secretário de Saúde Alberto Beltrame, teve decretado, além de ordem de proibição de acesso ou freqüência à sede da Secretaria de Estado da Saúde do Estado do Pará e de qualquer estabelecimento das empresas investigadas ou envolvidas, ainda que indiretamente, nas investigações, proibição de ausentar-se da Comarca onde reside, salva autorização deste juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, entre 20h, e 6h do dia seguinte nos dias de folga, como sábado, domingo e feriados, salvo em razão da necessidade de trabalho ou outro motivo de força maior, devidamente comprovado, suspensão do exercício de função pública pelo período de 1 (um) ano, e monitoração eletrônica por tornozeleira eletrônica. A mesma medida foi estabelecida para Peter Cassol Silveira, Cíntia de Santana Andrade Teixeira, Luiz Felipe Fernandes, Francisco Leandro Rodrigues Rocha e Cláudia Cristima Silva Machado.

O Ministério Público do Estado do Pará, através do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cientificou inclusive para fins de fiscalização quanto ao efetivo cumprimento da ordem, ao Secretário de Estado de Administração Penitenciária do Pará através da Direção da Central Integrada de Monitoramento Eletrônico sobre o teor da ordem de monitoração eletrônica em desfavor dos réus acima indicados.

Foram apreendidos diversos aparelhos de telefones celulares, além de equipamentos eletrônicos tipo notebooks, documentos, notas fiscais, tablets, veículos que serão objeto de análise para prosseguimentos dos trabalhos de investigações e ulteriores aditamentos.

Denúncia

Em peça de 225 laudas, o Ministério Público imputa aos denunciados Alberto Beltrame, Peter Cassol Silveira,  Cíntia de Santana Andrade Teixeira, Daniel Jackson Pinheiro Costa, Luiz Felipe Fernandes, Francisco Leandro Rodrigues Rocha, Débora Pinheiro Mesquita, Carlos Eduardo de Sousa Lima e Cláudia Cristina Silva Machado a prática de crimes de peculato (art. 312, caput, segunda parte, c/c a causa de aumento de pena prevista no art. 327, § 2°, todos do Código Penal Brasileiro); fraude licitatória ( arts. 89 e 96, I, c/c art. 84, § 2°, todos da Lei nº 8.666/93); organização criminosa(art. 2º, c/c art. 1°, § 1°, e art. 2º, § 4°, II, todos da Lei n° 12.850/13);e  lavagem de capitais (art. 1º, §§ 1°, II, e 4º, da Lei 9.613/98). As penas somadas podem atingir mais de setenta anos de reclusão para alguns dos réus.

O esquema criminoso funcionava, de um modo geral, da seguinte maneira: sabia-se de antemão quem seria o vencedor da licitação, através de conluio e prévio ajuste entre o núcleo político da ORCRIM e as empresas, por seus representantes ou intermediários; a divisão do dinheiro público que seria desviado também era previamente ajustada, sendo que em alguns casos, como o ora denunciado, o percentual do núcleo político chegou a 20% (vinte por cento) do valor total contratado; alguns produtos foram licitados apenas para fazer o dinheiro público circular e beneficiar a ORCRIM, pois sequer tinham a justificativa de aquisição (isso, tanto em qualidade quanto em quantidade), ou seja, a finalidade da pandemia não foi atendida; escolhido o vencedor, ocorria o pagamento antecipado do valor total contratado, mesmo com produtos não entregues; a licitação era “montada” extemporaneamente, adaptando-se os valores supostamente pesquisados em planilhas (mapas de preço), sendo que vários outros documentos também foram assinados com datas retroativas, de maneira fraudulenta, tudo para dar aparência de legalidade à licitação; notas de entrega dos produtos foram forjadas ou antecipadas (mesmo sem entrega formal); algumas empresas contratadas serviram apenas para emitir nota fiscal, não tendo prestado qualquer serviço diretamente; com a expedição da nota de empenho, emissão de nota fiscal e posterior pagamento, os valores eram divididos (a depender da negociação) entre os integrantes da ORCRIM16; gerados os recursos ilícitos, e para fins de dar aparência de legalidade, os valores monetários eram submetidos a atos de lavagem para ocultação e dissimulação de origem e natureza. Encerrado esse ciclo, partia-se para novas licitações, com outros objetos e empresas, buscando novos lucros, mas sempre atuando com modus operandi similar.

A organização criminosa se comunicava através de um grupo criado no app Whatsapp.

A denúncia foi recebida pela Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado.

Acesse aqui a denúncia na íntegra.

Relembre o caso

No período do pico da covid-19, surgiram diversas denúncias de fraudes e superfaturamento de contratos da Secretaria de Estado de Saúde, realizados sob  dispensa de licitação. Os escândalos levaram ao afastamento e posterior exoneração do Secretário de Estado Alberto Betrame.

As notícias de crime causaram grande indignação na população paraense que sofria com as mortes, internações e restrições econômicas.

Em 18 de março, a Secretaria de Estado de Saúde, na gestão de Alberto Beltrame, contratou, com dispensa de licitação, a empresa Dispará Hospitalar Comercial e Serviços Ltda para fornecer 159.400 unidades de álcool gel 70%, em frascos de 500 ml, pela quantia de 2.869.200,00 (dois milhões, oitocentos e sessenta e nove mil e duzentos reais).

O preço elevado logo chamou a atenção de jornalistas e blogueiros.

As várias denúncias resultaram em investigações conjuntas do Ministério Público Estadual e Federal e da Polícia Federal. De acordo com as regras de competência  jurisdicional e atribuição administrativa, o contrato da Dispará Hospitalar Comercial e Serviços Ltda, entre outros,  ficou para investigação direta do GAECO-MP/PA, com apoio dos demais órgãos de investigação da Instituição.

Com o final das investigações, o Ministério Público concluiu haver provas suficientes da existência de uma organização criminosa, desvio de verbas, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, submetendo o caso a julgamento pelo Poder Judiciário.

Fonte: Ministério Público do Estado do Pará

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

"Pra que essa angústia?" pergunta Pazuello. Nossa angústia é porque temos Pazuello como ministro da Saúde.

 

O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, está, de fato, melhorando o discurso.
Mas quanto mais melhora, mais piora.
A última de Pazuello foi a de cometer, digamos assim, um desabafo comovente no espetáculo que foi o anúncio do plano de vacinação, aquele mesmo evento que exibiu um Bolsonaro anormal, pra lá de descompensado.
Talvez porque estivesse com o coração, digamos assim, encharcado de mágoas pelo tsunami de críticas que o elevam, honrosamente, à condição de pior ministro da Saúde da história do País, Pazuello desabafou: "Nós somos os maiores fabricantes de vacina da América Latina. Pra que essa ansiedade, essa angústia?"
Responda-se: a nossa ansiedade, a nossa angústia é por termos um ministro como Pazuello, que já deu fartas, clamorosas e trágicas demonstrações de que não tem a menor capacidade para gerir um ministério como o da Saúde, nestes tempos horríveis de pandemia em que vivemos.
Aliás, e por falar em incapacidade de gestão, em tragédia e em Pazuello, registre-se, por ser das mais oportunas, a avaliação do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Acho que o ministro da Saúde é um desastre. Vai ser um desastre para o país primeiro e para o governo. Acho que a sociedade já começou a entender, e a área médica principalmente”, afirmou Maia. “Num momento de uma pandemia, um Ministério da Saúde do jeito que está, quem vai pagar a conta primeiro é a sociedade. É mais importante do que o governo pagar a conta”, complementou.
Entenderam?
Pois Pazuello é o nome da nossa ansiedade e da nossa angústia.

Zé Gotinha lava a nossa alma diante de um Bolsonaro completamente fora dos eixos

 

Devo confessar: todas as vezes em que vejo e ouço Bolsonaro falando de paz, amor, perdão, conciliação, entendimento, racionalidade e moderação, tenho a mais absoluta certeza de que ele tomou seus calmantes em excesso.
Posso até estar enganado, mas deve ser assim mesmo. Fora de brincadeira!
O Bolsonaro da paz, do amor, do perdão, da conciliação, do entendimento, da racionalidade e da moderação é o Bolsonaro anormal,  é o Bolsonaro completamente descompensado, fora dos eixos.
O Bolsonaro centrado mesmo é aquele que a gente conhece muito bem: o do ódio expelido por todos os poros, o da falta de sensatez, da falta de inteligência, do encatarramento próprio em espaços públicos, do negacionista fanático que vê gripezinha numa doença que já matou mais de 180 mil brasileiros.
O Bolsonaro centrado e normal é aquele, enfim, que não liga lé com cré.
Pois o Bolsonaro que se exibiu na solenidade desta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto, quando se anunciou o plano de vacinação, era aquele que devia estar entupido até o talo de calmantes. Era o Bolsonaro anormal, descompensado, fora dos eixos.
E aí?
E aí que Bolsonaro, nessas ocasiões, nem sabe o que fala e muito menos o que faz.
Nessas ocasiões, ele contradiz completamente discursos que proferiu algumas horas antes, quando não estava plenamente acalmado, e faz coisas absurdas, que acabam até virando memes.
Na solenidade do Planalto, por exemplo, postou-se, sorridente e cheio de amor no coração, ao lado do Zé Gotinha.
Zé Gotinha, claro, estava de máscara. Bolsonaro, não.
Zé Gotinha, claro, teve nojo de cumprimentar Bolsonaro (vejam, no vídeo acima, esse momento antológico, de lavar a nossa alma).
Zé Gotinha, claro, é o emblema, o símbolo, o emblema do incentivo à vacinação. Bolsonaro acha que tomar vacina pode dar pirrique nas pessoas e levá-las à morte. Acha, enfim, que é coisa de "maricas".
Entenderam?
A normalidade de Bolsonaro anda a quilômetros de distância do Bolsonaro que se exibiu no Palácio do Planalto.
Isso não é uma especulação.
É um fato!

Jornalista vai assumir a Secretaria de Cultura de Vigia

Nélio Palheta: de malas prontas para nova missão na Secretaria de Cultura de Vigia

O jornalista Nélio Palheta está fazendo as malas e em breve voltará para casa. Sua casa primeira, seu berço: Vigia de Nazaré.

Ele foi convidado e aceitou exercer as funções de secretário de Cultura do município na gestão de Job Junior (PSD), que se elegeu prefeito, em novembro passado, com 10,1 mil votos.

Muito embora sua trajetória inclua passagens por órgãos públicos, esta será a primeira vez que Nélio exercerá um cargo no primeiro escalão.

Mesmo assim, sempre manteve fortes vínculos com o cenário cultural do município onde nasceu, já tendo sido, inclusive, presidente da Sociedade Literária Cinco de Agosto, uma longeva entidade, fundada em 1873.

Alem disso, o Festival de Bandas da Região do Salgado, projeto do governo do estado idealizado pelo próprio Nélio quando era presidente da Funtelpa, no governo Almir Gabriel, disparou no município de Vigia um exitoso processo de fortalecimento das bandas, com a criação de novos grupamentos locais e dezenas de jovens dedicados ao estudo universitário da música. Tal clima incentivou a Uepa a implantar o Bacharelado de Música no campus de Vigia.

Com mais de 40 anos de experiência em várias redações de Belém, Nélio tem larga experiência em jornalismo impresso e no de televisão. Sua atividade profissional, que invariavelmente o manteve antenado com iniciativas na área cultural, é mais um fator que o credencia para gerir com competência a Secretaria de Cultura de Vigia.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Nelson Forte é tragado da vida. Violentamente. Bem no meio de outra tragédia: a do negacionismo.

E ainda vemos todo dia, o dia todo, tantos fanáticos negacionistas dizendo que essa doença não existe e nunca existiu.

Ou que é uma "gripezinha".

Ou é uma pandemia que já está no "finalzinho".

Pois é: esse negacionismo é uma tragédia dentro de outra tragédia, a das mortes.

Que horror!

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Paulinho é saudade. Precisamos que o sol brilhe. Precisamos abrir o coração e sonhar.

Digam vocês aí, crianças cinquentonas ou sessentonas.

Mas digam sinceramente.

Quem de vocês, alguma vez, não dançou, não namorou, não flertou ou não sonhou ao som de alguma canção - uma que seja - do Roupa Nova?

Quem de vocês, alguma vez, não chorou - ou pelo menos chegou perto de chorar - de amor ou de dor ouvindo alguma música do Roupa Nova?

Quem de vocês, alguma vez, já não se flagrou cantarolando - no banheiro ou fora dele - pelo menos um trecho de qualquer música do Roupa Nova?

E como pensar no Roupa Nova, nas suas canções, no lirismo e na ternura de todas elas, sem pensar no Paulinho?

Sua morte, aos 68 anos, vítima dessa doença horrível, é mais um golpe nos nossos corações, já tão abalados, tão castigados e esmagados sob o peso de tantas perdas de pessoas queridas e íntimas da gente.

Íntimas como Paulinho.

Sim, ele nos era íntimo, porque assim nos parecem nossos ídolos.

Tendo sido íntimo, sua partida deixa uma enorme saudade para cultivarmos e dela fazermos florescer alguma esperança de dias melhores.

Como a esperança que brota dos versos de Canção de Verão.

É verão / Bom sinal / Já é tempo / De abrir o coração / E sonhar.

Meu Deus!

Tomara que, logo, logo, venha o verão e brilhe o sol.

Para que possamos abrir nosso coração e sonhar.

Como cantou o Roupa Nova.

Como Paulinho tantou cantou.

A última "bolsonarice" de Bolsonaro é um atestado de quem é inimigo da saúde dos brasileiros

 

Bolsonaro, está claro, fará de tudo para complicar ou mesmo impedir que os brasileiros se imunizem contra a Covid-19.
Agora mesmo, anuncia que será exigido de cada cidadão que assine um termo se responsabilizando pelas consequências eventualmente advindas da vacina que aceitarem receber.
Isso é um despautério.
É uma idiotice.
É uma maluquice.
É uma bolsonanarice que seria cômica, se não fosse trágica.
Porque é uma verdadeira tragédia vermos o presidente da República descer, rebaixar-se, degradar sua própria figura - que deveria encarnar a de um dos guardiões das garantias e dos direitos constitucionais -, exibindo-se como um fanático negacionista que não vê fronteiras, nem limites, nem impedimentos (legais e constitucionais, inclusive) para gestar medidas verdadeiramente hediondas contra a população.
Bolsonaro anuncia medidas esdrúxulas, perversas, cruéis e autoritárias como essa apenas para satifaszer a sanha e o ódio de suas falanges negacionistas. Porque, de concreto mesmo, ele sabe que essa insanidade será facilmente derrubada em qualquer instância do Poder Judiciário. Qualquer uma.
É quase inacreditável que Bolsonaro defenda que os cidadãos assinem um termo de responsabilidade para preservar a própria vida, mas não tenha, ele próprio, assinado qualquer termo de responsabilidade quando saiu pelas ruas, sem máscaras, encatarrando as próprias mãos para depois cumprimentar simpatizantes.
Bolsonaro sabe quantas pessoas não poderá ter infectado com essa irresponsabilidade?
Sabe quantas não poderá ter contaminado com essa conduta afrontosa - à higiene, à cautela e ao respeito que deveria ter pelo ser humano?
Sabe o mal que poderá ter causado a outras pessoas?
Sabe a extensão, as dimensões nocivas de um gesto pernóstico como o que protagonizou, para espanto do país inteiro e até mesmo do mundo?
Pois é.
Bolsonaro ignorou tudo isso. Ele põe a vida de todo mundo em risco, mas nunca assinou qualquer termo de responsabilidade.
Por que, então, nós, que insistimos em preservar nossa própria vida de um vírus como o Covid-19 e das consequências de sandices como as de Bolsonaro, por que nós precisaremos assinar um termo de responsabilidade para tomar uma vacina que esteja devidamente aprovada pelos órgãos competentes do Brasil e de outros países?
Por quê?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Por que o governo do Pará tem que esperar por Bolsonaro para adquirir vacinas? Por que não compra logo pelo menos 740 mil doses?

Helder, no evento com prefeitos, mostra o protocolo de intenções para comprar vacinas.
Por que não compra logo, sem esperar pelo negacionista Bolsonaro? (foto Agência Pará).

Em evento realizado na quinta-feira (10), que reuniu prefeitos paraenses recentemente eleitos, o governador Helder Barbalho informou ter assinado protocolos de intenção para comprar vacinas contra a Covid-19.

É o seguinte o trecho de matéria divulgada pela Agência Pará:

O chefe do Executivo estadual compartilhou com os gestores municipais a estratégia de combate ao novo coronavírus, causador da Covid-19, abordando o processo de imunização após a aquisição de vacinas. Helder Barbalho afirmou que o Estado só vai adquirir vacinas registradas e liberadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Fizemos questão de deixar para este momento a assinatura dos protocolos com intenção de compras das vacinas por ter absoluta responsabilidade que o gestor público deve trabalhar com planejamento. Trabalhamos esperando e crendo que o governo federal haverá de liderar o Plano Nacional de Imunização. Porém, caso o governo federal não ofereça a vacinação ao tempo da urgência necessária, o Governo do Pará está com recursos assegurados para aquisição das vacinas para os paraenses”, garantiu.

Não espere, governador.

Não espere e nem creia que o governo federal seja capaz de liderar um Plano Nacional de Imunização.

Por que não deve esperar e nem crer o governo do Pará que o governo Bolsonaro venha a fazer isso?

Porque o governo Bolsonaro já ofereceu e tem oferecido demonstrações evidentes de que não gere absolutamente nada, sobretudo em relação a temas estratégicos, de vida ou morte, relacionados a esta pandemia horrorosa que já matou mais de 178 mil brasileiros.

Na área da Saúde, o governo Bolsonaro põe à mostra, em sua sinistra vitrine, um ministro que, parece, não entende nem de logística e nem de lógica, que muda de posição como biruta de aeroporto e que, dia sim, outro também, seja por ações, seja por omissões, reflete precisamente a incapacidade de gestão do governo a que pertence.

Explicitada essa realidade flagrante, clamorosa e conhecida amplamente por todos, inclusive pelo governador Helder Barbalho, pergunta-se.

O que falta para o governo do Pará, independentemente de um plano de imunização do governo federal, formalizar logo a comprar de vacina (evidentemente a primeira a ser aprovada pela Anvisa) em quantidade capaz de proteger pelo menos o segmento mais vulneráveis de paraenses?

Na mesma matéria da Agência Pará, lê-se também o seguinte:

De acordo com o governador, dentro da estratégia estadual, a imunização será iniciada por grupos específicos, inicialmente, sendo destinadas 140 mil doses para profissionais da saúde; 50 mil doses para populações quilombolas e indígenas; 550 mil para pessoas acima de 60 anos e 25 mil doses para profissionais da área de segurança pública, que desenvolvem ações de alta exposição ao contágio.

Está aí.

O próprio governo do Pará já definiu os seus grupos prioritários.

Por que não formalizar logo, de imediato, a aquisição dessas 740 mil doses do primeiro imunizante a ser aprovado pela Anvisa?

Se o estado dispõe de recursos, como anuncia o governador, por que esperar por um governo que, nas palavras do próprio presidente da República, acredita que a pandemia já está no "finalzinho"?

Se comprar, com recursos próprios, pelo menos as 740 mil doses necessárias para imunizar os grupos de maior risco, não estará o governo do Pará adiantando-se e tornando mais célere a imunização desse enorme contingente de paraenses, em vez de ficar esperando por um governo destrambelhado e incapaz como o de Bolsonaro?

Essas são questões prementes que precisam ser consideradas com a máxima atenção. Porque dizem respeito à preservação de vidas.

E preservar vidas, está claro, é um sentimento - ou uma noção, sei lá - que não se afeiçoa ao perfil do atual presidente da República, um homem que já chamou a Covid-19 de gripezinha e aconselhou os brasileiros a deixarem de ser "maricas" diante dessa pandemia letal.

Como então, acreditar que o governo Bolsonaro seja capaz de implementar alguma ação inteligente, eficaz e sensata na área da Saúde?

Não, governador.

Não acredite nisso.

E corra para garantir o quanto antes a imunização, pelo menos, de 740 mil paraenses.

domingo, 13 de dezembro de 2020

No octógono, Jornalista Medíocre x Velho Mentiroso. Sobram socos para todos os lados.

Pega fogo o cabaré!

Jânio de Freitas é um dos jornalistas mais respeitados do País.

Já soma quase 70 anos de profissão.

Em 1980, ingressou na Folha de S.Paulo, onde mantém coluna das mais lidas e acreditadas.

O estilo de Jânio é aquele: pau é pau, pedra é pedra. Sem mais adjetivações.

Neste sábado (12), quase no final da noite, ele postou em seu blog um artigo (clique aqui) em que defende o impeachment de Bolsonaro, ao avaliar a conduta do presidente da República naquilo que o jornalista classifica de "balbúrdia" em relação ao plano para vacinar milhões de brasileiros contra a Covid-19.

Lá pelas tantas, Jânio de Freitas classifica o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, de "velho mentiroso".

Diz o trecho do artigo: "O general Augusto Heleno Pereira negou a revelação da revista Época [sobre ações da Abin em favor do senador Flávio Bolsonaro]. É um velho mentiroso. Isso está provado desde os anos 90, quando me escreveu uma carta negando sua suspeita ligação com Nicolau dos Santos Neto, o juiz da alta corrupção no TRT paulista. Tive provas documentais para desmenti-lo. Estava então no Planalto de Fernando Henrique. Com Bolsonaro, além de desviar a Abin em comum com Alexandre Ramagem, que a dirige, Augusto Heleno já esteve em reuniões com os advogados de Flávio, que é agora quem o desmente."

Pois o Velho Mentiroso não se deu por nocauteado. Foi ao Twitter (veja acima) e chamou Jânio de Freitas de jornalista "medíocre, insosso e inexpressivo", entre outros qualificativos.

Estamos à espera dos próximos rounds.

Pazuello, o garoto-propaganda de Bolsonaro, vira motivo de piadas. Mas a tragédia está à vista de todos!

Bolsonaro, há algum tempo, está calado.

Quer dizer: dizem que ele está calado.

O certo é que, calado ou expelindo barbaridades pela boca, Bolsonaro é o mesmo.

Mesmo calado, outros, de seu desgoverno destrambelhado, encarregam-se de ecoar absurdos que se cometem diariamente, expondo a população brasileira inclusive a riscos de vida, como agora, quando não se tem um plano de aplicação factível, viável, inteligente e sensato para imunizar a população contra essa doença mortal que é a Covid-19.

Pazuello e Bolsonaro: "intervenção militar burra", segundo
entendimento do ex-ministro da Saúde, Henrique Mandetrta
É nesse sentido que o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, o biruta de aeroporto, vem se tornando uma espécie de garoto-propaganda do desgoverno Bolsonaro.

Pazuello virou motivo de piadas.

Vejam essa aí, do Sensacionalista, publicada na revista Veja desta semana.

Diz que o Ministério da Saúde vai imunizar os brasileiros contra a Covid-19 só quando chegar a Covid-46, espera-se que daqui a 400 anos.

Seria cômico, se não fosse trágico.

Mas, por falar em tragédia e em Pazuello, o ex-ministro Henrique Mandetta, que Bolsonaro defenestrou de seu desgoverno por não suportar gente lúcida e competente a seu lado, destroçou a imagem de Pazuello durante entrevista à GloboNews na noite da última sexta-feira (11) - confiram aqui.

O mínimo que o ex-ministro disse foi o seguinte: "Se colocar um médico ou um padre para comandar uma guerra, médico e padre não sabem matar. Militar não sabe cuidar, não sabe curar, não sabe promover saúde, por isso está dando essa bateção de cabeça. É um capitão [reformado] e um general, e ninguém sabe para que lado a saúde pública vai. Estamos sob uma intervenção militar burra", disse Mandetta em entrevista à GloboNews.

É isso.

Aguardemos mais!

Editorial castiga Bolsonaro. Mas faltou dizer, em português, se o governo dele é corrupto.

O editorial do Estadão é contundente, assertivo e exigente ao questionar padrões éticos do governo Bolsonaro.

Mas vamos combinar.

Expressões como "sem uma nesga de republicanismo" e sem "um simulacro de impessoalidade que seja" podem ser traduzidas apenas e tão somente para corrupção?

Sinceramente, avalio que sim.

Mas pode haver discordâncias, é claro.

Se quiserem, podem discordar.

Ao que tudo indica, pode sobrar vacina chinesa. Então, quero ser o primeiro da fila para ser imunizado.

Vejam aí essa assustadora expressão de inteligência.

O Datafolha fez pesquisa atestando que a população brasileira tem muito mais resistência a uma vacina desenvolvida pela China do que um imunizante produzido pelos Estados Unidos, pela Inglaterra ou pela Rússia.

Dos consultados no levantamento, 74% disseram que tomariam uma vacina produzida nos EUA, 70% que aceitariam ser imunizados com uma produzida na Inglaterra e  60% não hesitariam em receber uma vacina russa. Mas, espiem só na imagem, 50% não tomariam uma vacina chinesa.

Fiquei sinceramente animado com essa resposta.

Espero que sobre bastante vacina chinesa, sobretudo para os mais de 60 anos como eu.

Se sobrar, quero estar no início da fila, para ser logo vacinado.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Pazuello é a própria biruta de aeroporto. Mas acompanhar sua gestão é, convenhamos, uma grande emoção.

Pazuello e Bolsonaro: é uma grande emoção vê-los se divertindo um com o outro. Mas se não
tivéssemos uma gestão trágica como a deles, a diversão, para os brasileiros, seria bem melhor.

A gestão do general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde é uma tragédia.

Sua gestão é trágica até mesmo quando tenta remediar as tragédias provocadas - ou agravadas - pelo governo que ele integra.

Pazuello é tido como um militar de valor, como um quadro altamente profissionalizado do Exército.

Saúdam-no como um especialista em logística.

Imaginem vocês se ele não fosse especialista.

O planejamento, ao que se sabe, é indissociável de qualquer operação de logística.

E a gestão de Pazuello está passando ao largo da missão precípua de apresentar, a tempo e hora, um plano eficaz para a vacinação em massa de brasileiros contra a Covid-19. Que exige, é claro, uma apreciável, complexa operação logística.

Por isso é que o general é a própria biruta de aeroporto, que vai se movendo sempre de acordo com a direção do vento.

No caso de Pazuello, ele fala e age conforme Bolsonaro lhe ordena.

Como Bolsonaro é ciclotímico, é mercurial e nunca entendeu direito o que faz no Palácio do Planalto, é evidente que seu ministério, inclusive e sobretudo o da Saúde, não sabe o que faz. E recua todo dia, o dia todo.

Escrevam agora no Google Pazuello recua e vocês vão ver isso aquiVejam vocês mesmos um Ministério da Saúde em sua mais genuína e verdadeira face biruta.

A última do general foi a seguinte.

Na reunião com os governadores, na última terça-feira (8), ele informou que os imunizantes devem ser registrados no Brasil apenas em fevereiro de 2021.

Agora, já está dizendo que o uso emergencial da vacina poderá ocorrer ainda neste mês de dezembro.

Vocês querem emoção - que nem aquela emoção de descer de bugre as dunas de Natal?

Acompanhem a gestão de Pazuello.

Fechem os olhos e vamu junto nessa grande aventura!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Vereadora eleita do PT ameaça interpelar jornalista por um erro. Mas nós não temos o direito de errar e pedir desculpas?

Bia Caminha: "Jovem, bem votada, corajosa", escreveu o jornalista Lúcio Flávio Pinto.
E as convicções democráticas, como é que estão?

Nós, jornalistas, temos uma enorme - sesquipedal, diria o velho Nelson - dificuldade em reconhecer nossos erros.

Reputamo-nos, muitas vezes, como infalíveis, um conceito introspectivo, pessoal, íntimo, destituído de qualquer fundamento e sem qualquer amparo num fato: somos humanos; se somos, erramos ora como cidadãos, ora como profissionais, ora como exercentes de qualquer função que nos caiba, transitoriamente ou não, na vida social.

Mas o curioso é o seguinte: mesmo quando nós, jornalistas, contrariamos nossas propensões e reconhecemos nossos erros, mesmo assim outros acham que não temos o direito de errar e pedir desculpas pelo erro cometido.

Isso quer dizer, então, que quando descemos do pedestal onde nos colocamos, assentindo que somos falíveis, os outros insistem em nos deixar lá, como se nós, no olimpo das nossas ilusões, vivêssemos para nunca errar, portanto não tendo o direito de pedir desculpas quando erramos.

Isso leva a situações como a que está enfrentando o jornalista Lúcio Flávio Pinto.

Em seu blog, ele fez uma postagem informando erradamente que a vereadora Bia Caminha, eleita pelo PT, teria arrecadado R$ 438.043,03 em sua campanha eleitoral. A informação estava errada: na verdade, a vereadora eleita arrecadou R$ 26.276,10, como consta na sua prestação de contas parcial, que é de acesso público no sistema de divulgação de candidatura da Justiça Eleitoral.

Lúcio reconheceu o erro. Escreveu o seguinte:"Cometi um erro ao tomar o limite maior permitido pela legislação eleitoral pelo gasto efetivamente feito. Penitencio-me pelo erro, que, não sendo doloso nem de má fé, não serviu para atacar, diminuir ou ofender a vereadora recém-eleita, como qualquer pessoa destituída de prevenção ou partidarismo pode perceber".

E aí?

E aí que de nada adiantou.

A assessoria de Imprensa da vereadora, em vez de servir-se do blog do jornalista para exercer o legítimo direito de resposta, divulgou uma nota em outros meios, retificando a informação e anunciando que vai interpelar Lúcio judicialmente.

"A vereadora ameaça me interpelar judicialmente, achando que assim me constrange e prejudica a minha imagem. Lamento que não tenha recorrido ao instrumento cabível numa democracia, exercido por alguém verdadeiramente democrata, que é o direito de resposta. Jovem, bem votada, alternativa, corajosa – estas e outras virtudes ela possui. Convicção democrática, tudo indica que não", escreve o jornalista na postagem intitulada Sem democracia.

Eis aí um episódio emblemático para discutirmos o nosso papel de jornalistas, os limites humanos que enfrentamos e a imagem que fazemos de nós mesmos e a que os outros fazem de nós.

Estou chegando ao Brasil. Porque aqui no Reino Unido está uma coisa horrorosa!

Boris Johnson: a vacina "dele" não tem pátria, não tem ideologia, não tem partido.
Já em certo país debaixo da linha do Equador, vocês bem sabem como é que está.

A celebração dos britânicos, os primeiros em todo o Ocidente a receber a vacina contra o novo coronavírus Covid-19, guarda um detalhe que não pode passar despercebido - muito pelo contrário - a todos os que habitamos do lado debaixo do linha do Equador.
É que, no Reino Unido, a vacina que está sendo aplicada é a produzida pela americana Pfizer e a alemã BioNTech.
Isso significa que o governo Boris Johnson não esperou a solução caseira, qual seja o imunizante que está sendo desenvolvido pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca.
Boris Johnson, portanto, não quer saber se a vacina é da Alemanha, dos Estados Unidos, do Afeganistão ou produzida nas Ilhas Galápagos.
Ele não quer saber se a vacina é do Doria ou do Bolsonaro.
Não.
Ele quer vacina.
Ele quer seus compatriotas imunizados e com a vida preservada. E ponto.
Boris Johnson faz isso não porque seja um herói. Mas porque é um homem público que cumpre com seus deveres de governar para todos, esquivando-se, assim, de chafurdar na lama do mais repulsivo negacionismo e das mais tenebrosas prevenções ideológicas.
Já em certo país, do lado debaixo do Equador, há presidente (com histórico de atleta, é claro) que surfa no negacionismo, que já chamou a Covid-19 de gripezinha, que nunca se compadeceu das mais de 176 mil mortes ocorridas nesta pandemia, que nos piores picos da doença encatarrou as mãos e saiu cumrprimentando seguidores fanáticos, que não acredita em vacina e que, como em tudo em seu governo, não apresenta um plano consistente para imunizar milhões de pessoas, deixando-as expostas aos riscos do coronavírus.
Vocês sabem que presidente é esse?
Vocês sabem que País é esse?
Pois é.
Por isso é que já tomei uma decisão: comprei minha passagem para o Brasil.
Porque aqui no Reino Unido está uma coisa horrível.
E para o Brasil que eu vou!
Estou chegando!