Por que, afinal, a governadora Ana Júlia de Vasconcelos Carepa (na foto) não conseguiu emplacar mais um mandato?
Sua Excelência, quando se elegeu em 2006, tinha a seu favor qualidades, fatores, contingências e circunstâncias que a credenciavam a fazer um bom governo.
Ana Júlia, afinal, era a primeira mulher a se eleger governadora do Pará. Poderia aproveitar essa condição como elemento de emulação e de promoção política para demonstrar que, sim, ela era beneficiária da evolução da consciência política dos paraenses, o que lhe daria sustentação para fazer um governo à altura das expectativas gerais.
Ana Júlia, ao se eleger, desfrutava de uma incontrastável popularidade, confirmada por sua trajetória na vida pública, inclusive tendo alcançado o mandato de senadora.
Carregava a credencial de ter destronado do poder o tucanato que lá se aboletava havia 12 anos consecutivos.
Conseguiu formar uma aliança política que colocou a seu lado o PMDB, o maior partido do Estado.
Era do mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o cara, aquele que, tirante o fato de que às vezes – ou quase sempre – se apresentar como o construtor do Universo, pode festejar à farta a condição que ostenta, a de presidente mais popular da História do Brasil.
Essa era a Ana Júlia que, como governadora, tinha tudo para dar certo.
Mas deu errado.
Deu tudo errado.
Por quê?
As razões da derrota. No atacado.
Muitas razões podem explicar isso.
Relacionem-se algumas delas.
1. Ana Júlia revelou-se de uma inexperiência administrativa atroz. Revelou-se de uma inexperiência administrativa de efeitos devastadores. Até ser governadora, ela só havia administrado o Sindicato dos Bancários. Não fora submetida, até aquela altura, ao teste de gestão nem mesmo quando chegou a ser vice do prefeito Edmilson Rodrigues, então no PT. Isso porque Ana Júlia foi prefeita em exercício.
2. A inexperiência administrativa de Ana Júlia sobressaiu em dois casos por si sós emblemáticos e ambos de repercussão nacional. O primeiro deles ocorreu em fevereiro de 2007, quando a governadora assinou decretos nomeando sua cabeleireira, Manoela Figueiredo Barbosa, e sua esteticista, Franciheli de Fátima Oliveira, como assessoras especiais, lotadas no gabinete da governadoria. O segundo, de repercussão igual – senão maior – que o anterior, consistiu também na nomeação da performática Elida Braz, Senhora Kaveira, para assessora especial da Governadoria.
3. A inexperiência administrativa da governadora, em tese, não seria um problema de monta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não tinha nenhuma vivência administrativa, a não ser nos sindicatos que dirigiu. Mas, uma vez presidente, acercou-se de bons quadros e fez o governo mais popular da história do País. Ana Júlia não. Desde o primeiro momento, deixou-se agrilhoar, deixou-se ficar algemada, deixou-se cair como refém de um quarteto que também ficou conhecido como núcleo duro do governo.
4. Refém do núcleo duro, Ana Júlia não viu mais o PT à sua frente. Não viu mais o partido. Não o reconheceu mais como uma legenda orgânica, que poderia lhe dar sustentação. Passou a divisar apenas o núcleo que a mantinha refém e, em consequência, passou a ter olhos apenas para os interesses da Democracia Socialista (DS), a minúscula, inexpressiva tendência petista a que pertence a própria governadora.
5. Sob a tutela dos luas-pretas da DS, Ana Júlia pôs em andamento e turbinou aquela que foi a pior, a mais atabalhoada, a mais disparatada, a mais emperrada e a mais ineficaz articulação política já posta em prática por um governante no Pará. A articulação política, conduzida por seu chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, revelou-se, além do mais, conflitante e conflituosa depois que ele, mesmo na condição de um dos quadros mais influentes do governo, começou a notabilizar-se como pré-candidato a deputado federal, cargo para o qual acabou se elegendo.
6. O próprio PT, partido da governadora, foi uma das vítimas da desarticulação empreendida com notável desenvoltura pela Casa Civil do governo, durante a era Puty. Em meados de 2009, o poster ouviu de viva voz, da assessoria de um parlamentar petista, que o deputado não conseguia falar havia semanas com a governadora. E ele, o deputado, não queria pedir nada. Ou por outra, queria pedir, sim, mas informações circunstanciadas sobre determinada matéria para defender Ana Júlia de críticas ferozes que ela vinha sofrendo na Assembleia.
7. Na articulação política desastrada, conduzida pelo então chefe da Casa Civil, Cláudio Puty, está a gênese, em boa parte, das dissensões e dos conflitos que levaram ao afastamento do PMDB e, posteriormente, ao rompimento da legenda com o governo, jogando por terra a possibilidade de se manter a aliança desde o primeiro turno das eleições deste ano.
8. A nomeação de Everaldo Martins para comandar a Casa Civil mudou da água para o vinho, mudou do péssimo para o muito melhor a qualidade da articulação política do governo Ana Júlia. Mas já era tarde. Everaldo só assumiu o barco em março deste ano. Havia pouco tempo para juntar os cacos e restaurar os vínculos políticos que seu antecessor esfacelara irreversivelmente.
9. Da mesma forma, Ana Júlia tomou muito tarde a decisão de mexer na Comunicação do governo. Durante a maior parte de seu governo, essa área foi impalpável, inexistente. Não se sabe se nada divulgava porque não sabia como divulgar ou porque obras não havia para serem divulgadas. De meados do ano passado para cá, a Comunicação, mas também não conseguiu, sozinha, reverter situações que já haviam causado enorme desgaste à imagem da governadora.
10. E por falar em obras... O governo Ana Júlia acordou da letargia na onda do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Mas isso também já foi tarde. E o PAC esteve sempre associado ao governo federal, ao governo Lula, e muito pouco aos governos estaduais. Resultado: até inaugurar uma cozinha industrial no Hangar, Ana Júlia pouco ou nada tinha para mostrar. Quando passou a ter alguma coisa para mostrar, não havia mais tempo para que isso se convertesse em votos. E votos, como se sabe, são essenciais para eleger e reeleger um governante, não é?
11. O enclausuramento de Ana Júlia e a dificuldade de seu governo em se comunicar levaram Sua Excelência a ficar acuada em três momentos dos mais críticos. No caso da menor presa e seviciada numa cela de presos em Abaetetuba, no caso da mortandande de bebês da Santa Casa e no caso dos kits escolares. E olhem que, no caso da menor, o delegado-geral Raimundo Benassuly primeiro se exonerou do cargo, depois de uma declaração infeliz. Passados alguns meses, o que fez Ana Júlia? Reconduziu-o ao posto.
12. A governadora também perdeu porque, no afã de se eleger, não mediu escolhas, não selecionou aliados, não passou no crivo os adesistas à sua candidatura. Quem se alia a um Duciomar Costa, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História, não quer, sinceramente, ganhar uma eleição. E quem se alia a Almir Gabriel se vê forçada a fazer certas revisões históricas que conduzem a vergonhosas, a constrangedoras contradições com trajetórias políticas como as de Sua Excelência a governadora Ana Júlia.
13. E por último, mais não menos importante, Ana Júlia não se reelegeu porque escolheu mal a agência que fez a sua propaganda, a baiana Link. E o escolher mal, como aqui está posto, nada se deve ao fato de a Link ser baiana, mas porque a agência nunca esteve linkada com as peculiaridades de campanhas como as que se desenvolvem no Pará, que são diferentes das que ocorrem na Bahia, ou em Pasárgada ou até no Afeganistão. Assim, três grandes erros na campanha foram, também eles, decisivos para a derrota da governadora.
Essas são, digamos, as razões no atacado.
11. O enclausuramento de Ana Júlia e a dificuldade de seu governo em se comunicar levaram Sua Excelência a ficar acuada em três momentos dos mais críticos. No caso da menor presa e seviciada numa cela de presos em Abaetetuba, no caso da mortandande de bebês da Santa Casa e no caso dos kits escolares. E olhem que, no caso da menor, o delegado-geral Raimundo Benassuly primeiro se exonerou do cargo, depois de uma declaração infeliz. Passados alguns meses, o que fez Ana Júlia? Reconduziu-o ao posto.
12. A governadora também perdeu porque, no afã de se eleger, não mediu escolhas, não selecionou aliados, não passou no crivo os adesistas à sua candidatura. Quem se alia a um Duciomar Costa, o pior prefeito que Belém já teve em toda a sua História, não quer, sinceramente, ganhar uma eleição. E quem se alia a Almir Gabriel se vê forçada a fazer certas revisões históricas que conduzem a vergonhosas, a constrangedoras contradições com trajetórias políticas como as de Sua Excelência a governadora Ana Júlia.
13. E por último, mais não menos importante, Ana Júlia não se reelegeu porque escolheu mal a agência que fez a sua propaganda, a baiana Link. E o escolher mal, como aqui está posto, nada se deve ao fato de a Link ser baiana, mas porque a agência nunca esteve linkada com as peculiaridades de campanhas como as que se desenvolvem no Pará, que são diferentes das que ocorrem na Bahia, ou em Pasárgada ou até no Afeganistão. Assim, três grandes erros na campanha foram, também eles, decisivos para a derrota da governadora.
Essas são, digamos, as razões no atacado.
São 13 razões ao todo.
Mas razões outras há, é claro.
São, todavia, razões no varejo.
Quanto a essas, os petistas, eles próprios, haverão de desvendar.
São, todavia, razões no varejo.
Quanto a essas, os petistas, eles próprios, haverão de desvendar.
Nos próximos dias.
Nas próximas semanas.
Nos próximos meses.
Nos próximos anos.
Que tal comentar as pesquisas realizadas pelo ibope e veritate, como de costume erram feio novamente!!!!
ResponderExcluirGrato
Paulo, não dava para voce postar o resultado de municipio por municipio?
ResponderExcluirPaulo, não concordo com a crítica sobre a agência. Acho que a Ana melhorou até o jeito de falar, a voz, principalmente. No mais vc tem toda razão, deixaram correr frouxo por muitos anos e a virada ficou cada ves mais didícil. A governadora parecia que não era do PT e sim da DS. Outra coisa, há dois anos houve eleição para prefeito e NINGÉM se ateve ao número de prefeitos que o PT "não fez" e sacou que isso era péssimo, que era um forte indício de que as coisas estavam ruins? Ana não colocou um petista, unzinho, nos Tribunais de Contas. Isso é loucura. No primeiro turno ela se fiou apenas nos candidatos a deputado estadual e federal e não viajou quase, mais uma vez avaliou pessimamente. O PTB, até então parceiro, não acompanhava voto na Assembléia, há muito tempo, tanto que desembarcou oficialmente do partido no dia seguinte ao 1º turno.
ResponderExcluirUma pergunta inversa:
ResponderExcluirPorque Jatene ganhou a eleição?
E uma só resposta:
Porque ele é melhor, ora!
Afinal, votei em Ana em 2006. E ainda hoje, ao fechar os olhos, consigo me lembrar nitidamente da felicidade e da esperança que aquela vitória significou.
ResponderExcluirBelém e o Pará eram um enorme coração vermelho! E todos nós, ainda que nem todos petistas, acreditávamos que aquele seria – de verdade! - o começo de um novo tempo...
Não, não sonhávamos nada de mirabolante.
Como cidadãos, queríamos, apenas, uma saúde melhor, uma segurança melhor, uma educação melhor.
Queríamos andar pelas ruas em paz. Queríamos uma saúde humanizada, sem crianças morrendo nos postos de saúde, por falta de atendimento. Queríamos uma educação que garantisse um futuro para essas crianças e jovens que só têm como alternativa as escolas públicas.
Mas quem sabe tenhamos nos enganado... Talvez que sonhar algo assim, seja sonhar alto demais num estado como o Pará...
É certo que os governos tucanos fizeram muito pelo Pará.
O equilíbrio das contas públicas é essencial até para a capacidade de investimento.
E a estruturação de alternativas de desenvolvimento econômico, como é o caso do Turismo e do agronegócio, é fundamental para a geração de emprego e renda.
Mas um governo não pode se resumir ao bom desempenho econômico. Muito menos num estado como o Pará.
Devido à extrema pobreza da nossa gente, é preciso investir fortemente na área social.
E devido a essa nossa histórica condição de colônia, é preciso firmeza para reivindicar os dividendos daquilo que nos pertence.
Em 2006, acreditávamos que Ana Júlia tivesse essa capacidade de ir além do bom desempenho econômico.
O nosso “incrível exército de Brancaleone” – que conseguiu, sim, uma vitória até mais extraordinária que essa de Jatene – acreditava, sinceramente, na possibilidade de mudanças rápidas, profundas e massivas na qualidade de vida dos paraenses.
Acreditávamos, inclusive, numa alternativa até moralizante, em termos de administração pública.
E penso que, naquele outubro, contávamos chegar em 2010 com tantas conquistas, com tantas vitórias, que seria impossível não conseguirmos manter o poder...
Hoje, porém, restam apenas as ruínas daquele sonho...
Ana Júlia fez uma escolha: escolheu a DS.
Desde o primeiro dia – e até o fim!... – ela deu provas insofismáveis de que a sua DS sempre lhe pareceu muito mais importante do que o Pará, a população do Pará, o PT, o PMDB e todos os que ajudamos a elegê-la, em 2006.
Foi a DS, a opção pela DS, o que de fato derrotou Ana Júlia.
E se ela fosse para o fundo do poço sozinha, ou na companhia desses fascistas da DS, nenhum problema...
O problema é que Ana está a arrastar boa parte do PT e boa parte das pessoas que até se expuseram para ajudar na sua eleição, em 2006.
Sinal de que faltou à Ana Júlia o principal: a compreensão do significado da liderança.
FUUUUIIIIIIII!!!!!!
..............
Pros companheiros petistas – e eu imagino como vocês estão a se sentir agora...
E pra todo o nosso “incrível exército de Brancaleone” de 2006...
Belo post, Paulo!
ResponderExcluirQueria te fazer uma sugestão: pq não colocas aquele botão "barra de compartilhamento" no teu blog? É bem útil para os teus leitores espalharem teus post. Dá uma olhada no meu blog que tem essa função.
Abraço
PA
Bm dia, caro Paulo:
ResponderExcluirseu post resume o desastre da administração dessesista - e, que por omissão e por conveniência, também foi petista - mas não concordo acom a imagem de uma Ana Júlia refém. Reféns são os que não têm como escapar do cativeiro.
No caso dela, a escapada era plenamente possível, se desejada, seja através da votação que a colocou no cargo, ou pelo conjunto do seu próprio partido, sem falar nos aliados.
Ana Júlia curtiu o que viveu por livre escolha e não por falta de alternativas. Agora, ao lado dos seus corvos e lobos, merece o seu justo pesadelo.
"A história é um carro alegre cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue" (Pablo Milanés).
Abração.
Perdeu porque contratou mal, em vez de contratar um piloto para acelerar, contratou Joelma e Ximbinha e pelo que seu não são pilotos.
ResponderExcluirNão sou estudioso político apurado, mas em minha modesta opinião a derrocada de Ana Júlia se deu pela perda da copa do mundo. O pará respira futebol, e os investimentos seriam gritantemente obrigatórios em nossa combalida infra-estrutura, e ela poderia ser a garota propaganda desses investimentos.
ResponderExcluirSó resta à Ana Julia fazer uma avaliação reflexiva dessa derrota e ve o que ainda pode salvar da sua carreira política. Se ela se comportar melhor nesses 2 meses que faltam pra acabar o governo do PT, no Pará, quem sabe a Dilma dá algum cargo pra ela em Brasília.Não me perguntem em que escalão, tá?
ResponderExcluirPerdeu, porque quis. Varios a alertaram e ela "to nem aí", e ainda perseguia quem a alertava.
ResponderExcluirDeixou que a alcunha de aloprada colasse em seu visual.
Não combateu os desvios de comportamento de seus seguidores.
Igualou-se a prática de política do é dando que se recebe.
SE AMOFINOU e não olhou para todos com igualdade.
Se apequenou e deve conviver com o estrago que fez no PT e nos modelos sociais que os idealistas propagam.
Enfim perdeu por não transmitir, lealdade e segurança a quem precisa de esperança
Só uma correçãO; ela nunca administrou nem o Sindicato dos Bancários. Nunca foi sequer da executiva do Sindicato. Quando o MOB assumiu o Sindicato, ela se candidatou a vereadora e assumiu seu primeiro mandato.
ResponderExcluirA DS, sim, Marcílio, sim, foi diretor do Sindicato na primeira gestão, com o Alexandre Rodrigues presidente.
No mais, concordo inteiramente com a análise.
Excelente, caro Paulo André.
ResponderExcluirVou dar uma conferida lá.
Abs.
O FUTURO POLÍTICO DE ANA JÚLIA ACABOU NO ESTADO DO PARÁ...
ResponderExcluirEla teve a chance e a jogou no lixo desde o primeiro mês de mandato. Não foi o vencedor que ganhou, foi ela que perdeu...Ela foi, por paradoxal que pareça, a grande cabo eleitoral daquele que sequer pensava em se candidatar novamente ao governo do Estado. Que o vencedor não cometa os mesmos erros de sua antecessora e faça um governo que satisfaça e supere os problemas sociais dos paraenses seriamente,pois ele também perdeu a eleição anterior pelos mesmos motivos que derrotaram a atual governadora... Que nesta gestão que se inicia em 1º de janeiro de 2011 a publicidade do governo seja consequencia de obras e serviços que de fato sirvam para emancipar o cidadão paraense para se sentir satisfeito economica e socialmente.Por sinal, desejo e todo o povo paraense quer que se saiba quanto milhões foram gastos com publicidade pelo atual governo. Da mesma forma não considera certo que o publicitário do vencedor torne-se a partir de janeiro contrado pelo governo, para evitar que dívidas passadas sejam pagas com o bolso do erário que deriva dos impostos pagos pelo povo...
Caro Paulo,
ResponderExcluirAna perdeu a eleição porque a DS fez a opção, por fora do PT e dos petistas, de trocar um governo estadual por um deputado federal que, aliás, desempenhou um papel chave na derrota. Primeiro como o "gerente" do governo. Não à toa, um governo com várias obras e iniciativas, demorou para alavancá-las. Depois, deixou sua indelével contribuição na desarticulação política, quando perdemos a governabilidade e o apoio político do PMDB, fonte de inúmeros desgastes posteriores. Enfim, em nome dos esforços para lhe eleger federal, secundarizou-se a própria governadora, sua campanha e os objetivos de governar. Conquistado o segundo turno, atropelou a boa coordenação de mobilização em Belém da campanha e assumiu ele mesmo a função, que foi mais um terrível, tremendo, estupendo desastre.
É como disse Plekhanov: "o papel do indivíduo na História". Neste caso, um Midas ao avesso, que converte em fracasso/derrota/conflito/etc tudo que toca.
Ana tem as responsabilidades dela, mas foi rifada pela DS, num raciocínio simples: ela nunca foi vista como "orgânica" do grupo nacionalmente, mas como um pragmático guarda-votos. Com a rejeição elevada, a DS Nacional desacreditou de sua eleição e priorizou dois objetivos: 1) assegurar na derrota iminente o mínimo de sobrevida política, com um federal, que era o cargo possível que restava; 2) assegurar que essa sobrevida fosse tocada por alguém tido como orgânico.
Bueno. A oposição venceu. O PT vai refletir, se reorganizar e voltar a campo, mas algumas coisas são certas:
1- Um carreirismo atroz como o visto jamais será permitido novamente pelas maiorias petistas paraenses.
2 - Creio que há certeza quanto iremos inibir a lenda de que vale um candidato popular ainda que dissociado da dinâmica partidária.
3) É o fim da Era da DS no PT paraense por muitos anos. O máximo que ocuparão é o cargo na Cãmara federal.
Quanto à Link, ela será o bode espiatório para encobrir, inclusive, as responsabilidades da ala da DS coordenada pelo deputado federal eleito pelo grupo, mas, a despeito das questões que envolveram sua contratação, a empresa tirou uma Ana Júlia desmoralizada, sem credibilidade e rejeitada, com 10% de intenção de votos e a colocou no segundo turno, a 10 pontos do primeiro colocado (curiosamente o percentual de D. Juvenil no 1o round), recuperando a imagem do governo dela a ponto de ele poder ser defendido pela militância.
A DS vai fazer o chamado à unidade, claro, mas a hora é de reflexão profunda e de debate interno democrático, pero duro, realista e absolutamente franco. Só se procedermos assim vamos estar à altura de enfrentar os desafios que se colocarão.
Na Juventude Petista, onde milito, e como não poderia deixar de ser se tratando de jovens, isso será travado com grande dedicação, até porque a renovação e a reoxigenação partidária passa por nós e os erros que levaram a essa derrota precisam ser extirpados desde já, porque menos políticos e mais culturais.
Abraços
13:52 eu não votei na Ana Júlia, mas devo lhe dizer que quando o PSDB foi governo aqui no estado, a propaganda era intensa, gastavam trilhões para dar a impressão que moravamos na Suiça. Espero que com a maioria na assembleia legislativa, o rolo cmpressor não volte a funcionar e evite que CPIs sejam instaladas como a da Pedofilia, que no governo Jatene não emplacou. Não é Jordy? Tu estavas lá.
ResponderExcluirTTTTTTTTTTTTTTTCCCCCCCCCCCCCCCHHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU ANA JÚLIA.
ResponderExcluirAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAADDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDDEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS ANA JÚLIA.
A notícia abaixo é de Manaus (blog do Holanda). Do meu ponto de vista dá para perceber como a sede da copa de 2014 saiu de Belém e porque o Pará não foi incluido na Superzonafranca.
ResponderExcluirDilma reafirma compromisso de prorrogar ZFM por mais 50 anos
A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousselff, conversou com o governador Omar Aziz por volta de 20 horas ( Manaus) e reafirmou o compromisso de prorrogar a Zona Franca de Manaus por mais 50 anos. Dilma, ao agradecer os mais de 1,2 milhão de votos dos amazonenses, disse a Omar que vai trabalhar lado a lado com o governo do Amazonas para que não haja nenhum atraso nas obras necessárias para viabilizar os jogos da Copa de 2014 no estado.
A presidente eleita lembrou ainda do compromisso de estender os benefícios da Zona Franca de Manaus para os municipios da zona metropolitana.
Dilma obteve votação histórica no Amazonas: 80% do eleitorado oficialmente registrado votou nela. O governador Omar Aziz atribui a votação aos compromissos assumidos pela candidata e ao arco de aliança formado no Amazonas em torno da candidatura dela. Omar disse estar contente pelo fato de Dilma ter lembrado naturalmente desses compromissos, após confirmada a sua vitória pelo TSE.
O nome da derrota chama-se INCOMPETENCIA!!!!!
ResponderExcluirRECEITA INFALÍVEL DA DS: INCOMPTÊNCIA COM PREPOTÊNCIA.
ResponderExcluirComo diria o Chacrinha: mas rrreeeealmente, a Ana esqueceu que quem era governadora era ela. Quam manava era ela e não seu Marcili, Maurilio e Puty. A comunicação palaciana pecou, pecou feio, mas se os maurilios e marccilios da vida continuarem querendo mandar na vontade dela e fecharem para que ela não escutasse os mais experientes, mesmo que não fossem do partido, sempre será dificil. Uma outra pergunta, o que a secretaria de cmunicação tinha dde investir em treinamento para jovens em DJ's e criação de jornais no interior, quando aquelas criança precisavam estudar, praticar esportes e pensar grande e não pequano?????
ResponderExcluirMano velho,
ResponderExcluirSuas análises são pertinentes. É claro que há pontos discordantes com seus leitores.
Eu me incluo entre eles e por isso queria trazer alguma contribuição do debate.
Não sou crítico de obra pronta e nem tenho bola de cristal.
Dito isto, penso que jogar a culpa na DS pela derrota de Ana Júlia é querer tapar o sol com a peneira. Acordos que deformaram o governo de Ana Júlia foram costurados por Paulo Rocha e Valdir Ganzer. O ajoelhar-se diante de Jader Barbalho no início e meio do governo foiimposto à Ana Júlia por tendências que não era a DS.
Quem sebe esteja lá no começo do governo loteado a descaracterização de um governo do PT?
E de que adiantou trocar a chefia da Casa Civil? O estrago já estava feito, a sociedade já olhava com desconfiança o governo do PT no Pará.
Esccrevestes que com Everaldo Martins na Casa Civil tudo melhorou. Ledo engano. Aí mesmo que piorou. Servil ao PMDB, o governo virou refém. Quando precisava recompor a aliança, a chegada de Everaldo entornou o caldo. Uma semana antes, sua irmã, prefeita Maria do Carmo Martins, anunciou que retiraria o nome de Jader Barbalho do estádio de Santarém. Desde esse dia, Jader não atendeu mais nenhum ligação de Everaldo.
POr isso, vejo que culpar a DS pelo fracasso eleitoral de Ana Júlia e uma forma muito simpliste de se fazer avaliação.
No meu entender, Joao Batista e Paulo Rocha são tao responsáveis quanto Marcilio e Cláudio Puty pelo fracasso do PT no Pará.
Grande abraço,
Miguel Oliveira
Concordo plenamente com a Bia, Ana Júlia podia sim ter-se rebelado contra os luas pretas do governo ( Puty, Marcilio, Maurilio, Botelho)mas não o fez. Não o fez porque lhe era conveniente. Era preferível jogar a culpa toda num grupo e tirar a responsabilidade dela. Ana começou a perder quando tirou de seu lado companheiros que a ajudaram a eleger e lhe eram fieis como Charles e Edilza e, o que é pior, permitiu que esses companheieiros fossem perseguidos e tratados como inimigos por esse lua preta do Puty.Não cumpriu compromissos com aliados, a gestão de órgãos essenciais do governo nas mãos de gente incompetente e outros que nem do Pará são, que nunca nem sequer levantaram uma bandeira do PT aqui, mas foram trazidos pelo Puty, como é o caso da Secretária da SEDES, que veio do Tocantins e não conseguiu alavancar a Secretaria. Gente que trabalhou sério ficou fora do governo em detrimento apadrinhados e por ai vai. Uma coisa é certa: a Ana teve o que mereceu! E tem mais! deixou o governo pior do que encontrou. O Jatene vai constatar isso e não vai perdoar tamanha incompetência. Quando as coisas vierem a público, ai sim é que veremos o estrago que essa mulher fez no Pará e no PT.
ResponderExcluirResposta simples de responder:
ResponderExcluirPERDEU PORQUE NÃO TEM COMPETÊNCIA.
Confesso que fiquei impressionado com a maturidade política do Leopoldo Vieira. Assim como escrevi comentários que o desagradaram, tenho que externar a admiração pela coragem da manifestação pública.
ResponderExcluirParabéns.