Ronaldo Porto: além de lutar bravamente pela vida, ele ainda está sendo vítima de um crime |
sábado, 27 de fevereiro de 2021
Ronaldo Porto segue lutando: pela vida e contra os criminosos que difundem mentiras criminosas
Todos felizes. Todos supermachos. Todos sorridentes. E o Brasil com mais de 253 mil mortos.
Essa foto, com todas essas caras, rola aí pelas redes sociais, em dimensões tsunâmicas.
Mostra Bolsonaro, seu ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e vários parlamentares cearenses.
Estão a bordo de um avião, durante viagem do presidente ao Ceará, onde promoveu concentrações (acima, um flagrante do cidadão em Tianguá).
Com vocês podem ver, todos sem máscaras.
Todos supermachos.
Todos patriotas.
Todos felizes.
Todos sorridentes.
E todos negacionistas.
Num momento em que a tragédia se alastra e o Brasil já últrapassa 253 mil mortos pela Covid-19.
Por isso, repita-se o que já foi dito aqui: O flagelo não é só a pandemia. Bolsonaro [e muitos de seus seguidores] também é o flagelo.
O flagelo não é só a pandemia. Bolsonaro também é o flagelo.
A OMS atesta que o Brasil vive uma tragédia.
Na quinta-feira (25), o País bateu um recorde de mortes registradas em 24 horas.
Colapso, tragédia, flagelo em Santa Catarina.
Mais de 250 mil mortos no Brasil.
A pandemia avança.
A pandemia escancara parte do perfil do governo Bolsonaro, que tem a cara da crueldade, da incompetência, da inconsequência e do negacionismo.
E o que diz Bolsonaro, a esta altura dessa mortandade, na qual ele tem participação direta?
Nesta quinta (25), o cidadão citou suposto estudo feito na Alemanha, sem dizer qual, afirmando que as máscaras seriam "prejudiciais" às crianças, porque causariam irritabilidade, dor de cabeça e dificuldade de concentração.
Entenderam?
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
Autor da PEC da Imunidade, deputado relata no plenário da Câmara ofensas e ameaças que tem recebido
Celso Sabino: agredi-lo com ameaças não é liberdade de expressão. É crime! |
Manoel Pioneiro merece um crédito. Pelo menos até a próxima semana.
Manoel Pioneiro: vai que... |
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021
Celso Sabino volta ao olho do furacão em seu próprio partido, o PSDB
Espiem aí para cima.
A nota está no site da revista Crusoé.
O deputado Celso Sabino, do PSDB do Pará, está novamente no olho do furacão em seu próprio partido.
Tudo porque assentiu em assinar essa PEC esdrúxula, indecorosa e desonrosa para o Legislativo, que amplia o instituto da imunidade parlamentar.
Em entrevista a alguns órgãos de Imprensa, Sabino tem considerado que o tema, além de polêmico, estaria sendo mal compreendido por setores da Imprensa, que confundiriam, segundo ele, o aperfeiçoamento do instituto da imunidade parlamentar com uma tentativa de criar meios capazes de aumentar a impunidade em casos como o do brucutu Daniel Silveira.
O deputado precisará muito, mas muito mesmo, gastar o seu latim para tentar convencer a opinião pública de que a PEC 3/21 não é a PEC da Impunidade.
Mas é.
É a PEC da Impunidade, sim.
E como é.
Senador Paulo Rocha acha que todo mundo está perdido. É verdade. Todo mundo está. Até ele.
Bolsonaristas e Centrão estão parindo um monstro, uma imoralidade. Mas viva a liberdade de expressão!
Para bolsonaristas e integrantes do Centrão, essa Constituição não presta. Eles querem moldá-la para satisfazer aos piores instintos e intentos como os de um Daniel Silveira. Avante, Brasil! |
Quando isso acontecer, seus admiradores - inclusive, acreditem, jornalistas que não conseguem distinguir onde termina a liberdade de expressão e onde começa a atividade criminosa pura e simples - provavelmente haverão de começar um movimento para erigir estátuas desse brutamontes por aí, saudando-o como um guerreiro das liberdades democráticas.
Mas, afinal, qual será o palco onde deverá operar-se a purificação da Daniel Silveira? Será o Conselho de Ética, é claro.
Idiotice.
Pura idiotice.
Fui idiota quando previ que o esquemão para purificar Daniel Silveira ficaria reduzido ao Conselho de Ética e estaria limitado ao brutamontes que afrontou e atentou contra a democracia, ao divulgar um vídeo nojento com ataques ao Supremo e a seus ministros.
Fui idiota porque não previ que a Câmara dos Deputados, e não um de seus colegiados, é que viria a modificar a Constitutição para ampliar a imunidade parlamentar a um grau tamanho que, a rigor, novos brutamontes que fizerem o mesmo que Daniel Silveira estarão se credenciando a ganhar um diploma de Honra ao Mérito do Legislativo.
Estão chamando a PEC nº 3/21 de PEC da Imunidade.
PEC da Imunidade? Contem outra.
Ela é a PEC da Impunidade. Com p mesmo.
Ela é a PEC Daniel Silveira.
Uma proposição horrorosa.
Absurda.
Indecorosa.
Imoral.
Inacreditavelmente vergonhosa.
Notavelmente desonrosa para o Poder Legislativo, que todos reputamos um dos pilares da democracia, ainda que abrigue, por força das contingências e das circunstâncias, indivíduos desprezíveis como Daniel Silveira.
Essa proposta escabrosa, como vocês sabem, restringe a prisão em flagrante de parlamentar somente se relacionada a crimes inafiançáveis listados não mais na legislação comum, mas na Constituição, como racismo, crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas, terrorismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Em resumo, se essa PEC já estivesse aprovada na semana passada, quando o brutamontes turbinado Daniel Silveira cometeu seus crimes, ele estaria soltinho e poderia até mesmo bater à minha porta, daqui a pouco, para dizer que vai esperar-me sair de casa para moer-me pancadas porque o considero desprezível e um risco à democracia.
Mas também esperar o quê, de uma aliança entre bolsonaristas e integrantes do Centrão?
Foi essa aliança que pariu uma excrescência como essa PEC.
Essa aliança é que está parindo um monstro.
Não é maravilhosa a nova política, gente?
Não é maravilhosa a nova política que une esses luminares das boas práticas e dos bons costumes, todos em marcha unida para construir um País mais justo e democrático?
Não é maravilhosa?
Pois é.
O certo é que, uma vez aprovada essa PEC nauseabunda, estarei de lenço nas mãos, pronto para enxugar comovidas lágrimas quando ouvir alguns coleguinhas jornalistas, campeões da liberdade de expressão, aplaudirem a democracia e o Estado Democrático de Direito.
Avante, Brasil!
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Quando, onde e como o Pará vai adquirir 3 milhões de doses de vacinas?
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
Daniel Silveira, o brutamontes denunciado por afrontoso crime à democracia, está a caminho da purificação
Bolsonaro e Daniel Silveira, um de seus pit bulls fanáticos, recentemente denunciado pela PGR: eles se merecem. Mas a democracia não os merece. Não mesmo. |
É isso mesmo.
Daniel Silveira (PSL-RJ), o fanático bolsonarista, que soma mais de 90 prisões em sua ficha corrida e continua preso por atentar contra a democratica, tem tudo para ganhar o seu momento de triunfante purificação.
Quando isso acontecer, seus admiradores - inclusive, acreditem, jornalistas que não conseguem distinguir onde termina a liberdade de expressão e onde começa a atividade criminosa pura e simples - provavelmente haverão de começar um movimento para erigir estátuas desse brutamontes por aí, saudando-o como um guerreiro das liberdades democráticas.
Mas, afinal, qual será o palco onde deverá operar-se a purificação da Daniel Silveira? Será o Conselho de Ética, é claro.
O colegiado retoma os trabalhos nesta terça-feira (23) com dois processos que podem levar à cassação dos mandatos de Silveira e da deputada Flordelis.
Ela é acusada de ser a mandante da morte do marido. Ele, de defender o assassinato do Estado Democrático de Direito, para substituí-lo, provavelmente, por um regime que teria como Constituição algo semelhante ao AI-5, o excrementoso ato institucional da ditadura, objeto da admiração quase orgásmica desse cidadão que anseia, dia e noite, por sentimentos golpistas.
Mas, sério mesmo: você aí acredita no Conselho de Ética?
Você acredita que, depois das lágrimas de crocodilo derramadas por Silveira, no dia em que teve sua prisão mantida pelo plenário da Câmara, o Conselho de Ética vai mesmo cassar-lhe o mandato?
Se você acredita, não seja inocente de continuar acreditando. Não faça como alguns coleguinhas jornalistas, esses inocentes que nos comovem (ainda que sua inocência nos assuste).
Porque, a menos que o mar vire sertão, o Conselho de Ética dificilmente vai aplicar a pena máxima ao denunciado por crime afrontoso ao Estado de Direito.
O mais provável mesmo é que, como dito no início, o Conselho de Ética adote a ética da tolerância, segundo a qual a democracia - e, nela, as imunidades parlamentares - abriga tudo, inclusive as tentativas afrontosas, clamorosas, indecorosas e criminosas de torpedeá-la.
Adotando a ética da tolerância, o Conselho de Ética abrirá suas portas para que, ao final do julgamento, Daniel Silveira saia purificado, perdoado e returbinado, pronto para seguir com seus cometimentos repulsivos.
É por este momento que aguardam, pressurosa e ansiosamente, os admiradores desse brutamontes.
Inclusive alguns coleguinhas jornalistas que não conseguem, nem que a vaca tussa, distinguir liberdade de expressão de crimes afrontosos. Ah, coitados!
Sem hipnose, Pazuello é a biruta de aeroporto. Sob hipnose, conta mentira. Que venha a neurociência!
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
Quando tenta governar, Bolsonaro é a personificação da tragédia
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
Um deputado criminoso permanecerá preso. Enfim, a Câmara reage de forma robusta, clara e insofismável em defesa da democracia!
Quando será desmontado o novo hospital de campanha de Santarém? Ou nossos heróis, antes de desmontá-lo, vão alçar seus olhares para novas ondas?
Instalação do hospital de campanha entregue em Santarém: quando acabar esta segunda onda, ele será desativado, mesmo que novas ondas venham por aí? (foto Agência Pará) |
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021
A Câmara tenta enganar o Supremo para salvar a pele de um fanático criminoso
Arthur Lira: o Supremo que não caia na besteira de fazer um acordo com ele. Porque a Câmara está sondando as possibilidades de enganar o STF para salvar a pele do criminoso Daniel Silveira. |
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021
Quer dizer, então, que a "culpa" pela inclusão da marca do governo do Pará em sacolas é do fornecedor. Mas por que não incluíram o escudo do Remo?
Você não é o líder do Líder? Pois exija, como líder, que o Líder se explique. E o governo do Pará também.
O Governo do Estado do Pará informa que a marca oficial do Governo foi usada de forma indevida, em sacolas biodegradáveis, comercializadas por alguns supermercados. Por isso, o Governo irá tomar as medidas cabíveis para reparação desse erro. pic.twitter.com/Lbcz7dvdHm
— Governo do Pará (@GovernoPara) February 16, 2021
"Pazuello do Líder" - Aliás, no esclarecimento dessa questão, o Líder bem que deveria ser tão presto, tão lesto, expedito, rápido e ligeiro como no caso em que o gerente do Grupo, Orimar Benedito Rodrigues, sugeriu através de mensagem numa rede social que o governo federal deveria destinar parte das verbas da educação para bancar o pagamento do auxílio emergencial.
Deputado bolsonarista não quis ser internado num hospício. Ele quis ser preso para virar herói. A Câmara vai permitir isso?
Daniel Silveira ri dentro da viatura da PF que o conduz preso, após alocução criminosa contra o Supremo e seus ministros. Mas, afinal, quem vai rir por último? |
sábado, 13 de fevereiro de 2021
O que diferencia um corrupto como "Bibi" de um puro como Bolsonaro?
Bibi recebe o primeiro lote de vacinas. Ele é corrupto, mas não é burro. Já Bolsonaro... |
Israel, sob o comando do corrupto Bibi, desponta mundialmente como um exemplo de imunização: 39% da população já recebeu a primeira dose da vacina. E entre os cidadãos acima de 60 anos, 90% já levaram a segunda agulhada (veja o gráfico ao lado, pinçado da revista Veja).
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Jader Barbalho questiona Pazuello sobre exclusão do Pará dos novos lotes de vacina. Ministro diz que precisa calcular números.
Jader Barbalho, em participação virtual, questiona o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que responde neste momento, no plenário do Senado, sobre ações do governo no combate à pandemia. |
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021
Professora defende projeto que cria Estatuto da Igualdade Racial no Pará
Professora Zélia Amador de Deus: "No Pará, estamos sendo pioneiros"
(foto Bruno Cecim/Agência Pará)
O Projeto de Lei (PL) N° 231/2020, que cria o Estatuto da Igualdade Racial no Pará, se aprovado no legislativo e sancionado, será o primeiro Estatuto Estadual aprovado na Região Norte. É o que afirma a professora da UFPA Zélia Amador e co-fundadora do Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará (Cedenpa).
"Na Região Norte, nós não temos Estatuto da Igualdade Racial aprovado por nenhum Estado. Então, nós no Pará estamos sendo pioneiros. Isso é muito importante porque começamos a trazer uma luta e estimular o Legislativo a pensar junto conosco o racismo e as dificuldades que o racismo causa no cotidiano das pessoas negras", declarou Amador.
O PL N° 231/2020, tem por finalidade garantir à população negra e parda no Pará a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos raciais individuais, coletivos e difusos.
De autoria do Deputado Bordalo e organizações do movimento negro, o projeto recebeu parecer favorável na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Estado Pará (Alepa), na última terça-feira (03). Para a professora e pesquisadora Zélia Amador, a aprovação significa que o Projeto está no caminho certo para ser aprovado na casa legislativa e faz um apelo aos deputados e deputadas da Alepa.
"Esse parecer favorável da CCJ tem uma grande importância, significa dizer que tudo que está no PL pode ser exequível. Isso é um grande passo. Por isso eu peço agora ao parlamento que tenha empatia com a causa negra, e peço à Assembleia Legislativa, portanto, a todos os deputados e deputadas, que numa ação empática, junto com o Cedenpa, junto com o movimento negro, aceitem essa empreitada que é uma estratégia de direitos humanos, que é o combate ao racismo e a eliminação da discriminação racial", disse Amador, referência nacional na defesa dos direitos da população preta e parda na região Norte.
O Brasil já possui um Estatuto de Igualdade Racial, determinado pela Lei Nº 12.288/2010, que em 2020 completou uma década, contudo até hoje o Pará não possui políticas específicas voltadas à população negra, como afirma Amador.
"Esse Estatuto é voltado para a nossa realidade e com o Estatuto Estadual fica mais fácil estimular as Secretarias a criarem políticas de ação afirmativa de promoção e valorização da população negra. O Estatuto local é um estímulo ao Estado e ao Legislativo, para que a sociedade brasileira, junto com o movimento negro, busquem saídas de combate ao racismo e eliminação da discriminaçção racial", explicou Amador.
Construção do PL
O PL n° 231/2020 foi criado a partir da realidade e especificidades do Pará, resultado de debates e análises coletivas entre o mandato do Deputado Bordalo e movimento negro do Pará. A primeira reunião ocorreu em março de 2020, na sede da Assembleia Legislativa, onde foi montado um Grupo de Trabalho que debateu sobre a construção do PL a partir daí inúmeras reuniões foram realizadas. Com a pandemia, reuniões virtuais. No dia 15 de março o projeto foi protocolado à mesa diretora da Alepa e desde lá o Deputado Bordalo tem trabalhado para que o PL seja aprovado. No dia 29 de janeiro o parlamentar esteve em reunião na Casa Civil com o Governador Helder Barbalho e apresentou o PL, que se mostrou sensível ao tema.
terça-feira, 9 de fevereiro de 2021
Decisão de Turma do TJ do Pará concluiu pela legalidade de acordo, e não pela legalidade da compra de respiradores
O entendimento externado nas matérias não guarda a menor correspondência à verdade, de acordo com o que se extrai de fatos expostos em ações sobre o assunto, no momento em tramitação tanto em primeira como em segunda instância na Justiça do Pará.
A decisão dos desembargadores, adotada à unanimidade nesta segunda-feira (08), refere-se especificamente ao acordo firmado entre o governo do Pará e a empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletroeletrônicos Ltda., para minimizar os prejuízos sofridos pelo estado ao receber respiradores imprestáveis. O colegiado, de fato, entendeu que foi regular o acordo homologado pelo juiz da 5ª Vara, Raimundo Santana, garantido ao estado ressarcir-se dos danos financeiros.
Essa deliberação - o reconhecimento da legalidade apenas e tão somente do acordo, vale repetir - não adentrou, todavia, no mérito da infinidade de procedimentos, da miríade de documentos e da extensa varidade de condutas que levaram o Ministério Público a ingressar com uma ação de improbidade contra o governador Helder Barbalho e outras autoridades, por supostas irregularidades ocorrida no extenso processo de compra dos citados equipamentos.
Para melhor compreensão, é preciso discriminar que estamos diante de três processos distintos sobre esse assunto.
Um deles é o Processo 0831898-06.2020.8.14.0301 (veja na imagem do alto). Trata-se de uma apelação cível, ou seja, de recurso que foi apreciado ontem, pela Segunda Turma. O Ministério Público recorreu da sentença de homologação de acordo realizado entre o estado do Pará e a empresa SKN. Decidiram os magistrados da Turma que o acordo é legal.
Outro processo é o de nº 0866555-71.2020.8.14.0301 (veja na imagem do meio). Trata-se de ação civil pública de improbidade administrativa ajuizada pelo MP contra o governador Helder Barbalho, os ex-secretários Parsifal de Jesus Pontes, Alberto Beltrame, o ex-secretário-adjunto da Sespa Peter Cassol Silveira e outras pessoas (incluindo empresários e funcionários públicos), em decorrência de "graves atos de improbidade administrativa" que teriam ocorrido no processo de compra dos respiradores.
Quanto a esse processo, não se sabe ainda nem qual vara vai apreciá-lo. É que os autos foram distribuídos, originalmente, para a 1ª Vara, que os remeteu à 5ª Vara. A alegação da 1ª Vara é de que a 5ª seria a competente porque já havia, justamente, julgado o acordo ontem apreciado pela 2ª Turma. Mas a 5ª Vara entende que não: quem deverá julgar o processo é a 1ª, porque a causa de pedir das duas ações é distinta uma da outra. Resultado: suscitou-se aquilo que, tecnicamente, chama-se de conflito de competência. Com isso, foi autuado um terceiro processo, o de nº 0811416-67.2020.8.14.0000 (veja a imagem acima), no qual será decido, afinal, se a ação ficará sob a jurisdição da 1ª ou da 5ª Vara.
Esses são os fatos, que podem, é claro, ensejar interpretações e juízos de toda ordem. Inclusive para conduzir a entendimentos enviesados de que uma coisa e outra coisa são a mesmíssima coisa.
Mas não são.
Como se sabe, uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa.
sábado, 6 de fevereiro de 2021
PF pede autorização para indiciar Helder e indicia sete no caso da compra de respiradores
A Polícia Federal pediu autorização ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para indicar o governador Helder Barbalho pelos delitos de associação criminosa, peculato e crimes licitatórios, no caso da compra de compra de 400 respiradores pulmonares realizada pelo governo do estado do Pará junto à empresa SKN do Brasil Ltda., no primeiro semestre do ano passado, durante a primeira onda da pandemia do novo coronavírus Covid-19.
O relatório do inquérito, exposto em 30 laudas e revelado neste sábado, dia 6, pela revista Época, foi assinado no dia 27 de janeiro pelo delegado José Eloísio dos Santos Neto, que indiciou sete pessoas: o ex-secretário de Saúde Alberto Beltrame e seu secretário-adjunto Peter Cassol Silveira; o assessor especial do governador Leonardo Nascimento Maia; o secretário da Fazenda, René de Oliveira e Sousa Júnior; a ex-diretora do Departamento de Administração e Serviços da Sespa Cíntia de Santana Andrade Teixeira e os empresários André Felipe de Oliveira da Silva e Felipe Nabuco dos Santos, sócios da empresa SKN (veja trechos do despacho ao longo desta postagem).
As investigações começaram depois que a Polícia Federal, com autorização do ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, deflagrou em junho de 2020 a Operação Para Bellum, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o governador e outras 14 pessoas.
A compra dos respiradores custou ao Estado do Pará o valor de R$ 50.400.000,00. Desse total, metade do pagamento foi feito à empresa vendedora do equipamento de forma antecipada, sendo que os respiradores sofreram grande atraso na entrega, além de serem diferentes do modelo comprado e inservíveis no tratamento da Covid-19, razão pela qual foram devolvidos, deixando parte da população paraense desassistida do adequado tratamento durante a pandemia.
Durante a operação, agentes da Polícia Federal descobriram R$ 750 mil, guardados em espécie dentro de um cooler (isopor térmico) na residência de Peter Cassol Silveira, secretário-adjunto de Gestão Administrativa da Secretaria de Saúde.
Conluio - "Compulsando os elementos de informação e as provas coligidas aos autos deste inquérito, resta facilmente identificável, na visão desta autoridade policial, a existência de esquema criminoso associativo e um nítido conluio no âmbito do Governo do Estado do Pará, objetivando fraudar procedimentos licitatórios com a finalidade, dentre outras, de desviar dinheiro público, causando, em contrapartida, vultosos prejuízos à saúde pública em pleno regime de calamidade pública decorrente da pandemia do Covid-19", diz um trecho do despacho de indiciamento assinado pelo delegado José Eloísio Neto.
Ele acrescenta que, no que se refere especificamente à compra dos respiradores pulmonares, "percebe-se a existência de diversas práticas delitivas perpetradas por agentes políticos, agentes públicos e empresários; condutas estas que foram praticadas antes, durante e após o contrato de compra e venda celebrado entre o govderno do estado do Pará e a empresa SKN Indústria e Comércio Ltda."
O delegado da PF ressalta que as decisões foram tomadas pelo próprio governador Helder Barbalho "de maneira absolutamente informal, sem observar qualquer parâmetro exigido pelo interesse público e contrariando, frontalmente, os imperativos que regem todo procedimento licitatório, como os princípios da isonomia, impessoalidade, moralidade, probidade e a seleção da proposta mais vantajosa".
Mas não é só isso, acrescenta José Eloísio Neto. Ele destaca que as investigações apontaram "fortes indícios de que o governador Helder Barbalho editou, ao menos, dois decretos com o propósito de beneficiar diretamente a empresa SKN, sendo um deles para permitir o pagamento antecipado (Decreto Estadual n° 619/2020) e o outro para eximir a empresa SKN do pagamento de ICMS (Decreto Estadual nº 718/2020)."
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
Uma negacionista fanática promete ser imparcial e isenta. Se tal acontecer, Bolsonaro vira um "normal".
Vejam que só que fofo.Todos sabem das minhas convicções políticas. Se honrada c/ a confiança dos meus pares,minha atuação à frente da CCJ será pautada pela imparcialidade, diálogo,previsibilidade e respeito à CF e ao regimento,c/ isenção em todos os projetos apresentados. Sigo a linha de @ArthurLira_
— Bia Kicis (@Biakicis) February 4, 2021
Que comovente.
Que transformação espantosa.
Olhem só o que Bia Kicis, aquela que tem uma ficha corrida parlamentar, escreveu há pouco, no Twitter dela.
No dia em que Bia Kicis, essa fanática negacionista, tiver imparcialidade, isenção e disponibilidade ao diálogo, nesse mesmo dia você pode esperar que Bolsonaro vai aparecer dizendo que a Terra redonda, que vacina contra o Covid não faz a gente virar jacaré, que Olavo de Carvalho não passa de um ser abjeto e que Bia Kicis é a negação personificada da tolerância e do respeito às divergências que devemos observar numa democracia.
Ou dizendo de outra forma: no dia em que Bia Kicis agir com imparcialidade, isenção e disponibilidade ao diálogo, nesse mesmo dia você verá um Bolsonaro normal.
E acreditarmos que Bolsonaro é capaz de adotar qualquer postura que denote o mínimo de normalidade é algo que, pelo menos pra mim, é absolutamente impossível, implausível e improvável.
Sob todos os aspectos.
Sob todos os sentidos.
Em todas as circunstâncias.