sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Kit: blog questionou participação de consultor há meses

Este blog fez, de março até agora, mais de 140 postagens sobre a questão dos kits escolares. Se quiserem, basta clicarem aqui para conferir.
A primeira foi em 2 de março, sob o título Entre o riso e a estupefação.
Pois já em 11 de março, apenas dias depois da primeira postagem, o Espaço Aberto começou a questionar qual teria sido a participação da Consultoria-Geral do Estado nos procedimentos que antecederam e, portanto, teriam sustentado a aquisição de materiais escolares sem licitação, em operação intermediada pela Double M.
E aí?
E aí que agora, sete meses depois do primeiro questionamento feito pelo blog, quatro procuradores da República e um promotor de justiça ajuízam, perante a Justiça Estadual, um aditamento a uma ação de improbidade para incluir, entre os demandados na questão dos kits escolares, o consultor-geral do Estado, Carlos Botelho (na foto, de Marcelo Seabra/O LIBERAL).
E observem: o blog começou a tirar suas próprias deduções e a consolidar determinadas certezas a partir de informações que lhe foram trazidas por várias e seguras fontes
Sabia-se que havia um parecer da Consultoria-Geral sobre o assunto.
Mas não se sabia ao certo o seu teor.
Sabe-se agora que o parecer havia mesmo.
E seu teor – o inteiro teor – foi revelado pelo próprio consultor-geral.

Por que a revelação só agora?
Por que o parecer não foi revelado logo à primeira hora?
Porque era conveniente para o governo não o revelar.
Por que não foi revelado desde o momento em que as denúncias, feitas inicialmente aqui neste blog, começaram a ganhar repercussão inclusive nacional?
Porque era conveniente para o governo manter tudo, digamos, a sete chaves.
Até que veio a ação de improbidade.
Até que Carlos Ledo, o assessor jurídico da Seduc, é processado.
Processado, Ledo diz que havia um parecer.
O parecer do consultor-geral.
E aí?
Só agora, quase um ano depois, é que o governo do Estado mostra o parecer.
O parecer do consultor-geral.
Um parecer que conforme o entendimento aqui do blog, à primeira vista isenta Botelho de responsabilidade na compra do material escolar sem licitação, muito embora uma parte do mesmo parecer dê ensejo a interpretações dúbias.

Botelho passa a bola à Seduc
Mas, vejam vocês, quando Botelho divulga na íntegra seu parecer, o que acontece: ele transfere à Seduc, na gestão de Iracy Gallo, a Bila, toda a responsabilidade pela compra de mochilas, agendas e camisas para estudantes. Uma compra sem licitação, não esqueçam. E superfaturada, segundo conclusões a que chegou ao Ministério Público.
Por isso é que governos devem ser transparentes.
Se logo no início, lá pelo mês de março, Botelho viesse a público para dizer “não fui eu. Nada tenho a ver com isso. Olhem aqui meu parecer”, ele agora estaria bem na foto.
Ah, argumentarão vocês, mas ele implicaria a Seduc.
E aí?
Qual a diferença em implicar a Seduc àquela altura e agora?
Qual a diferença?
Uma coisa é certa: a postura de Ledo, dizendo que só fez o que fez porque havia um precedente, poderá ser a postura dos demais envolvidos.
Em juízo, todos poderão adotar a mesma linha do “eu só fiz porque o Fulano mandou. Só fiz depois de autorizado pelo Beltrano. Só fiz porque tive orientação de Sicrano.”
É assim.

Os principais questionamentos
Leiam uma seqüência de questionamentos sobre a existência de um parecer da Consultoria-Geral do Estado feitos aqui no blog, em pelo menos cinco ocasiões.

No dia 11 de março, na postagem Por que Botelho mantém parecer na gaveta?, comentou o Espaço Aberto:

Há parecer de todo jeito e para todos os gostos.
A questão é: há pertinência no parecer?
Há substância?
Há fundamento?
Ampara-se verdadeiramente na lei?
O parecer não é desses que são feitos para ajeitar certas situações esdrúxulas, anômalas, afrontosas à lei?
E mais: cadê esse parecer?
Cadê?
Por que não é trazido à luz do sol.
Por que é mantido nas gavetas de Sua Excelência o dr. Carlos Botelho, consultor geral do Estado?
Por quê?


No dia 1º de julho, na postagem A hora das explicações, aqui se comentou:

1. Quem foi que deu a ordem para a Seduc contratar os serviços gráficos, via Double M? Foi a própria secretária Iracy Gallo quem teve a iniciativa de fazê-lo ou ela recebeu, digamos, orientações superiores? De quem foi a orientação?
2. Qual o papel da Consultoria Geral do Estado no amparo jurídico de toda essa operação? A Consultoria Geral tem algum parecer seu ou tudo ficou mesmo a cargo do dr. Carlos Augusto de Paiva Ledo, o assessor jurídico da Seduc, único que não teve os seus bens bloqueados?


No dia 7 de julho, foi o dito o seguinte em outra postagem, sob o título Houve parecer antes? Ou somente depois?:

O parecer foi mesmo feito pela assessoria jurídica da Seduc? Se foi, a assessoria jurídica da Seduc conversou com a Consultoria Geral do Estado?
Talvez só mesmo em juízo é que essas perguntas serão devidamente respondidas.


E no dia 7 de setembro, na postagem Ledo apenas assinou o parecer?, observou-se o seguinte:

Quem foi o responsável pela elaboração do parecer que teria, digamos, sustentado a legalidade de toda essa operação?
Formalmente, oficialmente, o autor da peça foi Carlos Ledo, procurador jurídico da Seduc e um dos demandados na ação de improbidade.
Mas é como aqui já se questionou: Ledo apenas assinou? Se apenas assinou, quem o elaborou? A Consultoria Geral do Estado teve alguma participação nisso? Foi a Consultoria que preparou o parecer e apenas mandou que o Jurídico da Seduc o acolhesse como seu? Oficialmente, não.
Ninguém falou ao certo sobre isso até agora.
Vão falar no curso do processo?

9 comentários:

  1. URGENTEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!

    CENTUR VAI FECHAR NA TERÇA, DIA 3/11.

    A SERVISAN, Q FAZ A SEGURANÇA E LIMPEZA DO PRÉDIO DA GENTIL + WALDEMAR HENRIQUE Ñ É PAGA HÁ 5 MESES. DÍVIDA: 1.2000.000,00 (UM MILHÃO E DUZENTOS MIL REAIS).

    (QUE LEI OBRIGA ALGUÉM A TRABALHAR DE GRAÇA??)

    A PARTIR DE AMANHÃ (30.11), O PRÉDIO FUNCIONA SEM SEGURANÇA NEM LIMPEZA.

    SE ATÉ AMANHÃ (SEXTA, DIA 30) Ñ HOUVER NENHUMA RESOLUÇÃO, NA TERÇA (DIA 03.11), O PRÉDIO FECHA.

    LEIA-SE: FECHA A MAIOR BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO, 2 TEATROS, LÍBERO LUXARDO, GALERIA THEODORO BRAGA, FONOTECA + 11 SEÇÕES DA BIBLIOTECA.

    QUER UM FURO MELHOR??

    DENUNCIE E COBRE PROVIDÊNCIAS!

    PS: NÃO É POLITICAGEM NEM FOFOCA! É DENÚNCIA LEGÍTIMA DE UM SERVIDOR CONCURSADO, E MUITO INDIGNADO!

    APURE E COMPROVE QUE É TUDO VERDADE!

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  2. As figurinhas de sempre. Os companheiros combstíveis...........

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  3. Paulo, fala um pouco do nosso prefeito de Ananindeua, onde ele pisa são vaias atrás de vaias. O q está acontecendo com este homem, tão novo mais tão queimado pelo povo!!!! Tinha tudo pra fazer uma brilhante administração, com pai e mãe deputados FEDERAIS, um monte de pmdbistas no gov estadual, simplismente NÃO dá pra entender, Ananindeua esta entregue as baratas.... Ou melhor aos ratos.

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  4. Gostei muito desse lindo espaço amigo. Vou continuar ti visitando. Um abraço de Manoel Limoeiro de Recife-PE.
    Visites os Blogs abaixos:
    http://www.comunidaderecife.blogspot.com/
    http://www.manoellimoeiro.blogspot.com/

    Recife-PE., 30 de outubro de 2009. Sexta-feira

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  5. Tem muito mais "pareceres" do Botelho por aí afora. Mas muitos mesmo...

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  6. Bom dia, caro Paulo:

    Entre os números do orçamento (deveria aqui ser chamado de "ursamento", de amigo urso!), um pé ainda inflamado, um café e vários cigarros, li com calma esta retrospectiva.

    Agora, opino: o Governo parece ter considerado essa discussão em torno da legalidade e da moralidade da confecção dos kits um problema do Espaço, uma mera questão de opiniões.

    Aprimorou-se, inclusive, atacando com o discurso chulo e cretino, tipo: quem é contra as mochilas e uniformes para os pobres é um traidor! Ou seja: as regras da democracia, a transparêcnia, a cobrança não do ato mas dos fatos, são coisas de - ops! quase escrevo comunistas! - solertes adversários.

    E manteve-se assim, nesta impávida postura, quem sabe a esperar que tudo ficasse por isso mesmo e que o esquecimento fosse seu melhor aliado.

    Aí veio a denúncia formal. Aí então, a professora Bila Gallo foi escolhida para “pagar o mico”. Assim, simples. Um assinou o que não leu, outro escreveu o que nada tinha a ver com o “abacaxi “ e quem mandou executar, depois de descoberta a patranha, que se lixe no fogo do inferno.

    Se é verdade que são todos ingênuos, espero que a cada um deles reste ao menos um processo por incúria administrativa e prejuízos ao erário.

    Não conheço a ex- secretária, mas por amigos comuns sei que sua história não é construída por desonestidades. Porém, não me preocupo mais com ela. Serve-lhe hoje uma corruptela do ditado antigo: quem sai aos seus, não degenera. O ditado, no caso, fica no avesso: quem sai aos seus, degenera-se.

    O “ caso dos kits” parece apontar ainda para uma terrível gradação de ausência de caráter e de solidariedade entre a turma do andar de cima (apud Élio Gaspari!) cá da província. É mais ou menos assim: "vamos ver se dá. Se der, ôba!!! Se não der, dane-se alguém". E sei que este não será o último “caso” deste governo em que os procedimentos serão repetidos. Vamos continuar observando.

    Lembro agora que foi diferente no caso da menina de Abaetetuba. Houve o empurra-empurra, a Governadora afirmou em rede nacional que a declaração do delegado sobre a incapacidade mental da garota era absurda, mas aí o grande aliado, o esquecimento, prevaleceu.

    Raimundo Benassuly voltou “ por cima da carne seca”. E, para selar o esquecimento inaugurou-se até a nova delegacia que, esperam eles, sepultará no concreto qualquer tentativa de crítica. Lembro, no entanto, que apesar do fator tempo ter sido auspicioso, este governo “azarado” “pagou o mico” por outra questão - a da meia passagem dos estudantes - e a festa de Abaetetuba ficou, digamos assim, um pouco empanada pelas vaias. Outras virão.

    Só que no caso dos kits, o aliado falhou. Não deu certo. O Espaço Aberto e a lei atrapalharam a festança. E, dificilmente a Professora Bila volta a ser quem foi, nem será promovida!

    Abração.

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  7. Aqueles dias foram de grande agitação no Palácio. O óbvio nem foi levantado. Houve parecer da CGE sim. Houve articulação do Palácio sim, e quem fez foi o Botelho junto com o todo-poderoso Paulo Heineque. Isso já foi levantado, mas ninguém explora. A Seduc operou e a Bila aceitou fazer porque acreditou que seria defendida pelo Palácio. O Fábio Castro, que era o secretário de comunicação não acreditou ou não quis fazer. O Puty se calou, porque estava em jogo a própria candidatura. O Maurílio se calou, porque não queria perder o lugar, mas desde então se afastou do núcleo o governo. O pessoal da DoubleM fez porque só tinha a ganhar e é uma agência que não cria, só faz jogo de influência.

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  8. Grato, Manoel Limoeiro.
    Vamos passar por lá.
    Abs.

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  9. Anônimo das 21h31,
    Obrigado pelas informações.
    Vou apurar.
    Abs.

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