quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Um fanático bolsonarista com surtos de homofobia e seu show - assustador - de hipocrisia

Otávio Fakhoury: ele acha que a liberdade de opinião lhe permite disseminar mentiras
e mensagens homofóbicas, como fez contra o senador Fabiano Contarato

Otávio Fakhoury, um milionário que integra a horda de fanáticos bolsonaristas, está depondo na CPI da Pandemia.

Está sendo ouvido porque é suspeito de financiar a disseminação de informações falsas sobre a pandemia. Daí ser alvo de investigações no Supremo.

Além de disseminador de mentiras criminosas, Fakhoury também tem surtos de homofobia.

Há pouco, antes mesmo de o relator da CPI, Renan Calheiros (MD-AL), iniciar suas inquirições, o senador Fabiano Contarato (Rede) fez, cara a cara com o depoente, um desabafo comovente (vejam aqui).

Contarato, que é homossexual, casado e tem dois filhos, exibiu uma postagem odiosa, nojenta, cruel e de natureza homofóbica que Fakhoury fez contra ele.

Como era de se esperar, Fakhoury desculpou-se. Mas é uma desculpa, digamos assim, protocolar, forçada, hipócrita e mentirosa.

Uma desculpa esfarrapada, como se diz usualmente.

Porque eu, pelo menos, jamais vou acreditar que, depois de pedir desculpas, de proclamar que errou e que tudo não passou de uma, vejam só, "brincadeira", esse cidadão vai sair do plenário da CPI e virar uma espécie de ativista pela liberdade sexual.

Se você aí quiser acreditar nisso, acredite; mas eu, não.

O depoimento prossegue. E Fakhoury, o que tem surtos homofóbicos, já expôs, de forma assustadora, qual é o seu conceito de liberdade de expressão ou de opinião.

Para o depoente, essa liberdade implica dizer tudo o que lhe der na veneta, inclusive chamar uma vacina de lixo, como chamou a Coronavac, mesmo não sendo ele médico e não tendo, portanto, o menor conhecimento científico para disseminar um juízo como esse.

Fakhoury reconheceu que disse isso e justificou que o fez porque, simplesmente, tem o direito de emitir uma opinião. Qualquer opinião.

Está entendido.

Por isso é que Fakhoury fez um comentário homofóbico.

E agora vem pedir desculpas?

Quem acredita num elemento como esse?

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Caminhoneiros vão discutir uma nova greve. Viraram comunistas? Também eles?

Caminhoneiros em manifestação pró-Bolsonaro: e agora? Resolveram virar comunistas?

Agora sim!

Os caminhoneiros, essa categoria que passou a ser vista como aliada do governo genocida, parece que estão, digamos assim, em marcha à ré.

Parece que estão dando pra trás.

Parece que estão virando comunistas, conspiracionistas - sabe-se lá o que mais.

O que se diz que, diante do reajuste do preço do diesel, anunciado nesta terça-feira (28), representantes de associações de caminhoneiros estão programando para debater no dia 16 de outubro, em reunião no Rio de Janeiro, a possibilidade de uma nova paralisação em protesto contra o aumento do combustível.

De acordo com Plínio Dias, representante do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, “tudo indica” que haverá uma nova manifestação. Questionado pelo site Metrópoles sobre o apoio da categoria a Bolsonaro (sem partido), Plínio disse que “está cada vez mais fraco”.

Que coisa, hein, gente?

E pensar que, em fevereiro passado, o Mitômano estufou o peito, proclamou sua indignação com o aumento dos combustíveis, forçou o afastamento de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras, indicou um general para substituí-lo e... tudo continua na mesma: gasosa rompendo a barreira dos R$ 7, diesel cada vez mais caro e, agora, caminhoneiros comunistas (hehehe) ensaiando greve.

Que coisa!

O sonho golpista de Bolsonaro e a ingenuidade de muitos. Inclusive de Ciro Gomes.

Impressionante.

Vejam aí esse tuíte de Ciro Gomes (PDT), um dos pré-candidatos presidenciais.

Que outros, mais ingênuos em política, pensem assim, vá lá.

Mas Ciro?

Não são poucos os que acreditam piamente que Bolsonaro não quer um golpe.

Mas quem disse que não?

Bolsonaro não ter conseguido dar um golpe é uma coisa.

Agora, não querer um golpe, isso é uma coisa completamente diferente.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Alter do Chão, uma das maiores preciosidades de Santarém, é premiada como o Melhor Destino Turístico Nacional




Alter do Chão: suas belezas incontrastáveis traduzem o enorme potencial turístico
da região oeste do Pará. E impõem desafios aos poderes públicos.
(As fotos são do Espaço Aberto)

Quando nós, santarenos, nos gabamos ao dizer que Alter do Chão é o emblema de uma preciosidade incomparável ostentada por Santarém, a Pérola do Tapajós, muitos acham que é apenas um exagero. E exagero desprezível.

Mas não é.

A certeza de que as belezas de Alter do Chão são incontrastáveis e, por isso mesmo, atraem qualquer pessoa que esteja à procura de um destino agradável e prazeroso para relaxar é confirmada agora, com a divulgação do resultado do XXXI Prêmio UPIS de Turismo.

Com 97,55% dos votos dos participantes de enquete realizada em todo o País, Alter do Chão conquistou o prêmio de Melhor Destino Turístico Nacional em 2021. Na segunda colocação ficou a Chapada Diamantina, na Bahia, com 1,48% dos votos e na terceira posição, Jalapão, no Tocantins, com 0,99%.

Eis uma premiação que, além de encher de orgulho os santarenos e os paraenses, também serve para estimular os poderes públicos a atuarem como indutores de iniciativas que estimulem o turismo na região do Tapajós, sem perder de vista que isso implica, necessariamente, criar mecanismos que garantam a preservação do meio ambiente.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Luciano Hang, com as algemas brilhando, está pronto para desmoralizar a CPI. E só Renan Calheiros não vê.

Luciano Hang mostra as algemas que oferecerá à CPI para que o prendam. Só Renan
Calheiros é que insiste em dar palco para fanáticos bolsonaristas se fazerem de vítimas.

Diga-se tudo do senador Renan Calheiros (MDB-AL), o relator da CPI da Pandemia, mas não que ele seja inexperiente.
Nesta CPI, Renan Calheiros, como talvez nunca antes em sua vida pública, está sendo beneficiário de comentários, expectativas e avaliações bastante positivas.
Coleguinhas jornalistas, até então muito críticos de Renan em decorrência de sua trajetória política, recheada de denúncias que já foram parar em vários âmbitos do Poder Judiciário, agora o ouvem com um respeito quase reverencial.
Por quê?
Porque Renan, raposa que é, está sabendo capitalizar muito bem sua condição de relator de uma CPI que, admitamos, está desvendando podridões nunca antes imaginadas, que exalam dos porões desse governo genocida.
Mas Renan, essa raposa, está agindo como um colegial, como um iniciante.
Ele vai acabar abrindo espaço para que fanáticos bolsonaristas comecem a se fazer de vítimas e usem a CPI para desacreditá-la e bagunçá-la.
É o que acontecerá, fatal e inevitavelmente, se houver mesmo o depoimento, previsto para esta quarta-feira (29), do fanático bolsonarista Luciano Hang, investigado no inquérito das fake news do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
Renan, ao que informam nesta segunda-feira (27) todos os portais de notícias de credibilidade, é o único oposicionista da comissão que insiste em ouvir Hang, de quem pretende arrancar evidências sobre crimes que teriam sido cometido na Prevent Senior.
E Hang?
Ele não vai contar uma verdade sequer.
Porque é um mentiroso - fanático, empedernido, compulsivo, descontrolado.
Hang, nesse sentido, está pronto para criar um fato.
Está pronto para fazer-se de vítima, desacreditar a CPI e bagunçá-la. Tudo isso nas ventas de Renan Calheiros.
O empresário já gravou um vídeo (veja aqui) avisando que está disposto a falar. Mas, se não quiserem aceitar suas mentiras, ele entregará aos membros da comissão algemas para que o prendam.
É fácil imaginarmos como será sessão.
Será uma zona, meus caros; com todo o perdão das melhores zonas.
A tropa de choque bolsonarista vai, certamente, usar de todas as armas para criar confusão.
E ninguém poderá garantir que haverá condições para que esse depoimento aconteça.
Mas Renan Calheiros não se rende: só ele insiste nessa aventura.
Mas ainda está em tempo de o senador voltar atrás.
Uma reunião está marcada para hoje à noite na casa do presidente da comissão, Omar Aziz.
Tomara que Renan tome juízo e desista desse depoimento.
Pelo bem da credibilidade da CPI.

sábado, 25 de setembro de 2021

Jornalistas fanáticos - alguns paraenses, inclusive - podem seguir Alexandre Garcia. Mas cuidado com as consequências.


Assistam a esse vídeo na íntegra.
Assistam-no se tiverem estômago, é claro.
Foi por causa das colocações que fez nesse programa, exibido na última sexta-feira (24), que Alexandre Garcia, esse jornalista direitista que envergonha o jornalismo, foi afastado pela emissora.
Foi afastado porque defendeu uma mentira, uma fake news, uma escabrosidade, um absurdo, uma idiotice, uma posição anticiência.
O quadro em que Garcia pontificava chama-se "Liberdade de Opinião".
Mas liberdade de opinião, ou liberdade de expressão, não é a porteira aberta para qualquer um dizer o que bem entende - como propagar mentiras, ameaçar autoridades de agressão, defender a invasão do Supremo, do Congresso e a deflagração de um golpe?
Não. Não é.
Bolsonaristas fanáticos - inclusive jornalistas, como Alexandre Garcia - acham que a liberdade de expressão é um valor ou um princípio quase absoluto.
Acham que a liberdade de expressão permite até mesmo que uma pessoa ameace outra de agressão - como o fizeram fanáticos bolsonaristas com ministros do Supremo.
Mas, repita-se, não é assim, não.
Liberdade de expressão não se confunde com vários outros tipos penais que, dependendo da situação, precisam ser reprimidos na forma da lei.
O Espaço Aberto já mostrou aqui o caso, recentíssimo, de cartazes de fanáticos direitistas que foram removidos de uma cidade alemã por decisão de um tribunal, porque pregavam o enforcamenosto de integrantes de um partido ambientalista. 
Pois aqui no Brasil, e em qualquer democracia, é a mesma coisa.
E o caso de Alexandre Garcia deve servir de exemplo para os jornalistas - paraenses e brasileiros de um modo geral - que sequer sabem distinguir a liberdade de expressão da disseminação despudorada, irresponsável e criminosa de fake news.
Aliás, esse cidadão agora está convidando todo mundo para segui-lo em seu canal no YouTube.
Ele pensa que, por ser um canal dele, isso lhe se serve como álibi para continuar mentindo a não mais poder.
Então que continue a pensar assim.
E arque com as consequências legais dessa conduta.

Você está à procura de um companheiro que seja amoroso? Dona Michelle garante: encontre um clone de Jair Bolsonaro.

Em Nova York, dona Michelle ao lado do maridão: ele é o companheiro ideal.

E você aí, que está à procura de um companheiro que seja amoroso, que tenha empatia, que seja sensato, que seja inteligente e que preserve o seu recato?
Então escolha um clone de Jair Bolsonaro, esse bravo soldado da Pátria.
É a sugestão que lhe dou.
E vejam só o porquê dessa sugestão.
Michelle Bolsonaro, a primeira-dama da República, é uma mulher que, convenhamos, tem primado pelo recato e pela reserva desde o início desse desgoverno que seu marido comanda, desde 1º de janeiro de 2019.
Raríssimas vezes, como vemos, ela aparece ao lado do consorte, mesmo em eventos oficiais.
E mais rara ainda é a presença da primeira-dama em viagens ao exterior, acompanhando o marido.
Mas Nova York é Nova York, né, gente?
Nova York não é um arrabalde qualquer.
Não é um fim de mundo qualquer, não.
E lá se foi a primeira-dama pra Nova York, acompanhando o presidente.
E aí?
E aí que, depois da presença, também discreta, de dona Michelle em NY, eis que o maridão revela, numa entrevista à revista Veja, que ela foi vacinada, sim, mas apenas agora, nos Estados Unidos.
Pronto.
Agora, o nome de Michelle está envolvido nesse escarcéu danado, eis que fazer o que fez é um contrassenso completo e representou um desprestígio à Anvisa, ao SUS e aos brasileiros. Inclusive, ora bolas, aos brasileiros patriotas.
E tudo isso porque o marido dela fez essa revelação. Se não a tivesse feito, talvez ninguém nem sobesse dessa história.
Entenderam?
Por isso, vale repetir a sugestão: se você aí está à procura de um companheiro que seja amoroso, que tenha empatia, seja sensato, que seja inteligente e que preserve o seu recato, escolha um clone de Jair Bolsonaro, esse bravo soldado da Pátria.
Fica a dica!

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Calha Norte vira moeda de troca para adoçar a boca de políticos do Centrão

Braga Netto: critérios para liberação de verbas do Calha Norte seguem critérios eleitoreiros

O Brasil, definitivamente, não é mesmo um país para principiantes. Com razão estava o genial maestro Tom Jobim, quando cravou essa máxima.

A nova edição da revista Crusoé traz uma reportagem mostrando que já se perdem nas brumas do passado aqueles tempos em que o Ministério da Defesa do Brasil - criado ainda no governo Fernando Henrique Cardoso para ser comandando, de preferência, por um civil - deveria preocupar-se apenas de cuidar, ora bolas, da defesa do território nacional.

No governo militarizado e sectário de Bolsonaro, mostra a revista, o Ministério da Defesa, comandando pelo general Braga Netto, passou a mão no programa Calha Norte, assenhoreou-se dos seus cofres e passou a distribuir verbas a rodo, seguindo critérios meramente eleitoreiros e partidários.

Com isso, o Calha Norte, sob a gestão do ministério de Braga Netto, virou moeda de troca para adoçar a boca de políticos aliados do mitômano Bolsonaro. E tanto é assim que, de 2019 para cá, o programa, que atende 442 municípios de dez estados da Região Norte, além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Maranhão, teve seu orçamento turbinado de R$ 203 milhões para R$ 560 milhões.

É pouco ou querem mais?

Resultado: haja repasses de recursos para prefeitos construírem obras de viés eleitoreiro, como praças e arquibancadas de campos de futebol, em vez de priorizarem-se obras de infraestrutura. E haja superfaturamentos, que beneficiam empreiteiras ligadas as políticos diretamente envolvidos na liberação das verbas, que agora saem dos cofres federais por meio das tais emendas do relator.

Nessa toada, mas de 80% das prefeituras contempladas estão sob o comando de políticos ligados ao Centrão.

E viva a nossa Pátria amada!

Segundo romance de Ronald Junqueiro está sendo lançado hoje pela Paka-Tatu

Saudades de Ronald Junqueiro.

Muitas saudades.

Quando ele nos deixou, em fevereiro de 2019, aqui fiz uma postagem a que dei o título de A discrição, a amabilidade, o jornalista: Ronald Junqueiro.

Neste 24 de setembro, seria impossível não nos lembrarmos desse jornalista, poeta e escritor.

Seria impossível não lembrá-lo por uma dupla razão: porque hoje é o aniversário de nascimento de Ronald e porque um evento literário está programado para marcar a data.

Está sendo lançado pela editora Paka-Tatu #SeTokyo, o segundo romance de Ronald, que estava pronto para impressão quando ele morreu. O lançamento ocorrerá por meio de publicações em mídia impressa e em plataformas sociais, como também pelo website https://ronaldjunqueiro.com.br/, criado para abrigar a sua história e as suas criações intelectuais e artísticas, a partir também de hoje.

O livro é a continuidade de um projeto a que Ronald deu início ainda no final dos anos 1990, voltado à expressão de experiências estéticas no universo das novas tecnologias e que foi deflagrado, em 2013, com o lançamento de “Berlinda – asas para o fim do mundo”, lançado em 2013.

Nas palavras do próprio autor, #SeTokyo “é uma trama vivida por personagens que transitam entre Tokyo, Belém do Pará e Tomé-Açu, uma cidade do estado para onde vieram, no início do século passado, levas de famílias japonesas, antes e depois da Segunda Guerra. Não é história, é ficção".

O personagem é um brasileiro que sofre um acidente no estacionamento do aquário de Shinagawa e é internado em um hospital eminentemente japonês, em Tokyo, onde será submetido a uma cirurgia devido à fratura que sofreu no fêmur direito.

Estou fora de Belém.

Mas sei que minha amiga Suely Nascimento, que foi companheira de Ronald e é uma das responsáveis pela concepção e administração do sítio virtual dedicado ao jornalista, mandou-me um exemplar de #SeTokyo. Farei um ótimo proveito, fique certa.

No mais, todos estão convidados para o lançamento do livro.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O que dirão bolsonaristas fanáticos , inclusive jornalistas, sobre tribunal alemão que mandou remover cartaz agressivo?

Vivemos, vocês sabem, tempos de mentes turvadas - pelo radicalismo, pelo negacionismo, pelo extremismo, pelo direitismo e quantos outros ismos existam, denotadores da intolerância e da imbecilidade.

Integrantes desse rebanho incluem, ora vejam só, até mesmo coleguinhas jornalistas, que se dedicam a difundir uma ideia que deriva do bolsonarismo desvairado de que estão contaminados.

Essa ideia é a seguinte: sob o argumento de que a democracia é o reino da liberdade de expressão, então nada do que se diga será reprimível legalmente.

Em sintonia com essa ideia maluca, despropositada e imbecil, esse povo acha, por exemplo, que difundir mensagens pregando um golpe de estado, a implantação de uma ditadura, a agressão a ministros do Supremo e mesmo a invasão da Suprema Corte ou do Congresso não poderiam custar quaisquer sanções a seus autores, uma vez o estamos numa democracia e, portanto, convém respeitar a liberdade de expressão.

Então, tá. Vejam isto.

Nesta terça-feira (21), um tribunal alemão mandou remover cartazes eleitorais com os dizeres "Hang the greens", ou "Enforquem os verdes" (referindo-se ao partido ambientalista Os Verdes), colocados em Zwickau, uma cidade no Leste da Alemanha, por um partido de extrema direita suspeito de ligações com grupos neonazistas.

Os cartazes foram colocados pela Terceira Via, um pequeno partido monitorado pelos serviços de segurança alemães, dias antes das eleições que mudarão o curso da principal potência da Europa após a saída da chanceler Angela Merkel, que está há 16 anos no poder e cumpre seu quinto e último mandato. Os Verdes, terceiros nas pesquisas, provavelmente farão parte de um governo de coalizão após a votação de 26 de setembro.

“A liberdade de expressão do partido deve ficar em segundo plano para a proteção da segurança pública”, fundamentou o tribunal regional em sua decisão, acrescentando que os cartazes podem ser vistos como incitação ao ódio e à violência contra os membros do partido ambientalista.

Se o mesmo ocorresse aqui no Brasil, e o tribunal fosse o Supremo, diriam os negacionistas imbecis (inclusive jornalistas) que o STF é autoritário, que esmaga a liberdade de expressão, que afronta os princípios democráticos e que deveria ser fechado.

Vamos esperar agora que, aqui no Brasil, os fanáticos comecem um movimento para fechar o tribunal da Alemanha.

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Pesquisa apura o perfil dos jornalistas, que poderão responder a questionário até 30 de setembro

Jornalistas poderão participar, até o dia 30 deste mês de setembro, de uma pesquisa que pretende compreender características sociodemográficas e políticas, condições de trabalho e saúde dos trabalhadores da mídia (privada, independente e pública), fora da mídia e docentes de jornalismo.

Trata-se do questionário “Perfil do Jornalista Brasileiro 2021”, fruto de projeto realizado pelos programas de pós-graduação em Jornalismo e Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em colaboração com a Rede de Estudos sobre Trabalho e Identidade dos Jornalistas (RETIJ), vinculada à Associação Nacional dos Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR). A coordenação geral do trabalho está a cargo do jornalista e professor santareno Samuel Lima, há muitos anos desenvolvendo suas atividades profissionais em Santa Catarina.

Para participar da pesquisa, de forma anônima e gratuita, é só clicar em Concordo. Seus dados serão utilizados somente de forma agregada com os dos demais respondentes, em relatórios, artigos científicos e no livro com os resultados da investigação. O tempo estimado de resposta do questionário principal é de até 10 minutos e você poderá, ao final, optar por participar de um levantamento complementar sobre ética e condições de trabalho.

A pesquisa recebe apoio de seis entidades nacionais da área: Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Associação Brasileira de Ensino de Jornalismo (Abej),  Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Profissão Jornalista (APJor), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJOR).

Na CPI da Pandemia, Pará é citado como "campeão" da malversação de recursos federais durante a pandemia

Wagner Rosário na CPI: contradições e menção a vários crimes - ainda sob investigação - que
teriam sido cometidos pelo governo do Pará na aplicação de recursos federais durante a pandemia

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE)) mencionou o Pará como o "campeão" no montante de recursos envolvidos em operações suspeitas - e ainda sob investigação - relacionadas à compra de equipamentos e insumos para o combate à Covid-19. No total, segundo o parlamentar, a lesão aos cofres públicos na aplicação de recursos federais chegou a um total de R$ 1,6 bilhão.

A menção a esse volume de recursos foi feita há pouco, na CPI da Pandemia, pelo senador cearense, que se autointitula independente, mas que predominantemente vem se alinhando entre os que fazem a defesa do governo Bolsonaro.

A estimativa feita por Girão foi feita em meio à oitiva do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário. Ele foi chamado à CPI através de um requerimento do próprio Girão, para falar sobre a malversação de recursos públicos transferidos pelo governo federal para estados e municípios desenvolverem ações contra a pandemia.

Rosário, no entanto, foi duramente inquirido - e se contradisse várias vezes - sobre supostas omissões da CGU em relação às operações em que o governo federal chegou muito perto de adquirir a vacina Covaxin por meio da Precisa Medicamentos. A conclusão da negociata só não foi consumada porque descoberta pela própria CPI.

Ao confirmar as suspeitas de ilicitudes cometidas pelo governo do Pará, Wagner Rosário disse que não poderia entrar em detalhes porque as investigações ainda correm sob sigilo. Mas disse que os crimes "potencialmente cometidos" incluem direcionamento de licitação, acerto prévio, sobrepreço e superfaturamento, empresas fantasmas, inexecução contratual, empresa sem capacidade técnica para realização de serviços contratados e adulteração de documentos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

STJ aceita denúncia contra Wilson Lima. O sinal de alerta está aceso para o governador Helder Barbalho.

Wilson Lima agora vira réu perante o Superior Tribunal de Justiça: ele será Helder amanhã?

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recebeu, nesta segunda-feira, a denúncia da Procuradoria Geral da República contra o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), acusado de peculato e organização criminosa na compra de respiradores durante a pandemia de Covid-19. O julgamento foi iniciado às 9h, suspenso durante o horário do almoço e retomado às 14h30.

O placar foi unânime: todos os ministros se posicionaram para colocar Wilson Lima no banco dos réus. Além do governador, foram denunciados o vice-governador, Carlos Almeida, o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Flávio Antony Filho, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias e outras 14 pessoas.

Esta é uma notícia, digamos assim, desalentadora para o governador Helder Barbalho e vários ex-integrantes de seu governo, entre eles o primeiro secretário de Saúde da atual gestão, Alberto Beltrame. Todos estão sendo investigados também por suspeitas de irregularidades durante a pandemia (inclusive a compra de respiradores), do que resultaram três operações da Polícia Federal ocorridas no ano passado, duas delas, a Para Bellum e a SOS, ordenadas pelo STJ, através do ministro Francisco Falcão, o mesmo relator do processo que envolve o governador do Amazonas.

No julgamento de hoje, Falcão afirmou que a denúncia apresentada pela PGR é apta e demonstra que Lima atuou como “partícipe” nos crimes de dispensa de licitação e fraude na compra de 28 respiradores superfaturados, além de atuar como líder de suposta organização criminosa instalada no governo amazonense.

Falcão citou documentos apreendidos no gabinete de Lima durante as buscas da PF (Polícia Federal) que apontavam uma lista de empresas, preços e entregas de respiradores, o que demonstraria que o governador acompanhava de perto o trâmite da aquisição dos equipamentos. O relator foi acompanhado pelos ministros João Otávio de Noronha, Herman Benjamin, Jorge Mussi, Luis Felipe Salomão, Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Paulo de Tarso Sanseverino, Nancy Andrighi, Laurita Vaz, Maria Thereza de Assis Moura e Isabel Gallotti, que votaram para colocar Wilson Lima no banco dos réus. Os ministros Mauro Campbell e Og Fernandes não participaram do julgamento. O presidente, Humberto Martins, só votaria em caso de empate.

Wilson Lima foi denunciado em abril deste ano por peculato, organização criminosa, crimes contra a licitação e embaraço de investigações. A PGR afirma que o governador atuou como líder do grupo responsável por desviar recursos para o combate à pandemia de covid-19 por meio da compra de respiradores superfaturados. Lima também foi acusado de obstruir as investigações, a PGR, no entanto, não pediu seu afastamento do cargo ao oferecer a denúncia.

Para mais informações, clique aqui.

O genocida em Nova York: uma vergonha para o Brasil

Bolsonaro e negacionistas comem pizza Nova York: é uma vergonha ver essa turma
representando o Brasil na Assembleia Geral das Nações. Uma vergonha!

Bolsonaro é uma vergonha.

Bolsonaro me envergonha.

Bolsonaro envergonha o Brasil.

Por força do meu ofício de jornalista, e mais ainda, porque gosto de política internacional, sempre acompanhei os pronunciamentos de presidentes brasileiros na abertura da Assembleia Geral da ONU.

Faço isso desde os anos 1980.

Parei de assistir nos últimos três anos, desde que esse cidadão começou a desgovernar o Brasil.

Bolsonaro é tosco.

Não sabe ler.

Visivelmente, percebemos que não entende o que lê.

O conteúdo de seu discurso é trágico (aliás, onde você já viu um bom discurso negacionista?).

Agora, em Nova York, causa-nos vergonha vê-lo cavalgando (pelas próprias pernas) pelas ruas de Nova York sem estar vacinado.

Causa-nos vergonha vê-lo rodeado de negacionistas, comendo uma pizza do lado de fora porque não está vacinado, daí não poder frequentar a parte interna de restaurantes.

Causa-nos vergonha vê-lo sendo admoestado publicamente pelo prefeito de NY, Bill de Blasio, porque não está vacinado.

Causa-nos vergonha que Bolsonaro se encontre com um líder, como o britânico Boris Johnson, e vê-lo respondendo que não foi vacinado porque sua imunidade está alta.

Aliás, na conversa com Johnson, Bolsonaro deveria ter deixado sua covardia de lado e sido sincero completamente.

Em vez de responder apenas que não foi vacinado, deveria ir adiante em suas confissões escabrosas.

Deveria dizer:

"Também não uso máscara; também debocho da ciência; também causo aglomerações no meu país; também me atrasei de propósito na compra de vacinas; também jamais entrei num hospital para apertar a mão de um doente de Covid; também meu governo tentou comprar uma vacina indiana, em operação que envolveu oferecimento de propinas; também eu não fiz absolutamente nada, portanto prevariquei, quando fui informado que havia corrupção correndo solta no Ministério da Saúde; e querem saber mais? Eu sou mesmo um genocida. E daí?"

É assim que Bolsonaro deveria ter respondido.

Sem vergonha das consequências.

Até porque, Bolsonaro, repita-se, é uma vergonha para o Brasil.

domingo, 19 de setembro de 2021

Fraudes no preenchimento de cotas de gênero, que podem mudar o perfil da Câmara de Belém, assumem as proporções de um escândalo


Os detalhes, que só agora estão vindo a público, de supostas violações cometidas por cinco partidos políticos no preenchimento de cotas destinadas a mulheres nas eleições municipais de 2020, em Belém, indicam a configuração de um grande escândalo, muito embora as ações interpostas por legendas que se sentem prejudicadas ainda não tenham transitado em julgado.

Durante a live "Papo sobre Jornais", que o presidente do PV, José Carlos Lima, apresenta todos os domingos no Facebook, a advogada Cristina Vasconcelos, secretária estadual da agremiação, esmiuçou graves irregularidades que já foram expostas nas três ações que o partido ajuizou. Se essas ações, somadas às que outros partidos propuseram, realmente vingarem, haverá substancial mudança no perfil das bancadas na Câmara Municipal de Belém, com a saída de sete vereadores.

Uma das ações do PV, autuada sob o número 0600531-46.2020.6.14.0096, é emblemática sobre eventuais transgressões operadas no processo de preenchimento de chapas com os 30% que obrigatoriamente devem ser destinados a mulheres.

O demandado, nessa ação, é o Partido Republicano da Ordem Social (Pros). O PV o acusa de ter apresentado à Justiça Eleitoral 18 candidatos ao pleito proporcional do ano de 2020, sendo 14 homens e quatro mulheres, além de preencher o sistema com o nome de uma quinta candidata mulher, porém sem apresentar documentação, com a finalidade de satisfazer a cota de gênero.

Intenção de fraudar - O PV aponta diversas inconsistências com as candidatas do sexo feminino do Pros, entendendo que suas inscrições foram realizadas unicamente com a finalidade de fraudar a cota de gênero, dando ênfase às situações das candidatas de três candidatas.

Segundo o Partido Verde, o caso denota clara caracterização de candidaturas fictícias, uma vez que as referidas candidatas não declaram gastos com campanha, pois sequer realizaram a prestação de contas parcial; não foram encontrados impressos e santinhos para panfletagem, papéis e adesivos para bens particulares, anúncios em jornal ou campanha nas redes sociais; que não houve campanha eleitoral em relação às candidatas.

A juíza Sívia Mara Bentes de Souza Costa, da 96ª Zona Eleitoral, em decisão exarada em janeiro deste ano, define em poucas palavras o que está em questão. "O que se deve apurar na presente ação é a violação material à cota de gênero, o que, em tese, ocorreu com a não realização de campanha eleitoral, a inexistência de gastos eleitorais, a não transferência e arrecadação de recursos e a ausência de votos às candidatas do sexo feminino. Portanto, forçoso concluir que a comprovação de tais preceitos depende de regular instrução processual", afirma a magistrada.

Algumas ações já tramitam em grau de recurso, ou seja, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), com a manifestação favorável do MP Eleitoral pela recontagem de votos. O que se aguarda é que a instrução processual, ao demonstrar robustamente que as violações foram de fato cometidas, levem à perda dos mandatos de todos os que se beneficiaram das fraudes.

Essa decisão, se de fato ocorrer, terá um sentido pedagógico para demonstrar que o respeito à cota de gênero em eleições proporcionais não deve ser apenas uma faz de conta ou uma ficção legal. Ao contrário, deve ser uma instrumento efetivo e eficaz da inserção feminina na vida pública, ampliando-se assim o alcance da representação democrática no Legislativo.

sábado, 18 de setembro de 2021

O general e seu chefe, um mentiroso patológico

O mitômano: em 990 dias brincando de ser presidente, 3.886 declarações falsas ou distorcidas

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, fez nesta sexta-feira (17) uma, digamos assim, alocução à tropa.

Estranhamente, mas oportunamente, fez uma exortação aos bravos soldados.

A exortação foi estranha porque, até onde sabemos, nunca foi feita antes, pelo menos com a ênfase de agora. Mas foi oportuna, porque todo dia é dia de evitarmos que a desinformação se dissemine entre todos os segmentos, inclusive os militares.

Na alocução, o general pediu que os soldados não se deixem contaminar por fake news. Segundo ele, “é preciso buscar a verdade dos fatos”. Na dúvida, recomendou que os subalternos consultem seus superiores.

“Vivemos em um ambiente informacional dinâmico e volátil. Nesse espaço, flui um volume avassalador de informações. Conseguir processar tamanha quantidade e dela extrair os conteúdos mais fiéis, exige a busca da verdade dos fatos”, afirma o general. Que acrescenta: “Por isso, muita cautela com o que circula nas mídias sociais!"

Para o general, é preciso que os soldados “analisem, com critério, e façam a correta interpretação das informações que acessam ou recebem, mas, principalmente, confiem, ainda mais, em seus comandantes e chefes, em todos os escalões hierárquicos. Eles estão investidos de autoridade e responsabilidade para transmitir a vocês a melhor, mais ética e profissional leitura dos acontecimentos, além de orientá-los no correto caminho a seguir para o cumprimento do dever”.

Selva!

Mas cabem algumas perguntas.

O que pensará o general Paulo Sérgio sobre o comandante em chefe das Forças Armadas, no caso o presidente da República, Jair Bolsonaro?

O que pensará o general do maior difusor de mentiras, de patranhas, de invencionices, de inverdades, de maluquices e negacionismos de que se tem notícia na história do Brasil?

Cliquem aqui. Se clicaram, verão que a mais recente atualização do Aos Fatos, especializado na checagem de fake news, indica que, em 990 dias como presidente, o cidadão deu 3.886 declarações falsas ou distorcidas.

Esse mentiroso não é propriamente um mentiroso. É um mentiroso compulsivo, patológico. É um mitômano, na verdadeira e genuína acepção do termo.

E não sou eu quem digo.

Não é o Aos Fatos quem o diz.

E o próprio mitômano quem o proclama no seu jeito de sempre - debochado, irresponsável, descarado, condutas inimagináveis e intoleráveis para um governante que não preza as etiquetas exigidas pelo cargo que exerce.

"Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não contasse, a noite não ia acabar bem. (…) Muitas vezes erramos, quem nunca errou, né, no palavreado? Às vezes custa caro para a gente. Mas é melhor viver assim, como a Imprensa, melhor viver assim, em liberdade, do que não ter liberdade”, disse o mentiroso compulsivo na última terça-feira (14).

Terá sido por isso que o comandante do Exército resolveu dirigir-se a seus soldados, recomendando-lhes "muita cautela com o que circula nas mídias sociais!"?

Sabe-se lá a vergonha que tem sido, para os comandantes das três Armas, terem como comandante em chefe um mentiroso compulsivo como Bolsonaro.

Sabe-se lá!

A rigor, a rigor mesmo, o general Paulo Sérgio teria sido mais verdadeiro e mais objetivo se dissesse logo aos brasileiros todos, incluindo seus soldados: "Não acreditem num mentiroso patológico como Bolsonaro".

Ele pode não ter dito, mas que o sentido de sua exortação é exatamente esse, disso que não podemos ter dúvidas.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

"Curva da banheira" pode ser uma das explicações para acidente que matou família que viajaria até o Pará, diz especialista

Paraenses que conheciam as cinco pessoas de uma mesma família que morreram tragicamente na última terça-feira (14), quando o avião em que viajavam caiu numa área de mata apenas 15 segundos após decolar de Piracicaba (SP), num voo que as levaria ao Pará, ainda estão em estado de choque e sem entender o que de fato aconteceu.

No avião, estavam o empresário Celso Silveira Mello Filho (73 anos), sua esposa Maria Luiza Meneghel (71) e os filhos Celso Meneghel Silveira Mello (46), Camila Meneghel Silveira Mello Zanforlin (48) e Fernando Meneghel Silveira Mello (46), além do piloto Celso Elias Carloni (39) do copiloto Giovanni Dedini Gullo (24), que também morreram.

 E não são apenas os amigos e familiares das vítimas não conseguem compreender o que de fato aconteceu, uma vez que a aeronave era nova, havia saído do período de manutenção e encontrava-se com a documentação regular. Profissionais ligados à aviação também estão intrigados com as circunstâncias em que a aeronave.

Um profissional que já atuou em investigação de acidentes aeronáuticos explicou ao Espaço Aberto que, ao contrário do que muita gente pensa, sobretudo os leigos no assunto, aeronaves que acabam de sair da manutenção não estão de todo a salvo de acidentes. Que são raros, mas acontecem, como demonstra o caso do ocorrido em Piracicaba.

Curva da banheira É que existe, segundo o especialista, aquilo que os técnicos chamam de curva da banheira, um gráfico no formato da letra U. Isso significa que tanto equipamentos, aparelhos e até aeronaves, no período imediatamente após a manutenção, estão sujeitas a um alto índice de falhas, uma vez que foram submetida a alterações feitas por intervenção humana. À medida que o tempo passa, observa-se um baixo índice de falhas, decorrente, justamente, dos ajustes feitos na manutenção. Até que chega o limite entre as inspeções, fazendo-se necessário uma nova manutenção, porque o índice de falhas tende a subir novamente.

"A curva da banheira pode ser apenas uma das explicações para o acidente. Mas outras causas precisam ser investigadas, como um problema operacional, elevado peso e performance da aeronave (já que o avião faria uma perna longa, de Piracicaba até o Pará) ou uma outra. Neste momento, qualquer levantamento de probabilidade que vier a ser feito por qualquer profissional é até leviano, daí a necessidade de esperarmos pelo resultado das investigações que vão se iniciar, a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB)", disse o especialista ao blog.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Jatene desconversa sobre seu futuro político, classifica o governo Helder de "essa coisa que está aí" e acusa o governador de implantar estado policialesco

Simão Jatene: "Jamais utilizamos o estado para perseguir adversários"

"Eu desafio qualquer comparação entre o nosso governo e essa coisa que está aí. Eu desafio, em qualquer área. Não foram só os 18 hospitais regionais, que estão sendo praticamente destruídos com os escândalos de corrupção e de desvios de recursos públicos, inclusive num momento dramático, quando as pessoas mais precisaram. Não foram apenas os quilômetros de estradas e pontes que foram construídos. Foi sobretudo uma coisa que é um legado: foi o respeito os paraenses. Acho que esse foi o maior legado [do nosso governo]".


O desafio foi lançado nesta segunda-feira (13), pelo ex-governador Simão Jatene, na primeira entrevista que concedeu após ter transmitido o governo a Helder Barbalho (MDB), em 1º de janeiro de 2019. Durante quase duas horas e meia, Jatene falou numa live a Felipe Canté e Neto D'Ippolito, do Canal MangoCast (veja aqui a íntegra), e fez duras críticas ao atual governador.

Jatene lembrou que teve sua vida "vasculhada" por seus sucessores, nas três vezes após ter exercido o mandato de governador do Pará eleito pelo voto democrático (o único na história do estado, até agora). "Vasculharam minha vida de cabo a rabo", afirmou o (até agora) tucano, citando especificamente as acusações de que teria envolvimento em fraudes no Caso Cerpasa, cuja denúncia sequer foi aceita pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Tapas na mesa - Com direito a tapas na mesa, Jatene fez novo desafio e insinuou que a família Barbalho acumulou um vasto patrimônio de forma no mínimo suspeita. "Agora eu quero saber: como é que se constrói império de comunicação sendo só político? Isso eu quero saber. Eu quero saber como é que, com um salário de deputado, de prefeito, de governador, de senador ou seja lá o que for dá pra ter rádio, televisão, jornal. Eu quero saber como é que se faz isso. Me expliquem como faz isso. Eu já desafiei algumas vezes pra pegar o nosso Imposto de Renda e comparar os impostos de Renda. Agora, cada um [tem que] dizer como conseguiu aquilo que conseguiu. E mais do que isso: assinar um documento dizendo que tudo o que estiver em nome de laranja não será utilizado nem por mim, nem por meus descendentes até a quarta geração. Quero ver se tem coragem para fazer isso", atacou Jatene.

O ex-governador acusou o governo Helder Barbalho de implantar um estado policialesco para perseguir adversários e jornalistas que o criticam nas redes sociais, uma referência a duas operações realizadas no ano de 2020, uma delas no mês de abril, a outra no mês de junho, ambas de busca e apreensão na residência de blogueiros e jornalistas que estariam disseminando notícias falsas. Ambos os inquéritos, até agora, não foram concluídos.

"Jamais utilizamos o estado para perseguir adversários. As pessoas nas redes sociais - os exemplos são vários - tinham a liberdade para fazer suas críticas, muitas vezes injustas. Mas nós jamais utilizamos a polícia, de forma a ser a polícia do governador, e não a polícia do estado. Me conta aí: quem foi na verdade o jornalista, a jornalista ou o blogueiro, enfim, que foi perseguido pelo nosso governo?", indagou Jatene.

Futuro político - O ex-governador desconversou quando confrontado com a insistente pergunta que lhe fazem, sobre se vai concorrer ao governo do estado em 2022, muito embora, no momento, esteja legalmente impedido de fazê-lo, em virtude da rejeição de suas contas pela Assembleia Legislativa, em setembro do ano passado. 

"Eu sempre fui muito cuidadoso nessa história de aceitar ser candidato. Primeiro, porque ninguém é candidato de si mesmo. Segundo, pela questão do respeito coletivo. Sempre tive muito cuidado com isso, no sentido de que a percepção da sociedade precisa ser respeitada, a capacidade de levar adiante um projeto precisa ser respeitada", desconversou Jatene.

O ex-governador, porém, foi um pouco mais explícito ao falar sobre seu futuro político no âmbito do PSDB, legenda que o tem entre os fundadores históricos no estado do Pará, juntamente com o falecido ex-governador Almir Gabriel. Ele informou que essa possibilidade será concretamente discutida na próxima segunda-feira, sem dar maiores detalhes.

E para qual partido irá o ex-governador, se realmente resolver desfiliar-se do PSDB? "Acho inclusive que há possibilidade de Jatene em nenhum partido", respondeu o ainda tucano, outra vez desconversando.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Ciro Gomes em êxtase: foi o preferido de 15 ou 20 que foram à Paulista protestar no domingo

Vejam aí essa pérola que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, postou no Twitter, no início da tarde desta segunda (13).

Candidato preferido do público?

Hehe.

Mas que público?

Dos 15 ou 20 que foram à Avenida Paulista?

Conforme se previu aqui e conforme todo mundo previa, foi uma tragédia essa convocação burra do MBL e do Vem Pra Rua para manifestações contra o desgoverno do Mitômano na tarde de domingo (12), em várias cidades do País.

As manifestações foram precipitadas.

Desorganizadas.

Politicamente, desconectaram-se de um propósito fundamental: procurar o mínimo de agregação entre os mais amplos segmentos políticos que se opõem ao desgoverno Bolsonaro.

E deu no que deu: o esvaziamento vergonhoso dos protestos em todo o País.

Mas se Ciro sente-se extasiado de ter sido o prefeito do público de 15 ou 20 que compareceu à Paulista, isso é problema dele.

Indicação de Aras no lugar de Mendonça para o Supremo é uma especulação sem pé nem cabeça

Quando foi que alguém ouviu Bolsonaro dizer que indicará Augusto Aras para o
Supremo Tribuna Federal, caso o nome de André Mendonça não vingar?

Analistas políticos de vários veículos insistem numa análise completamente sem pé nem cabeça.

Acreditam que as maluquices de Bolsonaro no 7 de Setembro e a desmoralização que se autoimpôs, assinando dois dias depois aquela declaração bizarra que o ex-presidente Temer escreveu pra ele, confluem para a convicção de que teria ficado mais fácil o caminho para o PGR Augusto Aras chegar ao Supremo.

Como?

Simples, no entender desses coleguinhas analistas: André Mendonça, o indicado de Bolsonaro para ocupar a vaga de Marco Aurélio, agora enfrentaria maiores obstáculos até mesmo para ir à sabatina, uma vez que sofre severa resistência do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Assim, estariam aumentando a cada dia as chances de Augusto Aras ser indicado por Bolsonaro, uma vez confirmada a impossibilidade de passar o nome de Mendonça na CCJ.

Essa é a análise.

Mas, esperem aí.

Bolsonaro já disse a alguém que, se o nome de Mendonça não vingar, ele vai mesmo indicar Augusto Aras?

Ninguém diz ter ouvido isso do Mitômano, mas muitos se afirmam convictos de que Aras será o indicado no lugar de Mendonça.

De onde esses analistas tiraram esse elemento de certeza para firmar suas projeções?

domingo, 12 de setembro de 2021

Chapa de Sávio Barreto define candidata a vice na disputa das eleições na OAB-PA

O advogado Sávio Barreto, que disputará as eleições para a OAB-PA marcadas para novembro, terá como vice a advogada Brenda Araújo.

Militando há mais de dez anos nas áreas do Direito Administrativo e Empresarial, ela também desenvolve projetos que visam fomentar a liderança feminina na advocacia. Na atual gestão da OAB, Brenda exerceu a vice-presidência da Comissão de Compliance.

Aliás, o grupo encabeçado por Sávio Barreto já não pode mais ser chamado nem de oposição, nem de situação. Apesar de não ter o apoio do presidente Alberto Campos, que defende a candidatura de Eduardo Imbiriba, Sávio recebeu a adesão do atual diretor Antônio Barra Brito, de sete conselheiros secionais e de vários presidentes e membros de comissões.

sábado, 11 de setembro de 2021

Manifestações deste domingo são um risco. Mas é certo que ninguém deve dar trégua a Bolsonaro.

O MBL e o Vem Pra Rua convocaram manifestações para este domingo (12), em todo o País, como resposta aos atos antidemocráticos e golpistas do domingo passado.

Ao que se diz, três partidos de esquerda - PSB, PCdoB e PDT - vão participar. PT e PSOL estão com um pé atrás.

O protesto, que antes tinha como bandeira “nem Bolsonaro nem Lula”, passou a ter como mote principal o jargão “Fora Bolsonaro”. A mudança pretende ampliar o segmento de cidadãos que poderiam participar do ato e fazer frente à manifestação dos bolsonaristas no dia 7 de Setembro, quando 125 mil pessoas estiveram na Avenida Paulista, segundo estimativas do governo de São Paulo.

O MBL e o Vem Pra Rua podem estar se precipitando em convocar essas manifestações. Se não houver muita gente nas ruas, isso seria o suficiente para que bolsonaristas retomem o fôlego e amenizem suas frustrações diante da covardia de Bolsonaro, que primeiro demonstrou disposição de incendiar o País, inclusive recusando-se a cumprir decisões judiciais, mas depois recuou de forma bizarra, afirmando que tudo o que disse, inclusive ofensas a ministros do Supremo, foi obra do "calor do momento".

Mas uma coisa é certa: a mobilização e as pressões contra Bolsonaro não podem parar.

Como já se disse aqui, ninguém deve se iludir que esse cidadão quer a paz, a concórdia, a união e a harmonia entre os poderes, conforme expresso no manifesto que Michel Temer escreveu pra ele.

Bolsonaro continuará criando confusões, propagando mentiras, disseminando suas teorias conspiratórias malucas e reforçando a imagem de um presidente inepto, sem capacidade nenhuma de administrar um país. Isso é tão certo como dois e dois são quatro.

Além da mobilização das ruas, é necessário que, no âmbito do Congresso, os partidos também procurem viabilizar o impeachment.

Ninguém deve dar trégua a Bolsonaro.

Nem por um minuto.

A cada dia em que permanece no poder, Bolsonaro destrói o Brasil e o degrada perante o mundo.

Removê-lo é imperioso. Seja pelo impeachment, seja pelo voto, em 2022.

Na Pedreira ou em Brasília, a mesma sensação de horror diante dos horrores do atentado de 11 de setembro de 2001

À coluna de Olavo Dutra, dois jornalistas dizem onde estavam no dia 11 de setembro de 2001, no momento em que ocorreram os atentados terroristas nos Estados Unidos.

Um deles é Paulo Silber, na época editor-executivo de O LIBERAL. O outro é Ronaldo Brasiliense, com passagem em vários veículos e atualmente com uma coluna também em O LIBERAL.

Confiram abaixo.

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Na rua, perambulando

Paulo Silber
Perambulava pela Yamada da Pedreira, onde fora comprar um ferro elétrico. Ao passar pela seção de vídeo-foto-som, escutei um burburinho e vi rostos assustados passando por mim. Só me dei conta da gravidade quando parei diante da fila de televisores. Um ao lado do outro, como aparelhos siameses, ligados pela mesma tragédia. A mesma imagem repetidas vezes. O mundo atônito acendeu meu dever de ofício e corri para o jornal, sem saber direito o que fazer. Eu era o editor-executivo e tinha que avocar a responsa sobre a cobertura. Pra minha sorte, um anjo da guarda me esperava quando cheguei à redação: José Menezes, o experiente editor de Internacional. Foi tenso e trago a tragédia na memória até hoje. Mas daquele dia também guardo a bela lembrança de como o Menezes foi mestre e parceiro para este jovem aprendiz de feiticeiro.como fazer uma loja virtual


O passado bate à porta

Ronaldo Brasiliense
Quem viveu aquele dia 11 de setembro de 2001 não esquecerá jamais. Eu estava no meu apartamento, em Brasília, vendo o noticiário da TV Globo e vi, ao vivo e em cores, um Boeing 747, ou coisa que o valha, colidir com uma das torres gêmeas de Nova York, símbolo do capitalismo mundial ultrajado pelos fanáticos suicidas de Ozama Bin Laden. Ali, ao lado da mulher e dois filhos pequenos, sabia que estava presenciando uma das cenas terroristas mais chocantes da história da humanidade. Sabia que, a partir dali, o mundo nunca mais seria o mesmo. As guerras do Iraque e do Afeganistão, na vingança yankee, vieram confirmar as previsões de que o combate ao terrorismo não teria mais limites. Hoje, vendo os talebans reassumindo o poder no Afeganistão e o atentado suicida de uma facção do Estado Islâmico no Aeroporto de Cabul, com homem-bomba, matando inclusive 13 militares americanos, pensei com meus botões: o passado bate à porta.como fazer uma loja virtual

Onde você estava em 11 de setembro de 2001?



Eu jamais esquecerei de onde estava nesse dia.

No dia 11 de setembro de 2001, pela manhã, eu estava numa sala de aula da Unama, onde fazia o penúltimo ano do curso de Direito.

Quando saí da aula, por volta das 11h, entrei no carro, liguei o rádio e fiquei intrigado ao ouvir Edson Matoso falar mais ou menos assim na Rádio Rauland: "...muitos analistas acham que isso pode ser o início da Terceira Guerra Mundial".

Fiquei espantado, sem sabe ao certo o que se passava.

Da Unama até chegar em casa, inteirei-me de que dois aviões haviam atingido as Torres Gêmeas.

Em casa, aturdido com aquela notícia, liguei a TV, sentei-me na cama e assisti, sem acreditar, a segunda torre desabando, desfazendo-se, esfarelando-se, pulverizando-se diante dos meus olhos e dos olhos do mundo inteiro.

Ao vivo.

Ao vivo e em cores.

Fiquei ali, acho, uns 10 miutos sem acreditar no que acabara de ver.

Em outubro de 2019, estive em Nova York pela terceira vez, depois do 11 de setembro de 2001, e aí visitei o Memorial.

As fotos que estão acima e abaixo dessa postagem estão lá.

São flagrantes da expressão de pessoas diante do horror, da brutalidade, da selvageria, da destruição, da tragédia que se descortinava diante delas.

Compartilho-as aqui para que sobretudo os mais jovens, que não talvez não se recordem bem desses momentos, possam avaliar a extensão, a magnitudade de um evento que ninguém - ou muito poucos - imaginou fosse capaz de acontecer algum dia.

Mas aconteceu.

E se aconteceu, cabe-nos fazer, cada um a seu alcance e a seu modo, o que for possível para alicerçarmos valores que não tolerem a repetição desse tipo de brutalidade.







quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Bolsonaro, o machão, o mito, o bravo soldado da Pátria, vira um boneco de pelúcia. Que acredita em Bolsonaro?

Bolsonaro, o bravo soldado da Pátria, em foto antiga. Agora, manso, manso, manso. Até quando?

O 7 de Setembro, conforme aqui se disse, acabou com Bolsonaro, que acabou com o Brasil.
Acabado, desgastado, desacreditado, perdido, desorientado, desnorteado e ignorante sobre os rumos a seguir depois de tudo o que fez, Bolsonaro surpreende o País com uma tal Declaração à Nação, redigida pelo ex-presidente Michel Temer.
A tal declaração não é bem uma declaração à Nação, é uma declaração patética da covardia de Bolsonaro.
É uma declaração que declara o oposto do que ali se contém.
É a declaração de que Bolsonaro, além de um covarde, é um irresponsável.
É a declaração de que não possui a menor capacidade para administrar sequer um clube de amigos que se reúne num boteco qualquer.
É a declaração de um desequilibrado, que hoje está desequilibrado e amanhã, mais ainda.
É a declaração de que não tem limites nos desatinos que comete.
Há dois dias, Bolsonaro era o bravateiro em cima de um palanque.
Era um bravateiro estendendo a vista para o horizonte próximo, achando que ali estava toda a Nação, pronta para ajudá-lo a dar um golpe.
Era um bravateiro dizendo que se recusaria a cumprir decisão da Corte Máxima do país, sem atentar que isso daria ensejo a seu impeachment.
Ali estava um bravateiro que convocou caminhoneiros para atos antidemocráticos, mas que se surpreendeu quando os fanáticos começaram a fechar estradas em todo o País.
Ali grunhia um bravateiro em êxtase, iludido de que alguns milhares de pessoas (na Avenida Paulista, calcula-se, eram uns 200 mil) eram a expressão da vontade de 210 milhões de brasileiros.
Em 48 horas, o machão, o mito, o destemido, o corajoso, o bravo soldado da Pátria pede perdão, pede desculpas, diz num telefonema a Alexandre de Moraes, a quem ofendeu, que as ofensas ocorreram, vejam só, no calor do momento.
Bolsonaro virou o boneco de pelúcia - inofensivo, cativante, amoldado para despertar o prazer, a alegria, a concórdia e a paz.
Nessa condição, ele diz que, agora, é o Brasil que importa.
Um Brasil que Bolsonaro destruiu, devastou, rebaixou ao abismo da vergonha.
Quem acredita em Bolsonaro?
Não acredite nele.
Porque, amanhã, Bolsonaro voltará a ser o que ele realmente é.

Farsante. Covarde. Mentiroso. É Luís Roberto Barroso referindo-se a Jair Bolsonaro.


Farsante.
Covarde.
Mentiroso compulsivo.
Desagregador.
É assim, nas linhas e entrelinhas, que o presidente do Tribunal Superior Superior (TSE), Luís Roberto Barroso, refere-se Jair Bolsonaro, num discurso verdadeiramente antológico que pronunciou no plenário da Corte.
Foi melhor porque mais contundente, mais claro, mais direto, mais assertivo, mais desafiador.
Um imbecil não entende quando lhes falam com meias palavras. Ele só entende quando falam pra ele no português de Portugal - ou do Brasil mesmo.
É assim que se deve falar com Bolsonaro - sem meias palavras. Só assim é possível que ele entenda.
Abaixo, na íntegra, o discurso de Barroso.
O Espaço Aberto negritou os trechos mais importantes.

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I. Introdução

1. A propósito dos eventos e pronunciamentos do último dia 7 de setembro, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Luiz Fux, já se manifestou com relação aos ataques àquele Tribunal, seus Ministros e às instituições, com o vigor que se impunha.

2. A mim, como Presidente do Tribunal Superior Eleitoral cabe apenas rebater o que se disse de inverídico em relação à Justiça Eleitoral. Faço isso em nome dos milhares de juízes e servidores que servem ao Brasil com patriotismo – não o da retórica de palanque, mas o do trabalho duro e dedicado –, e que não devem ficar indefesos diante da linguagem abusiva e da mentira.

3. Já começa a ficar cansativo, no Brasil, ter que repetidamente desmentir falsidades, para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto a que chegamos.

Þ Antes de responder objetivamente a tudo o que precisa ser respondido, faço uma breve reflexão sobre o mundo em que estamos vivendo e as provações pelas quais têm passado as democracias contemporâneas. É preciso entender o que está acontecendo para resistir adequadamente.

II. A Recessão Democrática no Mundo

1. A democracia vive um momento delicado em diferentes partes do mundo, em um processo que tem sido batizado como recessão democrática, retrocesso democrático, constitucionalismo abusivo, democracias iliberais ou legalismo autocrático. Os exemplos foram se acumulando ao longo dos anos: Hungria, Polônia, Turquia, Rússia, Geórgia, Ucrânia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua e El Salvador, entre outros. É nesse clube que muitos gostariam que nós entrássemos.

2. Em todos esses casos, a erosão da democracia não se deu por golpe de Estado, sob as armas de algum general e seus comandados. Nos exemplos acima, o processo de subversão democrática se deu pelas mãos de presidentes e primeiros-ministros devidamente eleitos pelo voto popular. Em seguida, paulatinamente, vêm as medidas que desconstroem os pilares da democracia e pavimentam o caminho para o autoritarismo.

III. Três fenômenos distintos

1. Há três fenômenos distintos em curso em países diversos: a) o populismo; b) o extremismo e c) o autoritarismo. Eles não se confundem entre si, mas quando se manifestam simultaneamente – o que tem sido frequente – trazem graves problemas para a democracia.

2. O populismo tem lugar quando líderes carismáticos manipulam as necessidades e os medos da população, apresentando-se como anti-establishment, diferentes “de tudo o que está aí” e prometendo soluções simples e erradas, que frequentemente cobram um preço alto no futuro.

3. Quando o fracasso inevitável bate à porta – porque esse é o destino do populismo –, é preciso encontrar culpados, bodes expiatórios. O populismo vive de arrumar inimigos para justificar o seu fiasco. Pode ser o comunismo, a imprensa ou os tribunais.

. As estratégias mais comuns são conhecidas:

a) uso das mídias sociais, estabelecendo uma comunicação direta com as massas, para procurar inflamá-las;

b) a desvalorização ou cooptação das instituições de mediação da vontade popular, como o Legislativo, a imprensa e as entidades da sociedade civil; e

c) ataque às supremas cortes, que têm o papel de, em nome da Constituição, limitar e controlar o poder.

5. O extremismo se manifesta pela intolerância, agressividade e ataque a instituições e pessoas. É a não aceitação do outro, o esforço para desqualificar ou destruir os que pensam diferente. Cultiva-se o conflito do nós contra eles. O extremismo tem se valido de campanhas de ódio, desinformação, meias verdades e teorias conspiratórias, que visam enfraquecer os fundamentos da democracia representativa. Manifestação emblemática dessa disfunção foi a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, após a derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais. Por aqui, não faltou quem pregasse invadir o Congresso e o Supremo.

6. O autoritarismo, por sua vez, é um fenômeno que sempre assombrou diferentes continentes – América Latina, Ásia, África e mesmo partes da Europa –, sendo permanente tentação daqueles que chegam ao poder.

7. Em democracias recentes, parte das novas gerações já não tem na memória o registro dos desmandos das ditaduras, com seu cortejo de intolerância, violência e perseguições. Por isso mesmo, são presas mais fáceis dos discursos autoritários.

8. Uma das estratégias do autoritarismo, dos que anseiam a ditadura, é criar um ambiente de mentiras, no qual as pessoas já não divergem apenas quanto às suas opiniões, mas também quanto aos próprios fatos. Pós-verdade e fatos alternativos são palavras que ingressaram no vocabulário contemporâneo e identificam essa distopia em que muitos países estão vivendo.

9. Uma das manifestações do autoritarismo pelo mundo afora é a tentativa de desacreditar o processo eleitoral para, em caso de derrota, poder alegar fraude e deslegitimar o vencedor.

10. Visto o cenário mundial, falo brevemente sobre o Brasil e os ataques sofridos pela Justiça Eleitoral.

IV. Referências ao TSE e ao processo eleitoral

1. No tom, com o vocabulário e a sintaxe que é capaz de manejar, o Presidente da República fez os seguintes comentários que dizem respeito à Justiça Eleitoral e que passo a responder.

I. “A alma da democracia é o voto”.

1. De fato, o voto é elemento essencial da democracia representativa.

2. Outro elemento igualmente fundamental é o debate público permanente e de qualidade, que permite que todos os cidadãos recebam informações corretas, formem sua opinião e apresentem seus argumentos.

3. Quando esse debate é contaminado por discursos de ódio, campanhas de desinformação e teorias conspiratórias infundadas, a democracia é aviltada.

Þ O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: “Conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará”.

II. “Não podemos admitir um sistema eleitoral que não fornece qualquer segurança”

1. As urnas eletrônicas brasileiras são totalmente seguras. Em primeiro lugar, elas não entram em rede e não são passíveis de acesso remoto. Podem tentar invadir os computadores do TSE (e obter alguns dados cadastrais irrelevantes), podem fazer ataques de negação de serviço aos nossos sistemas, nada disso é capaz de comprometer o resultado da eleição. A própria urna é que imprime os resultados e os divulga.

2. Os programas que processam as eleições têm o seu código fonte aberto à inspeção de todos os partidos, da Polícia Federal, do Ministério Público e da OAB um ano antes das eleições. Estará à disposição dessas entidades a partir de 4 de outubro próximo. Inúmeros observadores internacionais examinaram o sistema com seus técnicos e atestaram a sua integridade.

3. Ainda hoje, daqui a pouco, anunciarei os integrantes da Comissão de Transparência das Eleições, que vão acompanhar cada passo do processo eleitoral. Nunca se documentou qualquer episódio de fraude.

Þ O sistema é certamente inseguro para quem acha que o único resultado possível é a própria vitória. Como já disse antes, para maus perdedores não há remédio na farmacologia jurídica.

III. “Nós queremos eleições limpas, democráticas, com voto auditável e contagem pública de votos”

1. As eleições brasileiras são totalmente limpas, democráticas e auditáveis. Eu não vou repetir uma vez mais que nunca se documentou fraude, que por esse sistema foram eleitos FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro e que há 10 (dez) camadas de auditoria no sistema.

2. Agora: contagem pública manual de votos é como abandonar o computador e regredir, não à máquina de escrever, mas à caneta tinteiro. Seria um retorno ao tempo da fraude e da manipulação. Se tentam invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, imagine-se o que não fariam com as seções eleitorais!

3. As eleições brasileiras são limpas, democráticas e auditáveis. Nessa vida, porém, o que existe está nos olhos do que vê.

IV. “Não podemos ter eleições onde (sic) pairem dúvidas sobre os eleitores”

1. Depois de quase três anos de campanha diuturna e insidiosa contra as urnas eletrônicas, por parte de ninguém menos do que o Presidente da República, uma minoria de eleitores passou a ter dúvida sobre a segurança do processo eleitoral. Dúvida criada artificialmente por uma máquina governamental de propaganda. Assim que pararem de circular as mentiras, as dúvidas se dissiparão.

V. “Não posso participar de uma farsa como essa patrocinada pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral”

1. O Presidente da República repetiu, incessantemente, que teria havido fraude na eleição na qual se elegeu. Disse eu, então, à época, que ele tinha o dever moral de apresentar as provas. Não apresentou.

2. Continuou a repetir a acusação falsa e prometeu apresentar as provas. Após uma live que deverá figurar em qualquer futura antologia de eventos bizarros, foi intimado pelo TSE para cumprir o dever jurídico de apresentar as provas, se as tivesse. Não apresentou.

3. É tudo retórica vazia. Hoje em dia, salvo os fanáticos (que são cegos pelo radicalismo) e os mercenários (que são cegos pela monetização da mentira), todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história.

VI. “Não é uma pessoa no Tribunal Superior Eleitoral que vai nos dizer que esse processo é seguro e confiável”.

1. Não sou eu que digo isso. Todos os ex-Presidentes do TSE no pós-88 – 15 Ministros e ex-Ministros do STF – atestam isso. Mas, na verdade, quem decidiu que não haveria voto impresso foi o Congresso Nacional, não foi o TSE.

2. A esse propósito, eu compareci à Câmara dos Deputados após três convites: da autora da proposta, do Presidente da Comissão Especial e um convite pessoal do Presidente daquela Casa. Não fiz ativismo legislativo. Fui insistentemente convidado.

3. Lá expus as razões do TSE. Não tenho verbas, não tenho tropas, não troco votos. Só trabalho com a verdade e a boa fé. São forças poderosas. São as grandes forças do universo. A verdade realmente liberta. Mas só àqueles que a praticam.

4. Foi o Congresso Nacional – não o TSE – que recusou o voto impresso. E fez muito bem. O Presidente da Câmara afirmou que após a votação da Proposta, o assunto estaria encerrado. Cumpriu a palavra. O Presidente do Senado afirmou que após a votação da Proposta, o assunto estaria encerrado. Cumpriu a palavra. O Presidente da República, como ontem lembrou o Presidente da Câmara, afirmou que após a votação da proposta o assunto estaria encerrado. Não cumpriu a palavra.

5. Seja como for, é uma covardia atacar a Justiça Eleitoral por falta de coragem de atacar o Congresso Nacional, que é quem decide a matéria.

VII. Conclusão

1. Insulto não é argumento. Ofensa não é coragem. A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca Brasil sofre, nesse momento, uma desvalorização global. Somos vítimas de chacota e de desprezo mundial.

2. Um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que a alta do dólar, do que a queda da bolsa, do que o desmatamento da Amazônia, do que o número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e de investimentos. Mas, pior que tudo, nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo.

3. A democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas. O que nos une na diferença é o respeito à Constituição, aos valores comuns que compartilhamos e que estão nela inscritos. A democracia só não tem lugar para quem pretenda destruí-la.

Þ Com a bênção de Deus - o Deus do bem, do amor e do respeito ao próximo – e a proteção das instituições, um Presidente eleito democraticamente pelo voto popular tomará posse no dia 1º de janeiro de 2023.