sábado, 18 de setembro de 2021

O general e seu chefe, um mentiroso patológico

O mitômano: em 990 dias brincando de ser presidente, 3.886 declarações falsas ou distorcidas

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, fez nesta sexta-feira (17) uma, digamos assim, alocução à tropa.

Estranhamente, mas oportunamente, fez uma exortação aos bravos soldados.

A exortação foi estranha porque, até onde sabemos, nunca foi feita antes, pelo menos com a ênfase de agora. Mas foi oportuna, porque todo dia é dia de evitarmos que a desinformação se dissemine entre todos os segmentos, inclusive os militares.

Na alocução, o general pediu que os soldados não se deixem contaminar por fake news. Segundo ele, “é preciso buscar a verdade dos fatos”. Na dúvida, recomendou que os subalternos consultem seus superiores.

“Vivemos em um ambiente informacional dinâmico e volátil. Nesse espaço, flui um volume avassalador de informações. Conseguir processar tamanha quantidade e dela extrair os conteúdos mais fiéis, exige a busca da verdade dos fatos”, afirma o general. Que acrescenta: “Por isso, muita cautela com o que circula nas mídias sociais!"

Para o general, é preciso que os soldados “analisem, com critério, e façam a correta interpretação das informações que acessam ou recebem, mas, principalmente, confiem, ainda mais, em seus comandantes e chefes, em todos os escalões hierárquicos. Eles estão investidos de autoridade e responsabilidade para transmitir a vocês a melhor, mais ética e profissional leitura dos acontecimentos, além de orientá-los no correto caminho a seguir para o cumprimento do dever”.

Selva!

Mas cabem algumas perguntas.

O que pensará o general Paulo Sérgio sobre o comandante em chefe das Forças Armadas, no caso o presidente da República, Jair Bolsonaro?

O que pensará o general do maior difusor de mentiras, de patranhas, de invencionices, de inverdades, de maluquices e negacionismos de que se tem notícia na história do Brasil?

Cliquem aqui. Se clicaram, verão que a mais recente atualização do Aos Fatos, especializado na checagem de fake news, indica que, em 990 dias como presidente, o cidadão deu 3.886 declarações falsas ou distorcidas.

Esse mentiroso não é propriamente um mentiroso. É um mentiroso compulsivo, patológico. É um mitômano, na verdadeira e genuína acepção do termo.

E não sou eu quem digo.

Não é o Aos Fatos quem o diz.

E o próprio mitômano quem o proclama no seu jeito de sempre - debochado, irresponsável, descarado, condutas inimagináveis e intoleráveis para um governante que não preza as etiquetas exigidas pelo cargo que exerce.

"Fake news faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não contasse, a noite não ia acabar bem. (…) Muitas vezes erramos, quem nunca errou, né, no palavreado? Às vezes custa caro para a gente. Mas é melhor viver assim, como a Imprensa, melhor viver assim, em liberdade, do que não ter liberdade”, disse o mentiroso compulsivo na última terça-feira (14).

Terá sido por isso que o comandante do Exército resolveu dirigir-se a seus soldados, recomendando-lhes "muita cautela com o que circula nas mídias sociais!"?

Sabe-se lá a vergonha que tem sido, para os comandantes das três Armas, terem como comandante em chefe um mentiroso compulsivo como Bolsonaro.

Sabe-se lá!

A rigor, a rigor mesmo, o general Paulo Sérgio teria sido mais verdadeiro e mais objetivo se dissesse logo aos brasileiros todos, incluindo seus soldados: "Não acreditem num mentiroso patológico como Bolsonaro".

Ele pode não ter dito, mas que o sentido de sua exortação é exatamente esse, disso que não podemos ter dúvidas.

Um comentário:

  1. Eu já faço uma leitura inversa. Quando remete à que nossos " bravos soldados" consultem seus superiores, pode ser para que os tais superiores os convençam, sim, de que postagens da esquerda são, elas sim, fake News. Não consigo conceber que nossos milicos tenham o discernimento e a honestidade de propósitos para esclarecer, realmente, os nossos recrutas pintores.

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