Rolo compressor?
Jerico compressor?
Em verdade, a língua portuguesa é que às vezes nos atropela.
Em verdade, a falta de comunicação é que atropela o entendimento e cria certos embaraços.
Vejam agora.
O blog, em algumas postagens - e com amparo em relato consistentes de fontes dignas de crédito -, comparou o estilo de fazer política do prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho (PMDB) - acima, no traço de J.Bosco - a um rolo compressor.
Um estilo que se confirmou com o episódio do ingresso de Zeca Pirão no PMDB.
Episódio no qual Pirão já atirou sua latinha d’água, para não deixar que o circo inteiro pegue fogo.
Pois é.
Até que Helder se encontrou por acaso com Marcelo Marques, o antenadíssimo comunicador que pilota um blog, o Blog do Bacana, com a mesma competência e operosidade com que comanda outras iniciativas suas no ramo da mídia.
Cara a cara com Helder, Marcelo, é claro, questionou-o sobre postagens feitas aqui.
E Helder deu uma excelente entrevista ao Marcelo, que a publicou no Blog do Bacana.
Publicada a bacana entrevista, o Espaço Aberto, é claro, tratou de repercuti-la aqui.
E deu destaque a uma declaração de Helder, de que jamais atuou como rolo compressor.
No máximo, admite o prefeito, seu estilo poderá ser comparado ao de um “jerico compressor”.
Pronto.
Foi o que bastou para esta raça maldosa aqui da redação estampar uma charge de J.Bosco, mostrando Helder com a cabeça de Helder e um corpo de jerico, de um jumentinho, atropelando quem passasse à sua frente.
Mas aqui é que entra o nó.
Um nó desfeito por Marcelo, ontem à tarde, em contato por telefone com o repórter.
Disse Marcelo que o jerico a que se referiu Helder sobre si próprio é, em verdade, um “girico”, um tratorzinho, desses humildes, que não fazem estrago algum, que são inofensivos, que não atropelam, nas magoam, não ferem e nem causam danos a ninguém.
A confusão, explicou Marcelo ao poster, é que Helder lhe deu as declarações no local onde eles se encontraram, o próprio Marcelo anotou-as e ditou-as para a sua equipe, que, em vez de escrever “girico”, a gíria para tratorzinho, escreveu jerico, que significa, claro, um jumentinho.
E este blog foi induzido pelo equívoco do outro blog.
Mas já está tudo corrigido.
Tanto é assim que você já pode ler, no Blog do Bacana, a declaração de Helder.
“Falaram até que sou um rolo compressor, mas eu estou mais para "girico" ( rs rs rs).”
Viram?
“Girico”, e não jerico.
Aliás, vale um registro.
Os dicionários, pelo menos o Aurélio e o Houaiss, não registram “girico” para designar tratorzinho; nem “jirico” ou coisa que o valha. Os dicionários, claro, grafam jerico como sinônimo de burro ou jumento.
Mesmo assim, e com o ecletismo que os idiomas permitem, vamos considerar “girico” como sinônimo de tratorzinho.
De toda forma, o blog esclarece que, ao mostrar o prefeito de Ananindeua como um jerico, não pretendeu, por mais remotamente que fosse, desmerece-lo em suas qualidades intelectuais.
A intenção, ao contrário, foi mostrá-lo exatamente no contexto em que o prefeito referiu-se a si mesmo: como um político que, ao contrário do afirmado, não tem invadido hortas alheias e nem tem atropelado ninguém.
E a imagem de jerico se afeiçoa a essa ideia de inofensividade, porque temos de um jumentinho a imagem de animal dócil, afável, que não causa atropelos a ninguém.
Que não atropela, enfim.
Ou, se atropela, não o faz com a mesma contundência de um rolo compressor, por evidente.
Marcelo, não se agaste por isso.
Erros acontecem.
E erros existem para ser desfeitos.
Helder, independentemente de jericos, rolos compressores e “giricos” – que são apenas motivações para que os blogs exerçam, de vez em quando, a sua veia, digamos, escrachada -, o importante é que a entrevista ao Bacana foi de fato esclarecedora.
Pronto.
E ponto.
Quem tem, tem medo.
ResponderExcluirÉ por isso que a exigência de diploma de curso superior para jornalistas afinal de contas não é tão ruim assim.
ResponderExcluirAparece cada analfabeto querendo ser jornalista, só porque o Lula chegou a presidente!
Qer saber? Era melhor que fosse mesmo "jerico"...
Ah, mas peralá, mestre! ;-)
ResponderExcluirGirico não é assim tããão "um tratorzinho, desses humildes, que não fazem estrago algum, que são inofensivos, que não atropelam, nas magoam, não ferem e nem causam danos a ninguém.", não é mesmo!
O girico, ou tobata, tobatinha, pé-de-boi em alguns lugares, principalmente no interior é valente, praticamente "increbável", resistente e topa qualquer "parada pra cumprir a missão imposta".
Não raro (nunca passei por isso, mas já vi), é o único que remove, pra lá e pra cá, desencrava, encrava, desatola, mexe e remexe carros, caminhonetes, caminhões e até ônibus nas rodovias, nos lamançais que as mesmas se transformam no inverno amazônico.
Aliás, na BR 163 (Cuiabá-Santarém) e na BR 230 (Tranzamazônica), de Março à começo de Junho, só passam os veículos, produtos, produção etc., se um girico estiver no local... claro que, dependendo da cara do freguês, é de 20 a 100 reais a "puxada".
Assim, o Helder, goste-se ou não, é sim um político atuante na cena paraense, e ser "girico" neste teatro não é pouca coisa, não, não é mesmo.
Ah!: E o jumentinho também não é, sempre, dócil, afável, que não causa e nem atropela ninguém. Mano, certa vez, lá em Altamira, vi um desses tomar o rumo dumo égua, e não teve caboco que encarasse a fera... que estava "em riste". :):):):)
O pessoal gritava: "SÓ TE DIGO VAI, RAIMUNDINHA, SÓ TE DIGO VAI!!!"
:):):)
Paulo, obrigado. No fundo acho que os erros que a gente comete não podem prejudicar quem quer que seja.
ResponderExcluirE você foi correto comigo. Valeu.
"Rapá", no dia que o Helder Barbalho for um político atuante na política paraense, por seus únicos e exclusivos méritos, esse Estado terá um novo retrocesso. Agora, na "cena paraense", realmente o Lafayette tem razão: ele, como seu mentor são uns artistas
ResponderExcluir