domingo, 27 de setembro de 2009

Couto desqualifica Jarbas e rejeita “partidarização” da OAB

O advogado Sérgio Couto (na foto, remetida ao blog por sua assessoria), candidato da chapa OAB Independente à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará, considerou seu adversário Jarbas Vasconcelos, da chapa Juntos Pra Avançar, “despreparado” intelectualmente para exercer a presidência da entidade, classificou de “corrupção moral, ideológica” o acordo para formar uma chapa única e acusou a atual direção da Ordem, presidida por Angela Sales, de inapetência gerencial, que se expressaria na inadimplência atual, de mais de 60%.
Couto chamou de “espúrio” o acordo que levou à formação da chapa de Vasconcelos, disse que mais de 80% da classe dos advogados do Pará são contrários à Juntos Pra Avançar e previu que entregar a presidência da OAB aos adversários será consumar o que considera ser “a partidarização” da entidade, dadas as vinculações entre Jarbas Vasconcelos e o Partidos dos Trabalhadores (PT).
Couto fez as declarações ao participar ontem à tarde, na Rádio Tabajara FM 106,1, do de uma entrevista ao programa Jogo Aberto, apresentado pelo jornalista Carlos Mendes, com a participação do também jornalista Francisco Sidou. A emissora havia programado um debate entre os dois candidatos à presidência da Ordem, mas Vasconcelos, depois de confirmar sua presença no programa, desistiu à última hora, sob a alegação de que a chapa de Sérgio Couto ainda não está inscrita e, além disso, o concorrente precisa se desincompatibilizar do cargo de assessor do conselheiro Lula Chaves, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).

“Acordo espúrio e personalíssimo”
Couto reforçou críticas ao acordo, intermediado pela presidente da OAB nacional, Cezar Britto, que uniu partir do grupo atual que atualmente dirigem a Ordem no Pará ao grupo de Jarbas Vasconcelos, de oposição. Pelo acordo, parte do grupo que atualmente dirige a Ordem aceitou dar a cabeça de chapa a Jarbas Vasconcelos, em troca do apoio à candidatura de Ophir Cavalcante Júnior à presidência do Conselho Federal da OAB.
“Esse acordo é espúrio. Decidiu-se em Brasília o que deveria ser feito no Pará. O acordo não foi levado ao conhecimento, ao aval da categoria. Foi publicada no jornal uma escandalosa nota oficial, dizendo que as condições teriam sido discutidas com milhares de advogados da capital e do interior, o que não aconteceu”, disse Couto.
“O poder tem que ser disputado, conquistado. Não se recebe o poder por doação. Mas foi feita uma doação, cortando a cabeça minha, da Avelina e todos os que votaram na dra. Angela e no dr. Ophir. Nem Ophir nem Angela ganharam a eleição. Fomos nós, o nosso grupo, que deu suporte a eles”, reforçou Sérgio Couto.
O candidato da OAB Independente disse que foram apenas duas as condições para se estabelecer o acordo que juntou parte do grupo que dirige a Ordem ao grupo de Jarbas Vasconcelos. “As condições foram apenas duas, personalíssimas: fazer o Jarbas Vasconcelos, histórico perdedor, presidente da OAB do Pará, e fazer do Ophir conselheiro nacional para aspirar a ser presidente do Conselho Federal”, disse Sérgio Couto.

“Você não tem preparo para dirigir a OAB”
Ele revelou que chegou a participar de várias reuniões com Jarbas Vasconcelos, em que se discutiu a formação de uma chapa única. “Eu dizia a ele: ‘Você não está preparado para dirigir a OAB. Você não pode entrar como general. Você precisa se preparar primeiro, tomar consciência para desempenhar o seu mandato”. Eu disse que não poderia aceitar nem ser vice-presidente em sua chapa porque eu me respeito. Eu disse ao Jarbas: ‘Mas como é que eu poderia fazer um acordo com você sem ouvir o Ophir, a Avelina [Heskeh, atual vice na chapa de Couto], Angela e toda a classe?’”, contou Sérgio Couto.
Respondendo a uma pergunta enviada por e-mail pelo blog ao programa, Sérgio Couto disse que chegou interpelar o presidente nacional da OAB, Cezar Britto, sobre a participação dele como intermediador do acordo. “Lancei um repto a ele, que até hoje não respondeu”, disse Sérgio Couto.
Para o candidato da OAB Independente, as negociações que levaram à formação da chapa de Jarbas Vasconcelos resultaram no que ele considera dois erros flagrantes. “Primeiro, eles se precipitaram ao anunciar o acordo, Se esperassem mais um mês, não teríamos tempo para nos mobilizar. E além disso, eles não contavam com a aversão da classe, que é da ordem de 83%” informou Couto. Esse índice de rejeição, segundo o advogado, foi confirmado por meio de consulta telefônica, aleatória, por amostragem, com 100 advogados paraenses, que responderam apenas a duas perguntas: “Você é contra ou a favor de chapa única?”; E outra: “Você vota a favor da chapa Sérgio Couto-Avelina ou na chapa de Jarbas?”

A partidarização da OAB no Pará
O candidato da OAB Independente mencionou dois exemplos que, a seu ver, demonstram que está em curso um processo de partidarização da OAB no Pará. Primeiro, referiu-se ao nome da chapa de Vasconcelos, “Juntos Pra Avançar”, que é o mesmo slogan usado por instituições historicamente ligadas ao PT. Nesse sentido, mostrou um panfleto dos bancários contendo slogan semelhante ao nome da chapa de Vasconcelos.
Como segundo exemplo, Sérgio Couto mostrou uma jornal em homenagem a Ophir Cavalcante Júnior, patrocinado, entre outros, pela OAB do Pará e pelos deputados Carlos Martins (PT) e Roberto Santos, do PRB. “Vejam, o deputado Carlos Martins é irmão da prefeita Maria do Carmo, do PT de Santarém. E o deputado Roberto Santos é da base aliada da governadora Ana Júlia”, disse o candidato.
O advogado deixou claro que nada tem contra a política partidária e tampouco com preferências de A ou B por este ou aquele partido. O que não pode, acentuou, é subordinar a entidade a interesses partidários. “Já fui advogado de vários partidos. Mas não tenho partido político. Meu partido é a OAB. Se tirar independência da OAB, tiram a independência da cidadania”, disse o candidato. Ele lembrou, inclusive, que a candidata a vice em sua chapa, Avelina Hesketh – que também já foi presidente da Ordem -, já disputou uma eleição para prefeito de Belém como vice de Ana Júlia Carepa, atual governadora do Pará. Mas Avelina, acentuou o candidato, disputou a eleição como cidadã, e não como advogada.

“Vamos colocar ordem na Ordem”
Em vários momentos do debate, Sérgio Couto fez críticas à gestão da presidente Angela Sales, que segundo ele não trata os advogados como deveria tratar. Há advogados que passam três, quatro horas para falar com a presidente. Outros me dizem: ‘Doutor, temos que marcar hora para fazer com a presidente, com funcionários’”, disse o candidato.
“Vamos colocar ordem na Ordem”, prometeu Couto. “Quando chegamos à presidência, a Ordem era uma desordem. Mas todos os colegas dizem que há uma OAB antes e outra depois do Sérgio Couto. Fizemos uma Ordem alegre. As comissões de trabalho se reuniam com frequência. Hoje, não se fazem mais as reuniões de trabalho com frequencia. E as comissões são os vasos comunicantes da OAB com a sociedade. Vamos criar, inclusive, uma comissão para cuidar da poluição sonora”, prometeu o candidato.
Ele classificou de “pavorosa” a inadimplência de advogados perante a Ordem, atualmente na casa dos 63%, a segunda maior em todo o País, segundo afirmou Couto. “Quando assumi a presidência, a inadimplência era igual ou maior que essa. Quando passei para a Avelina, já havia caído substancialmente, e quando a Avelina passou para o Ophir, havia caído mais ainda. O problema da inadimplência é de gerência, de gestão”, diagnosticou Sérgio Couto.
Ele concordou com a afirmação de um ouvinte, de que a anuidade altíssima, que os advogados são obrigados a pagar, contribui para elitizar o exercício da advocacia, em benefício dos grandes escritórios de advocacia em Belém. “Está nos nossos planos implantar a anuidade diferenciada. Os mais novos pagam menos, os mais velhos pagam mais”, disse Sergio Couto, que também ofereceu a receita para a Ordem estabilizar suas finanças: “Basta eliminar despesas supérfluas, como jantares, almoços e coquetéis”.

Atual gestão da Ordem “é pífia”
Provocado pelo jornalista Carlos Mendes a fazer uma avaliação da administração de Angela Sales, Sérgio Couto, de início, disse que por uma questão ética preferia não fazê-lo. “Se eu fizer, ela vai ter um piti”. Mas acabou avaliando a atual gestão: “Vou dizer uma coisa só: é uma administração pífia.”
Couto ofereceu um exemplo: “O próprio presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas [Jorge Mauro de Oliveira Medeiros] veio procurar a mim e à Avelina para defender as prerrogativas dele, para que fosse desagravado, porque a presidência não quis desagravá-lo de incidente com o dr. Maiton [Carneiro, juiz de Direito]”.

“Quem é o mais preparado?”
Sérgio Couto ressaltou que o preparo intelectual é indispensável, essencial para o presidente de uma corporação de classe. Assim é, acrescentou, que o presidente do Conselho Regional de Medicina tem que saber bem de medicina e o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura deve ser preparado nessas áreas.
“Tenho curso de pós-agradução, tenho livros publicados e dezenas de artigos técnicos também publicados. Todos dizem que elogio em boca própria é vitupério. Mas o certo é que não conheço um livro publicado pelo Jarbas Vasconcelos. Nem conheço artigo técnico que ele tenha publicado. Então, o dilema é o seguinte: quem é o mais preparado para presidir a OAB”, questionou.

8 comentários:

  1. Pífia é a idéia de que esse cidadão é advogado. Mande ver quantos processos ele tem no Forum, e quantos datam de 2009, 2008 ou 2007. Há tempos ele anda apenas pelo TCM, como apadrinhado, sem nem precisar bater ponto. Antes disso foi o CNMP, e antes alguma outra boquinha. Fórum mesmo, só em campanha. Pífias são as versões que ele apresenta, pois todos sabem que esse barulho todo é raivinha por ter ficado fora da chapa, decisão dele por conta da vaidade de não ter aceito a suplencia do Conselho Federal. Chega de mentiras ! E a mentira é a marca desse "advogado".

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  2. Dá-lhe, Sérgio Couto
    O que disseste é tudo verdade sobre o Jarbas e quem o apóia. A OAB não pode ser aparelhada por nenhum partido. Isto é vergonhoso. Estava pensando em votar no Jarbas Vasconcelos, mas você me abriu o olho para o risco que representa entregar a OAB a pessoas compromissadas com partidos políticos. Que outros advogados também abram os olhos para esse acordão espúrio.

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  3. Eu estava propensa a votar no sergio couto. Mas depois de bater tanto na angela, constatei que ele é um falso e sem caráter , pois há 2 meses atrás estava pedindo para ela ir para a reeleição, para que ele pudesse ficar no conselho federal. Como ficou de fora, está com raiva de nossa Presidente. É melhor então ele ficar como assessor pessoal do LULA CHAVES, o homem do nepotismo. Paulo, vc. sabia que para ele se desincompatibilizar, ele vai transferir seu cargo para o filho ou outro amigo, e continuar recebendo do TCM???

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  4. PAULO, SABE POR QUE OS ANÔNIMOS estão mandando poucas mensagens? Porque já descobriram que vcs. sabem quem são os anônimos. EU ESTOU POUCO LIGANDO, PODE ME RETALIAR À VONTADE...

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  5. Anônimo das 12:58,
    Você só pode estar de brincadeira.
    Talvez você esteja ainda meio indormido.
    Não existe a menor possibilidade, aqui, de saber quem são os Anônimos.
    Na realidade, Anônimo, os comentários são muitos, mas os que são autorizados a ir para as caixinhas é que são poucos.
    Porque se alguns comentários que estão nas caixinhas já são contundentes, imagine então os que são recusados...
    São recusados porque impublicáveis.
    Sao recusados porque contêm ofensas e acusações anônimos contra um e outro lado.
    É por isso, Anônimo, que há poucos comentários na caixinha.
    No mais, Anônimo, suspeitas como a que você levanta só pode ser resultado de uma noite indormida.
    Só pode.
    Com todo o respeito, é claro.
    Abs.

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  6. Gostaria de saber se a Ordem deve ser presidida por um advogado ou por um jurisconsulto. Os maiores presidentes da OAB, no BRASIL, sempre foram advogados com ações forenses e não teóricos empregados pelo poder público. Entre so site dos Tribunais, para ver quantas ações SERGIO COUTO tem e JARBAS. Não dá para comparar.Então, fico com um verdadeiro advogado e não com um apadrinhado do TCM, que é um antro do nepotismo.

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  7. Livro? que livro ele "escreveu" que preste? Pós? que pós-graduação, mestrado sei que não, talvez um desses cursinhos de 20h.

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  8. Se o Jarbas não tem coragem de comparecer a um debate, imaginem para defender os interesses dos advogados, imaginem!

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