Tombos na Braz de Aguiar. Assim não se promove o turismo.

As calçadas da Braz de Aguiar, da forma em que estão, da forma em que foram deixadas depois das promessas de campanha eleitoral, se transformaram num risco.
Num altíssimo risco, aliás.
Por volta das 17h de ontem, casal de idosos ia entrando no Golden Shopping, aquele que fica na Braz de Aguiar, quase na esquina com a Rui Barbosa, bem em frente a uma banca de revista.
A senhora, de aparentes 60 anos de idade, pisou numa pedra solta – das milhares que existem nas calçadas da Braz de Aguiar –, torceu um dos pés e desabou no chão. Desabou, como se diz, com todo o peso do corpo.
A dor era tamanha que a pobre senhora dizia não sentir mais as pernas.
Um horror!
Foi preciso chamar até ambulância para removê-la do local.
Enquanto ela se remoía de dores, o marido proclamava aos brados seus desabafos.
- Cadê o prefeito, que fez promessa de consertar essas calçadas? Cadê? – berrava ele.
Pois é.
- Cadê? – berramos nós.
Ah, sim, e antes que o blog se esqueça: assim não se consegue promover o nosso sofrido setor de turismo.
É mesmo. Assim não se consegue.
Vejam só. A Braz de Aguiar é uma rua linda. É mesmo. Na foto aí de cima, dá mais ou menos para ver. Não é linda?
Além disso, é uma rua agradabilíssima, sem dúvida.
E mais: a Braz de Aguiar é tida como a rua mais charmosa, mais chique de Belém.
Pois é.
Nessa rua linda, na rua mais famosa, mais chique de Belém, uma senhora se estatela no chão porque pisou em pedra solta. Pedra que está como solta como resto de campanha.
- Mas pedras soltas há aos milhares, aos milhões de calçadas no mundo inteiro – haverão de objetar os preocupados em promover o nosso sofrido setor de turismo.
É mesmo.
Então, porque é assim, vamos esconder nossas pedras soltas, vamos falar em segredo sobre nossas mazelas, devemos fazer segredinhos sobre tudo isso?
Então, combinemos assim: as calçadas quebradas da Braz de Aguiar, a insegurança na Braz de Aguiar, a sujeira na Braz de Aguiar, as pedras soltas que provocam acidentes na Braz de Aguiar não devem ser temas de críticas, porque, você sabe, depõem contra o sofrido setor de turismo em Belém, certo?
Errado.
Erradíssimo.
Mas há quem ache certo.
O que fazer?