sexta-feira, 29 de maio de 2020

Padre Bruno Sechi. É muito doloroso para todos nós perdê-lo. É um imenso regozijo para os Céus ganhá-lo.

César Perrarri/Arquivo O Liberal

Por que os bons têm que morrer?

Por que morrem os bons?

Por que também precisam ser mortais?

Nossa comoção, nossa estupefação, nossa insistente descrença de que a vida, inexoravelmente, haverá de ter fim sempre nos dominam quando assistimos à partida de gente como Bruno Sechi (na foto belíssima de César Perrari/O LIBERAL).

Padre Bruno Sechi.

Pároco da Igreja de São Domingos de Gusmão, no bairro da Terra Firme, coordenador da Comissão Arquidiocesana Justiça e Paz, fundador e coordenador geral do Movimento República de Emaús, ele morreu nesta sexta-feira (29), aos 80 anos, vítima da Covid-19.

No início da noite, foi encontrado desacordado em seu escritório, na sede do Movimento Emaús, no bairro do Bengui. Ainda chegou a ser levado à UPA da Marambaia, mas ali foi constatado que já não tinha vida.

Padre Bruno era um homem terno, cordial, de fala mansa.

Mas foi um guerreiro cujos sentimentos de respeito e amor à vida humana enchiam-lhe de vitalidade e força incomparáveis para ajudar os que mais precisavam.

Foi assim que criou o então chamado Movimento da República do Pequeno Vendedor, para retirar das ruas meninos e meninas que sobreviviam da venda de produtos diversos e estavam expostos ao risco de violência, além de afastados da escola.

Sua vida é o roteiro de um filme.

De um filme que exalta a nobreza de caráter posta a serviço da dignidade humana.

Vítima da Covid-19, Padre Bruno é mais um, entre milhares de paraenses e brasileiros, que essa doença transforma de número em nome, de número em rosto.

É muito doloroso para nós que o tenhamos perdido.

É um regozijo imenso para os Céus ganhá-lo.

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