quinta-feira, 21 de maio de 2020
Enfim, a Sespa ensina à própria Sespa que dois mais dois são quatro. E ponto.
Menos mal.
Parece que um vírus do bem - aquele que contamina a pessoa com a sensatez, racionalidade, lógica e clareza - foi inoculado profundamente até o âmago da Sespa.
Parece que um vírus do bem pousou sobre a Sespa. Se pousou, tomara que faça morada por lá e inspire a secretaria a se comunicar melhor nestes tempos de pandemia, em que a boa comunicação - sem ruídos, sem confusões, sem dubiedades - é imprescindível.
Na manhã desta quarta-feira (20), a Sespa assustou meio mundo ao divulgar uma nota para informar que se equivocaram todos os que haviam informado, com base em boletins da própria secretaria, a ocorrência assustadora de 1.710 novos casos de Covid-19 e o registro de 162 óbitos em todo o Pará, num lapso de apenas 24 horas.
O Espaço Aberto chegou a esses dados - como também trocentos outros veículos - sem precisar recorrer a cálculos da Física Quântica e sem buscar fórmulas de equações de terceiro grau.
Não.
Para chegar aos números, bastava uma conta aritmética, subtraindo-se os dados de um dia dos dados do dia anterior, todos eles, repita-se, fornecidos pelo boletins da Sespa.
Mas a secretaria, talvez imaginando que jornalistas são mandrakes e têm que adivinhar as coisas, não informou que esses números incluíam subnotificações tanto de novos casos como de novos óbitos em vários municípios do estado.
E deu no que deu: uma confusão que nem a Sespa foi capaz de imaginar.
Agora, os boletins trazem informações mais claras.
Além da totalização dos casos de infectados e dos óbitos, os boletins exibem, em destaque, os registros dos novos casos ocorridos não mais em 24 horas, mas "nas últimas horas".
Assim, a mesma Sespa que nos fez acreditar que dois mais dois são quatro, mas também podem ser oito, dez, 50 ou 20 mil, agora se rende às evidências, ora bolas, de que dois e dois são quatro mesmo. E ponto final.
Que alívio!
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