Vamos combinar algumas coisas.
Das 176 pessoas a bordo do avião ucraniano que
caiu no aeroporto de Teerã, nesta quarta-feira (08), 78 eram iranianos, 63 eram
canadenses e 11 ucranianas (incluindo nove tripulantes), além de 10 suecos,
sete afegãos, quatro britânicos e três alemães.
É crível, é racional, é lógico, é razoável
acreditar-se que o Irã abateria intencionalmente uma aeronave em que a maioria
dos passageiros era formada, justamente, por seus nacionais?
A aeronave, supostamente atingida por mísseis,
caiu quando estava voltando ao aeroporto. Haveria tempo sequer de fazer uma
simples manobra, caso tivesse mesmo sido atingida por mísseis?
O Irã negou-se, inicialmente, a compartilhar
dados da caixa-preta com a Boeing, porque a empresa é americana. Isso seria
natural, num contexto de enfrentamento com os Estados Unidos.
Mas o Jornal
Nacional informou, há pouco, que o Irã recuou dessa posição e decidiu
admitir os Estados e a Boeing nas investigações, bem como o Canadá e outros
países. Se tivesse mesmo abatido a aeronave, o Irã faria isso?
Todas essas questões precisam ser sopesadas com
muito cautela.
Mas, nos tribunais
das redes sociais, os autores já estão escolhidos, investigados, julgados e
condenados por terrorismo. Tudo isso, há pouco mais de 24 horas da tragédia com
a aeronave.
Esses julgamentos – mais do que sumários,
sumaríssimos – são muito parecidos com aqueles feitos em botequins, quando
amigos se reúnem num final de semana pra jogar conversa fora e corrigir o mundo
com régua e compasso.
Nos tribunais
das redes sociais, funciona do mesmo jeito. Com a diferença de que as
sentenças, normalmente condenatórias, são disseminadas em escalas infinitas em
questão de minutos, para não dizer em segundos.
Isso equivale a um míssil de milhares de
megatons, que esmaga, dizima e pulveriza a verdade.
Com 176 vidas de inocentes perdidas de forma
horrorosa nessa tragédia, valeria a pena esperar o deslinde de investigações –
que ainda nem começaram, vale dizer – para que a verdade possa sobrepor-se às
dúvidas, versões e especulações.
E que, afinal de contas, sejam responsabilizados
os verdadeiros culpados (se culpados houver, é claro) pelo evento.
Independentemente do diktat das redes sociais.
Foi o Iran que derrubou este avião de passageiros por não ter coragem de abater algum avião americano. Os iranianos são um povo barbaro, vivem a fazer terrorismo e deveriam já ter sido varrido da terra. Triste é que estão colocando culpa neste episódio em um pobre soldado que será enforcado para justificar este absurdo. Vamos ptistas aplaudir este abate deste avião de passageiros que não tinham nada a ver com a perda de seu terrorista maior por um drone americano.
ResponderExcluir