segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Grupo de Jarbas atira "inimigo público nº 01" aos holofotes

Jarbas Vasconcelos: seu grupo elegeu o presidente nacional
da OAB como o inimigo público nº 01, agora sob os holofotes
Então, é assim.
O grupo que apoia o presidente afastado da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos, comemora discretamente o que considera, dentro das condições normais de temperatura e pressão, um feito, um tento, um gol. Não um gol de placa, mas de qualquer forma um gol, que é bom e todo mundo gosta.
O feito, o tento, o gol consistem em tirar Jarbas do foco de denúncias e críticas que sobre ele desabaram desde meados deste ano, quando entornou um angu codimentado com a venda de um terreno em Altamira para o advogado Robério D'Oliveira, operação tão complicada, tão cheia de suspeitas que acabou com a intervenção na Seccional paraense e o consequente afastamento de seus cinco diretores.
Mais do que tirar Jarbas do foco de críticas e suspeitas, o grupo que o apoia acha que melhor ainda foi ter alcançado um outro feito, outro tento, outro gol: colocar no lugar do presidente afastado ninguém menos que o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante Jr., agora declaradamente o inimigo nº 01 - ou inimigo único, para alguns - dos adversários da intervenção.
A eleição de Ophir como o personagem a ter sua imagem corroída a qualquer custo começou a ser arquitetada pelo grupo de Jarbas tão logo começou a se esboçar como inevitável a intervenção, que enfim acabou decretada pelo Conselho Federal de Ordem.
Primeiro, os ataques e ameaças do grupo do presidente afastado foram subliminares e circularam apenas entre os advogados, sobretudo pela rede de comunicação interna de que se utilizam para a troca de debates, que nos últimos meses, deixaram de ser debates para alcançar o status, digamos assim, de pancadaria verbal e de ameaças - abertas e declaradas.
Selada a intervenção, no entanto, a coisa desandou. E continua a desandar.
Em seguida, foram as declarações ácidas de Jarbas Vasconcelos e do secretário-geral afastado, Alberto Campos, responsabilizando frontalmente o presidente nacional pelos rumos que as coisas tomaram, resultando na intervenção, que eles sustentam ter sido nada mais, nada menos que um golpe do Conselho Federal contra a Seccional do Pará e contra o próprio Jarbas, eleito democraticamente presidente da Ordem no Pará.
O terceiro momento do contra-ataque do grupo de Jarbas foi a matéria com denúncias contra a ex-presidente Angela Salles, que se mantém como fiel aliada de Ophir e jamais demonstrou qualquer rebuço, qualquer disfarce, qualquer dissimulação ao defender, primeiro, a apuração rigorosa dos fatos que envolveram a venda do terreno - a ponto de, numa reunião do Conselho Seccional, questionar a origem do dinheiro utilizado pelo advogado Robério D'Oliveira para comprá-lo - e, posteriormente, a intervenção na OAB do Pará, ainda que, nesse aspecto, tenha se mostrado um pouco mais comedida, tendo em vista a sua condição de conselheira federal.
Em seguida, uma ação popular ajuizada pelos advogados Eduardo Imbiriba de Castro e João Batista Vieira dos Anjos, que acusam o presidente nacional da Ordem de improbidade administrativa, porque estaria recebendo ilegalmente na condição de procurador do Estado licenciado e também continuaria a defender o Estado, e por patrocínio infiel, porque numa das ações o escritório de Ophir estaria patrocinando demanda contra o próprio Estado.
E agora, na última sexta-feira, Alberto Campos voltou a comparecer à liça, encaminhando representação ao Conselho Federal da OAB contra o presidente nacional Ophir Cavalcante Jr. e seu pai, Ophir Filgueiras Cavalcante, membro honorário da Ordem, que ele já presidiu nacionalmente, e consultor geral do Estado no governo Simão Jatene. Campos os acusa de infrações disciplinares e éticas.
Toda essa ação - concertada (com "c" mesmo), concatenada, combinada, planejada - acabou ganhando repercussão nacional, sobretudo em mídias virtuais, como o influente Consultor Jurídico, e obrigando Ophir a ficar na defensiva.
Mas como é comum nessas situações e circunstâncias, as explicações e justificativas do acusado sempre ganham menor repercussão do que os ataques e as acusações de que é alvo.
Que o digam Jarbas Vasconcelos e seus fiéis aliados, que agora se regalam vendo o inimigo público nº 01 no canto do ringue.
Aparentemente, pelo menos.

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