O PMDB, pode anotar, passou a tratar o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Domingos Juvenil, como adversário.
E adversário nada cordial.
Em decorrência disso, resolver atazanar, azucrinar a paciência de Sua Excelência.
E escolheu a cunha para, digamos, tirar Juvenil do sério: retardar, o mais que puder, a aprovação do empréstimo de R$ 366 milhões que o governo Ana Júlia pretende contrair junto ao BNDES.
O projeto, vocês sabem, foi totalmente modificado.
Originalmente, apenas o governo do Estado é que iria colocar, sozinho, a mão na bufunfa.
Em toda a bufunfa, centavo por centavo.
E mais: além de colocar sozinho a mão na bufunfa, ninguém sabia ao certo em quê, onde, como e quando ela, a bufunfa milionária, seria aplicada.
Pois é.
Estava tudo certo para a aprovação ser pacífica e ocorrer ainda no final do ano passado, até porque a verba foi disponibilizada a todos os Estados, como forma de compensação da perda de receita que tiveram durante a crise que assolou o mundo em 2009.
A questão é que as relações entre o PMDB de Jader Barbalho e o PT de Ana Júlia engrossaram.
Engrossaram e praticamente entornaram o caldo.
Entornando o caldo, sobrou para o tal empréstimo.
Veio o deputado Parsifal Pontes e propôs uma emenda substitutiva, prontamente acolhida pelo PSDB e pelo PPS.
A emenda acabou com o que era doce do empréstimo.
E prevê, entre outras coisas, que 51% da bufunfa vão para os 143 municípios do Estado. E os demais 49% também serão carimbados, ou seja, o governo Ana Júlia não poderá aplicá-los livremente, mas de acordo com o previsto em planilhas que integram o substitutivo.
E desses 49%, vejam só, quem tirou uma lasquinha?
A Assembleia Legislativa.
A Casa presidida por Juvenil.
Uma emenda ao próprio substitutivo propôs reservar 7% para a Assembleia aplicar em “modernização administrativa”.
Sabe-se lá o que é isso.
Pois é o que os deputados de oposição querem saber até agora.
Em que consiste, afinal, a modernização administrativa que Juvenil pretende fazer?
Os oposicionistas – incluído o PMDB, é claro – nem fariam questão de detalhar essa bufunfazinha, que importa pouco mais de R$ 20 milhões – hehehe! - dos R$ 366 milhões que o projeto prevê.
A questão é que Juvenil, nos últimos tempos, começou a levantar voos altaneiros.
Altaneiros e independentes do PMDB.
Altaneiros e independentes de Jader.
Primeiro, o PMDB e Jader souberam que Juvenil começou a se relacionar calorosamente com o governo Ana Júlia e até cogitou a possibilidade de devolver as caixas que a ex-auditoria-geral do Estado, Tereza Cordovil, mandou para a Assembleia.
Depois, Juvenil votou em Luís Cunha para o TCE. Nessa opção, esteve acompanhado pelo também peemedebista Martinho Carmona.
E Jader e o PMDB também anotaram esse fato na caderneta de passivos de Martinho e Juvenil. Isso porque, muito embora o PMDB não tenha fechado questão em favor do tucano André Dias, é certo que Jader esperava uma conduta coesa da bancada em favor do tucano e contra, evidentemente, Luís Cunha, o candidato governista.
E além das caixas e da eleição para o TCE, teve outro fato.
Um fato, destaque-se, registrado em imagem.
Imagem – veja lá em cima – clicada pela Agência Pará e disponibilizada no site do governo do Estado.
A imagem mostra Juvenil, literalmente, de braços dados com o governo Ana Júlia, ou melhor, de braços dados com Ana Júlia na inauguração do Complexo Viário, domingo passado.
Pronto.
Foi a gota d’água para Juvenil virar adversário – nada cordial, repita-se – de Jader e do PMDB.
E como Juvenil estava com pressa, como ele pretendia que o projeto dos R$ 366 milhões fosse votado já nesta semana, de preferência na última terça-feira, o PMDB, em tabelinha com PPS e PSDB, resolveu atazanar a paciência do presidente da Assembleia.
E o certo é que resolveram – as bancadas de oposição – retardar a votação da matéria, sob a alegação de que é preciso ser detalhada a aplicação dos 7% da, digamos, “emenda Juvenil”.
Ah, sim.
Ontem, ao soar do gongo, na derradeira hora, Juvenil resolveu desistir de sua emenda.
Em prol dos 143 municípios, que assim devem ter o percentual de repasses engordado de 51% para 58%.
Mas isso – nem mesmo essa desistência – faz com que Sua Excelência reverta a condição de adversário cordial do PMDB e de Jader.
E ao que tudo indica o projeto será votado apenas na próxima terça-feira.
Parece.
Paresque.
Um "Juvenil" querer dar o drible da vaca em um "profissional"...é muito abuso.
ResponderExcluirE querer fazer isso logo com a raposa-felpuda-maior!?
Ou pede arrego ou será devidamente barbalhisado aos costumes.
Toma-te!
O Jader tá plantando uma arvore de Ktispero para este new Petista.
ResponderExcluirA órdem é varrer o Pt do governo, quem ficar na frente que se cuide. Principalmente porque os servidores públicos estão trabalhando para isso. O Jader não vai perdoar.
ResponderExcluirPaulo esclareça que a emenda que dispõe 7% (26 milhões) para a Assembléia foi apresentada pelo líder do GOVERNO, QUEM MESMO? GABRIEL GUERREIRO, aquele um que bradava pelos quatro cantos a incompetência da Governadora, que tal nosso parlamento?
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