sábado, 31 de outubro de 2009

Você quer compreender os tucanos? Nem tente.

Quanto mais se tenta compreender os tucanos, menos se consegue compreender os tucanos.
Vejam a imagem acima.
É de uma matéria publicada na página 3, primeiro caderno, edição do Diário do Pará desta sexta-feira (30).
Lá pelas tantas, informa-se que a orientação dos caciques nacionais do PSDB a Jatene, Mário Couto & Cia. ilimitada da tucanagem paraense é a seguinte: se matem, mas se matem dentro de casa; devorem-se mutuamente, mas dentro de casa.
E não é que os tucanos do Pará estão levando ao pé da letra essa orientação emanada da direção nacional do PSDB?
Parece que estão mesmo.
E tanto é assim que se observa no PSDB do Pará o início de um processo de autofagia, ainda sem contornos bem definidos, é certo.
Mas se alguma coisa não for feita, logo, logo o PSDB vai se descobrir devorando-se gulosamente a si mesmo.
Observem só o que diz a matéria.

“Resolvam-se”. Mas como?
O posicionamento da cúpula nacional do PSDB é de que não deverá interferir nas brigas que se travam por aqui.
Se os tucanos do Pará estão brigando, eles que se resolvam.
Matem-se, estraçalhem-se, devorem-se – mas se resolvam.
É o que diz a direção nacional.
Isso já é espantoso, porque dissensões da amplitude da que se vê no PSDB do Pará, exigiria uma mediação.
É claro que sim.
Mas a ordem da cúpula é: matem-se, devorem-se.
Espantoso!
Mais espantoso ainda é o que diz o deputado Wandenkolk Gonçalves, segundo a mesma matéria.
Afirma o deputado federal: “Deram prazo que para que ele mesmo buscasse as alianças e resolvesse as divergências internas, que buscasse o diálogo com os demais postulantes”.
Sabem quem é o “ele” a que Wandenkolk se refere?
O “ele” é o ex-governador Simão Jatene.
Ahãã?
Jatene?
Sim, o ex-governador Simão Jatene.
Inacreditável!
Jatene é um dos aspirantes, no PSDB, a ser candidato do partido ao governo do Estado em 2010.
Como ele, o senador Mário Couto.
Ambos são pré-candidatos declarados.
E, para completar – ou para piorar -, apareceu mais um: o ex-governador Almir Gabriel, que também estaria disposto, segundo se especula, a entrar na disputa, quando muito apenas para atrapalhar Jatene e não o deixar ser candidato.

Disputante pode conciliar?
Num quadro desses, então, como é que se pode delegar a um dos contendores, a um dos interessados, a um dos disputantes a atribuição de conciliar?
Num quadro desses, como é que se pode delegar a um dos contendores, a um dos interessados a atribuição acalmar os ânimos.
Vocês acham, por exemplo, que o doutor Almir – aquele, vocês sabem, que reclamou de corpo mole - receberia Jatene em sua casa e, diante de taças de um bom vinho, discutiria com ele a situação do PSDB do Pará.
Da mesma forma como soa inacreditável que Jatene esteja com a incumbência de conciliar, soaria inacreditável que tal atribuição recaísse sobre os ombros de Mário Couto ou Almir Gabriel.
Seria necessário que alguém, escalado pela cúpula nacional, funcionasse como um árbitro para acalmar os ânimos.
Mas qual é a ordem da cúpula nacional?
Matem-se, estraçalhem-se, devorem-se – mas se resolvam.
É assim.
Quanto mais se tenta compreender os tucanos, menos se consegue compreender os tucanos.
Alguém duvida?

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