terça-feira, 19 de outubro de 2021

Na ânsia de votar a PEC da Vingança, Lira se excede na arrogância e no tom imperial

Bolsonaro e Lira: um manda, o outro obedece. E obedece esbanjando arrogância.

Vamos falar - primeiro, no português castiço; depois, no português traduzido para o português.
No castiço: o presidente da Câmara, Arthur Lira, tem se excedido em aquiescer, em subordinar-se, em atrelar-se incondicionalmente a S. Exa. o presidente Jair Bolsonaro.
Traduzindo para o português: Lira tem abusado de agir como um pau-mandado do Mitômano.
Escolham a forma que mais convém a vocês e vamos em frente.
Além de pau-mandado, Lira tem agido de forma arrogante, imperial, autoritária.
Tem oferecido demonstrações eloquentes disso nas discussões da PEC da Vingança.
Na semana passada, presidindo a sessão, Lira exasperou-se quando, após informar que já haveria um amplo acordo para votar a matéria, foi desmentido por alguns de seus colegas senadores, que diziam o contrário, citando sobretudo o posicionamento - evidentemente contrário ao tal acordo - da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), presidida por Ubiratan Cazetta, que até recentemente, e por mais de 20 anos, atuou no Pará como um dos mais competentes e operosos membros do MPF.
Exasperado e imperial, Lira chegou a dizer que, a partir daquele momento, não se sentaria mais à mesa com Cazetta e com o promotor de Justiça paraense Manoel Murrieta, presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp).
Pois a realidade mostraria que Lira mentira, quando anunciava aos colegas que houvera acordo e que apenas Cazetta e Murrieta é que estariam dizendo o contrário e não teriam honrado a palavra na formalização de um suposto entendimento para votar a matéria. 
O que se vê agora, quando a Câmara está reunida para, ao que se espera, deliberar sobre a PEC da Vingança, é uma maciça união dos membros do MP, em todos os seus ramos, contra a proposta de emenda constitucional em tramitação na Câmara.
E tanto é assim que um abaixo-assinado com a participação de 3.295 procuradores e promotores, divulgado nesta segunda-feira (18), pede a total rejeição da PEC, que altera a estrutura do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Aguardemos hoje, como vai se desenrolar a sessão da Câmara.
E como vai se comportar o imperial Arthur Lira.

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