Lula terminou há pouco seu pronunciamento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Foi sua primeira manifestação, após cautelar do ministro Edson Fachin ter-lhe restituído os direitos políticos.
Foi um discurso no estilo Lula - longo, mas em linguagem direta (no português de Portugal), objetiva, centrada na defesa de temas sociais e de resgate das realizações (em favor dos mais pobres) em seus oito anos de presidência.
Lula confundiu-se ao dizer que a decisão de Fachin seria a confirmação de sua incocência. Se não fez uma confusão, então propagou deliberadamente uma inverdade. Ou uma fake news, na linguagem muderna.
Não. A decisão de Fachin não confirmou a inocência de Lula. Nem a sua culpabilidade. Decidiu, simplesmente, que a 13ª Vara de Curitiba, bunker do ex-juiz Sergio Moro, não era a instância competente para julgar o ex-presidente. Por isso, ordenou que quatro processos fossem transferidos para a Justiça Federal de Brasília, que, ela sim, haverá de julgar (sabe-se lá quando) se Lula é culpado ou inocente.
Por enquanto, deixe-se bem claro, Lula voltou à condição de um réu, denunciado pelo Ministério Público Federal e à espera de uma sentença judicial, que poderá absolvê-lo ou condená-lo.
Mas petistas, lulistas e antibolsonaristas de um modo geral não estão nem aí para dar ouvidos a outros discursos que não, ora bolas, o de Lula, de volta ao status de cidadão livre para disputar as eleições presidenciais do ano que vem.
Ele vai disputar?
Vai.
Disse no discurso?
Disse.
Disse-o quando passou boa parte dos 90 minutos de sua fala fustigando Bolsonaro (pessoalmente) e o governo Bolsonaro - classificando-o de incompetente, negacionista, terraplanista, aliado de milicianos, antipatriota, de estar vendendo e destruindo o Brasil.
Disse-o quando avisou, claramente, que precisa sair pelo País, conversando com os brasileiros para elevar-lhes a autoestima e ajudá-los a vislumbrar uma luz no fim do túnel. Uma luz que, espera Lula, seja ele próprio, Lula.
Já temos portanto, a principal disputa de 2022: Lula x Bolsonaro.
E o resto?
O resto é o resto.
O resto é o rebotalho.
Sem mimimi - Mas o resto, inclusive e sobretudo aquilo a que chamam de centro, que deixe de mimimi e pare urgentemente de acusar Lula e o PT de não admitirem composições em que Lula e o PT não sejam na cabeça de chapa.
E o tal centro, já deu demonstrações disso?
E o tal centro, já deu até agora a mínima demonstração de que está em busca de um nome de consenso?
É claro que não.
Huck.
Doria.
Moro.
Eduardo Leite.
Quando um desses centristas defende um nome de consenso para representar o tal centro, o nome que está implícito como cabeça de chapa é o de cada um deles - de Huck, de Doria, Moro ou Eduardo Leite.
Até Ciro Gomes, o fio desencapado de sempre, quando admite conversar com o tal centro, não abre mão de apresentar-se como o único nome que seria capaz de aglutinar forças (no caso, de uma improvável e implausível centro-esquerda) e avançar para a disputa no segundo turno contra Bolsonaro.
Portanto, meus caros, deixemos de hipocrisia, deixemos de mimimi e de encenações hipócritas: temos atualmente, nesta pré-temporada eleitoral, Lula, Bolsonaro e mais 498 pré-candidatos. E os 500 só admitem disputar se encabeçarem, cada um, sua chapa. É isso.
E ainda tem mais: pesquisa recente, feita pelo Ipec, mostra que o petista ostenta neste momento o maior potencial de votos, que busca medir o piso e o teto de aceitação de cada um dos possíveis candidatos.
Então, é o seguinte: em 2022, é Lula x Bolsonaro.
E o resto?
O resto, que pare de mimimi e trate de correr atrás de votos.
Ao anular as sentenças de condenação Fachin tornou sim Lula inocente , pelo simples fato de que ninguém pode deixar de ser considerado inocente sem condenação transitada em julgado. Não é Lula que tem que provar que é inocente, é o Ministério Público que tem que provar que ele é culpado. Lula portanto, pode se dizer hoje um cidadão inocente de qualquer acusação penal,pois não está condenado por nada do que lhe foi imputado.
ResponderExcluirQue sejam ouvidas suas ultimas palavras... Boso x LULA. Afinal, temos que retomar as redias de um Brasil sensato, evoluído, com um governante, uma pessoa sensata em suas atitudes, sem falar merda aos quatro cantos do mundo e que se importe ou aparente se importar com avida dos brasileiros. Que venha as eleições e a recuperação do Brasil.
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