sexta-feira, 24 de abril de 2020

Moro apresenta duas provas que desmentem Bolsonaro, mentiroso compulsivo. Mas ainda deve ter mais 200 para mostrar na hora certa.


Sergio Moro exerceu por mais de 23 anos o cargo de juiz federal.
Em boa parte de sua carreira na magistratura, atuou como juiz criminal.
Esmerou-se, portanto, em saber como bandidos agem, inclusive os da Lava Jato.
Não seria agora que iria fazer acusações tão graves contra a maior autoridade da República sem dispor das provas necessárias para não incorrer, ele próprio, em crimes vários, como os de calúnia e denunciação caluniosa, entre outros.
É de uma ingenuidade atroz imaginar-se, como estão imaginando bolsonaristas ingênuos, mas ensandecidos, que Moro não teria provas das acusações graves, gravíssimas como as que fez a Bolsonaro na manhã desta sexta-feira, ao anunciar sua saída do cargo de ministro da Justiça.
Há pouco, o Jornal Nacional exibiu duas provas enviadas por Sergio Moro.
Uma delas, para reforçar a acusação de que Bolsonaro se mostrava irresignado com investigações da PF sobre deputados bolsonaristas, ainda que Moro lhe explicasse que a Polícia Federal estava agindo por determinação doe ministro do STF Alexandre de Moraes.
A outra prova, para demonstrar que ele, Moro, rechaçou proposta indecorosa da deputado bolsonarista Carla Zambelli, de apoiar uma eventual indicação do então ministro para o Supremo, caso ele permanecesse no Ministério da Justiça e aceitasse a indicação do delegado Alexandre Ramagem para substituir Maurício Valeixo na direção geral da PF.
Essas duas provas, ainda que relevantes e contundentes, são apenas uma preliminar, são apenas um aperitivo do que Moro certamente deve ter, para exibir no momento oportuno e no foro adequado.
Mesmo assim, há bolsonaristas acreditando que Bolsonaro, um mentiroso compulsivo, não mente.
Mesmo assim, há bolsonaristas acreditando que Bolsonaro é uma espécie de vestal intocada da nova política, logo ele, que, sabem todos, é uma cria da velha, velhíssima política.
Mesmo assim, há bolsonaristas se recusando a aceitar o fato de que Bolsonaro, como presidente da República, não tem respeito nem pelo cargo que exerce e muito menos pelo Brasil, que ele desgoverna desde 1º de janeiro de 2019.

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