sábado, 6 de julho de 2019

Bolsonaro perde a bandeira da reforma da Previdência. Porque o Congresso o ignora.


Uma coisa é certa.
Se a reforma da Previdência for aprovada, e tudo indica que o será, o Capitão não poderá desfraldá-la como a bandeira de sua campanha à reeleição em 2022.
Porque está evidente que o Congresso está se lixando para Bolsonaro.
O Congresso resolveu, como adoram dizer os coleguinhas, assumir o protagonismo e fazer os ajustes necessários no texto, independentemente do que diga ou deixe de dizer, do que faça ou deixe de fazer, do que peça ou deixe de pedir o presidente da República.
Isso ficou claro quando o Capitão, rendendo-se às pressões de policiais, fez apelos públicos, tuitou, manobrou nos bastidores, implorou ao relator e ao presidente da Comissão Especial, tudo na tentativa de manter regras mais amenas para a categoria e, com isso, ficar bem na foto com servidores de um segmento, como a da área de segurança, que o apoiaram incondicionalmente nas últimas eleições, mas agora o chamam - e o chamam aos brados, não esqueçam - de traidor.
E o que aconteceu, apesar de todo esse empenho desesperado, pressuroso e quase comovente de Bolsonaro?
Nada.
Absolutamente nada.
Parlamentares não deram a menor bola pra ninguém menos que o presidente da República, gente.
Para o presidente da República.
Ou seja - e em resumo: a reforma da Previdência que vier a ser aprovada não será a reforma da Previdência do governo Bolsonaro.
Será a reforma da Previdência que o País, representado pelo Congresso Nacional, entender como a mais conveniente.
Simples assim.
Mas não será simples para o Capitão, que, é claro, precisará manter outras bandeiras desfraldadas para conservar aceso o contraste ideológico entre os que ele considera puros e imaculados (seus aliados) e os que ele estigmatiza como flagelos da humanidade (seus opositores).
Caberá, portanto, a Bolsonaro, fazer alguma coisa, por exemplo, para tentar convencer todo mundo de que, ora bolas, meninas vestem rosa, meninos vestem azul.
Credo!

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