quarta-feira, 15 de agosto de 2018
A subida de Euclides nos deixa com a sensação de um enorme vazio
Meus caros, estou consternado.
Consternado e chocado.
A morte do amigo Euclides Farias, jornalista dos melhores da geração que começou ali pelo final dos anos 1970, nos torpedeia.
Como estou de férias, fora do País, num fuso 6 horas à frente de Belém e meio desligado das redes sociais, tomei conhecimento dessa infausta notícia com um certo atraso. E com a certeza de que a morte de Euclides deixa desfalcado o jornalismo no Pará.
Conheci Euclides nos anos 1980, quando ambos ainda trabalhávamos em O LIBERAL, então na Gaspa Vianna.
Desde então, inclusive depois que ele se transferiu para o "Diário do Pará", mantivemos relacionamento estreito, respeitoso e cordial.
Há anos que não nos víamos. Mas os contatos virtuais e a atualização constante de informações se mantiveram.
Fiquei assustado quando o próprio Euclides anunciou publicamente, no início de julho, que havia contraído leucemia.
Depois, comovi-me ao tomar conhecimento de outras postagens suas, informando sobre o curso do tratamento para vencer a doença.
Era comovente, de fato, testemunharmos sua tenacidade e sua fibra na luta pela vida, mesmo que ele soubesse da natureza insidiosa da doença insidiosa que acabaria por ceifar-lhe a vida.
Exemplos como esse é que permanecerão indeléveis e nos ajudarão a manter Euclides vivo na nossa lembrança e no coração de todos nós.
domingo, 12 de agosto de 2018
Chance de defesa para candidato só foi protocolada pelo MP após 2 dias da denúncia
Confirmando o que foi dito pelo pré- candidato ao Governo do Estado, Marcio Miranda, em pronunciamento nas redes sociais, somente nesta sexta-feira (10) chegou ao gabinete do deputado estadual na Alepa o ofício do Ministério Público com questionamentos sobre o procedimento de designação de Marcio Miranda para a reserva da Polícia Militar, o que evidencia a ausência de prazo e chance de defesa do candidato.
A denúncia, no entanto, foi formulada pelo promotor Armando Brasil e repassada para a imprensa ainda na quarta-feira (08), dois dias antes de Marcio Miranda sequer tomar conhecimento oficialmente dos questionamentos.
Ainda na quarta-feira (08) foi divulgada nota oficial em que relata a legalidade do procedimento que designou Marcio Miranda, ainda em 2002, para a reserva da Polícia Militar, tão logo assumiu o cargo de deputado estadual.
Ao contrário do que afirma a denúncia, Marcio Miranda foi designado para a reserva em ato da Polícia Militar e do Igeprev, com aprovação do TCE, cumprindo determinação obrigatória prevista na Constituição Federal e Estadual.
À época, Marcio Miranda já registrava mais de 17 anos de contribuição, somando o tempo da PM e os 7 anos e 11 meses de contribuição para a Previdência Social enquanto atuou como médico, profissão em que se formou em 1982.
Os tempos foram averbados, ou seja, somados de forma legal mediante apresentação de documentos e comprovação, como acontece com qualquer servidor público, procedimento amparado pela Constituição Federal.
Fonte: Assessoria de Imprensa
sábado, 11 de agosto de 2018
Álvaro Dias decepciona. E ainda constrange Sérgio Moro.
Dias é um senador atuante.
Fala bem, ainda que imprima, às vezes, um ritmo meio arrastado às suas alocuções.
Tem uma boa dicção.
Foi, reconhecidamente, um bom gestor quando governou o Paraná.
Tem mais de 30 anos de estrada na política.
Com essas credenciais, impunha-se-lhe ter uma performance melhor no debate.
Mas não.
Já na primeira intervenção, quando todos os candidatos deveriam falar de suas propostas sobre emprego, ele se apresentou ao eleitor. E fez isso durante o minuto e meio que tinha à disposição.
Depois, não foi objetivo na apresentação de propostas.
E caiu no ridículo ao insistir nessa bobagem de dizer que vai convidar o juiz federal Sérgio Moro para ser seu ministro da Justiça e manter o ritmo de combate à corrupção.
Álvaro Dias, com isso, constrange Moro, que já disse, repetidas vezes, não ter a menor intenção de ingressar na vida pública.
Mas o senador continua a repetir que vai, ainda, convidá-lo.
Por que, então, não o convida logo?
Se convidá-lo, vai ouvir um "não" e, presume-se, acabará com essa insistência constrangedora.
No mais, a campanha segue.
E Dias ainda pode, se quiser, melhorar.
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
"Cagalança" geral faz um despacho viralizar nas redes sociais
Sim, meus caros.
Essa pomposidade toda que se registra frequentemente em expedientes oficiais deveria ser, muitas e muitíssimas vezes, desprezada e evitada em favor da objetividade.
Porque precisamos compreender - bem, rapidamente e facilmente - o que uma autoridade, em qualquer escalão desta República, quer dizer, né?
Olhem o despacho acima.
Está viralizando nas redes sociais.
Já mereceu até matéria em grandes sites, como G1 e Estadão.
Não nos alonguemos.
Leiam.
Vocês vão entender rapidamente o que a autoridade policial disse.
E vão entender bem.
Muitíssimo bem.
Ah, sim.
Sem certas cagalanças (que termo maravilhooosooooo, gente), dificilmente haveria despachos tão inspirados como esse.
MPF pede à Justiça que vete regra de concurso sobre candidatos negros
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação
nesta terça-feira (07) em que pede à Justiça Federal decisão urgente para
proibir a União e o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de
Promoção de Eventos (Cebraspe) de eliminar de concurso público da Polícia
Federal candidatos que não forem considerados negros pela comissão de
heteroidentificação (verificação, por terceiros, da raça autodeclarada pelo
candidato). A ação também pede que os réus sejam impedidos de aplicar essa
regra ilegal a todos os demais concursos que realizarem.
A legislação só prevê a eliminação quando a autodeclaração do candidato como
negro é comprovadamente falsa. Não há previsão legal de exclusão de candidatos
em casos em que há apenas discordância entre a autodeclaração do candidato e a
avaliação da comissão. Nesses casos os candidatos podem ser retirados da
disputa pelas vagas destinadas a cotistas mas devem permanecer na disputa pelas
vagas de ampla concorrência, pede o MPF.
“A simples discordância de uma comissão avaliadora a respeito do pertencimento do candidato a determinada etnia não presume, por si só, intenção de fraude e má-fé, visto que, repita-se, a autoidentificação de pertencimento à determinada etnia depende majoritariamente de aspectos subjetivos do candidato, que acredita ou não nesse fato”, ressalta na ação o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Marcelo Santos Corrêa.
Segundo o procurador da República, não se pode partir da premissa de que todas as autodeclarações são falsas enquanto não forem validadas pela comissão avaliadora, pois essa lógica anularia o próprio direito à autodeclaração previsto na lei nº 12.990.
“Uma vez constado pela comissão avaliadora que o candidato não pertence à etnia alegada, é fato que ele não estaria mais apto a concorrer nas vagas reservadas. No entanto, não é proporcional sua completa exclusão do concurso, visto que há solução menos gravosa possível no contexto, apta a solucionar o impasse existente, qual seja, a simples remoção dos candidatos da lista de concorrentes à vagas reservadas para as vagas da ampla concorrência”, registra o MPF na ação.
“A simples discordância de uma comissão avaliadora a respeito do pertencimento do candidato a determinada etnia não presume, por si só, intenção de fraude e má-fé, visto que, repita-se, a autoidentificação de pertencimento à determinada etnia depende majoritariamente de aspectos subjetivos do candidato, que acredita ou não nesse fato”, ressalta na ação o Procurador Regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Marcelo Santos Corrêa.
Segundo o procurador da República, não se pode partir da premissa de que todas as autodeclarações são falsas enquanto não forem validadas pela comissão avaliadora, pois essa lógica anularia o próprio direito à autodeclaração previsto na lei nº 12.990.
“Uma vez constado pela comissão avaliadora que o candidato não pertence à etnia alegada, é fato que ele não estaria mais apto a concorrer nas vagas reservadas. No entanto, não é proporcional sua completa exclusão do concurso, visto que há solução menos gravosa possível no contexto, apta a solucionar o impasse existente, qual seja, a simples remoção dos candidatos da lista de concorrentes à vagas reservadas para as vagas da ampla concorrência”, registra o MPF na ação.
Recomendações
O edital de abertura do concurso público da
Polícia Federal foi publicado em junho deste ano, e oferece 500 vagas,
distribuídas entre os cargos de delegado, perito, agente, escrivão e papiloscopista.
As inscrições ocorreram em junho e julho e, para alguns cargos, tiveram que ser reabertas entre 7 e 13 de agosto, em atendimento a recomendação expedida pelo MPF no Distrito Federal, para possibilitar a inscrição, na condição de candidato negro ou de pessoa com deficiência, no cargo de perito nas áreas em que não havia sido prevista essa possibilidade.
Antes de levar à Justiça a questão da ilegalidade da exclusão de candidatos autodeclarados negros pela simples discordância da comissão de heteroidentificação, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará também encaminhou recomendação à União e ao Cebraspe, que, nesse caso, decidiram não acatar as orientações do MPF.
Processo nº 1002480-73.2018.4.01.3900 – 1ª Vara da Justiça Federal em Belém (PA)
Íntegra da ação
As inscrições ocorreram em junho e julho e, para alguns cargos, tiveram que ser reabertas entre 7 e 13 de agosto, em atendimento a recomendação expedida pelo MPF no Distrito Federal, para possibilitar a inscrição, na condição de candidato negro ou de pessoa com deficiência, no cargo de perito nas áreas em que não havia sido prevista essa possibilidade.
Antes de levar à Justiça a questão da ilegalidade da exclusão de candidatos autodeclarados negros pela simples discordância da comissão de heteroidentificação, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Pará também encaminhou recomendação à União e ao Cebraspe, que, nesse caso, decidiram não acatar as orientações do MPF.
Processo nº 1002480-73.2018.4.01.3900 – 1ª Vara da Justiça Federal em Belém (PA)
Íntegra da ação
Juiz do Trabalho, também jornalista, é o mais novo membro da APLJ
O juiz do Trabalho Océlio Morais, que também é
jornalista, é o mais novo imortal da
Academia Paraense de Letras Jurídicas (APLJ). Ele
foi eleito ontem com 29 votos contra 8 dados ao concorrente, Ney Maranhão, também
magistrado do Trabalho. Foram registradas duas abstenções.
Océlio Morais vai ocupar a cadeira nº 18, então
ocupada pelo acadêmico Laércio Franco, falecido no primeiro semestre deste ano.
A posse solene será marcada para breve.
Titular da 11ª Vara do Trabalho de Belém, Océlio
de Jesus Morais é pós-doutor em democracia e direitos humanos pela Faculdade de
Coimbra, doutor em direito previdenciário pela PUC/SP, mestre em direito
constitucional pela UFPA, e professor do programa de mestrado em direitos
fundamentais da Universidade da Amazônia.
O
magistrados também é autor de oito livros individuais e coautor em quatro obras
coletivas, além de dezenas de artigos jurídicos publicados em revistas
nacionais e internacionais.
terça-feira, 7 de agosto de 2018
Mário Couto foi rifado por dois motivos. Um deles, profilático.
A questão é a seguinte.
Afinal, por que o PP rifou Mário Couto, que agora
senta a pua nos Barbalhos, depois de achar banal e natural a união de
contrários quando isso atende a interesses eleitorais comuns?
Os motivos, basicamente, foram dois.
O primeiro, de ordem legal.
O segundo representa uma espécie de profilaxia
política (vish!), digamos assim.
Explica-se.
Em relação ao primeiro motivo, a regra é clara,
como diria Arnaldo Cezar Coelho: a lei eleitoral determina que cada partido ou
coligação somente poderá apresentar dois candidatos ao Senado.
No caso da coligação encabeçada pelo MDB de
Helder Barbalho, vão concorrer ao Senado o pai dele, Jader Barbalho, que tenta
a reeleição, e o ex-vice-governador Zequinha Marinho, do PSC.
Mário Couto seria o terceiro concorrente ao
Senado. Portanto, sobrou. Pura e simplesmente sobrou.
Sobrando, sobrou-lhe o discurso anticorrupção e
anti-Barbalhos. Pois aqui vem o segundo motivo, que não será, obviamente,
expressamente declarado por ninguém, jamais, em tempo algum.
O segundo motivo é que o MDB dos Barbalho sabia
que, se Mário Couto estivesse na condição de aliado em busca de um mandato,
ofereceria uma farta, para não dizer fartíssima e violentíssima, munição para
marqueteiros adversários inundarem a campanha no rádio e na TV com inserções
como essa que vocês veem acima, em que Mário Couto desanca os Barbalhos até
sete gerações passadas.
E aí?
E aí que, Couto candidato, não teriam os
Barbalhos e seu MDB como evitar a pancadaria, eis que as peças mostrariam a
conduta de um outro candidato.
Já se Couto não disputar um cargo eletivo, aí já
não será mais possível veicular suas diatribes, eis que isso representaria
divulgar críticas de um mero cidadão, estranho à disputa eleitoral.
Restou a Mário Couto, portanto, espernear.
E aos Barbalhos, comemorar.
Mário Couto senta a pua nos Barbalhos. Em junho, estava manso, manso.
Assim como são as pessoas são as criaturas, né?
Mais ou menos assim.
Ouçam o áudio acima.
Está circulando aí pelos zaps.
Nele, você ouve o intrépido, o intimorato, o
destemido, o vibrante ex-senador Mário Couto anunciando que não mais concorrerá
ao Senado.
E senta a pua nos Barbalhos, acusando-os de
corrupção.
Di-lo
(pedimos permissão a Temer, o mesoclítico, proclítico e enclítico, além de denunciado
por corrupção, é claro) o ex-futuro candidato ao Senado:
"Ao terminar (a convenção) dei uma
entrevista para a TV Liberal falando que ia voltar ao Senado para combater
fortemente a corrupção. Bastou isso para que, na calada da noite, eles tirassem
o meu nome da ata e impugnassem minha candidatura ao Senado. Só soube hoje pela
manhã pelos meus advogados. Não havia mais o que fazer. Os Barbalhos não podem
ouvir falar em corrupção. Ficaram magoados.”
Pois é.
No dia 6 de junho, o mesmíssimo Mário Couto, em carne e osso, deu uma entrevista
ao blog da jornalista Rita Soares.
Ao responder a duas perguntas da repórter,
disse-o:
Houve um momento que a sua relação com o
senador Jader Barbalho foi, digamos, beligerante. Hoje o clima entre
vocês é mais amistoso?
Já
teve (briga) na política. O Alacy [em
verdade, Alacid, de Alacid Nunes, ex-governador do Pará] brigando com o
Jarbas Passarinho, Helio Gueiros brigando com o Jader e depois se uniram...
O senhor então está unido hoje com o grupo do senador Jader
barbalho?
Não
vou dizer unido com o grupo do Jader. Eu tenho uma relação muito forte com o
Helder. Isso vem do tempo em que fomos deputados. Eu me reunia toda
quinta-feira em Marituba no meu sítio. Depois do futebol tinha uma cerveja,
pato, peixe...o Helder estava nesse processo.
Quando foi para unir-se aos que hoje chama de corruptos, Mário Couto nem piscou.
Agora, corruptos não prestam não propriamente
porque seriam corruptos, mas porque teriam sido empechilhos a seus projetos
eleitorais.
Assim como são as pessoas são as criaturas, né?
Viram?
Assim como são as pessoas são as criaturas, né?
Essa é a realidade dos fatos, como diria José
Luiz Datena, aquele filósofo grego pré-socrático.
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Índio é indolente e africano é malandro, acha vice de Bolsonaro
Leiam abaixo:
“E o nosso Brasil? Já citei nosso porte
estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda
existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país, infelizmente. Nós
temos que superar isso. Está aí essa crise política, econômica e psicossocial.
Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do
privilégio. Mas existe uma tendência do camarada querer aquele privilégio para
ele. Não pode ser assim. Essa herança do privilégio é uma herança ibérica.
Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou
indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador
negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano.
Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires,
líderes populistas e dos macunaímas”.
É o general Hamilton Mourão, vice de Jair
Bolsonaro, falando num evento
nesta segunda-feira.
Parece que, com esse general, o capitão não
precisará de adversários nesta campanha que está começando.
Parece!
domingo, 5 de agosto de 2018
Helder e Márcio Miranda de olho nas aferições internas
Helder Barbalho, agora oficialmente o candidato do MDB ao governo do Pará, continua bem acima de Márcio Miranda (DEM) nas últimas aferições internas.
Mas os tucanos, que apoiam o candidato do DEM à sucessão de Jatene (PSDB), não desistem: acham - alguns com indisfarçável convicção - que Helder, em termos preferências eleitorais, "já deu o que tinha de dar". Ou em pesquisês, já teria alcançado o máximo de seu potencial de votos.
Não digam isso, porém, a emedebistas.
Eles reconhecem que, uma vez definido o quadro eleitoral no Estado, a tendência é Miranda subir um pouco, mas sem chances de ameaçar a liderança de Helder.
Acompanhemos o andar das carruagens.
E confiramos.
Mas os tucanos, que apoiam o candidato do DEM à sucessão de Jatene (PSDB), não desistem: acham - alguns com indisfarçável convicção - que Helder, em termos preferências eleitorais, "já deu o que tinha de dar". Ou em pesquisês, já teria alcançado o máximo de seu potencial de votos.
Não digam isso, porém, a emedebistas.
Eles reconhecem que, uma vez definido o quadro eleitoral no Estado, a tendência é Miranda subir um pouco, mas sem chances de ameaçar a liderança de Helder.
Acompanhemos o andar das carruagens.
E confiramos.
Os comentaristas, esses secadores, quase secam o São Paulo
Está provado.
Comentaristas de futebol são os mais secadores que existem.
Muitas, muitíssimas, frequentes e frequentíssimas vezes, falam uma coisa e imediatamente a realidade, dentro do gramados, os desmente.
Há pouco, narrador, comentaristas e repórteres da Jovem Pan castigavam o Vasco em suas análises.
Só faltaram dizer, literalmente, que o Vasco é um timeco. Mas chegaram a classificá-lo, literalmente, de um time muito ruim.
Pois veio o segundo tempo.
E o Vasco de um nó, enrolando o São Paulo (na foto, de Marcos Ribolli), que ganhou o jogo por 2 a 1, é certo.
Mas por pouco não levou o segundo, antes de fazer o gol da vitória.
Mesmo assim, é líder do Brasileirão.
É pena: não vamos ver um príncipe comendo coxinha de galinha
Frustrei-me.
Ou melhor, frustramo-nos.
Frustramo-nos todos os que esperávamos um príncipe - ou o príncipe - como vice de Jair Bolsonaro (PSL).
Seria a grande, memorável, inédita, comovente e imprevisível oportunidade que teríamos de ver um príncipe em campanha eleitoral nos rincões deste Brasil brasileiro.
Um príncipe com os pés na lama - literalmente.
Comendo coxinha de galinha de quatro dias atrás - literalmente.
E depois tendo pirriques - literalmente.
Como todo e qualquer candidato.
Seria a grande, memorável, inédita, comovente e imprevisível oportunidade que teríamos de ver um príncipe conhecendo, ao vivo e em cores nem tão coloridas assim, como vivem milhões de brasileiros, esmagadoramente abandonados por um Estado mastodôntico e ineficiente.
Mas Luiz Philippe de Orleans e Bragança refugou.
E cedeu lugar ao general Hamilton Mourão como vice de Bolsonaro, o capitão.
Está aí, portanto, a chapa do capitão e do general.
Bolsonaro deve estar uivando de prazer.
Alckmin poderá provar - ou não - que tempo na TV é tudo
Combinado, então.
Teremos uma superdose de Geraldo Alckmin nos programas eleitorais no rádio e TV.
O tucano vai emplacar 5 minutos e 32 segundos por bloco.
Lula, o não candidato - porque flagrantemente inelegível, apesar de já escolhido em convenção - terá cerca de 2 minutos.
Ciro Gomes (PDT), 35 segundos.
Marina Silva (Rede), 24 segundos.
Jair Bolsonaro (PSL), apenas 7 segundos. No máximo, terá tempo pra dizer: Votem em mim. Não sou homofóbico, nem misógino (se vão acreditar nisso, não se sabe).
No último Datafolha, Alckmin tinha apenas 7% das intenções de voto.
Terá, agora, a missão de provar que tempo na TV é decisivo.
Talvez não seja.
Mas muitos acham que é.
Vejamos.
Teremos uma superdose de Geraldo Alckmin nos programas eleitorais no rádio e TV.
O tucano vai emplacar 5 minutos e 32 segundos por bloco.
Lula, o não candidato - porque flagrantemente inelegível, apesar de já escolhido em convenção - terá cerca de 2 minutos.
Ciro Gomes (PDT), 35 segundos.
Marina Silva (Rede), 24 segundos.
Jair Bolsonaro (PSL), apenas 7 segundos. No máximo, terá tempo pra dizer: Votem em mim. Não sou homofóbico, nem misógino (se vão acreditar nisso, não se sabe).
No último Datafolha, Alckmin tinha apenas 7% das intenções de voto.
Terá, agora, a missão de provar que tempo na TV é decisivo.
Talvez não seja.
Mas muitos acham que é.
Vejamos.
sexta-feira, 3 de agosto de 2018
Ameaças a jornalistas fazem parte da democracia?
Todo mundo anda preocupado com o discurso – autoritário
e irresponsável – contra a liberdade deImprensa proclamado por Donald Trump, este ser que veio ao mundo da política
para provar que os ditos outsiders
podem ser piores, muito piores, do que os chamados políticos profissas, aqueles passados na casca do alho.
Pois é.
Mas a questão é que aqui, na nossa cara, no
nosso quintal, temos jornalistas ameaçados, agredidos, assediados moralmente.
Como se isso, vejam só, fizesse parte da democracia.
Aqui mesmo, neste blog, frequentemente o
repórter é ofendido com toda espécie de vitupérios, que se originam sobretudo
de fanáticos partidários.
Ignoro-os – tanto os fanáticos como seus
arreganhos verbais.
Mas, de qualquer forma, sentimos nós,
jornalistas, uma sensação de desproteção, mesmo num ambiente democrático como o
que, imagina-se, vigora no Brasil e que deveria, portanto, assegurar a mais
ampla proteção não apenas a jornalistas, mas a qualquer pessoa faça uso do
direito constitucional de expressar suas opiniões por qualquer meio.
Mostra-se oportuna, por assim, a iniciativa da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), de lançar a publicação Como
lidar com assédio contra jornalistas nas redes.
Com a cartilha, a Abraj pretende sensibilizar
veículos, jornalistas, empresas de tecnologia, entidades ligadas ao jornalismo
e à liberdade de expressão e autoridades policiais e da Justiça para a
gravidade do assédio online, bem como enfatizar a necessidade de jornalistas e
redações elaborar protocolos de defesa a esse problema. Além disso, o documento
foi pensado para ajudar os jornalistas no período eleitoral, em que a Abraji
acredita que haverá um recrudescimento do assédio virtual aos profissionais da
imprensa, de acordo com o diretor Marcelo Träsel. "Criamos esse material
para que nossos associados e todos os jornalistas tenham um guia de referência
rápida sobre como lidar com o assédio", afirma.
No material
disponível online e para download, há orientações práticas para
lidar com ataques nas redes, além de recomendações que prezam pela privacidade
dos jornalistas e por um uso consciente das redes sociais. A Abraji entende que
registrar na polícia comportamentos abusivos e eventualmente buscar seus
direitos na Justiça são meios de mostrar aos agressores que há consequências
para a violência praticada na internet.
Mau hábito do brasileiro trava combate às "fake news"
Posso estar sendo pessimista - e estou, reconheço.
Mas acho difícil, muito difícil que o combate a essa onda avassaladora de mentirada, chamada modernamente de fake news, tenha êxito se não for levada em conta uma realidade - evidente, palpável, concreta: de cada dez brasileiros, nove, seguramente, não se habituam a visitar, pelo menos uma vez por dia, sites jornalísticos sérios, de credibilidade, dos quais até podemos divergir ideológica ou politicamente, mas que não se prestam a fazer o antijornalismo - da calúnia e da desinformação.
Tenho constatado isso com amigos, colegas, simples conhecidos ou até mesmo familiares. São poucos, bem poucos, dentre eles, os que se informam através de portais de notícias que mereçam reconhecida credibilidade.
Preferem fazê-lo simplesmente recebendo diariamente, sobretudo em seus smarthpones, dezenas e dezenas de mensagem totalmente malucas - sejam as clássicas fake news, maluquices que têm a aparência de notícia jornalística, sejam outras mensagens igualmente mentirosas, muitas delas preconceituosas e outras que chegam até mesmo a prescrever receitas médicas para várias doenças - das mais inofensivas às mais letais. Esses hábitos são horrorosos - e arriscadíssimos. Como também dificilmente são removidos.
Já cheguei a fazer um teste com pessoa próxima: pedi-lhe que todo dia, pelo menos uma vez, ao acordar, acessasse apenas um site jornalístico qualquer, dos que têm maior audiência no Brasil, e desse uma passada d'olhos somente nos títulos das notícias que estão em destaque naquele momento.
A pessoa fez isso durante uma semana - se tanto. Depois, no more. E continua nessa vida de receber toneladas de vídeos, mensagens, memes, fake news e o escambau a quatro, todas elas acompanhando desse verbo nojento, nauseabundo e odiento: repassando.
Mesmo assim, diante de todas essas dificuldades para combater a mentirada virtual, são meritórias iniciativas como a de O Globo, que acaba de lançar o Fato ou Fake, serviço de checagem para esclarecer o que é notícia (fato) e o que é falso (fake). Além de repórteres do jornal, participam da apuração equipes de G1, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e TV Globo.
Jornalistas farão um monitoramento diário para identificar mensagens suspeitas compartilhadas nas redes sociais e por aplicativos como o WhatsApp. Participam da apuração equipes de G1, O Globo, Extra, Época, Valor, CBN, GloboNews e TV Globo.
Um bot (robô) no Facebook e no Twitter que responderá o que é falso ou
verdadeiro, caso o assunto já tenha sido verificado. Além disso, por meio de um
número de WhatsApp, usuários cadastrados poderão ver os links das checagens
feitas.
Especialistas
afirmam que a disseminação de conteúdos falsos é um dos principais desafios a
serem enfrentados hoje porque prejudica a tomada de decisões e coloca em risco
a democracia. O fenômeno da desinformação, inicialmente conhecido como das fake
news, foi visto em eleições nos Estados Unidos, no Reino Unido, na França, na
Alemanha e, mais recentemente, no México.
Mãos à obra, pois.
Sem perder as esperanças jamais.
Mãos à obra, pois.
Sem perder as esperanças jamais.
quinta-feira, 2 de agosto de 2018
Apavorados, empresários correm de candidatos
Candidatos começam a esmolar.
Ou quase isso.
Sem dinheiro suficiente para suas campanhas, já
estão passando a sacolinha entre qualquer um – e não apenas mais entre
empresários (grandes, médios e pequenos), como antigamente.
É que os empresários, em sua quase totalidade,
não querem ver candidatos perto deles.
Nem pelas costas.
E muito menos pela frente.
Ou
vice-versa.
"Curtidas” são o termômetro da popularidade de candidatos no Pará
Assessores e simples simpatizantes de candidatos
já escolhidos ao governo do Pará estão recorrendo a um método, como
diríamos, artesanal para mensurar a amplitude das preferências do
eleitorado.
Sabem
como?
Acompanhando,
com lupas de alto calibre, o número de curtidas que os concorrentes estão
recebendo nas redes sociais.
Isso
pode dizer muita coisa, inclusive nada.
Mas,
entre as coisas que essa prática está indicando, registre-se o seguinte: nesta
eleições, as redes sociais devem ser o grande palanque eleitoral.
Essa
certeza é revelada por número assustador revelado em reportagem de
"Veja" desta semana: pesquisa com eleitores de São Paulo e do
Rio de Janeiro mostrou que, em 2008, a audiência das inserções em horário nobre
no rádio e na TV rendia, em média, 25 e 22 pontos nas duas capitais,
respectivamente. Em 2016, caiu para 7 e 6 pontos.
Essa, por exemplo, é uma das armas em que
Bolsonaro aposta para chegar ao segundo turno. Ele detém o maior número de
seguidores no Facebook, Instagram e Twitter: 7 milhões - quase o dobro do que
tem Lula.
Justiça Federal abre inscrições para debates em parceria com Facebook, WhatsApp e Safernet
A Justiça Federal no Pará promove no dia 17 de agosto em seu auditório, em Belém, uma rodada de debates sobre “Desafios da Segurança Digital, Estratégia e Cooperação”. O evento será realizado em parceria com o Facebook e WhatsApp, duas das redes sociais mais acessadas no Brasil e no mundo, e com a Safernet, associação civil de direito privado sem fins lucrativos ou econômicos, sem vinculação político-partidária, religiosa ou racial, que atua na promoção e defesa dos Direitos Humanos na Internet no Brasil.
O evento, com vagas limitadas, é destinado a profissionais que trabalham na área de investigações, especialmente nas de caráter cibernético, bem como a magistrados federais e estaduais, membros do Ministério Público (Federal e do Pará) e das Polícias Federal e Civil. As inscrições poderão ser feitas até o dia 10 de agosto, no link www.safernet.org.br/site/workshops/inscricoes.
O debate vai discutir o Mutual Legal Assistance Treaty - MLAT (dispositivo do ordenamento jurídico dos Estados Unidos que deve ser acionado para cooperação com o Brasil, com vistas ao compartilhamento de provas referentes à comunicação) e apresentar novas funcionalidades dos aplicativos e plataformas criadas para auxiliar as autoridades brasileiras em investigações criminais. Pretende-se ainda possibilitar a troca de informação entre os órgãos que atuam no combate aos crimes virtuais, possibilitando um diálogo com especialistas do Facebook, WhatsApp e Safernet, para integração cada vez maior e cooperação para superar os obstáculos da segurança digital.
Durante o evento, os palestrantes abordarão os seguintes temas: Facebook e eleições; Portal e Ferramentas do Facebook, Preservação e Fornecimento de Dados, Remoção de Conteúdo; Segurança na Plataforma; Segurança e Criptografia; WhatsApp: Seguranças na Plataforma e Programa de Resposta a Agentes de Investigação Criminal. Haverá também uma mesa redonda sobre “Cooperação no âmbito das Investigações Criminais e Estratégias de prevenção aos Crimes Cibernéticos no Brasil”.