segunda-feira, 9 de junho de 2014

Fechar o Ibama em Santarém ou vender os sofás

ISMAEL MORAES - advogado

A região oeste do Pará, que tem Santarém como polo, possui singular patrimônio natural – desnecessário falar sobre tudo o quanto todos já sabem.
A expertise acumulada por anos de atuação e a formação sólida de muitos servidores qualificados da autarquia federal ambiental são uma das faces da sua imprescindibilidade na tutela do ecossistema.
Mas, ao deparar desvios funcionais graves de alguns agentes, a presidência do Ibama, o Ministério do Meio Ambiente ou quejandos optam, para resolver o problema, fechar as portas do órgão em Santarém. É aquela velha estória do marido que surpreende a mulher com outro homem no sofá de casa – para tentar resolver a questão, o traído toma uma decisão: vende o sofá...
Se isso resolvesse – fechar o órgão quando ocorresse caso grave de corrupção –, deveríamos fazer um plebiscito para fechar o Congresso Nacional e extinguir o próprio gabinete da presidência da República, pois toda semana (não é uma vez por ano!) nos envergonham com “esquemas” que só a criatividade criminosa pode engendrar. Ora, seria mais fácil  - e bem melhor - vendermos todos os sofás.
O MPF pode acionar governo federal, caso este leve adiante a genial ideia de fechar o Ibama de Santarém. E por que algum cidadão de Santarém, daqueles mais aguerridos inimigos também do governo estadual, não mostra a sua coragem e propõe uma ação popular contra o governo federal?
Aos que se colocam como inimigos figadais de todo governo estadual pela alegada defesa de Santarém com unhas e dentes contra o abandono, saibam que a retirada da gerência local do Ibama não deixará apenas o rastro da destruição ambiental; representará mais uma perda de receita para a economia local – coisa de algumas dezenas de milhões de reais ao ano, sem contar a cadeia indireta.
E aí, alguém vai representar ao MPF ou ser autor de ação popular?

2 comentários:

  1. Anônimo9/6/14 07:52

    Não conheço o caso, mas se a corrupção for generalizada no órgão, quem vai para lá? Não é fechamento temporário, até encontrar quem se disponha a ir morar na cidade?

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  2. E por que o senhor não faz, já que é advogado? Eu também não conheço o caso!

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