Oswaldo Serrão, criminalista: atualização técnica é imprescindível para o bom exercício da advocacia (foto de Nelson Neves/O LIBERAL) |
Em conversa com o Espaço Aberto, Serrão confirma que nas últimas semanas tem conversado sobre a sucessão. Admite ainda que tem amplo trânsito, sobretudo e principalmente entre os criminalistas. Mas garante que disputar a presidência da Ordem no Pará não é projeto que lhe seja prioritário.
"Temos outros quadros, como, por exemplo, o dr. Edilson Santiago", diz Serrão, referindo-se ao colega que também tem sido mencionado como uma das alternativas de candidatura para disputar a presidência da Ordem e até já chegou a ser lançado pré-candidato.
Mais do que discutir em torno de nomes que possam presidir a entidade, Serrão, conforme assegurou ao blog, está mais preocupado em mudar o curso da própria visão institucional da OAB no Estado, direcionando-a para área que ele considera das mais relevantes e, ao mesmo tempo, das mais preocupantes: a qualidade do profissional da advocacia no Pará.
"Considero que há duas prioridades que deveriam ser consideradas pela entidade no momento: a atualização profissional e o consequente fortalecimento da advocacia", afirma Serrão, que se manifesta particularmente muito preocupado com a qualidade dos curso de Direito existentes em todo o Brasil que ele avalia como sofrível, para dizer o mínimo.
"O advogado é o único profissional que é julgado juntamente com o seu cliente. O sucesso ou o insucesso do cliente numa demanda acompanham o advogado. E mais: nós somos julgados em várias frentes: pelo juiz, pelo promotor e por outros profisionais", lembra Serrão.
A abrangência da atuação do profissional do Direito, acrescenta o criminalista, não condiz com a precariedade da formação que os bacharéis recebem e nem tampouco com o nível de exigência do Exame de Ordem, que abre a porta para quem se encontra habilitado ao exercício da advocacia.
Exame de Ordem
Nesse sentido é que Serrão questiona seriamente, por exemplo, o grau de dificuldade e a forma do atual Exame de Ordem aplicado como pré-requisito para o ingresso de novos profissionais na advocacia. "Como exigir aprovação no Exame de Ordem, como cobrar resultados de pessoas que passaram por uma gradução sofrível?", questiona Serrão.
Ao considerar a atualização técnica imprescindível para qualquer gestão da OAB, Serrão propõe, concretamente, que a OAB do Pará faça como já faz a de São Paulo: a promoção permanente de cursos e treinamentos em todas as áreas do Direito, oferecendo oportunidade para os advogados se atualizarem tecnicamente.
Serrão diz que ele mesmo, recentemente, esteve em São Paulo fazendo palestras na área criminal. E alerta que não existe qualquer empecilho, qualquer impedimento ou dificuldade para se fazer a mesma coisa por aqui. Basta, segundo ele, que exista boa vontade e a mudança de visão sobre o papel da Ordem em benefício dos próprios advogados.
Alguém está desatualizado. Veja-se que a OAB do Pará, sob a presidência de Jarbas Vasconcelos, já oferece cursos de atualização jurídica na capital e em todo o interior do Estado mediante transmissão de aulas e palestras a partir de São Paulo, inclusive gratuitamente pelo sistema satelitário. Hoje tem-se isso,pois antes não tinha essa oportunidade de atualização.
ResponderExcluirO problema é que em muitas ocasiões há profissionais que defendem o crime ao invés do criminoso e a dívida no lugar do devedor. E nisso reside uma questão ética que nenhum banco de universidade ou atualização em Direito pode resolver.
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