Advogados - vários - mandam para o blog trechos de e-mails trocados entre eles no início de julho passado.
Entre os personagens envolvidos nos debates, o de maior destaque é o presidente da OAB-PA, Jarbas Vasconcelos.
Os e-mails demonstram que, tão logo vieram à tona evidências de que a venda do imóvel da entidade para o advogado Robério D'Oliveira poderia desaguar - como de fato desaguou - nesse angu todo, Jarbas ouviu várias ponderações no sentido de que sobrestasse os procedimentos em curso, conforme já lembraram, em artigos aqui no blog, os advogados Ana Kelly Amorim e Ismael Moraes.
Mesmo assim, o presidente da Ordem, amparado na convicção de que os procedimentos eram limpos, límpidos, transparentes e legítimos, ignorou as ponderações e mandou que os procedimentos seguissem adiante.
Esses e-mails desmontam, assim, avaliação de Jarbas feita durante encontro com o ex-presidente Sérgio Couto.
Na conversa, Jarbas garante que essa confusão toda poderia ser evitada se, logo no nascedouro, conselheiros tivesse ido até ele, numa boa, ponderassem que era mais prudente suspender todo o andamento do processo de venda do imóvel, até que judiciosas avaliações posteriores fossem feitas.
Vejam, por exemplo, o que o presidente da OAB diz no dia 3 de julho, às 14h24:
Caríssimo Evaldo, quem expõe a OAB a essa situação não é a doutora Cynthia, mas aqueles que não percebem que no afã de precipitar a minha sucessão, terminam por expor a OAB! Ps. A Doutora Cynthia consultou a mim e, por isso, a isento de qualquer responsabilidade. A decisão de prosseguir foi minha. Simplesmente não aceito ultimatos e ameaças! E seguirei não aceitando. O Processo foi público, transparente e ético, feito de acordo com a vontade da Subseção!
Notem este trecho: "A decisão de prosseguir [com o processo de compra e venda do imóvel] foi minha".
Confiram agora uma mensagem do vice da OAB, Alberto Campos, no mesmo dia 3 de julho, às 14h46:
Pensei q fosse poupar o domingo da minha familia com essa discussao absurda e despropositada q so serve a enfraquecer a nossa Instituicao. Porem, como parece q agora estao querendo atingir o lado fraco, ou seja uma funcionaria da OAB me sinto na obrigacao de esclarecer o q segue: o diretor q o Dr. Evaldo acusa de ter usurpado a sua funcao de presidente em exercicio tem nome e sou eu Alberto Campos. Em que pese ter sido levianamente acusado de ter passado por cima de determinacao sua, tal não ocorreu, nem a funcionaria desobedeceu sua determinacao e disso sou testemunha, pois ligou ao cartorio solicitando, pasmem a sustacao dos efeitos de uma procuracao publica outorgada por todos os diretores da OAB, todos, sem excecao. Por obvio que o cartorio, se não deu risadas da solicitacao, deve ter no minimo fingido q não escutou, pois indago como poderia se sustar, so com o "papo" uma outorga publica. O codigo civil deve dar a solucao juridica para isso creio, que não e a "boca". Falei com o Dr. Evaldo por telefone, pois esta ele em tratamento com o problema de seu braco e expliquei exatamente o agora explicitado e na sexta feira determinei, como presidente em exercicio a continuidade do rpocedimento. Ou seja, estava, na sexta feira exercendo a presidencia. A determinacao não foi anterior e não houve de minha parte a usurpacao acusada levianamente. Estou a crer, depois de tanta celeuma, que outros interesses não republicanos estao por tras dessas condutas, mas e bom q acontecam agora. Lamento q a covardia chegue a incluir funcionarios dedicados a OAB independente de quem a esteja dirigindo. Indago, por fim, qual seria a medida para sustar uma procuracao publica ja lavrada no cartorio? Pedir ao cartorario q não entregue ao outorgado? Ela ja havia sido lavrada. Não era a funcionaria que detinha a posse do documento, mas o cartorio. O certo, creio, aos descontentes, seria: 1- ter comparecido a sessao q aprovou a venda; 2- se discordante, não assinar a procuracao, simples assim, o q inviabilizaria o ato, e pouparia toda polemica. E aqueles q não comparecem faz muito tempo as sessoes ordinarias tem direito a exigir uma extraordinaria? Bom domingo a todos!!! Alberto Campos
Notem o trecho: [na sexta feira determinei, como presidente em exercício, a continuidade do procedimento. Ou seja, estava, na sexta-feira exercendo a presidência."
Não foi, portanto, por falta de determinações, de ordens, de mandos explícitos e veementes, contrariando apelos em contrário, que os procedimentos tiveram livre curso, até se desviarem para o terreno pantanoso do confronto aberto, que acabou colocando a OAB do Pará na rota da intervenção.
VAMOS TRABALHAR EM PROL DA ADVOCACIA...
ResponderExcluirA quem interessa manter essa política de insinuações? Chega! Vamos trabalhar. Isso sim.A advocacia paraense escolheu Jarbas e os que o apóiam para trabalhar pela classe, não para ficar alimentando insinuações. Todo esse embrólio está obstruindo o que já foi feito ao longo da presente gestão em prol da advocacia e o que ainda pode ser feito. De modo que cabe sim a indagação: a quem interessa obstruir a presente gestão? Só visitar o site www.oabpa.org.br para constatar o que já foi feito e o que pode ser feitos pela advocacia paraense.
VAMOS TRABALHAR EM PROL DA ADVOCACIA...
ResponderExcluirA quem interessa manter essa política de insinuações? Chega! Vamos trabalhar. Isso sim.A advocacia paraense escolheu Jarbas e os que o apóiam para trabalhar pela classe, não para ficar alimentando insinuações. Todo esse embrólio está obstruindo o que já foi feito ao longo da presente gestão em prol da advocacia e o que ainda pode ser feito. De modo que cabe sim a indagação: a quem interessa obstruir a presente gestão? Só visitar o site www.oabpa.org.br para constatar o que já foi feito e o que pode ser feitos pela advocacia paraense.
E que fique registrado: esses e-mails dos dias 3 e 4, em que Jarbas e Alberto se manifestam contundentemente defendendo a funcionária e assumindo que determinaram o prosseguimento do negócio da venda, que depois veio a ser anulado pelo próprio conselho por conter vícios, e que deu origem ao processo de intervenção a que a OAB-PA está submetido, esses dois e-mails foram também enviados, simultaneamente, para todos , eu disse todos, os diretores e conselheiros federais da OAB Nacional , pois o endereço eletrônico da rede da OAB federal estava copiado.
ResponderExcluirCada dia tomamos conhecimento de um fato novo retirado de dentro de uma possível "caixa preta" da OAB.As notícias nos são dadas em doses homeopáticas,possivelmente para que não ocorram "mortes coletivas" de advogados infartados com vergonha da decadência ética e moral da instituição! Já está na hora de dar um basta nessa falta de respeito para com os profissionais sérios que ainda existem em nosso Estado. Os culpados que assumam suas culpas e responsabilidades de frente e não repassem para quem não tem nada com a trampolinagem que fizeram. Pensem bem: ESTÁ TUDO ESCRITO. E não esqueçam do princípio: "A PALAVRA VÕA COMO O VENTO E O ESCRITO FICA COMO O MONUMENTO".
ResponderExcluirSe Jarbas disse ao Sérgio Couto que se dois ou três conselheiros fossem atrás dele no Rio de Janeiro, pedindo para sustar a venda do terreno, ele teria concordado, então agora os advogados pedem: por favor, senhores conselheiros, compareçam à casa de Jarbas e implorem a ele para renunciar!!!! Bastam dois ou três candidatos! Nada mais...
ResponderExcluirUrubus e sabiás
ResponderExcluir"Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam... Os urubus, aves por natureza becadas, mas sem grandes dotes para o canto, decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes cantores. E para isto fundaram escolas e importaram professores, gargarejaram dó-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas, e fizeram competições entre si, para ver quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos outros.
Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos, e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um respeitável urubu titular, a quem todos chamam de Vossa Excelência. Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos tagarelas, que brincavam com os canários e faziam serenatas para os sabiás... Os velhos urubus entortaram o bico, o rancor encrespou a testa , e eles convocaram pintassilgos, sabiás e canários para um inquérito.
— Onde estão os documentos dos seus concursos? E as pobres aves se olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvessem. Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam simplesmente...
— Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um desrespeito à ordem.
E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que cantavam sem alvarás...
MORAL: Em terra de urubus diplomados não se houve canto de sabiá."
Rubem Alves. "Estórias de quem gosta de ensinar"