sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Na Câmara, uma imoralidade estimula a outra
Com todo o respeito - com o máximo, irrestrito respeito - que nos merece a Câmara dos Deputados, mas essa augusta Casa, fora de brincadeira, merecia fechar suas portas na última terça-feira.
Está bem: vocês vão dizer que o Legislativo é um dos sustentáculos, um dos alicerces, um dos esteios da democracia.
É mesmo.
Mas continua a sê-lo até quando compactua com imoralidades?
Porque é uma imoralidade, é um despudor, é uma demonstração explícita de uma impudicícia (toma-te!) o que a Câmara fez na última terça-feira, absolvendo Jaqueline Roriz, essa personagem que pode ser melhor conhecida clicando-se no vídeo aí em cima.
Aliás, a Câmara cometeu uma dupla imoralidade.
Uma: a de ter absolvido a parlamentar porque não houve os 257 votos mínimos necessários para a sua cassação.
A outra: o fato de a Câmara manter o voto secreto quando o plenário é chamado a se pronunciar sobre a cassação de seus membros por quebra de decoro.
E o voto secreto, ele mesmo, é uma imoralidade que conduz a outras imoralidades.
Na Câmara, como se vê, uma imoralidade puxa a outra.
Uma excita a outra.
Uma estimula a outra.
Com todo o respeito que nos merecem Suas Excelências, é claro.
Augusta e excelsa.
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