Advogados - muitíssimos, inclusive os que não são conselheiros estaduais da OAB - ainda não engoliram até agora a placidez, a quase passividade com que o advogado Robério D'Oliveira se portou na última sessão do pleno do Conselho Seccional, na semana passada, em decorrência de intervenção contundente da advogada Angela Salles. Ex-presidente da Ordem, conselheira estadual nata e conselheira federal, Angela surpreendeu todo mundo ao externar sem meias-palavras um diz-que-diz-que que domina os arraiais jurídicos desde julho passado, quando estourou o angu do terreno que a OAB vendeu por R$ 301 mil para o advogado Robério D'Oliveira.
O diz-que-diz-que, propalado ao pé do ouvido, em conversas reservadas, em declarações veladas ou em insinuações maliciosas, dava destaque a uma dúvida: afinal de contas, os R$ 301 mil depositados pelo advogado Robério D'Oliveira na conta da OAB eram dele mesmo?
No plenário onde se reunia o Conselho Seccional, Angela Salles tocou nesse assunto sem meias-palavras, claramente, objetivamente, contundentemente e justificadamente.
Ela disse que, para preservar a imagem da OAB, dos advogados paraenses e para que não pairassem dúvidas de qualquer ordem sobre a honorabilidade de quem quer que seja, era necessário que se esclarecessem, de uma vez por todas, os comentários feitos aos sussurros e que diziam respeito à origem dos R$ 301 mil utilizados para pagar o terreno.
Por isso, justificou Angela, era indispensável que o advogado Robério abrisse espontaneamente seu sigilo bancário, de forma a não deixar remanescerem quaisquer suspeitas sobre a origem do dinheiro que usou para adquirir o terreno, em negócio que seria desfeito naquela mesma sessão de terça-feira passada.
E o que aconteceu, depois da intervenção direta, contundente, sem meias-palavras de Angela Salles?
Todos os conselheiros - ou quase todos - esperavam três reações de Robério.
A primeira: de indignação pela suspeita em torno de assunto, uma suspeita, ressalte-se, que foi apenas externada pela advogada Angela Salles, mas que sempre correu à boca pequena entre os advogados, desde a consumação do negócio, em junho passado.
A segunda: esperava-se que Robério, naquela mesma hora, passasse mão em seu notebook, acessasse sua conta bancária e mostrasse o extratos dos últimos meses, ao vivo e em cores, a todos os seus pares no conselho, para que constatassem a limpidez da movimentação bancária referente aos R$ 301 mil.
E a terceira: uma vez comprovado que os R$ 301 mil provieram de fontes que não davam margem a quaisquer suspeita, Robério - era o que todos esperavam - anunciaria que estava pronto para interpelar judicialmente todos os que insistissem em lançar suspeitas sobre ele, inclusive, se fosse o caso, a própria Angela Salles.
Mas o que aconteceu, depois da intervenção da ex-presidente da OAB?
Nada.
Absolutamente nada.
Nem uma reaçãozinha indignada do advogado.
E nem tampouco uma atitude célere sua, para demonstrar que, afinal de contas, eram absolutamente infundadas, despropositadas e maliciosas as suspeitas de que os R$ 301 mil teriam provindo de fontes ilegítimas.
Os advogados que, ainda agora, se confessam surpresos com a conduta de Robério, concedem-lhe o benefício da dúvida e apostam que ele agiu, em todo esse episódio, de forma a não suscitar suspeitas.
Mas já que as suspeitas foram levantadas, também esperavam do advogado que reagisse igual à mulher de César, aquela que, além de ser honesta, precisava parecer honesta.
Como Robério não reagiu como seria natural que reagisse, os advogados até agora surpresos com a placidez do colega acham que, infelizmente, essa dúvida vai continuar ecoando.
Um eco estrondoso, provindo justamente de um silêncio que grita, que berra.
De um silêncio que estronda.
Creio que as informações passadas não seguiram a linda da realidade dos fatos, é certo que a Drª Angela queria que o Dr Robério abrisse sua conta bancária para todos, contudo teve uma ação conjunta entre os conselheiros (tirando uns 3 ou 4 que são indicados pela ex-presidente em ocupar aquela cadeira) de indignação, onde varios conselheiros se manifestaram em defesa do conselheiro. O Dr Robério só não externou porque não foi lhe dado a palavra.
ResponderExcluir09:43 - Conversa mole pra boi dormir.
ResponderExcluirSou advogado da nova geração, mas especificamente da advocacia pública.
ResponderExcluirPenso que o tratamento dispensado, seja pelos blogs, seja pela imprensa, ao caso 301 me parece desproporcional e desarrazoado.
Resta evidente uma briga de grupos, de gatos pingados, eternos participantes do Conselho e da Diretoria, que colocam seus interesses acima da imagem da Instituição.
Tive alguns contatos com as propostas nas eleições anteriores e posso dizer que minha visão é de quem está de fora.
No que pese ter havido erro de procedimento no processo de venda do terreno de Altamira, ele é pontual, diminuto, e não revela, por si, dolo na conduta dos envolvidos.
A OAB não é detentora de patrimônios consideráveis, nem é rotina a venda desses bens, de tal sorte que é admissível o erro. Muito mais quando corrigido.
Sobre a assinatura, conheço Dra Cintia, o lançamento se deu, tenho convicção, com autorização do Dr. Evaldo, no que considero uma espécie de aposição "a rogo".
O fato é que desses erros se apropria a grande imprensa, notadamente o Diário do Pará, para confundir a opinião pública, como se os defeitos internos da OAB fosse no nipe daqueles verificados na administração municipal, estadual e federal.
Para um desavisado leitor do diário e de alguns blogs, o delito apurado pelo MP na assembléia legislativa parece ser fichinha diante do grande caso 301 mil da OAB.
Lamentável.
O Jarbas levou o robério p BSB na tenaz tentaiva de salvá-lo!!! Seria cômico se não fosse trágico..
ResponderExcluirE vem aí inúmeros processos disciplinares!
ResponderExcluiro eterno primeiro anônimo voltou ao seu posto de plantonista.
ResponderExcluirentão o robério não falou por que não deixaram? kakakakakakaka
quem não deve não teme, fala e mostra a conta.
Olá, Anônimo que faz questionamento sobre a não publicação de seus comentários, ainda que, segundo ele diz, não contenham "palavrões nem ofensas".
ResponderExcluirA ofensa é um juízo de valor, meu caro (ou minha cara).
E um juízo de valor essencialmente subjetivo.
Aliás, até um palavrão também essa carga de subjetividade.
O que pra você não soa como ofensa, para o poster pode ser, sim uma ofensa.
E o critério que vale é o daqui, Anônimo.
Pelo fato singelo, mas não irrelevante, de que você é Anônimo.
Abs.
Caro Anônimo,
ResponderExcluirCreia-me: se os comentários que não têm sido acolhidos são desse teor a que você se refere, então pode ter certeza de que, realmente, é algum problema no próprio blog.
E fique certo: Anônimos sempre são bem-vindos, você inclusive.
Se não o fossem, 98% dos comentários não seriam de Anônimos.
Mas você há de convir que é preciso evitar os excessos.
Abs. e boa sorte.
Obrigado, PB.
ResponderExcluirUma dica de seu anônimo reclamão: fique atento na parte da manhã, porque a Diretoria vai publicar a decisão.
Ass: anônimo reclamão
Hehehehe.
ResponderExcluirObrigado, Anônimo.
Você não reclama, não.
Você, digamos, dá palpite (rsss).
Ficaremos de olho.
Abs.