Então, é assim.
A professora Edilza Fontes deixou o PT.
Clique aqui para ler a carta de desfiliação que ela formalizou perante ao TRE.
Edilza é petista histórica.
Entrou na legenda movida por ideais.
Entusiasmou-se de forma crescente, à medida que seu partido atendia aos ideais que a motivaram a ingressar no PT.
Até que o PT saiu da condição de baladeira para a de vidraça.
Com a vitória de Lula para presidente, o PT empinou.
Empinando, foi ficando cada vez mais parecido com um partido comum.
Um partido como os outros.
Inclusive no indispensável quesito da corrupção. Que o digam o Mensalão e as alianças de ocasião, de conveniência - às vezes espúrias, e não táticas, como quer sustentar o PT -, que causam arrepios nos verdadeiros petistas.
No PT do Pará, Edilza conquistou um grande espaço.
Primeiro, no governo Edmilson Rodrigues, quando ainda era prefeito de Belém em sua primeira gestão.
Depois, no governo Ana Júlia.
O espaço que Edilza conquistou não decorreu apenas de suas relações de amizade com a então governadora, de quem é até comadre.
Foi decorrência, sobretudo, de sua capacidade de aglutinação e da fiel disposição de manter aceso o espírito petista, mesmo o PT sendo governo e mesmo que o partido involuísse para se tornar cada vez mais parecido com os outros.
Mas não deu mais.
O desfecho foi nas eleições do ano passado, quando parte do PT, sobretudo e quase exclusivamente a DS (Democracia Socialista), que aprisionou Ana Júlia durante todo o seu governo, tratou Edilza pior, muitíssimo pior que seu mais ferrenho, mais furioso e mais declarado adversário.
O PT, nas últimas eleições, tratou Edilza muito pior do que tratou, por exemplo, qualquer tucano.
O resultado dessa postura do PT foi sentida pelo próprio PT, que sofreu uma derrota fragorosa para o tucano Simão Jatene.
Edilza talvez não diga isso, mas o certo é que ela não saiu do PT; foi saída.
Fora do partido, vai procurar novos rumos.
Sem perder os ideais que a motivaram a ingressar no PT e permanecer na legenda até agora.
Boa saída, professora! Sempre a respeitei quando minha professora em história na UFPA, principalmente devido seu histórico de envolvimento no movimento estudantil da universidade quando jovem. Sempre tivemos nossas divergências, pois ela sempre se autodenominou reformista, e hoje, com sua saída do PT, vemos que nem mais aos reformistas o PT permite espaço, pois se transformou mesmo em um partido da ordem burguesa. Lastimável e trágico!
ResponderExcluirAté que enfim, pensei que esse dia não iria chegar. A postura da Professora foi no mínimo equivocada. Imagino e compreendo que as pessoas se sintam meio donas daquilo que cativam ou que realizam: Taí o Pequeno Príncipe prá mostrar a tese. Mas a postura da Professora durante todo o governo de Ana Júlia foi claramente de facção, notadamente contra a DS. Sei que temos que estudar o fenômeno Governo Ana Júlia, mas me impressiono em como aqueles que foram "cama, mesa e pucarina" no começo do Governo passaram, depois, a um nível de comprometimento crítico sobre o governo que chegou perto da indisciplina partidária. Partido não é lugar de comadres e Ana Júlia não é a imbecil e a coitadinha que querem por tudo deixar para a história da política paraense: francamente!
ResponderExcluirPsol?
ResponderExcluirPerdeu o poder, perdeu a graça.
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