sexta-feira, 14 de maio de 2010

Comemorações sob limites

Petistas estão justamente satisfeitos.
A vitória do deputado Luís Cunha foi um bálsamo.
Apoiado pelo governo, ele se elegeu conselheiro do Tribunal de Contas do Estado por 22 a 19.
Tem o governo Ana Júlia razões para comemorar a vitória?
Claro.
Num momento como esse, de uma aliança praticamente rompida com o PMDB e de rendição a um substitutivo que fatia o empréstimo de R$ 366 milhões em limites que desagradam ao Palácio dos Despachos, ainda que o Palácio dos Despachos tenha dado seu assentimento ao fatiamento dos recursos, num momento como esse, portanto, nada melhor do que uma vitória no Legislativo.
Sobretudo numa eleição para Tribunal de Contas.
E sobretudo quando envolvido é o deputado Luís Cunha, o mesmo que, com a apoio do mesmo governo, foi vítima de trairagens, rachas e insatisfações.
Tudo muito bom.
Tudo muito bem.
Mas há quem ache que o governo está cantando vitória demais.
O deputado Parsifal Pontes é um deles.
Líder do PMDB, ele comenta o caso em seu blog, sob o título Ponto final.
Leia abaixo.

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A eleição do deputado estadual Luís Cunha para conselheiro do TCE, ao contrário do que podem pensar alguns analistas precipitados, não pode ser creditada exclusivamente ao governo, embora este tenha tido a sua participação no escrutínio.
Cunha titubeava falta de musculatura até ontem a tarde. Turbinou-se à noite, com a retirada da candidatura do deputado Junior Hage, da disputa.
Com a saída de Hage, o grupo suprapartidário G-8, composto por 8 membros, direcionou-se monoliticamente ao encontro do deputado Cunha: isto lhe decidiu o sucesso.
Ainda, o deputado Cunha brinda a vitória com dois deputados do PMDB: Domingos Juvenil, o presidente da Assembléia Legislativa e Martinho Carmona, que, em franco posicionamento, sempre apoiaram a candidatura de Cunha.
Sem os dois votos do PMDB, portanto, o deputado Luís Cunha não teria logrado êxito, mesmo em tendo arrebatado os oito votos do G-8.
Antes da votação, procurei o deputado Luís Cunha e declarei que não votaria nele. Ele me agradeceu a sinceridade e perguntou-me qual a minha avaliação da eleição.
Eu respondi que, pelos cálculos que fiz, ele seria o vitorioso por um ou dois votos: ele venceu por dois.

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